tag:blogger.com,1999:blog-49659372414325942162024-03-05T12:28:25.947-03:00Clipping do MarioBem vindo ao Clipping do Mário. Um espaço que reúne os clippings diários do jornalista Mário Kodama, direto do Japão. São compilações de matérias da imprensa democrática brasileira, com tudo o que você gostaria de saber e a grande mídia não conta ou distorce a informação. Boa leitura!Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.comBlogger1593125tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-50494264608419901322015-06-21T14:52:00.001-03:002015-06-21T14:54:37.671-03:00E Malafaia ganha uma marca definitiva, talhada com o machado do Ricardo Boechat, ao vivo e rede nacional.<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjviadpIKbRF4-1ljA8f_T-EqNrQZibDJhmjgBCpkISxMG2yR_JOZrH0d3giqQnoma-441vUsYzTkY0MFgLB1bc6-6Cz3dtI5wUg7-7AY096JRTmINI52nJuO4agFHFdkZw4jzvYf5wLFo/s1600/Boechat+a+Malafaia.png" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="397" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjviadpIKbRF4-1ljA8f_T-EqNrQZibDJhmjgBCpkISxMG2yR_JOZrH0d3giqQnoma-441vUsYzTkY0MFgLB1bc6-6Cz3dtI5wUg7-7AY096JRTmINI52nJuO4agFHFdkZw4jzvYf5wLFo/s400/Boechat+a+Malafaia.png" width="400" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
<br />
Veja também:<br />
<br />
<a href="http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/06/ricardo-boechat-da-a-melhor-resposta-que-silas-malafaia-poderia-ouvir.html" title="Ricardo Boechat dá a melhor resposta que Silas Malafaia poderia ouvir"><b>Ricardo Boechat dá a melhor resposta que Silas Malafaia poderia ouvir</b></a><br />
<h1>
<a href="http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/06/os-memes-mais-engracados-da-polemica-entre-boechat-e-malafaia.html" title="Os memes mais engraçados da polêmica entre Boechat e Malafaia"><span style="font-size: small;">Os memes mais engraçados da polêmica entre Boechat e Malafaia</span></a></h1>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-89209065126224301152012-12-21T16:17:00.001-02:002012-12-21T16:30:06.358-02:00Para quem se sentiu excluído da lista do Nunes #nunespoemeunomenalista<div style="text-align: center;">
#nunespoemeunomenalista</div>
<div style="text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeKGVjY2K__WcvZDpntvQRq5LfmLUypCDXmHiH2r7_lzD8bOUoFH4WKzFbxcKL0NHqkCdbBFv-oEfPsUJm_NTu1hQAlOIwdau6N6FCLGjMz5DQ1IKb8gClVhkXV-g4QISf3s3eYnSVE98/s1600/nUNES.jpg"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeKGVjY2K__WcvZDpntvQRq5LfmLUypCDXmHiH2r7_lzD8bOUoFH4WKzFbxcKL0NHqkCdbBFv-oEfPsUJm_NTu1hQAlOIwdau6N6FCLGjMz5DQ1IKb8gClVhkXV-g4QISf3s3eYnSVE98/s400/nUNES.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Se você quer demonstrar a sua indignação por ter ficado de fora da lista do jorNAZISTA Augusto Nunes, use a imagem e a tag acima, à vontade. É grátis!</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
<br /><b>Para entender o assunto, veja a matéria de Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania:</b><br /><br /><b><span style="font-size: large;">Deus lhe pague, Augusto Nunes</span></b><br /><br /><a href="http://www.blogdacidadania.com.br/author/eduguim/">eduguim</a> 21/12/12 <a href="http://www.blogdacidadania.com.br/category/humor/">Humor</a><br /><br /><a href="http://www.blogdacidadania.com.br/wp-content/uploads/2012/12/vice-esgoto-2.png"><img height="225" src="http://www.blogdacidadania.com.br/wp-content/uploads/2012/12/vice-esgoto-2.png" width="400" /></a><br /><br /> <br />Papai Noel chegou mais cedo pra mim, este ano. E o regalo natalino originou-se de onde menos podia esperar.<br /><br />O Bom Velhinho que me presenteou, em verdade está mais para bom velhaco. Todavia, não posso deixar de agradecê-lo.<br /><br />O indigitado teve a pachorra de eleger núcleos como os do mensalão para aqueles que cometem o “crime” – na mente doentia do dito cujo – de apoiar o ex-presidente Lula.<br /><br />O meu benfeitor atende pelo nome de Augusto Nunes e é colunista da maior revista semanal do país, detendo antiga carreira tanto no jornalismo quanto no “jornalismo”.<br /><br />Antes de reproduzir esse presentaço de Natal que me deu, porém, quero antecipar que, entre os núcleos que delirou, está um “Núcleo Jornalístico Esgotosférico”.<br /><br />Veja, leitor, quem esse sujeito pôs na sua lista de alvos:<br /><br /><b>Eduardo Guimarães,<br /><br />Emir Sader,<br /><br />Franklin Martins,<br /><br />Hildegard Angel,<br /><br />Jânio de Freitas,<br /><br />Leonardo Attuch,<br /><br />Luis Fernando Verissimo,<br /><br />Luis Nassif,<br /><br />Marcos Coimbra,<br /><br />Mino Carta e<br /><br />Paulo Henrique Amorim.</b><br /><br />Que dizer? Estou emocionadíssimo. Vou pôr o post de Nunes numa moldura e ficar olhando pra ele pra ver se acredito que mereço estar naquela lista.<br /><br />O vice-esgoto da Veja, porém, deve ter se enganado. Sou apenas um representante comercial que escrevia cartas de leitor para grandes jornais e que, ao ser censurado por eles quando começou a divergir, decidiu criar um blog.<br /><br />O cara me coloca ao lado de Luis Fernando Veríssimo… Pirou.<br /><br />Mas que é bom estar em uma lista em que todos, nela, admiram uns aos outros – menos eu, claro, que sou só um penetra –, é “bão” demais.<br /><br />Só tenho medo de que Nunes se arrependa e me tire dessa lista que, ao fim do post, reproduzo na íntegra.<br /><br />Seja como for, mesmo que a notoriedade vier a ser breve, sinto-me na obrigação de agradecer àquele que, querendo me insultar, elogiou-me como poucas vezes fui elogiado.<br /><br />Deus lhe pague, Augusto Nunes.<br /><br />*<br /><br />Confira, abaixo, a lista dos alvos da Veja<br /><br /> <br /><br /><a href="http://www.blogdacidadania.com.br/wp-content/uploads/2012/12/vice-esgoto.png"><img src="http://www.blogdacidadania.com.br/wp-content/uploads/2012/12/vice-esgoto.png" /></a><br />Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-485610718116405002012-12-12T01:21:00.000-02:002012-12-12T01:21:01.693-02:00Mexeu com Lula, mexeu comigo.<div class="separator" style="clear: both; text-align: left;">
<b></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji7oSwA89A-lg0GryyqDt4fxFWAHR3oiLa-5kWHoY4mCug174wHjqMcfrshCEEOIUv1ELKqd2SKUKZBotwLsNDyKkTb55ueGNrL23jkNIAm8RylaBO2kN4GHKUCFgSOTBwwshks-q1OIY/s1600/mEXEU.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="368" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEji7oSwA89A-lg0GryyqDt4fxFWAHR3oiLa-5kWHoY4mCug174wHjqMcfrshCEEOIUv1ELKqd2SKUKZBotwLsNDyKkTb55ueGNrL23jkNIAm8RylaBO2kN4GHKUCFgSOTBwwshks-q1OIY/s400/mEXEU.jpg" width="400" /></a></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><b style="text-align: left;"></b></b></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<b><b style="text-align: left;"><b style="text-align: left;"></b></b></b></div>
<div style="display: inline !important; text-align: center;">
<b><b style="text-align: left;"><b style="text-align: left;"><b>Use e abuse</b></b></b></b></div>
<br />
<br />
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-3671095966293568012012-12-11T09:48:00.000-02:002012-12-11T09:49:35.604-02:00O golpe tardio de Marcos Valério<b><span style="font-size: x-large;">O golpe tardio de Marcos Valério</span></b><br />
<div>
Do <a href="http://www.ocafezinho.com/2012/12/11/o-golpe-tardio-de-marcos-valerio/" target="_blank">O Cafezinho</a> - 11/12/2012<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/12/MARCOS-VAL%C3%89RIO2_opt.jpg"><img height="320" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/12/MARCOS-VAL%C3%89RIO2_opt.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Uma das características mais interessantes do golpismo midiático é o endeusamento de bandidos. Desde que estes se prestem a servir a “causa”, ganham ilimitado espaço nos grandes meios de comunicação. Quem irá esquecer os oito minutos que o Jornal Nacional, às vésperas de uma eleição presidencial, deu àquele bandidinho de segunda, que havia acabado de sair da cadeia, Rubnei Quicoli, onde ele acusava a Casa Civil de lhe ajudar a obter um empréstimo de 8 bilhões junto ao BNDES?<br />
<br />
Não há santos em política. Não é preciso muita imaginação para supor a quantidade estonteante de chantagens, pressões indevidas, tráficos de influência, subornos, caixa 2, ameaças, que acontecem nos bastidores de Brasília. Se há poder envolvido, tem-se necessariamente um jogo pesado.<br />
<br />
Nem PT nem Lula escapam dessa lógica. Eles não têm o poder mágico de remover a podridão humana, nem a alheia, nem a própria.<br />
<br />
Dito isto, qualquer acusação contra Lula merece ser analisada com triplo cuidado, porque faz parte do jogo político, desde priscas eras, acusar o adversário das piores felonias.<br />
<br />
Hoje o Estadão volta <a href="http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,lula-deu-ok-a-emprestimos-do-mensalao-e-recebeu-de-esquema-diz-valerio-,971944,0.htm">com uma acusação</a> que ele mesmo havia feito há alguns meses, mas acrescentando detalhes que implicariam a pessoa do Lula.<br />
<br />
A matéria informa que Valério diz que o esquema pagou despesas pessoais de Lula, e que o presidente deu ok aos empréstimos que o publicitário fez em nome do PT. A acusação, porém, tem as seguintes falhas:<br />
Como sempre faltam provas. E, segundo o próprio Valério, não há provas de que o dinheiro se destinou a pagar despesas pessoais de Lula, visto que não foi depositado na conta do ex-presidente. </div>
<div>
<br />
Lula já era presidente, a maior parte de suas contas poderia ser paga, regularmente, por seu gabinete. Não tem sentido esperar dinheiro de Marcos Valério. Se Valério falasse que depositou milhões para Lula em conta no exterior, haveria sentido, que era o enriquecimento ilícito. Mas pagar contas?</div>
<div>
<br />
Quanto ao aval sobre o empréstimo, aí é que não faz sentido mesmo. Em primeiro lugar, foi um empréstimo, que o PT inclusive já quitou. O STF criminalizou um empréstimo legal. Tentou-se, desde o início, pintar o PT como um partido inadimplente e falido, o que é um contrasenso: o PT havia acabado de sair vitorioso de uma eleição onde vencera em estados, além da vitória maior, a presidência. Qualquer banco privado emprestaria ao PT por este motivo.</div>
<div>
<br />
Marcos Valério, obviamente, está desesperado com a possibilidade de ficar em cana por décadas. Isso é motivo para, no mínimo, se desconfiar de suas intenções. Além do mais, todo bandido brasileiro da área política já entendeu que basta dar umas cacetadas no PT e, sobretudo, em Lula, para receber a solidariedade inconteste e definitiva da grande mídia.</div>
<div>
<br />
Quanto às “<a href="http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,depoimento-de-marcos-valerio-relata-ameacas-de-morte-,971889,0.htm">ameaças de morte</a>” que teria recebido de Paulo Okamoto, pode-se tratar de uma estratégia astuta para se pintar como vítima.<br />
<br />
Felizmente, o golpe em Lula, o milionésimo, chegou tarde. O ex-presidente teve tempo de fazer o que tinha de fazer: melhorar a vida do brasileiro, sobretudo o mais pobre. Para milhões de brasileiros, liberdade de expressão não é apenas poder falar o que quiser, mas também obter as proteínas e a dignidade necessárias para fazê-lo de cabeça erguida.<br />
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-12431597702392304172012-12-10T17:38:00.002-02:002012-12-10T17:38:29.229-02:00"Com a sua morte, Niemeyer repetiu, de certa forma, o feito de Vargas: constrangeu seus adversários; derrotou-os, inexoravelmente."<b style="font-size: xx-large;">Os sonhos invencíveis de Niemeyer</b><br /><br /><div>
<a href="http://www.ocafezinho.com/2012/12/06/os-sonhos-invenciveis-de-niemeyer/" target="_blank">O Cafezinho</a> - 06/12/2012<br /><br /><div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/12/niemeyer.jpg"><img height="200" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/12/niemeyer.jpg" width="400" /></a></div>
<br />Hoje eu li uma notícia curiosa. Cientistas descobriram que o excesso de neurônios pode atrapalhar o bom funcionamento do cérebro. Em alguns casos, até mesmo matá-lo. Em função disso, existe em nós um mecanismo natural, ativo desde o feto, para matar células nervosas. Uma quantidade de neurônios acima do necessário cria obstáculos para a realização das sinapses, as conexões nervosas que formam a nossa atividade mental. A descoberta reduz nossa sensação de culpa num dia de ressaca. Quem sabe se os trezentos mil neurônios que torrei ontem à noite, pensa o boêmio, não me tornarão mais inteligente?<br /><br />A notícia também ajuda a explicar a genialidade humana, e por isso a associei a nosso eterno Niemeyer, um sujeito humilde e ao mesmo tempo tão superior. O gênio, na maioria das vezes, não é o mais inteligente. Nem faz questão de sê-lo. A arte está aí para provar essa verdade. Enquanto os poemas de Mario Quintana, por exemplo, parecem feitos com apenas poucos neurônios, e talvez por isso mesmo sejam tão belos e universais, há poetas que usam bilhões deles, com resultado lamentável.<br /><br />A mesma coisa vale para as utopias. As mais poderosas, que demonstram resistência acima do normal, que pervadem lugares surpreendentes, são também as mais simples. Os sonhos de Niemeyer, com certeza, tão poderosamente simples, durarão muito mais que suas obras. Ele sabia disso, daí a sua humildade, daí a sua máxima tão emocionantemente humanista: a arquitetura é importante, porém mais importante é a vida.<br /><br />Com a sua morte, Niemeyer repetiu, de certa forma, o feito de Vargas: constrangeu seus adversários; derrotou-os, inexoravelmente. Por um dia ou dois, o Brasil inteiro se tornou comunista, sonhador e arquiteto. O velhinho deve estar sorrindo, com a malícia de um anjo, num céu no qual ele não acreditava. Um céu que a gente inventa, profanando seu ateísmo, apenas para o imaginar por lá, amaciando a dura eternidade com a forma curvilínea e sedutora das utopias!</div>
<div>
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-51311098332631848122012-12-02T12:53:00.000-02:002012-12-02T12:59:20.179-02:00O Pré-Sal e a educação <b><span style="font-size: x-large;">O Pré-Sal e a educação </span></b><br />
<div>
<br />
Henrique Matthiesen</div>
<div>
<br />
