sábado, 6 de novembro de 2010

Carta testamento de José Serra

Mais uma vez os interesses legítimos do povo coordenaram-se e desencadearam-se sobre mim.
Não me deram o direito de continuar caluniando e insultando os beneficiários do “Bolsa Família”, os estudantes do PROUNI, os 32 milhões de brasileiros que saíram da linha da pobreza. Agora eles me combatem quando antes nem se quer se defendiam ou existiam.
Não mais posso sufocar seus desígnios, nem tão pouco posso calar suas vozes, pois eles agora usam a internet, o que me impede de continuar meu projeto pessoal de inação e de bajulador das “elites” preconceituosas e das oligarquias e principalmente os financistas estrangeiros, loucos por nossas riquezas.
O destino consentia até agora trilhar os caminhos dos meus inconfessáveis interesses. Depois de decênios de domínio e espoliação, os grupos conservadores, os coronéis, e os reacionários de espírito fizeram-me seu condutor e pensei vencer.
Comprazi-me em representá-los. Virei seu candidato apesar do desconfortável e lastimável contato episódico com essa gente que acendeu a vida social do país.
A campanha subterrânea de grupos populares organizados aliou-se ao dos desajustados e esperançosos no futuro. Os interesses dos grupos internacionais e nacionais cindiram-se diante da ausência de subserviência contra os interesses claro do meu projeto de desnacionalização de nossas riquezas.
Alienaria a liberdade nacional e de lambuja venderia o Pré-Sal, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal sem precisar prestar conta. Sabotaria o funcionamento da Petrobrás de forma a torná-la vulnerável para poder ai sim vendê-la aos barões do petróleo internacional.
Não me interessam os trabalhadores, os estudantes, os miseráveis.
Enfastiei-me ao trololó de resistência ao meu interesse de inação.
Lucraria com a espoliação do Brasil. Lucraria com a espoliação do povo e no conforto do palácio esperaria que os jornais e TVs dos meus comparsas lutassem por mim, como sempre lutaram.
O ódio, as infâmias e a calunia, o próprio bom senso, não iriam abater o meu ânimo, pois, seria representante legitimo deste projeto anti-povo, anti-patria, anti-nação.
Entretanto, não me deram ao que a mim sempre pertenceu, tudo receio.
Amargurado, dou o primeiro passo ao caminho da obscuridade, ao ostracismo e fujo da vida pública pelo esgoto da historia.





Henrique Matthiesen

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