Desde 2006 o Brasil vive a grande expectativa sobre as riquezas do Pré-Sal. Os indícios de Petróleo nas áreas marítimas do território pátrio foram confirmados pela Petrobrás com grande festa no ano de 2008. <br />
<br />
Trata-se de uma imensa reserva de petróleo estimada em 80 Bilhões de barris de petróleo e gás que eleva o Brasil à sexta posição de maior detentor de petróleo do mundo, atrás apenas da Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait e Emirados Árabes. <br />
<br />
Essa descoberta representa uma enorme oportunidade para o país, um passaporte para o desenvolvimento de nossa nação. <br />
<br />
Já somos hoje a sexta economia do mundo. Somos o maior exportador de carne, de frango, de boi, somos também o maior exportador e produtor de soja, o maior exportador e produtor de café, somos autossuficiente em trigo, como também somos um dos mais bem sucedidos construtores de aviões do mundo através da Embraer, ainda fabricamos aço, minério, e tantos outras riquezas e mais riquezas. <br />
<br />
Mas, tudo isso, perde seu valor se continuarmos tendo uma das piores educação do planeta. Necessitamos com urgência libertarmos nosso povo. <br />
<br />
Sim, libertar para uma educação que forje nossa sociedade para sua plena independência e soberania. Temos que ter uma escola honesta de tempo Integral, CIEP, para que as futuras gerações possam usufruir de nossa pátria e de nossas riquezas. <br />
<br />
Isso não se trata apenas de uma discussão acadêmica, sociológica, ou filosófica. Precisamos garantir que o filho do trabalhador se sinta inserido em nossa sociedade e mais ainda necessitamos de libertar milhares e milhares de brasileiros da miséria, da ignorância, da inércia social. <br />
<br />
Investir em educação é libertar uma geração, um povo, uma pátria e construir os alicerceares de nossas riquezas futuras. <br />
<br />
Temos hoje esta oportunidade de promovermos a grande revolução que o Brasil anseia desde sua gênese enquanto povo soberano. <br />
<br />
Não podemos perder essa oportunidade de transformar as riquezas do Pré-Sal na riqueza de nossa libertação através da educação. <br />
<br />
E imprescindível um plano nacional, de qualificação, começando por um plano de carreira aos professores pagando salários dignos de sua importância na sociedade que são hoje heróis abnegados de uma escola desonesta, falida em todas as suas concepções. <br />
<br />
Imprescindível também é transformar assim como os países desenvolvidos, as escolas. <br />
<br />
O Brasil não pode mais abdicar de educação de tempo Integral , assim como faz a Alemanha, a França, o Japão, etc., etc. Não cabe aos nossos dirigentes tirar essa oportunidade singular de nossa sociedade. <br />
<br />
As riquezas do Pré-Sal têm que estar carimbadas para essa tarefa enorme de revolucionar nossa educação e que essa revolução seja, por meio do CIEP, de escolas de tempo integral, de um povo liberto, soberano e dono de seu destino. <br />
<br />
Esse é o desafio do Pré-Sal e da sociedade brasileira. </div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-53450879964154190892012-12-02T12:45:00.002-02:002012-12-02T12:46:56.966-02:00A louca cavalgada do juiz Luiz Fux por uma vaga no STF<span style="font-size: x-large;"><b>Sobre Fux, Dirceu e o STF </b></span><br />
<div>
<br /></div>
<div>
PAULO NOGUEIRA do <a href="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?p=17536" target="_blank">Diário do Centro do Mundo</a></div>
<div>
2 DE DEZEMBRO DE 2012<br />
<br />
A louca cavalgada do juiz Luiz Fux por uma vaga no sonhado Supremo Tribunal Federal<br />
<div>
<br />
<a href="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?attachment_id=17538"><img height="262" src="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/wp-content/uploads/2012/12/aaaaaa-600x394.jpg" width="400" /></a><br />
Fux<br />
<br />
Ia usar a palavra perplexidade para descrever o sentimento que toma conta do leitor ao ver, na Folha de hoje, a<a href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/1194617-em-campanha-para-o-stf-luiz-fux-procurou-jose-dirceu.shtml"> entrevista </a>que o juiz do STF Luiz Fux concedeu à jornalista Mônica Bergamo.<br />
<br />
Mas recuei ao me lembrar de que grandes filósofos como Sêneca e Montaigne defenderam a tese de que a perplexidade é atributo dos tolos, tanto os coisas de repetem ao longo dos tempos.<br />
<br />
Então ficamos assim: é uma entrevista altamente reveladora sobre o próprio Fux, o STF e as ligações imorais entre a justiça e a política no Brasil.<br />
<br />
No último ano do governo Lula, Fux, em busca da nomeação para o STF, correu sofregamente atrás do apoio de quem ele achava que podia ajudá-lo.<br />
<br />
Está no texto de Bergamo: “Fux “grudou” em Delfim Netto. Pediu carta de apoio a João Pedro Stedile, do MST. Contou com a ajuda de Antônio Palocci. Pediu uma força ao governador do Rio, Sergio Cabral. Buscou empresários. E se reuniu com José Dirceu, o mais célebre réu do mensalão. “Eu fui a várias pessoas de SP, à Fiesp. Numa dessas idas, alguém me levou ao Zé Dirceu porque ele era influente no governo Lula.”<br />
<br />
Paulo Maluf, réu em três processos no STF, também intercedeu por Fux, segundo o deputado petista Cândido Vacarezza, ouvido na reportagem de Mônica. Vacarezza era líder do governo Lula.<br />
<br />
Palavras de Vacarezza, na Folha: “Quem primeiro me procurou foi o deputado Paulo Maluf. Eu era líder do governo Lula. O Maluf estava defendendo a indicação e me chamou no gabinete dele para apresentar o Luiz Fux. Tivemos uma conversa bastante positiva. Eu tinha inclinação por outro candidato [ao STF]. Mas eu ouvi com atenção e achei as teses dele interessantes.”<br />
<br />
Fux afirmou ao jornal que jamais viu Maluf.<br />
<br />
O contato mais explosivo, naturalmente, foi o com Dirceu. Na época, as acusações contra Dirceu já eram de conhecimento amplo, geral e irrestrito. E Dirceu seria julgado, não muito depois, pelo STF para o qual Lux tentava desesperadamente ser admitido.<br />
<br />
Tudo bem? Pode? É assim mesmo que funcionam as coisas?<br />
<br />
Fux afirma que quando procurou Dirceu não se lembrou de que ele era réu do Mensalão. Mesmo com o beneficio da dúvida, é uma daquelas situações em que se aplica a grande frase de Wellington; “Quem acredita nisso acredita em tudo”.<br />
<br />
A entrevista mostra um Fux sem o menor sentido de equilíbrio pessoal, dono de uma mente frágil e turbulenta. Considere a narração dele próprio do encontro que teve com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, no qual acabaria recebendo a notícia de que atingira o objetivo: estava no STF.<br />
<br />
“Aí eu passei meia hora rezando tudo o que eu sei de reza possível e imaginável. Quando ele [Cardozo] abriu a porta, falou: “Você não vai me dar um abraço? Você é o próximo ministro do Supremo Tribunal Federal”. Foi aí que eu chorei. Extravasei.”<br />
<br />
Fux, no julgamento, chancelou basicamente tudo que Joaquim Barbosa defendeu, para frustração e raiva das pessoas que ele procurara para conseguir a nomeação, a começar por Dirceu.<br />
<br />
Se foi justo ou injusto, é uma questão complexa e que desperta mais paixão que luz. Talvez a posteridade encontre uma resposta mais objetiva.<br />
<br />
O certo é que Fux é, em si, uma prova torrencial de quanto o STF está longe de ser o reduto de Catões que muitos brasileiros, ingenuamente, pensam ser.</div>
</div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-6130944307109169792012-11-23T13:58:00.000-02:002012-11-23T13:58:53.537-02:00Paulo Nogueira: Policarpo infringiu uma lei capital do bom jornalismo, a que "jornalista não tem amigo".<br /><b><span style="font-size: x-large;">Por que é certo indiciar Policarpo</span></b><div>
<br /></div>
<div>
<a href="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?p=16850" target="_blank">Diário do Centro do Mundo - PAULO NOGUEIRA 23 DE NOVEMBRO DE 2012</a><br /><br />Quando jornalistas viram amigos de suas fontes, o interesse público é sempre o maior perdedor</div>
<div>
<br /><div style="text-align: center;">
<a href="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?attachment_id=16916"><img height="224" src="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/wp-content/uploads/2012/11/policarpo-junior-original-divulgao1-600x337.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Policarpo Junior</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
Antes de tudo: não acredito que o jornalista Policarpo Júnior tenha tido, em suas relações com Carlinhos Cachoeira, a intenção de obter nada além de furos.<br /><br />Isto posto, do ponto de vista estritamente jornalístico, Policarpo foi longe demais em sua busca de notícias, como os fatos deixaram claro.<br /><br />Policarpo infringiu uma lei capital do bom jornalismo, enunciada há mais de um século por um dos mais brilhantes jornalistas da história, Joseph Pulitzer: “Jornalista não tem amigo”.<br /><br />Pulitzer sabia que a amizade acaba influenciando o discernimento do jornalista, e subtraindo dele a capacidade de enxergar objetivamente sua fonte. É um preço muito alto para o bom jornalismo.<br /><br />Os telefonemas trocados entre Cachoeira e Policarpo não mostram cumplicidade, no sentido pejorativo de companheirismo em delinquências. Mas revelam uma intimidade inaceitável no bom jornalismo, uma camaradagem que vai além dos limites do que é razoável.<br /><br />Tiremos o excesso das palavras que têm varrido as discussões políticas, jurídicas e ideológicas no Brasil. Somos, subitamente, a pátria dos “quadrilheiros”. Policarpo está longe de se enquadrar, tecnicamente, nesta categoria, e disso estou certo. Não vararia madrugada em redação se recebesse de Cachoeira mais que dossiês.<br /><br />Mas, por ter se tornado tão próximo de Cachoeira, ele acabou se deixando usar por um grupo no qual o interesse público era provavelmente a última coisa que importava. Logo, havia um envenenamento, já na origem, nas informações que ele recebia e publicava. Que Policarpo não se tenha dado conta do pântano em que pescava denúncias não depõe a favor de sua capacidade de observar, mas miopia não é crime.<br /><br />Minha convicção é que ele não terá dificuldades, perante a justiça tão louvada pela mídia por sua atuação no Mensalão, em provar que fez apenas jornalismo com Cachoeira – ainda que mau jornalismo.<br /><br />Mas é necessário que Policarpo enfrente o mesmo percurso de outros envolvidos neste caso. Ele deve à sociedade, e ao jornalismo, explicações.<br /><br />Teria sido infame não arrolá-lo. Isso teria reforçado a ideia de que jornalista é uma categoria à parte, acima do bem e do mal, acima da lei.<br /><br />Não existe nenhuma ameaça à “imprensa livre”, “imprensa independente” ou “imprensa crítica” quando jornalistas são instados a se explicar à justiça. Esta é uma espécie de chantagem emocional e cínica que a grande mídia vem fazendo na defesa de sua própria impunidade e intocabilidade. Todos sabemos quantos horrores e desatinos editoriais são cometidos sob o escudo oportuno da “imprensa crítica”. Nos países desenvolvidos, o quadro é outro.<br /><br />Nesta mesma semana, a jornalista inglesa Rebekah Brooks, a até pouco atrás “Rainha dos Tabloides” e favorita de seu ex-patrão Rupert Murdoch, foi indiciada pela justiça britânica sob a acusação de ter pagado propinas para policiais em troca de furos para um dos jornais que dirigiu, o Sun.</div>
<div>
<br /><div style="text-align: center;">
<a href="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/?attachment_id=16852"><img src="http://www.diariodocentrodomundo.com.br/wp-content/uploads/2012/11/a148-300x199.jpg" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
A ex-Rainha dos Tabloides foi indiciada, na Inglaterra</div>
<br />Nem Murdoch, com sua quase comovente devoção por Rebekah, cuja cabeleira rubra enfeitiça muita gente, se atreveu a dizer que a “imprensa independente” estava sendo agredida. Todos os jornais noticiaram o caso serenamente, com o merecido destaque.<br /><br />Empresas jornalísticas não são instituições filantrópicas. Vivem dos lucros, e nisso evidentemente não existe mal nenhum – desde que os limites legais e éticos sejam respeitados. Em todas as circunstâncias, mesmo nas mais simples. Esta semana, para ficar num pequeno grande caso, o comediante Paulo Gustavo afirmou no twitter que a Veja fez uma reportagem com ele na qual o fotografou com uma camiseta amarela em que estava estampado Che Guevara. Segundo ele, Che foi retirado da foto.<br /><br />Do ponto de vista de ética jornalística, isso é admissível? Ou é uma pequena trapaça que pode dar origem a grandes? Tudo isso exige debate.<br /><br />O episódio Policarpo é uma excelente oportunidade para que o Brasil discuta com transparência, como está acontecendo na Inglaterra, quais são mesmo estes limites, para o bem da sociedade e do interesse público.</div>
<div>
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-40057144125162641182012-11-22T16:27:00.002-02:002012-11-22T16:27:43.180-02:00Num pais onde até o painel do Senado é violado, onde a corrupção atinge as esferas dos três poderes, por que confiar numa urna onde seu voto não e materializado<b><span style="font-size: x-large;">O Brizola tinha razão. </span></b><br />Uma das últimas batalhas da vida de Leonel Brizola foi sua desconfiança com a lisura das urnas eletrônicas do Brasil. <br /><br />Brizola que já fora vitima de uma fraude eleitoral, onde se uniram os últimos remanescentes do governo militar Brasileiro, juntamente com Roberto Marinho e as organizações Globo e a empresa Pró Consult. <br /><br />Naquela ocasião tentaram fraudar a escolha soberana do povo do Rio de Janeiro em 1982 quando Brizola ganhara pela primeira vez aquele governo de Estado. <br /><br />As urnas davam a vitória a Brizola e as forças golpistas davam a vitória ao Moreira Franco num sofisticado sistema de contabilização dos votos que estava adulterado para derrotar Brizola. <br /><br />Entretanto, esse golpe fora descoberto a tempo de se evitar tamanha fraude e Brizola foi declarado vencedor daquele pleito eleitoral respeitando a escolha soberana do povo do Estado do Rio de Janeiro. <br /><br />Porém, Brizola jamais confiou no sistema eleitoral brasileiro como as afamadas urnas eletrônicas. Para Brizola não há meio de se recontar os votos, ou seja, não há materialidade objetiva do voto; nosso voto hoje é abstrato não há mecanismo nenhum de sua materialização para uma conferência que visa à lisura indispensável a qualquer eleição. <br /><br />De fato é no mínimo incômodo que somente o Brasil tenha adotado essa modalidade de eleição, e nenhuma nação do mundo adotou esse sistema, nem mesmo países bem mais avançados tecnologicamente do que nós aprovaram as urnas eletrônicas. <br /><br />Por que será que um sistema que segundo nossas autoridades é o mais eficiente e seguro do mundo não tenha sido adotado por nenhum outro país? <br /><br />Em recente reportagem assinada pelo jornalista Claudio Dantas Sequeira da revista Istoé esse sistema é questionado. <br /><br />Descobriu-se que um grupo de especialistas em informática apontou graves falhas na proteção do Software utilizado nas urnas eletrônicas. <br /><br />A ação destes “hackers” fez parte de um teste público realizado no TSE. Essa equipe de especialistas conseguiu violar as urnas eletrônicas, onde apontou as falhas de segurança do programa desenvolvido. <br /><br />Ou seja, a vontade soberana do povo nas eleições podem não serem os resultados que as urnas eletrônicas apresentam. <br /><br />Outros especialistas como o renomado engenheiro Almicar Brunazo Filho, especialista em segurança de dados, criador e moderador do Fórum voto eletrônico, é categórico em apontar que as urnas eletrônicas não são seguras, e que passiveis de manipulação e fraude. <br /><br />Segundo esses especialistas as fraudes começam bem antes do dia das eleições, pois começam com pesquisas eleitorais que vão difundindo em meio à população os resultados eleitorais que através de manipulação dos sistemas são confirmados nas votações eletrônicas. <br /><br />Essa e apenas uma das modalidades de fraude eleitoral. <br /><br />De fato, Brizola tinha razão. Num pais onde até o painel do Senado é violado, onde a corrupção atinge as esferas dos três poderes, por que confiar numa urna onde seu voto não e materializado. <br /><br />E só o Brasil adota esse sistema. <br /><br /><br /><b>Henrique Matthiesen </b>Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-18205403499361123282012-11-21T19:33:00.001-02:002012-11-21T19:35:48.447-02:00Dilma mandou uma 'batatada' ao falar sobre 'excessos da mídia' no Brasil<span style="font-size: x-large;"><b>Dilma constrange a União Europeia com declaração sobre ‘excessos’ da mídia no Brasil</b></span><br />
<br />
Do <a href="http://correiodobrasil.com.br/dilma-constrange-a-uniao-europeia-com-declaracao-sobre-excessos-da-midia-no-brasil/548560/#.UK1HO-TAcZm" target="_blank">Correio do Brasil</a> - 21/11/2012 18:30, Por Gilberto de Souza - do Rio de Janeiro<br />
<br />
<a href="http://correiodobrasil.com.br/wp-content/uploads/2012/11/dilma-cadiz.jpg"><img src="http://correiodobrasil.com.br/wp-content/uploads/2012/11/dilma-cadiz-300x224.jpg" /></a><br />
<br />
Dilma mandou uma 'batatada' ao falar sobre 'excessos da mídia' no Brasil<br />
<br />
A presidenta DilmaRousseff precisou viajar até a Espanha, um dos pilares da União Europeia, para mandar de lá uma daquelas ‘batatadas’ das quais o Brasil poderia, perfeitamente, prescindir. A questão do bullyng midiático do qual a mandatária brasileira é vítima, diga-se, já foi assunto aqui noCorreio do Brasil desde quando ela assumiu que “a imprensa brasileira comete excessos com frequência”, mas que prefere o mau caratismo generalizado “ao silêncio da ditadura”. Ocorre, porém, que os espanhóis não admitem nem uma coisa, traduzida nos tais ‘excessos’ de um grupelho rico e golpista que domina a mídia nacional, nem a outra, a ditadura promovida por essa turma nos idos de 1964, época na qual a outrora e saudosa guerrilheira foi capturada pelos mesmos algozes.<br />
<br />
Os britânicos também não admitem uma coisa dessas, tanto que colocaram abaixo o império secular de um dos tubarões da mídia internacional. Diferentemente daqui, onde o sujeito que dirige uma revistinha fascista mantinha ligações perigosíssimas com o chefe de uma quadrilha e sequer é convidado a depor no Parlamento, os parlamentares ingleses colocaram um na cadeia e fecharam o jornal do manda-chuva. Os franceses, menos ainda. Os alemães, nem pensar. Lá, onde Dilma pensou estar abafando ao afagar os cães que a acuam no corner do noticiário, o Parlamento Europeu editou, há quatro anos, uma resolução muito parecida com a Lei dos Meios, recentemente sancionada aqui, na vizinha Argentina. Nossos hermanos, nesse ponto, estão anos-luz distantes do acinte em curso no Brasil.<br />
<br />
Dilma, certamente, fez ouvidos moucos aos bem pagos conselhos de sua assessoria que, se faz valer tudo o que ganha, deve tê-la alertado que todos os países da Europa são signatários da Resolução do Parlamento Europeu, de 25 de Setembro de 2008, sobre a concentração e o pluralismo nos meios de comunicação social na União Europeia. Trata-se do documento que rege o relacionamento entre os Estados daquele continente e a liberdade de imprensa e das empresas, de forma a preservar a diversidade e evitar a concentração de poder nas mãos de alguns apaniguados, a exemplo do que se vê aqui, neste lado do Atlântico.<br />
<br />
Como questionou o insuspeito jornalista Paulo Nogueira a partir de Londres, de onde escreve o seu Diário do Centro do Mundo, “a declaração de Dilma é um esforço diplomático, é certo, mas ela é essencialmente infeliz. Se ela reconhece ‘os excessos da mídia’, o que ela pensa fazer para enfrentar o problema, em nome do interesse público? Ou será que ela pretende apenas constatar o caso?”. Mais do que apenas constatar, sequer se informou sobre as soluções encontradas para questões semelhantes, no local onde estava para uma entrevista ao ultra-conservador diário espanholEl País. Quem agendou essa armadilha deve ter sido a mesma assessoria que lhe garantiu a capa da revista semanal de ultradireita Veja, não faz muito tempo. As digitais parecem ser as mesmas.<br />
<br />
Ainda segundo Nogueira, diante dos tais excessos praticados pela mídia golpista nacional, “admiti-los e não fazer nada tem um nome: omissão. Ou, numa visão um pouco mais severa, covardia”. Mas aí é preciso fazer uma ressalva. A falta de coragem para enfrentar o rolo compressor das co-irmãs, seja na hora do jantar ou numa banca perto de você, não seria apenas da presidenta, mas do Congresso também, hipnotizado cada vez que uma câmera é ligada ou lhe estouram um flash pelas fuças. Tal qual o Planalto, este poder da República abstrai da vontade política de enfrentar o arrivismo que assombra o país, sempre às vésperas das eleições ou quando apertam os calos dos dono do poder econômico na comunicação social brasileira.<br />
<br />
Em sua resolução, a União Europeia confirmou o “seu empenho na defesa e na promoção do pluralismo dos meios de comunicação, enquanto pilar essencial do direito à informação e da liberdade de expressão, consagrados no artigo 11º da Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia e que constituem princípios fundamentais para a preservação da democracia, do pluralismo cívico e da diversidade cultural”. E, para garantir esta diretiva, instou a Comissão e os Estados-Membros a “salvaguardarem o pluralismo dos meios de comunicação, a assegurarem o acesso de todos os cidadãos da UE a meios de comunicação social livres e diversificados e a recomendarem melhorias, quando necessário”.<br />
<br />
Se apenas estes dois artigos estivessem em vigor, aqui no Brasil, escândalos como a Proconsult da Rede Globo, no passado, e sua recente versão nas eleições para a prefeitura paulista, com a divulgação de resultados suspeitos de pesquisas de opinião do instituto de propriedade do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, sequer teriam como existir. Sem falar na baixaria transcrita nas capas dos jornalões ou nos horários nobres das tevês acumpliciadas, durante as últimas eleições presidenciais.<br />
<br />
Na Europa, de onde partiu a declaração mal informada da presidenta, o Parlamento Europeu observou que “a evolução do sistema mediático é cada vez mais orientada para o lucro” e, consequentemente, “os processos societários, políticos ou econômicos, assim como os valores consagrados nos códigos de conduta dos jornalistas não estão convenientemente salvaguardados”. Diante deste fato, os europeus consideraram, assim, que “o direito da concorrência deve estar interligado com o direito da comunicação social, a fim de garantir o acesso, a concorrência e a qualidade e de evitar conflitos de interesses entre a concentração da propriedade (…) e o poder político, que são prejudiciais para a livre concorrência, a equidade ao nível da atividade e o pluralismo”.<br />
<br />
A turma de olhos azuis até parece conhecer bem demais a realidade brasileira, e trataram de evitá-la.<br />
<br />
Gilberto de Souza é editor-chefe do Correio do Brasil.Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-90876013227892518392012-11-20T19:19:00.002-02:002012-11-20T19:20:16.072-02:00Segregação americana: Elizabeth, Hazel e a reconciliação impossível.<div>
<a href="http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-62/anais-da-fotografia/odio-revisitado?utm_source=revistapiaui&utm_campaign=share&utm_medium=twitter&utm_content=http%3A%2F%2Frevistapiaui.estadao.com.br%2Fedicao-62%2Fanais-da-fotografia%2Fodio-revisitado" target="_blank">Da Revista Piauí</a></div>
<div>
<br /></div>
<img height="341" src="http://revistapiaui.estadao.com.br/assets/media/images/artigos/1468/AH1321881195x7228.jpg" width="400" /> <br />
<br />
<span style="font-size: x-large;"><b>Ódio revisitado </b></span><br />
O flagrante orbitou pelo mundo. E o rosto de uma adolescente de 15 anos tornou-se a imagem oficial da intolerância racial na América <br />
<br />
por Dorrit Harazim <br />
<br />
Nada mais fugidio e elusivo do que o “momento decisivo” perseguido e fotografado por Henri Cartier-Bresson ao longo da vida – aquele que define a essência de uma situação. Não raro, esse instante se apresenta sem avisar. Com frequência, sequer é percebido por quem o captou. <br />
<br />
Cinquenta e quatro anos atrás, um jovem fotógrafo do Arkansas Democrat conseguiu encapsular um desses momentos com sua primeira Nikon S2, máquina da era pré-digital. Carregou a máquina com um filme Kodak Plus X, ótimo para manhãs ensolaradas de final de verão, e foi cobrir o primeiro dia de aula de um grupo de estudantes negros na maior e melhor escola média de Little Rock. Esse pedaço de história ficou gravado no negativo de número 15. <br />
<br />
Eram apenas nove os jovens negros selecionados pela direção do principal colégio da cidade, o Central High School, para cumprir a ordem judicial de integração racial no país. Segundo David Margolick, autor do recém-publicado Elizabeth and Hazel: Two Women of Little Rock (ainda inédito no Brasil), a peneira foi cautelosa. A busca se concentrou em colegiais que moravam perto da escola, tinham rendimento acadêmico ótimo, eram fortes o bastante para sobreviver à provação, dóceis o bastante para não chamar a atenção e estoicos o suficiente para não revidar a agressões. Como conjunto, também deveria ser esquálido, para minimizar a objeção dos 2 mil estudantes brancos que os afrontariam. <br />
<br />
Assim nasceu o grupo que entraria na história dos direitos civis americanos como “Os Nove de Little Rock”. Eram todos adolescentes bem-comportados, com sólidos laços familiares, filhos de funcionários públicos e integrantes da ainda incipiente classe média negra sulista. Entre eles, a reservada Elizabeth Eckford, de 15 anos. <br />
<br />
Os pais dos nove pioneiros foram instruídos a não acompanharem os filhos naquele 4 de setembro de 1957, pois as autoridades temiam que a presença de negros adultos inflamasse ainda mais os ânimos. Por isso, os escolhidos agruparam-se na casa de uma ativista dos direitos civis e de lá seguiram juntos para o grande teste de suas vidas. Menos Elizabeth, que não recebera o aviso para se encontrar com os demais e partiu sozinha rumo a seu destino. <br />
<br />
De longe ela avistou a massa de alunos brancos passando desimpedidos pelo cordão de isolamento montado pela Guarda Nacional do Arkansas. Ao tentar fazer o mesmo, foi barrada por três soldados que ergueram seus rifles. Elizabeth recuou, procurou passar pela barreira de soldados em outro lugar da caminhada e a cena se repetiu. Alguém, de longe, gritou “Não a deixem entrar” e uma pequena multidão começou a se formar às suas costas. Foi quando Elizabeth se lembra de ter começado a tremer. Com a majestosa fachada da escola à sua frente, ela ainda fez uma terceira tentativa de atravessar o bloqueio em outro ponto do cordão de isolamento. <br />
<br />
Como pano de fundo, começou a ouvir invectivas de “Vamos linchá-la!”, “Dá o fora, macaca”, “Volta pro teu lugar”, frases proferidas por vozes adultas e jovens. Atordoada, dirigiu-se a uma senhorinha branca – a mãe lhe ensinara que em caso de apuro era melhor procurar ajuda entre idosos. A senhorinha, porém, lhe cuspiu no rosto. <br />
<br />
Como não conseguisse chegar à escola, a adolescente então tomou duas decisões: não correr (temeu cair se o fizesse) e andar um quarteirão até o ponto de ônibus mais próximo. Um aglomerado de cidadãos brancos passou a seguir cada passo seu. Imediatamente às suas costas vinha um trio de adolescentes, alunas do colégio. Entre elas, Hazel Bryan. <br />
<br />
“Vai pra casa, negona! Volta para a Á”– clic– “frica!” Segundo o autor do livro centrado no episódio, foi este o instante em que a câmera de Will Counts captou a imagem que se tornaria histórica. <br />
<br />
Hazel, de quinze anos e meio, não carregava qualquer livro escolar. Apenas uma bolsa e um inexplicável jornal. Ela não planejara nada para aquela manhã. Vestira-se com o esmero que era sua marca – roupas e maquiagem ousadas para uma adolescente daquela época – e arvorou-se de audácia ao ver tantos fotógrafos e soldados da Guarda Nacional. Nada além disso. O resto pode ser debitado à formação que recebera em casa – família de origem rural, ideário fundamentalista cristão, atitude racial aprendida com o pai. <br />
<br />
A foto que correu mundo e fez a alegria da União Soviética naquele auge da Guerra Fria é tudo, menos estática. Ela fala, grita, tem vida e movimento. Mostra Elizabeth num vestido de algodão feito em casa, estalando de branco, com um fichário e um livro apertados contra o peito e medo escondido por óculos escuros. Em meio à massa de brancos que a seguem, Hazel. Olhos e sobrancelhas franzidos, a boca aberta contorcida pelo ódio e pela raiva. <br />
<br />
Foi assim que Elizabeth e Hazel se “encontraram” sem se conhecerem. E é o que as manteve ligadas, ora contra, ora por vontade própria, por mais de cinquenta anos. <br />
<br />
Assim como Hazel se converteu na imagem oficial da intolerância, a caminhada solitária de Elizabeth virou bandeira para toda uma geração de atletas, advogados, professores negros decididos a não recuar. Décadas depois do episódio, Bill Clinton, que governou o mesmo Arkansas nos anos 80, admitiu o quanto a foto fez com que ele acertasse seu compasso moral. <br />
<br />
Em seu livro sobre essas duas vidas, o jornalista David Margolick responde a todas as perguntas que a foto deixa suspensas, e vai além. Editor da revista Vanity Fair, ele já havia escrito Strange Fruit – The Biography of a Song, a canção que Billie Holiday imortalizou em 1939 e que já expunha o racismo e denunciava os linchamentos de negros. <br />
<br />
O episódio daquela manhã de 1957 levou Little Rock à combustão e convenceu o presidente Dwight Eisenhower a enviar tropas da 101ª Divisão Aerotransportada para assegurar a integração escolar decidida três anos antes pela Suprema Corte. Ironicamente, Hazel e Elizabeth jamais chegaram a se cruzar nos corredores da Central High School, pois os pais da menina branca, assustados com a repercussão da foto, preferiram trocá-la de escola. Mas “Os Nove de Little Rock”, uma vez admitidos, viveram anos de pavor. Semana após semana, foram alvo de agressões – desde cusparadas a cacos de vidro no chão do chuveiro na hora do banho. Elizabeth, primeira a ser empurrada escadaria abaixo, só teve o rosto preservado por ter usado como escudo o mesmo arquivo que segura na foto. <br />
<br />
Dali em diante, em plena era Kennedy dos anos 60, Hazel, a garota branca, seguiu seu destino. Abandonou o colégio, casou-se aos 17 anos, teve três filhos, morou em trailers, partiu de Little Rock e fez paradas temporárias em atividades tão distintas como apresentações de dança do ventre e trabalho voluntário junto a crianças carentes negras. De volta a Little Rock, despencou para perto da linha da pobreza e era vista como um fantasma a rondar o passado de violência da cidade. Decidiu então ir ao encontro de seu indesejado papel na história americana e embarcou em ações sociais e ativismo comunitário. <br />
<br />
Elizabeth, enquanto isso, passou cinco anos servindo no Exército, mas conseguiu formar-se em história pela Universidade do Estado de Ohio. Mãe solteira de dois filhos e recorrendo ao auxílio-desemprego nos anos 80, beirou a depressão. Um de seus filhos, também depressivo, acabou sendo morto por um policial ao sair dando tiros pela rua. <br />
<br />
Somente em 1997 as duas mulheres, então com 55 anos de idade, se encontraram de verdade. A ocasião foi um evento, com novo espocar de flashes e publicidade: o 40º aniversário da fatídica manhã de 4 de setembro de 1957. Várias décadas antes, Hazel conseguira localizar Elizabeth pela lista telefônica, tomou coragem e discou o número para pedir desculpas. Elas foram aceitas sem, contudo, entreabrir qualquer contato pessoal. <br />
<br />
Foi por ocasião do evento comemorativo de 1997 que as duas mulheres estabeleceram um tênue laço. Participaram de um seminário sobre questões raciais, deram palestras, foram entrevistadas por Oprah Winfrey. Chegaram a cogitar escrever um livro a quatro mãos. E posaram também, desta vez lado a lado, para nova foto feita pelo mesmo Will Counts. Nela, as duas aparecem sorrindo em frente ao portal da Central High School, e a imagem acabou sendo transformada num pôster intitulado “Reconciliação”. E quando a sessão de fotos se encerrou, com ambas já fora de enquadramento, as duas mulheres iniciaram uma tentativa de amizade. <br />
<br />
À medida que Elizabeth foi ganhando em autoestima, porém, ela voltou a tomar distância de Hazel. A bordo do cargo de oficial de justiça e agraciada com uma Medalha de Ouro do Congresso, ela foi se tornando mais exigente, mais crítica, menos disposta a oferecer perdão em nome de um final feliz. Desconfianças antigas reemergiram e quando o episódio completou meio século, em 2007, a relação tinha azedado de vez. Naquele ano, Elizabeth acusou Hazel de se esconder atrás de uma confortável amnésia sobre o incidente – ela havia descoberto que a adolescente branca mantivera contato o tempo todo com os alunos da escola que infernizaram a vida dos nove negros, e que Hazel fazia parte de um grupo organizado que os atacava fisicamente. <br />
<br />
Hazel, por seu lado, mantém até hoje que naquela manhã de 54 anos atrás ela não pestanejou nem se sentiu mal. Para o autor de Two Women [Duas Mulheres], em momento algum ela achou ter feito algo errado. Ou inusitado. Ou que marcaria a sua vida para sempre. Ela estava apenas traduzindo o que ouvira em casa durante quinze anos. <br />
<br />
Ambas chegam à terceira idade cansadas de dar palestras e entrevistas que apenas reavivaram ressentimentos e frustração – Hazel diz que não aguenta mais pedir desculpas; Elizabeth sustenta que sua nêmesis, no fundo, sequer sabe do que está se desculpando. “Elizabeth só então se deu conta do quanto de amargura carregava no peito, e o quanto de raiva e ódio a haviam paralisado”, escreveu Margolick. E conclui: “Ela sempre teve melhor formação e foi mais intelectualizada do que Hazel, mas Hazel acabou mais bem ajustada no seu entorno social.” <br />
<br />
Segundo o autor, novas barreiras substituíram as antigas e o embrião de amizade acabou sendo solapado pelas mesmas fissuras e incompreensões que continuam a permear as relações raciais nos Estados Unidos. Margolick vai além do simples acompanhamento das duas mulheres idade adentro. Ele amplia a narrativa, torna-a mais complexa. As vidas entrelaçadas de Elizabeth e Hazel servem de metáfora para o país, sem soluções fáceis para um impasse moral dessa grandeza. <br />
<br />
Elizabeth não se dispôs a entrar na Central High School em 1957 para fazer amizades. Ela sentou nos bancos da escola segregada para quebrar as barreiras legais e institucionais que negavam aos negros americanos oportunidades iguais. Hoje, as barreiras legais não mais existem. Mas a cor da pele ainda marca bairros, igrejas, prisões e também escolas nos Estados Unidos. Em 2007, meio século depois que Elizabeth e Hazel protagonizaram o “momento decisivo” captado em foto, 40% das crianças negras americanas ainda frequentavam escolas quase totalmente segregadas.<br />
<div>
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-83676345284451587132012-11-13T12:20:00.002-02:002012-11-13T12:24:57.959-02:00Janio de Freitas: Contra Dirceu, só palavras. Comportamento de JB deprecia o STJ.<span style="font-size: x-large;"><b>JANIO: NÃO HÁ PROVAS CONTRA DIRCEU</b></span><br />
<div>
<br /></div>
<div>
<img height="141" src="http://www.brasil247.com/images/cache/1000x357/crop/images%7Ccms-image-000292858.jpg" width="400" /><br />
<br />
Colunista da Folha afirma que as imputações de Joaquim Barbosa contra o ex-ministro são compostas "só de palavras" e afirma que o comportamento do futuro presidente da corte deprecia o Supremo Tribunal Federal<br />
<br />
<a href="http://www.brasil247.com/+gulxd" target="_blank">Brasil247 </a>- 13 DE NOVEMBRO DE 2012 ÀS 07:10<br />
<br />
247 - Num duro artigo, o colunista Janio de Freitas, da Folha de S. Paulo, afirma que José Dirceu, sentenciado a dez anos e dez meses de prisão, foi condenado sem provas pelo STF. Ainda mais agora que o uso da teoria do domínio do fato foi desautorizado pelo próprio criador, o jurista Claus Roxin. Leia:<br />
<br />
<b>A voz das provas</b><br />
Relator Joaquim Barbosa se expandiu em imputações compostas só de palavras; tem sido um comportamento reiterado<br />
<br />
Foi uma das coincidências de tipo raro, por sua oportunidade milimétrica e preciosa. Várias peculiaridades do julgamento no STF, ontem, foram antecedidos pela manchete ao pé da página A6 da Folha de domingo, título de uma entrevista com o eminente jurista alemão Claus Roxin: "Participação no comando de esquema tem de ser provada".<br />
<br />
O subtítulo realçava tratar-se de "um dos responsáveis por teoria citada no julgamento do STF", o "domínio do fato". A expressão refere-se ao conhecimento de uma ocorrência, em princípio criminosa, por alguém com posição de realce nas circunstâncias do ocorrido. É um fator fundamental na condenação de José Dirceu, por ocupar o Gabinete Civil na época do esquema Valério/PT.<br />
<br />
As jornalistas Cristina Grillo e Denise Menchen perguntaram ao jurista alemão se "o dever de conhecer os atos de um subordinado não implica corresponsabilidade". Claus Roxin: "A posição hierárquica não fundamenta, sob nenhuma circunstância, o domínio do fato. O mero ter que saber não basta". E citou, como exemplo, a condenação do ex-presidente peruano Alberto Fujimori, na qual a teoria do "domínio do fato" foi aplicada com a exigência de provas (existentes) do seu comprometimento nos crimes. A teoria de Roxin foi adotada, entre outros, pelo Tribunal Penal Internacional.<br />
<br />
Tanto na exposição em que pediu a condenação de José Dirceu como agora no caótico arranjo de fixação das penas, o relator Joaquim Barbosa se expandiu em imputações compostas só de palavras, sem provas. E, em muitos casos, sem sequer a possibilidade de se serem encontradas. Tem sido o comportamento reiterado em relação à quase totalidade dos réus.<br />
<br />
Em um dos muitos exemplos que fundamentaram a definição de pena, foi José Dirceu quem "negociou com os bancos os empréstimos". Se assim foi, é preciso reconsiderar a peça de acusação e dispensar Marcos Valério de boa parte dos 40 anos a que está condenado. A alternativa é impossível: seria apresentar alguma comprovação de que os empréstimos bancários tiveram outro negociador -o que não existiu segundo a própria denúncia.<br />
<br />
Outro exemplo: a repetida acusação de que José Dirceu pôs "em risco o regime democrático". O regime não sofreu risco algum, em tempo algum desde que o então presidente José Sarney conseguiu neutralizar os saudosos infiltrados no Ministério da Defesa, no Gabinete Militar e no SNI do seu governo. A atribuição de tanto poder a José Dirceu seria até risível, pelo descontrole da deformação, não servisse para encaminhar os votos dos seguidores de Joaquim Barbosa.<br />
<br />
Mais um exemplo, só como atestado do método geral. Sobre Simone Vasconcelos foi onerada com a acusação de que "atuou intensamente", fórmula, aliás, repetida de réu em réu. Era uma funcionária da agência de Marcos Valério, por ele mandada levar pacotes com dinheiro a vários dos também processados. Não há prova de que soubesse o motivo real das entregas, mesmo admitindo desde a CPI, com seus depoimentos de sinceridade incomum no caso, suspeitar de motivo imoral. Passou de portadora eventual a membro de quadrilha e condenada nessa condição.<br />
<br />
Ignoro se alguém imaginou absolvições de acusados de mensalão. Não faltam otimistas, nem mal informados. Mas até entre os mais entusiastas de condenações crescem o reconhecimento crítico do descritério dominante, na decisão das condenações, e o mal-estar com o destempero do relator Joaquim Barbosa. Nada disso "tonifica" o Supremo, como disse ontem seu presidente Ayres Britto. Decepciona e deprecia-o -o que é péssimo para dentro e para fora do país.</div>
<div>
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-73052169989430112232012-11-11T15:07:00.001-02:002012-11-11T15:07:09.252-02:00"Numa democracia, todos são inocentes – até que se prove contrário." Paulo Moreira Leite explica.<br />
<span style="font-size: x-large;"><a href="http://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/2012/11/11/todo-mundo-e-salafrario/">Todo mundo é salafrário?</a></span><br /><div>
05:53, 11/11/2012 PAULO MOREIRA LEITE <a href="http://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/category/justica/">JUSTIÇA</a>, <a href="http://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/category/eleicoes/">ELEIÇÕES</a> TAGS: <a href="http://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/tag/mensalao/">MENSALÃO</a>, <a href="http://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/tag/stf/">STF</a><br /><br />Editorial do Estadão, na sexta-feira, fez observações duras sobre o comportamento de Joaquim Barbosa, o ministro relator do julgamento do mensalão.<br /><br />Observou que “desde as primeiras manifestações de inconformismo com o parecer do revisor Ricardo Lewandovski” a atuação de Joaquim Barbosa “destoa do que se espera de um membro da mais alta Corte de Justiça do país.”<br /><br />O jornal, o mais influente nos meios jurídicos, explica que, em vez de “serenidade” o ministro “como que se esmera em levar um espetáculo de nervos `a flor da pele, intolerância e desqualificação dos colegas.”<br /><br />Lembrando que Joaquim Barbosa exibiu um sorriso debochado diante de um colega que declarava discordâncias –parciais — em relação a um de seus votos, o jornal lamenta o “desdém estampado na face do relator” e registra a queixa de Marco Aurélio Melo: “não admito que Vossa Excelência suponha que todos aqui sejam salafrários e só Vossa Excelência seja uma vestal.”<br /><br />Acho que em algumas situações o STF tem agido como se fosse possível supor “que todos aqui sejam salafrários”.<br /><br />Exigir passaportes de quem ainda não foi condenado definitivamente – o julgamento não acabou, gente! – é uma decisão desnecessária. O mesmo vale para a decisão de incluir os réus na lista de procurados.<br /><br />São medidas com amparo legal.<br /><br />Mas a questão não é essa.<br /><br />Estamos tratando de pessoas que jamais se recusaram se a atender a um chamado da Justiça.<br /><br />Se hoje os brasileiros podem defender seus direitos no Supremo – e não submeter-se a coronéis e generais da Justiça Militar – é porque se travou uma luta por isso. No banco dos réus, hoje, encontramos vários lutadores que participaram da democratização do país.<br /><br />Quando se recusaram a obedecer a lei, não eram elas que estavam erradas mas a Justiça, inclusive o Supremo da época, que, vergonhosamente, se curvou à ditadura, omitiu-se diante da tortura e da perseguição política, deixando a Justiça Militar tratar de crimes considerados políticos.<br /><br />Quem considera que o STF é exemplo para o país, poderia se perguntar: depois de torcer abertamente para que o julgamento influenciasse as eleições para prefeito, agora se quer que os réus sejam hostilizados quando saem à rua?<br /><br />Queremos humilhação? Vamos ampliar aquele teatro, estimulado artificialmente pelos adversários, como se sabe, de agressividade e ofensas?<br /><br />Eu acho indecoroso lhes dar o tratamento de criminosos comuns, de bandidos.<br /><br />Sabe por que? Porque eles não são. Têm projeto para o país, defendem ideias, já lutaram de forma corajosa por elas. Pode-se falar o que se quiser dessa turma. Mas não há prova de enriquecimento suspeito de Dirceu nem de Genoíno. Nem de Delúbio Soares, nem de João Paulo Cunha. Nem de Henrique Pizzolato, condenado como maior responsável pelo desvio de recursos do Visanet.<br /><br />E é porque têm ideias e projetos que essas pessoas foram levados a julgamentos no STF e não para um juiz de primeira instância.<br /><br />E é só porque este projeto tem apoio da maioria da população que este julgamento tem importância, não sai dos telejornais nem das manchetes. A causa é política. Pretende-se deixar o Supremo julgar estas pessoas, quando este é um direito da população.<br /><br />E é um julgamento político, vamos combinar.<br /><br />Pretende-se usá-lo como exemplo.<br /><br />E é pelo receio de que o exemplo se repita, e condenações sem provas, sem demonstrações inquestionáveis de culpa dos réus, que mesmo quem apoia as decisões do STF começa a ficar preocupado. Por que?<br /><br />Porque é injusto. E teme-se que a injustiça desta decisão contamine as próximas decisões.<br /><br />Imagine se o mensalão mineiro obedecer ao mesmo ritual, da lei do “sei que só podia ser dessa forma”, do “não é plausível” e assim por diante. Vamos ter de voltar a 2000, quando, seguindo a CPI dos Correios, o dinheirinho do PSDB começou a sair do Visanet.<br /><br />Vamos ter de chegar lá e apontar quem era o responsável por liberar a grana que, conforme escreve Lucas Figueiredo, no livro O Operador, chegou a 47 milhões de reais apenas no mandato de Aécio Neves no governo de Minas Gerais.<br /><br />É assim que se vai fazer a campanha presidencial da grande esperança anti-Dilma em 2014? Parece que não, né, meus amigos.<br /><br />É certo que há uma visão política por trás disso. Essa visão é seletiva e ajudou a deixar o mensalão PSDB-MG num tribunal de primeira instância, medida que favorece os réus.<br /><br />Essa visão é acima de tudo distorcida e tem levado a criminalização da atividade política. Confunde aliança política com “compra de votos” e “pagamento de propina.” E estamos condenando sem serenidade, no grito, como se todos fossem “salafrários.”<br /><br />As provas são fracas. O domínio do fato é um argumento de quem não tem prova individual. Você pode até achar uma jurisprudência válida. Você pode até achar que “não é possível” que Dirceu não soubesse, nem Genoíno.<br /><br />Mas a Folha de hoje publica uma entrevista com um dos autores da teoria do domínio do fato. Basta ler para concluir que, falando em tese, ele deixa claro que é preciso mais do que se mostrou no julgamento.<br /><br />Mas não vamos esquecer que o domínio do fato referia-se a uma hierarquia de tipo militar, onde funciona a lei de obediência devida, onde o soldado que desobedece a cadeia de comando pode ir a julgamento.<br /><br />É disso que estamos falando? De um bando de manés que o Dirceu dominava, todo poderoso?<br /><br />Que Genoíno comandava porque acabara de virar presidente do PT e tinha de assinar documentos em nome do partido? De generais e soldados?<br /><br />Alguém ali era menor de idade, não fora vacinado? Alguém não sabia ler ou escrever? Não tinha vontade própria?<br /><br />Outro ponto é que faltam testemunhas para sustentar a tese da acusação. O mensalão que “todo mundo sabe que existia” continua mais invisível do que se pensa.<br /><br />Roberto Jefferson é volúvel como prima donna de ópera.<br /><br />Faltam até heróis neste caso.<br /><br />Sabe aquela publicitária tratada como heroína por determinados órgãos de imprensa, porque denunciou os desvios no Visanet? Pois é. Embora tenha sido mencionada no tribunal por Roberto Gurgel e também por Joaquim Barbosa, a Polícia Federal encontrou 25 000 reais em sua conta, depositados por uma agência subcontratada pela DNA que é de…Marcos Valério. Teve um outro, o câmara que filmou a denuncia dos correios. O cara trabalhava para o bicheiro Cachoeira.<br /><br />Coisinhas mequetrefes, né…<br /><br />A acusação de que o mensalão “está na cara” é complicada quando se lê uma resolução do Tribunal de Contas da União que sustenta o contrário e diz que as despesas fecham. Por esta resolução, não houve desvio.<br /><br />Você precisa achar que “todo mundo é salafrário” para acreditar em outra coisa. O texto está ali, fundamenta o que diz e assim por diante. E lembra que testemunhas que dizem o contrário de são inimigas notórias de quem acusam.<br /><br />Falamos em “desvio de dinheiro público”mas não temos uma conta básica. Assim: quanto saiu dos cofres públicos, quando foi entregue para quem deveria receber — agencias de publicidade, meios de comunicação que veiculam anuncios — e quanto se diz que foi desviado. Há estimativas que, às vezes, apenas são o nome elegante de “chute.”<br /><br />O fato é que não sabemos, de verdade, qual o tamanho disso que se chama de “mensalão.”<br /><br />É curioso que, mesmo com estimativas, o Supremo fale em pedir aos réus que devolvam o dinheiro desviado. Mas como, se não se sabe, exatamente, o quanto foi. Devolver estimativa?<br /><br />Então, conforme o TCU, não houve desvio. Você pode até contestar essa visão mas não é uma questão de opinião, somente. Precisamos mostrar os dados, os números, as datas. Não posso entrar no banco e dizer que o dinheiro sumiu de minha conta sem mostrar os saldos e extratos, concorda? E o banco tem de mostrar para onde foi o dinheiro que eu disse que estava lá, certo?<br /><br />Nós sabemos que os ministros do TCU são indicados por razões políticas e muitos deles são ex-deputados, ex-ministros. Até posso achar que é “todo mundo salafrário” mas não se pode tomar uma decisão com base nessa opinião sem tomar uma providência – como denunciar os supostos salafrários na Justiça, concorda? Vamos cassar os ministros que sustentam a lisura dos contratos?<br /><br />Sei que você pode discordar do que estou dizendo. Tudo bem. É seu direito. Concorda? Também.<br /><br />Eu só acho que desde Voltaire, um dos pioneiros do iluminismo, posso não concordar com nada do que dizeis mas defenderei até a morte o direito de fazê-lo.<br /><br />O nome disso é democracia.<br /><br />E é em nome disso que não entendo por que o relator Joaquim Barbosa declarou-se ofendido com uma crítica de José Dirceu ao julgamento. Dirceu falou em populismo jurídico.<br /><br />Barbosa considerou isso uma “afronta.” É engraçado. Embora o populismo tenha virado xingamento depois de 1964, existem cientistas políticos renomados que dizem que é um sistema de ação político válido, que envolve, claro, o argentino Peron, o turco Kemal Ataturk e muitos outros.<br /><br />Mas essa é outra discussão. O que importa, aqui, é lembrar que juiz julga e fala pelos autos, mesmo quando o julgamento é televisionado.<br /><br />Não pode ficar ofendido. Ou melhor, pode. É humano.<br /><br />Mas não pode manifestar isso num julgamento. Não pode ter uma opinião pessoal. Não pode falar que gosta de um partido, ou que tem desprezo por outro. Tem de ser inteiramente impessoal, e por isso usa uma toga negra. Seu símbolo é uma balança, os olhos vendados.<br /><br />Um juiz pode até ficar indignado com os métodos que se faz política no Brasil desde os tempos de Pedro Alvares Cabral.<br /><br />Mas não pode enxergar corrupção por trás de toda aliança política que não entende nem consegue explicar. Não pode achar que todo pacto entre partidos é feito de roubo e de propina. Porque é esta visão que domina o julgamento. E ela é errada.<br /><br />Vou me candidatar ao troféu de frasista do domingo ao lembrar que se não houvesse divergência nem traição nunca haveria aliança em política.<br /><br />É só perguntar à velha guarda do PMDB o que ele achou da aliança do Tancredo Neves com o Sarney e do abandono das diretas-já.<br /><br />Aos tucanos, o que eles acharam do acordo com ACM para eleger Fernando Henrique Cardoso. Até dona Ruth se enfureceu.<br /><br />Aos petistas, o que acharam dos novos-amigos que apareceram em 2002, a começar por um empresário que ficou vice, o PTB do Jefferson, da Carta ao Povo Brasileiro e assim por diante…<br /><br />Se todo mundo pensasse igual não era preciso fazer aliança.<br /><br />Aliança se faz com adversários e aliados distantes. Se não fossem, entravam para o partido, certo?<br /><br />Alianças envolvem partidos diferentes e, as vezes, muito diferentes. Podem ser um desastre ou uma maravilha, mas são legítimas como instrumento de governo. Claro que, pensando como o PCO, o PSTU, a LER, o MNN, é possível achar que não dá para fazer aliança com quem é salafrário, categoria que na visão dessa turma inclui mais ou menos 200% dos políticos – aqueles que estão em atividade e todos os outros que ainda não entraram na profissão.<br /><br />Alianças se compra com dinheiro? Não. É suborno? Não.<br /><br />Mas inclui dinheiro porque a política, desde a invenção do capitalismo e da sociedade burguesa, é uma atividade que deixou de ser exclusiva da nobreza, chegou ao cidadão comum e se profissionalizou. O dinheiro pode sair do Estado, recursos que permitem um controle real e uma distribuição democrática. Ou pode vir dos interesses privados, que assim colonizam o Estado conforme seus interesses. Os adversários da turma que está no banco dos réus sempre se opuseram a uma reforma que permitisse esse controle maior. Dá para imaginar por que.<br /><br />Os “políticos-salafrários” só pensam numa coisa: ganhar a próxima eleição. A vida deles é assim. Contaram os votos, começam a pensar na campanha seguinte. É normal. Você pode achar muito oportunismo. Eu não. A democracia não para.<br /><br />Por isso as verbas de campanha são sua preocupação permanente<br /><br />Por isso, os mais velhos contam que o movimento democrático que derrubou a ditadura militar tinha uma caixinha clandestina que ajudou a vitória de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral. Era imoral? Não. Era ilegal? Devia ser.<br /><br />Os grandes financiadores da luta no colégio eleitoral foram grandes empreiteiras.<br /><br />Em 1964, quando até Juscelino foi humilhado por um IPM infamante, se dizia que o mundo se dividia entre subversivos e corruptos.<br /><br />Mas estávamos numa ditadura, quando se espera que seus adversários políticos sejam tratados como inimigos morais. Este recurso favorece decisões arbitrárias.<br /><br />Numa democracia, todos são inocentes – até que se prove contrário.</div>
<div>
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-52157005579352567732012-11-09T21:07:00.002-02:002012-11-09T21:07:37.808-02:00Lula Miranda pede: "MOSTRE AS ALGEMAS, ZÉ!"<b><span style="font-size: x-large;">MOSTRE AS ALGEMAS, ZÉ!</span></b><div>
<br /></div>
<div>
<img height="227" src="http://www.brasil247.com/images/cache/1000x357/crop_0_49_1280_506/images%7Ccms-image-000292598.jpg" width="640" /><br /><br />Condenado, sem passaporte e prestes a ser sentenciado a uma das mais duras penas da história judicial brasileira, José Dirceu não tem alternativa a não ser exibir, com orgulho, as algemas preparadas por Joaquim Barbosa, assim como fez quando foi preso pelo regime militar; leia o texto inédito do poeta Lula Miranda, exclusivo para o 247<br /><br />9 DE NOVEMBRO DE 2012 ÀS 19:03<br /><br />Por Lula Miranda -<a href="http://www.brasil247.com/+s8yuh" target="_blank"> Brasil247</a><br /><br />Foi o que teria dito a José Dirceu, em Setembro de 1969, um dos presos políticos naquele histórico momento de resistência à ditadura militar em que 15 prisioneiros do regime de exceção e arbítrio, que se instaurara no Brasil, foram libertados em troca do embaixador americano – na fotografia aparecem 13, apenas uma mulher.<br /><br />Exceção e arbítrio. Palavras malditas. Palavras-emblema de tempos sombrios.<br /><br />Segundo relato de Flavio Tavares, hoje jornalista e escritor, ele teria sussurrado aos companheiros na ocasião: “Vamos mostrar as algemas”. Fez isso num insight “de momento” ao notar que os presos que estavam ali perfilados, alguns agachados, como um time de futebol campeão, numa forçada pose para uma foto que viria a se tornar histórica, escondiam as algemas. E por que escondiam as algemas aqueles jovens? Talvez por vergonha. Talvez porque estivessem preocupados em como aquela imagem poderia machucar ainda mais seus familiares e parentes mais próximos. Ou talvez, simplesmente, porque já estavam por demais combalidos e abalados moral e emocionalmente para se preocuparem com aquele peculiar adereço do arbítrio. Não se sabe ao certo, tampouco importa. Mas, insistiu Tavares, naquele “insight” que, ao contrário,em vez de esconder, as exibisse.<br /><br /><b> Mostre as algemas, Zé!</b> Exorto-lhe nos dias que correm hoje. Dias de incipiente e vilipendiada democracia.<br /><br />Na foto, podem verificar, percebe-se nitidamente o Zé Dirceu exibindo, intrépido, as malditas algemas.<br /><br />Eu que não fui amigo daquele jovem idealista algemado de outrora, tampouco conheci o suposto homem “todo-poderoso” do governo; logo eu que o combati na disputa política, até com palavras duras, eu que nunca o vi mais magro, ouso lhe fazer a mesma súplica: Mostre as algemas, José Dirceu!<br /><br />Não tenha vergonha de nada; tenha orgulho. Você ainda será, por vias transversas, um preso político. Sim, orgulho! Em que pese a maledicência covarde daqueles que, assim como naqueles dias sombrios de 1969, hoje lhe apontam o dedo, xingam e condenam. São os mesmos – “imortais”, “eternos” porta-bandeiras da (falsa?) moral. Ora se são!<br /><br /><b>Mostre as algemas, Zé! </b><br /><br />Exiba a todos, daqui e para o resto do mundo! Mostre a todos o que se faz aqui no Brasil a homens como você, que prestaram valorosos serviços à pátria; que lutaram com destemor contra a ditadura; que ajudaram a eleger o Lula; que empenharam a sua vida e juventude no afã de mudar um pouco a feia face desse país tão injusto com seus filhos, ajudando a implantar políticas públicas que tiraram milhões da miséria e do desalento.<br /><br />Mostre a p* dessas algemas, cara! Para o bem e para o mal. Para o orgulho dos amigos e regozijo dos inimigos. <br /><br />Confesso que esperava que o julgamento do STF fosse “emblemático”, justo. Não “justo” pelo mesmo metro, critério ou “premissas” com que a imprensa insuflou e ensandeceu as galerias. Mas justo “de verdade”: que fossem condenados os culpados, aqueles que tivessem suas culpas efetivamente comprovadas. Sim, que fosse uma firme sinalização rumo ao fim da impunidade no Brasil. Mas não foi isso exatamente o que se viu. Não foi isso que testemunhamos. Houve erro e exagero. Do Supremo. Da mídia grande em geral. Uma caricatura. Entre erros e acertos, a injustiça foi soberana.<br /><br />Os ministros demonstraram-se, desgraçadamente, um tanto tíbios, vaidosos e suscetíveis à pressão e clamor da turba, de modo irresponsável manipulada e insuflada pela opinião publicada. <br /><br />Você foi condenado sem provas. Isso é fato, irretorquível. Foi condenado sem provas, repito. Foi condenado com base em suposições e suspeitas, com bases em capciosos “artifícios” jurídicos, tais como a hoje célebre “teoria do domínio do fato”. Uma excrescência, uma espécie de “licença poética” do golpismo – com o perdão dos poetas, por aqui aproximar as palavras “poética” e “golpismo”.<br /><br />Eu poderia “achar” que você era culpado. O meu vizinho poderia achar que você era culpado. O taxista poderia achar. Todo mundo poderia “achar” que Zé Dirceu era culpado. Mas um juiz, seja do Supremo ou de 1ª instância, não pode, em absoluto, “achar” que você ou qualquer outro é culpado. Isso é uma ignomínia – como você tem se cansado de dizer, reiteradas vezes, em suas manifestações. Não nos cansemos de, indignados, exclamar: uma excrescência, uma ignomínia!<br /><br /><b>Zé,mostre as algemas! Elas são o espúrio troféu que lhe ofertam os verdugos!</b><br /><br />Nunca pensei em sair do meu país, Zé, agora já penso com carinho e desconforto nessa possibilidade. Como posso viver num país em que minhas garantias fundamentais de cidadão não são respeitadas?! <br /><br />Que país é esse?! Que Justiça é essa?!<br /><br />Quebrou-se a pedra fundamental de toda nossa estruturação jurídica: a presunção da inocência. Em seu lugar colocaram a presunção da culpa. Parece piada, de mau gosto, decerto, mas não é. Como já disse antes, repito: não se é permitido fazer graça com a desgraça alheia. E sua vida foi desgraçada, Zé.<br /><br /><b>Mostre as algemas!</b><br /><br />Veja bem, se você – insisto, reitero – um homem que tantos serviços prestou ao país, um homem respeitado por intelectuais, políticos e autoridades do mundo todo foi enxovalhado dessa maneira, submetido à execração pública pela mídia. Desonrado, chamado de “quadrilheiro”, “mensaleiro”, “ladrão”, o que fariam com um “poeta marginal” como eu? Um homem qualquer, sem galardão algum, sem cânone, sem mérito. Parafraseando certa atriz de cenho angelical, “namoradinha” desse mesmo Brasil: tenho medo. <br /><br />Não sei que monstro o STF e a grande imprensa estão ajudando a criar. Mas uma coisa eu lhe asseguro: é assustador.<br /><br />Para aqueles que, sem questionar, acham justa a sua condenação e prisão eu pergunto; para os “inocentes úteis” que aceitam sem titubear esses consensos forjados e essas verdades absolutas que a grande mídia sopra, todos os dias, em nossas consciências nos telejornais e nas manchetes dos jornais estampadas nas bancas; faço-lhes a pergunta que não quer calar: <b>porque criminalizam e prendem somente os petistas e mais alguns “mequetrefes” da chamada “base aliada” do governo Lula? </b><br /><br />Por que essas práticas de sempre na política, hipocrisia à parte, agora “ilícitas” e “criminosas”, só são permitidas aos “de sempre”? Por que os sessenta e tantos investigados no chamado “mensalão mineiro” [não é tucano?!] não foram acusados/denunciados? E não serão jamais – pois para estes o crime é eleitoral; é caixa 2, já prescreveu [“Dois pesos, dois mensalões” – by Jânio de Fritas]. Já quando são petistas os agentes da ação... é corrupção; é “golpe”; são “práticas espúrias”, “criminosas” de um partido, digo de uma “quadrilha”, em “sua sanha de se perpetuar ad eternum no poder”. Não, essas palavras não vieram da tribuna do Senado ou da Câmara dos Deputados, não saíram da boca de algum político da oposição, mas – pasmem! – foram proferidas por ministros do Supremo. Por ministros do Supremo, repito! Juízes na Ação Penal nº 470. Vejam a que ponto chegamos!!!<br /><br /><b>Mostre as algemas, Zé! Mostre as algemas!</b><br /><br />Essas tais “práticas ilícitas” ou “criminosas” não deviam ser permitidas a ninguém - não é mesmo? A Justiça não deveria ser igual para todos?!<br /><br />Qual a resposta a esse singelo por quê?<br /><br /><b>Por que só os petistas são condenados, execrados e presos? </b><br /><br />A resposta também é simples: para que o poder permaneça nas mãos dos "de sempre", nas mãos dos eternos “donos do poder”. As chamadas “regras do jogo”, até as bastardas, servem apenas para a parte podre das nossas elites; quando é para os “do lado de cá” aí deixa de ser “regra do jogo”, passa a ser crime; “práticas espúrias”; “compra de voto”.<br /><br />Faço um singelo convite a todos: vamos pensar o país, no qual a gente vive, um pouco além da hipocrisia, do partidarismo, do "falso moralismo" e dos "manchetismos grandiloquentes" de uma imprensa que serve aos interesses de determinada classe social e ideologia. Mais temperança e equilíbrio aos juízes Supremos e nem tão supremos assim, o chamado “cidadão comum”. <br /><br />Não podemos nos dobrar a esse estado de coisas. Não podemos nos calar e assim sermos cúmplices e testemunhos silentes dos erros dos tribunais. Repito: o Supremo exagerou; a mídia exagerou. <br /><br />Quadrilha?! Onde? Compra de votos?! Penas de reclusão superiores a 30 anos! Há aí um nítido erro na tipificação dos crimes, nas condenações e exagero na dosimetria das penas. O que é uma pena. Pois isso poderá até favorecer aos condenados, pois essas condenações injustas e essas penas exageradas certamente serão revistas algum dia, por esse ou por outro tribunal. Espero, sinceramente, que sejam revistas por esse mesmo colegiado, pois ali também estão homens de valor. E que essa vergonha, esse grave equívoco não se perpetue.<br /><br />Nesse momento, só me resta dizer...<br /><br /><b>Mostre, com orgulho, as algemas, José Dirceu!</b><br /><br /><i><b>Lula Miranda</b> é poeta, cronista e Economista. Foi um dos nomes da poesia marginal na Bahia na década de 1980. Publica artigos em veículos da chamada imprensa alternativa, tais como Carta Maior, Caros Amigos, Observatório da Imprensa, Fazendo Média e blogs de esquerda</i></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-14505401282090410282012-11-09T20:16:00.002-02:002012-11-09T20:19:32.703-02:00"A imprensa comercial acusa e sentencia, difama e calunia, dissimula e desinforma e mente..."<b><span style="font-size: x-large;"><a href="http://www.brasil247.com/+e0bh7">O PARTIDO DA IMPRENSA</a></span></b><br />
<div style="text-align: left;">
<br />
Do Brasil247 - DAVIS SENA FILHO - 9 DE NOVEMBRO DE 2012</div>
<div>
<br />
A imprensa comercial acusa e sentencia, difama e calunia, dissimula e desinforma e mente se preciso for e se julgar que determinado governante não vai ler por sua cartilha<br />
<br />
“Obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de fato a posição oposicionista deste País, já que a oposição está profundamente fragilizada”. (Judith Brito, presidenta da Associação Nacional de Jornais (ANJ) e executiva do Grupo Folha de São Paulo, em 18 de março de 2010).<br />
<br />
“Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil quanto ela mesma”. (Joseph Pulitzer – 1847/1911)<br />
<br />
Há 30 anos lido com o jornalismo — a partir de 1981. Formei-me na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em meados da década de 1980. Naquele tempo eu via a imprensa, a chamada “grande” imprensa como um instrumento de proteção da sociedade, além de considerá-la, apesar de pertencer à iniciativa privada e comercial, entidade democrática disposta a defender as liberdades de pensamento, de expressão, com o propósito de, por exemplo, apoiar ações que efetivassem a distribuição de renda, de terras, enfim, das riquezas produzidas pelos trabalhadores e acumuladas pelos empresários deste imenso País injusto. Eu era jovem, inexperiente e, além disso, no País não existia liberdade democrática, havia a censura, as pessoas não falavam de política no dia a dia, o que dificultava ainda mais perceber os reais interesses da imprensa empresarial. Como me formei na metade da década de 1980, cujo presidente da República era o general João Figueiredo, via a imprensa como um segmento que lutava em favor de uma sociedade que se tornasse justa, democrática e livre, processo este que somente acontece por intermédio da implementação constante de justiça social, por meio de políticas públicas desenvolvimentistas e distributivistas.<br />
<br />
Naquele tempo, vivíamos em um regime de força, que teve seu auge nos idos de 1967 a 1977, a imprensa, recém-saída da censura, que “terminou”, definitivamente, em 1978, era vista por mim, jovem jornalista, como um instrumento de resistência aos que transformaram a República brasileira em uma ditadura militar, com a aquiescência e o apoio financeiro e logístico de influentes segmentos econômicos da sociedade civil, que viram na ascensão dos militares ao poder uma forma também de aumentar seus lucros, sem, no entanto, serem alvos de quaisquer questionamentos, já que havia a censura e a oposição partidária à ditadura se encontrava em um momento de perseguição política e sem voz ativa para ser ouvida, inclusive pela grande imprensa que, por ser comercial, bem como o braço ideológico das elites econômicas brasileiras, aliou-se aos novos donos do poder.<br />
<br />
O jornalista minimamente alfabetizado, experiente e informado, independente de sua formação cultural, política e ideológica, independente de sua influência profissional e de seu contracheque, sabe (ou finge não saber) que os proprietários da imprensa privada são megaempresários, inquilinos do pico da pirâmide social mundial e pontas-de-lança dos interesses do capital. A imprensa burguesa censura a si mesma, quando considera que os interesses empresariais estão a ser contrariados. O faz de forma rotineira, ordinária, e expurga de seus quadros aqueles que não se unem ao pensamento único do Partido da Imprensa, que é o de disseminar, ou seja, propagar, aos quatro cantos, que não há salvação fora do mercado de ações, dos jogos bancários, da especulação imobiliária e da pasteurização das idéias, geralmente difundidas pelos doutores, mestres e professores das universidades e dos órgãos de supremacia e de espoliação internacional, como o BID, o Bird, o FED, a ONU, a OEA, a OTAN, o FMI, a OMC e a OMS.<br />
<br />
Paralelamente, o Partido da Imprensa elege como adversários aqueles que contestam o sistema do capital como ele o é, ou seja, concentrador de renda, e exigem que ele se democratize no sentido de ele diminuir as diferenças entre as classes sociais e com isso efetivar uma equiparação, uma equanimidade entre os indivíduos que compõem o tecido social das nações que integram o planeta e são vítimas da geopolítica, que na verdade é a principal ferramenta do apartheid social e econômico entre os países. Os inimigos da imprensa burguesa geralmente são os políticos que têm uma visão soberana em relação ao país que administram e acreditam em idéias e ideais que qualifiquem os homens como iguais. São políticos que elaboram e adotam programas distributivistas. São políticos nacionalistas, como os presidentes estadunidenses, porém sem ser xenófobos, e que lutam pelo desenvolvimento do país, a fim de conquistar tecnologias e pesquisas científicas próprias, ter o controle das diferentes energias, além de acreditar em uma diplomacia não alinhada aos países hegemônicos, com o objetivo de efetivar uma relação de igual para igual e não subordinada e servil, como muitos jornalistas do Partido da Imprensa, a soldo de seus patrões, de forma inadvertida e irresponsável apregoam e desejam.<br />
<br />
A imprensa comercial acusa e sentencia, difama e calunia, dissimula e desinforma e mente se preciso for e se julgar que determinado governante não vai ler por sua cartilha, que é a mesma dos grandes conglomerados e trustes internacionais. Porque, como disse anteriormente, a imprensa é ponta-de-lança dos interesses do sistema capitalista excludente, além de ser seu braço ideológico. Ela é a vitrine desse modelo expropriador, useiro e vezeiro em propiciar o infortúnio e a derrota daqueles que ousaram um dia colocar em prática e até mesmo somente defender a tese, por exemplo, de um Brasil forte, independente e soberano. Caro leitor, o que concorda ou não comigo, a imprensa é necessária e tem de ter liberdade para informar, mas não deve e não pode tomar partidos, defender grupos e tentar pautar as instituições republicanas. Ser jornalista não é sinônimo de ser intelectual, dono e juiz da verdade, infalível ou senhor do poder. Ser jornalista é ouvir e compreender, se for possível, o pensamento, as idéias, os ideais, as opiniões, as teses, os projetos, os programas, os propósitos, as atitudes, as ações e até mesmo as ideologias dos atores sociais, políticos e econômicos.<br />
<br />
O jornalista é a ponte que une o ator social e a informação à população, ao povo, apenas isso e nada mais. Se o jornalista quer pautar a sociedade e as suas instituições ele já tomou partido, e, como o termo explicita, partidas serão suas opiniões. Portanto, o mais correto é se filiar a um partido político, conquanto que não seja, todavia, o Partido da Imprensa, que não disputa voto e, por ser ousado e não se olhar no espelho, quer fazer da República Federativa do Brasil seu feudo, conforme sua vontade, fato que foi provado, reiteradamente, nas questões relativas à luta pela terra por parte do MST, nas questões concernentes às reivindicações trabalhistas e salariais dos trabalhadores dos setores público e privado, nas questões referentes às eleições para presidente, governadores e prefeitos e nas questões tangentes às crises políticas que derrubaram presidentes como Getúlio Vargas e João Goulart, bem como na questão que influenciou na derrota do candidato Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 1989, bem como na tentativa de golpe contra o presidente Lula em 2005, além de ter perseguido, incessantemente, políticos da envergadura de Juscelino Kubitschek, Leonel Brizola, Luís Carlos Prestes, Miguel Arraes e até mesmo Ulysses Guimarães, muito menos palatável para o Partido da Imprensa do que Tancredo Neves.<br />
<br />
O Partido da Imprensa combate tudo aquilo que possa dividir as riquezas deste País, no que tange à redistribuição de renda. Quase todos os programas sociais e econômicos apresentados no Brasil não tiveram o apoio da imprensa hegemônica. Além do mais, a imprensa combateu e combate ferozmente as políticas públicas independentes e desenvolvimentistas executadas por Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, João Goulart, Luiz Inácio Lula da Silva e agora, de maneira dura, o governo da presidenta Dilma Rousseff. E isto é só o começo. O Partido da Imprensa vai recrudescer seus ataques a Dilma quando ele desistir, totalmente, de fingir apoio moderadíssimo à governante, para depois, evidentemente, voltar à carga total no que é relativo aos seus ataques ao Governo, ainda mais quando ficar claro quem vai ser o candidato da direita nas eleições para presidente da República em 2014.<br />
<br />
Para se ter uma idéia da desfaçatez e da insensatez do Partido da Imprensa, ele combateu a criação da Petrobras, da Vale do Rio Doce, da CSN e das leis trabalhistas — a CLT. Em compensação, apoiou as tentativas de golpe em 1932, em 1938 e em 1954/1955, além de participar dos golpes militares de 1945 (“golpe branco”) e de 1964. A imprensa golpista sempre se aliou aos partidos conservadores, notadamente com a UDN de Carlos Lacerda, Eduardo Gomes e Juarez Távora, partido moralista e elitista, que recebia o apoio dos empresários e de parte da classe média de perfil conservador. Posteriormente, a UDN mudou a sigla e passou a ser conhecida como Arena no governo militar, depois PDS para, anos depois, virar PFL que, em 2007, finalmente, passou a se chamar Democratas — o DEM.<br />
<br />
Como a direita brasileira tem no máximo 30% dos votos, tanto que sempre andou a reboque de partidos de centro e de centro esquerda, o DEM (PFL), por exemplo, aliou-se, em 1989, a Fernando Collor e a seu minúsculo PRN. Em 1994, teve de se aliar ao PSDB para chegar ao poder, com seu vice-presidente Marco Maciel, o que foi ratificado nas eleições de 1998. No período Lula, nos anos 2000, a agremiação conservadora continuou como vagão dos tucanos. Antes, em 1960, o DEM, que é a UDN, apoiou Jânio Quadros, que foi eleito presidente pelo pequeno PDC. Todavia, os udenistas não confiavam em Jânio, considerado um político independente, porque transitava pelos espaços da direita e da esquerda, o que não agradava os direitistas, que desde 1930 sonhavam assumir novamente o poder, como nos tempos da República Café com Leite. Jânio, tal qual o Collor, não “dialogava” com o Congresso.<br />
<br />
Como se percebe, o DEM nunca teve força política para chegar à Presidência da República como partido hegemônico. Enfim, chegou ao poder em 1964, por meio de um golpe militar que derrubou o presidente trabalhista João Goulart, eleito constitucionalmente pelo voto direto. Naquele tempo o vice-presidente era eleito separadamente. Não existia a chapa vinculada. Todos esses fatos tiveram o apoio do Partido da Imprensa, que é empresarial e apoia e sempre apoiou políticas econômicas artificiais como o é o neoliberalismo, que fracassou e hoje até o FMI, guardião desse fracasso, avisa aos maus navegantes, como ele, que vai modificar seu processo de ajuda, de coordenação e de fiscalização das políticas públicas, econômicas e financeiras receitado aos países pobres e em desenvolvimento.<br />
<br />
No Brasil, na América Latina, na Ásia e na África as receitas econômicas e financeiras do Bird e do FMI causaram problemas sociais tão graves que mesmo os governantes neoliberais dos países dessas regiões perceberam que não dava para continuar o processo de espoliação desses povos, sem que seus governos caíssem ou fossem derrubados. Mesmo assim, os conservadores, os direitistas do mundo empresarial e político, no Brasil leia-se DEM, Fenaban, Fiesp, agronegócios e, principalmente, Partido da Imprensa, continuaram a apregoar o que não deu certo, o indefensável e o que causou dor aos mais pobres, aos mais fracos e aos que não podem se defender.<br />
<br />
O Partido da Imprensa, com seus profissionais bem pagos e com a cabeça feita por Wall Street e pelo Consenso de Washington de 1989, prosseguiram, de forma ridícula, sem ao menos ponderar suas palavras levianas, a apregoar um modelo econômico verdadeiramente contrário aos interesses da Nação até que, por intermédio de eleições, os defensores dessa política econômica burra e nefasta foram afastados do poder, tanto no Brasil quanto em muitos outros países. Não se compreende, até hoje, o que leva algumas elites a fazer gol contra. Mas se compreende que, ao contrário do que afirmam os gurus do capitalismo de mercado que estabelecem regras somente para os mais pobres e os mais fracos e dizem se preocupar em assegurar a efetivação de um estado de bem-estar social, que dignifique a pessoa humana, sabemos que o que importa à grande imprensa e a direita política do planeta é perpetuar os privilégios daqueles que fazem parte de sua classe social — os ricos e os muito ricos.<br />
<br />
Há uma espécie de seres humanos que dá pena. Acha que riqueza é genética, é biologia. Quando na verdade a riqueza é um processo que envolve milhões, quiçá bilhões de pessoas que a produz. Não é uma questão biológica. É uma questão econômica e financeira que precisa, deve e pode ser calculada e equacionada no sentido de distribuí-la. Se dinheiro e bens materiais fossem parte de nossa biologia nasceriam com a gente e seriam conosco levados ao caixão. Não consigo entender como alguns jornalistas que se alimentaram adequadamente, que estudaram em boas escolas, que têm capacidade de discernir se tornaram tão pusilânimes, cínicos, dissimulados, covardes e mentirosos. Eles são um contra-senso em toda sua essência e a burrice em toda sua plenitude. Somente alguns advogados atingem a tanta incongruência.<br />
<br />
A imprensa é parcial. Sua voz e seus canais de comunicação pertencem aos que controlam e dominam o mercado de capitais e os meios de produção, pelo simples fato de a imprensa ser o próprio, o espelho que reflete a imagem do sistema. Ela traduz os valores e os princípios do modelo econômico hegemônico. Ela é o principal e o mais importante tentáculo do sistema capitalista. Ela é a sua alma e a sua voz. Não há poder pleno sem o apoio da imprensa, para o bem ou para o mal. Seja qual for o poder, a imprensa não abre mão de manter os privilégios do segmento empresarial. Ela até compõe, mas ressalta seus interesses e resguarda os privilégios. Não há hegemonia de uma classe social sobre as outras sem o controle dos meios de comunicação. E é este processo, draconiano, que acontece no Brasil e na América Latina.<br />
<br />
O acesso da maioria das populações ao crescimento social e ao desenvolvimento econômico acontece a conta-gotas, milenarmente. No caso do Brasil, secularmente. É como acontece em jogos de futebol, quando o time que está a ganhar passa tocar a bola, à espera de o tempo passar, à espera de o jogo terminar. Os barões da imprensa, como patrões seculares, querem o fim do jogo e para isso eles precisam pautar os poderes constituídos e, inclusive, não raramente, questionar cláusulas pétreas da Constituição, como, por exemplo, os capítulos voltados ao trabalho e aos meios de comunicação. Meia dúzia de famílias quer o controle total e irrestrito dos meios de comunicação. Meia dúzia de famílias brasileiras, ao representar o grande empresariado nacional e internacional, quer a flexibilização das leis trabalhistas, constituídas pelo estadista Getúlio Vargas, que se matou em 1954 para não ser derrubado, mais uma vez, pela UDN, pelos militares, pelo empresariado e pela imprensa. Getúlio teve de se matar para adiar o golpe militar por dez anos, o que ocorreu em 1964.<br />
<br />
Para isso, os barões da imprensa contratam jornalistas de confiança. Os jornais criticam os cargos de confiança no âmbito governamental, mas não criticam seus cargos de confiança, pagos a soldos altos, para que certos profissionais façam o papel de defensores do status quo, do establishment, razão pela qual talvez tenhamos uma das elites mais cruéis e alienadas do mundo, totalmente divorciada dos interesses do povo brasileiro, há mais de cinco séculos. Tudo o que é feito em prol do povo, os homens e as mulheres de imprensa, os que ocupam cargos de mando, chamam de populismo. Mas tiveram a insensatez e a ignorância política em defender o neoliberalismo, que fracassou de forma inapelável e retumbante. Até mesmo jornalistas considerados experientes como o Renato Machado e a Renata Vasconcellos, do “Bom Dia Brasil” da TV Globo, saudaram, da forma mais imprudente e capciosa possível, o golpe sofrido, em abril de 2002, pelo presidente constitucional da Venezuela, Hugo Chávez, que foi, inclusive, absurdamente seqüestrado, com o apoio da CIA do governo de George Walker Bush, que se antodenominava o senhor da guerra.<br />
<br />
Meu comentário não visa constranger o Renato Machado, até porque não o conheço. Cito apenas um fato real, de conhecimento público, notório e que ficou na memória e na retina de muitos brasileiros, porque a saudação ao golpe foi incrivelmente surreal, um despropósito. Renato Machado, de perfil político conservador igual a tantos outros jornalistas, apenas, talvez até inconscientemente, comemorou a queda, mesmo através da violência, de um homem constituído presidente, pois eleito pela vontade do povo. Machado simplesmente reflete o desprezo do Partido da Imprensa em relação aos interesses da sociedade, em relação às determinações e aos desejos da sociedade civil. Não há nenhuma surpresa. O Partido da Imprensa age assim, mostra-se assim, só que, muitas vezes, inversamente ao Machado, apresenta-se de forma dissimulada.<br />
<br />
Renato Machado no dia seguinte à sua comemoração em referência ao golpe contra o presidente venezuelano apareceu visivelmente constrangido. Acho que ele não tinha dimensionado sua atitude. Sua imagem, pálida e assustada, como se tivesse levado um grande susto ou uma bronca deveria ser gravada pelas pessoas alheias ao jornal matutino da TV Globo, com a finalidade de ser levada às escolas de comunicação para servir de exemplo aos futuros jornalistas como NÃO se deve proceder ou conduzir sua profissão. Foi realmente lamentável. Mas não foi uma surpresa. O Partido da Imprensa trabalha assim. Saímos da ditadura militar para a ditadura da imprensa e do pensamento único. Igualmente os meios de comunicação hegemônicos apoiaram o golpe de estado em Honduras, sem vacilar, inclusive criticaram, com veemência, por intermédio de suas manchetes, de seus colunistas e comentaristas, a decisão do Governo brasileiro de receber em sua embaixada o presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya. Empresários e militares hondurenhos efetivaram o golpe, com apoio do governo dos Estados Unidos. Depois apoiaram o golpe no Paraguai e a queda do presidente eleito Fernando Lugo. O Paraguai pagou caro. Está fora das decisões do Mercosul e da Unasul até que sejam efetivadas novas eleições no país guarani. O Partido da Imprensa aqui no Brasil ficou entusiasmado. Desconfio que até hoje os próceres da imprensa e seus empregados de confiança estão a brindar o golpe de estado. Devem sonhar, sobretudo, com o ano de 1964. Saudosamente...<br />
<br />
Dentre os muitos erros perpetrados pelos militares, um dos maiores foi a censura aos meios de comunicação. E por quê? Porque hoje, no regime democrático, a imprensa se recusa a ser regulamentada como acontece com outros setores da sociedade e, por que não, do mercado. Ela usa como argumento que criar, por exemplo, o Conselho Federal de Jornalismo é tentar censurar a imprensa, o que não é verdade. Criar o Conselho é regulamentar os meios de comunicação, que não podem deixar de ser fiscalizados, como o são os juízes, os médicos, os advogados, os professores, os arquitetos e engenheiros, os economistas, os contadores, os políticos etc. etc., por intermédio de seus órgãos de classe profissional.<br />
<br />
Para evitar a criação do Conselho Federal de Jornalismo e de uma política que funcione como marco regulatório para os meios de comunicação, o Partido da Imprensa usa como argumento, há muito tempo surrado, que tentar regulamentar a imprensa é censurá-la, como ocorreu na ditadura militar. A verdade é que os barões da imprensa e seus jornalistas de confiança não querem a democratização dos meios de comunicação, porque não querem responder, como os outros profissionais, pelos seus erros, muitas vezes exemplificados em calúnias, difamações, omissões, distorções e manipulações das informações noticiosas, além da clara intromissão no processo político brasileiro, ao tomar partido de determinado candidato, geralmente de perfil conservador e elitista.<br />
<br />
Além disso, extinguiram a Lei de Imprensa, sem antes, no entanto, criarem instrumentos que a regulamente, como, por exemplo, a Ley dos Medios aprovada na Argentina. Absurdo dos absurdos é deixar uma imprensa, uma mídia de passado golpista e mercantil sem um marco regulatório. A presidenta Dilma não pode e não deve deixar de regulamentar e criar regras para o setor dos meios de comunicação de perfil empresarial e comprometido com os interesses geopolíticos dos Estados Unidos e com o grande empresariado nacional e internacional. Uma presidenta trabalhista como a Dilma jamais deveria vacilar quanto à elaboração e aprovação de uma Ley dos Medios para o Brasil e o seu povo trabalhador. Seria uma séria imprudência. Lembremo-nos de Getúlio Vargas, João Goulart, Leonel Brizola e do presidente Lula, todos perseguidos pela imprensa privada, de forma dura e desumana. Dilma sabe disso. Ela fez carreira política no berço do trabalhismo brasileiro, que é o Estado do Rio Grande do Sul, e viu o presidente Lula comer o pão que o diabo amassou durante oito anos.<br />
<br />
Não é necessário ser um especialista em “assuntos de imprensa” para perceber que ela é um desastre em relação aos interesses da sociedade. Ditatorial, raivosa e vaidosa não mede conseqüências para fazer do processo político brasileiro uma novela de má qualidade textual, cujo objetivo é somente a manchete, chamariz comercial para a imprensa vender e ganhar muito dinheiro, mesmo se for com o linchamento moral de terceiros, muitos deles, depois comprovado, sem culpa no cartório. Sua atuação é incompetente, porque, sistematicamente, não tem ouvido nenhuma das partes implicadas ou envolvidas em quaisquer fatos, mas sim ouvido a si mesma, por meio de suas deduções e de seu raciocínio ardiloso, intelectualmente desonesto, que visam confundir o público e assim garantir seus interesses. <br />
<br />
Por tudo isso, o Partido da Imprensa é contra qualquer criação de órgão que possa acompanhar seus passos, como o Conselho Federal de Jornalismo e o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3). Além do mais, os barões da imprensa se recusaram a participar da Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), realizada em dezembro de 2009, que estabelece novo modelo para o setor, que atualmente é um monopólio de meia dúzia de famílias, que combatem os avanços sociais da sociedade brasileira. O documento elaborado no evento vai ser analisado e avaliado pelos poderes constituídos, para depois se transformar ou não em lei. Os empresários proprietários da imprensa e da mídia comercial não querem debater e negociar nada. Querem que as coisas fiquem como estão, o que não será possível, ainda mais que Dilma Rousseff venceu as eleições para presidente em 2010. Evidentemente que alguma coisa vai mudar.<br />
<br />
A arrogância e a prepotência de meia dúzia de famílias que controlam os meios de comunicação no Brasil não favorecem a democratização da imprensa, o que impede que ela, de fato, trabalhe em benefício do desenvolvimento social do povo brasileiro, em vez de ficar a distorcer realidades ou criar fatos, muitos deles sem fundamento, mas, contudo, propositais, pois a finalidade é confundir a sociedade e, consequentemente, proteger ou concretizar seus interesses e do grande empresariado, geralmente financeiros e econômicos. Essas atitudes, sobremaneira, prejudicam as atividades daqueles que são incumbidos pelo povo para administrar os três poderes.<br />
<br />
A imprensa quer falar pelo povo e representá-lo, mas não disputa eleições e não concorre a cargos públicos. Ela não tem voto. A imprensa é tão arrogante e ignorante que confunde opinião pública com opinião publicada. A imprensa publica e opina, por meio de matérias combinadas, de editoriais, de articulistas e de colunistas. Por isso, sua opinião é publicada. Ela paga a profissionais para publicar suas opiniões sobre determinado assunto. Por sua vez, a opinião pública é feita, é realizada e é concretizada por intermédio do voto. Portanto, o voto é a opinião pública. Palavra e opinião de jornalista ou de quaisquer outras pessoas que atuam em outros segmentos é opinião publicada. Então, vamos ver se a imprensa entendeu: 1) jornalista = opinião publicada, que, por sinal, tem valor. 2) povo = opinião pública = o voto, que, por sinal, tem muito mais valor. É isso aí.</div>
<div>
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-35846317076119223182012-11-09T14:47:00.000-02:002012-11-09T14:48:48.451-02:00Mino Carta: "...Veja e seu diretor, Policarpo Jr., uma revista e um profissional que desonram o jornalismo."<span style="font-size: x-large;"><b>O “mensalão” tucano</b></span><br />
<div>
<br /></div>
<div>
<a href="http://www.cartacapital.com.br/politica/o-mensalao-tucano/">Mino Carta - Carta Capital</a><br />
<br />
A mídia nativa entende que o processo do “mensalão” petista provou finalmente que a Justiça brasileira tarda, mas não falha. Tarda, sim, e a tal ponto que conseguiu antecipar o julgamento de José Dirceu e companhia a um escândalo bem anterior e de complexidade e gravidade bastante maiores. Falemos então daquilo que poderíamos definir genericamente como “mensalão” tucano. Trata-se de um compromisso de CartaCapital insistir para que, se for verdadeira a inauguração de um tempo novo e justo, também o pássaro incapaz de voar compareça ao banco dos réus.<br />
<div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2012/11/87.jpg"><img src="http://www.cartacapital.com.br/wp-content/uploads/2012/11/87-228x300.jpg" /></a></div>
<br />
A privataria. Não adianta denunciar os graúdos: a mídia nativa cuida de acobertá-los<br />
<br />
Réu mais esperto, matreiro, duradouro. A tigrada atuou impune por uma temporada apinhada de oportunidades excelentes. Quem quiser puxar pela memória em uma sociedade deliberadamente desmemoriada, pode desatar o entrecho a partir do propósito exposto por Serjão Motta de assegurar o poder ao tucanato por 20 anos. Pelo menos. Cabem com folga no enredo desde a compra dos votos para a reeleição de Fernando Henrique Cardoso, até a fase das grandes privatizações na segunda metade da década de 90, bem como a fraude do Banestado, desenrolada entre 1996 e 2002.<br />
<br />
Um best seller intitulado A Privataria Tucanaexpõe em detalhes, e com provas irrefutáveis, o processo criminoso da desestatização da telefonia e da energia elétrica. Letra morta o livro, publicado em 2011, e sem resultado a denúncia, feita muito antes, por CartaCapital, edição de 25 de novembro de 1998. Tivemos acesso então a grampos executados no BNDES, e logo nas capas estampávamos as frases de alguns envolvidos no episódio. Um exemplo apenas. Dizia Luiz Carlos Mendonça de Barros, presidente do banco, para André Lara Rezende: “Temos de fazer os italianos na marra, que estão com o Opportunity. Fala pro Pio (Borges) que vamos fechar daquele jeito que só nós sabemos fazer”.<br />
<br />
Afirmavam os protagonistas do episódio que, caso fosse preciso para alcançar o resultado desejado, valeria usar “a bomba atômica”, ou seja, FHC, transformado em arma letal. Veja eÉpoca foram o antídoto à nossa capa, divulgaram uma versão, editada no Planalto e bondosamente fornecida pelo ministro José Serra e pelo secretário da Presidência Eduardo Jorge. O arco-da-velha ficou rubro de vergonha, aposentadas as demais cores das quais costuma se servir.<br />
<br />
Ah, o Opportunity de Daniel Dantas, sempre ele, onipresente, generoso na disposição de financiar a todos, sem contar a de enganar os tais italianos. Como não observar o perene envolvimento desse monumental vilão tão premiado por inúmeros privilégios? Várias perguntas temperam o guisado. Por que nunca foi aberto pelo mesmo Supremo que agora louvamos o disco rígido do Opportunity sequestrado pela PF por ocasião da Operação Chacal? Por que adernou miseravelmente a Operação Satiagraha? E por que Romeu Tuma Jr. saiu da Secretaria do Ministério da Justiça na gestão de Tarso Genro? Tuma saberia demais? Nunca esquecerei uma frase que ouvi de Paulo Lacerda, quando diretor da PF, fim de 2005: “Se abrirem o disco rígido do Opportunity, a República acaba”. Qual República? A do Brasil, da nação brasileira? Ou de uma minoria dita impropriamente elite?<br />
<br />
Daniel Dantas é poliédrico, polivalente, universal. E eis que está por trás de Marcos Valério, personagem central de dois “mensalões”. Nesta edição, Leandro Fortes tece a reportagem de capa em torno de Valério, figura que nem Hollywood conseguiria excogitar para um policial noir. Sua característica principal é a de se prestar a qualquer jogo desde que garanta retorno condizente. Vocação de sicário qualificado, servo de amos eventualmente díspares, Arlequim feroz pronto à pirueta mais sinistra. Não se surpreendam os leitores se a mídia nativa ainda lhe proporcionar um papel a favor da intriga falaciosa, da armação funesta, para o mal do País.<br />
<br />
Pois é, hora do dilema. Ou há uma mudança positiva em andamento ou tudo não passa de palavras, palavras, palavras. Ao vento. É hora da Justiça? Prove-se, de direito e de fato. E me permito perguntar, in extremis: como vai acabar a CPI do Cachoeira? E qual será o destino de quem se mancomunou com o contraventor a fim de executar tarefas pretensamente jornalísticas, como a Veja e seu diretor da sucursal de Brasília, Policarpo Jr., uma revista e um profissional que desonram o jornalismo.</div>
<div>
<br /></div>
</div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-65312409020507964102012-10-31T19:56:00.000-02:002012-10-31T19:56:29.459-02:00Quem perdeu as eleições: a mídia, os seus partidos e os seus tribunais.<a href="http://www.ocafezinho.com/2012/10/31/8472/">Do Cafezinho por Miguel do Rosário</a><br />
<div>
<br /></div>
<div>
<span style="font-size: x-large;">Primeiras análises pós-eleitorais</span><br />
31/10/2012<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/caravaggio_-judith-beheading-holofernes_-c_1599_-oil-on-canvas.jpg"><img height="293" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/caravaggio_-judith-beheading-holofernes_-c_1599_-oil-on-canvas.jpg" width="400" /></a></div>
<div style="text-align: center;">
Judith degolando Holofernes, de Caravaggio</div>
<div style="text-align: center;">
<br /></div>
É com alegria que o Cafezinho se depara com uma enorme quantidade de boas notícias e números para analisar. A esquerda brasileira experimentou um vigoroso crescimento nessas eleições, o qual foi confirmado e consolidado no segundo turno. A direita, como sempre amparada pela mídia, tentou dar o golpe do mensalão. Às vésperas de um pleito que movimentaria 140 milhões de eleitores, os jornalões, impressos e TV, continuavam focando o noticiário no julgamento do STF, o qual se prestou a este triste papel. Pois bem, o povo demonstrou, mais uma vez, que não se deixa mais manipular por sensacionalismo barato. A mídia e a oposição pagaram um preço, pelo jeito, alto demais pelo mensalão, que não se revelou um produto tão eficiente como pensaram. Agora, têm uma batata quente nas mãos. Terão que sustentar, ad infinitum, um julgamento de exceção, realizado sem base nos autos, que violou princípios fundamentais do direito constitucional, e transformou o STF numa tribuna partidária e política, ferindo a Constituição. O STF agrediu politicamente, com muita virulência, um partido político, e ele não tem o direito de fazer isso. Um partido político, um governo, são instituições democráticas, e que, diferentemente, do STF, são chanceladas pelo sufrágio popular. Tem de ser respeitadas! Um partido político, sobretudo um partido de massa, como o PT, não é apenas um partido político, mas também o receptáculo sagrado dos anseios do povo, que vota em representantes da referida legenda. Não entender isso é fechar os olhos para a democracia.<br />
<br />
Abaixo, seguem uma série de análises sobre diversas notícias, opiniões de colunistas, estatísticas, gráficos eleitorais.<br />
<br />
Na segunda-feira, a Folha trouxe excelentes infográficos sobre a evolução dos partidos nessas eleições. Nos dias seguintes, ela tratou de inventar formas mirabolantes para apontar algumas “vitórias” da oposição. Mas as urnas são implacáveis. PSDB, DEM e PPS perderam em todos os níveis: em número de eleitores, em quantidade de cidades, em vereadores, perderam São Paulo. E o PT, na via contrária, assistiu a um notável crescimento, em todas as frentes.<br />
<br />
É importante lembrarmos que o crescimento no número de vereadores implica, segundo uma fórmula da ciência política até hoje insuperável, em aumento no número de deputados estaduais e federais no pleito seguinte. Confiram os gráficos abaixo:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1444-Oct.-31-15.35.jpg"><img height="342" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1444-Oct.-31-15.35.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1446-Oct.-31-15.36.jpg"><img height="215" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1446-Oct.-31-15.36.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1451-Oct.-31-15.40.jpg"><img height="207" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1451-Oct.-31-15.40.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1450-Oct.-31-15.40.jpg"><img height="218" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1450-Oct.-31-15.40.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1449-Oct.-31-15.39.jpg"><img height="496" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1449-Oct.-31-15.39.jpg" width="640" /></a></div>
<br />
<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1445-Oct.-31-15.35.jpg"><img height="320" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1445-Oct.-31-15.35.jpg" width="246" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1448-Oct.-31-15.38.jpg"><img height="400" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1448-Oct.-31-15.38.jpg" width="240" /></a></div>
<br />
Mensalão e PT: Minha teoria de que o mensalão acabou ajudando eleitoralmente o PT, que me parecia meio maluca, mas com alguns pontos consistentes, agora ganha, com os resultados das urnas, contornos mais sólidos. Ela se baseia na seguinte premissa: o pobre (ou seja, maioria do eleitorado) não faz essa ligação partidária e emocional entre os réus do mensalão e os candidatos do PT que disputavam eleições. Para ele, o Supremo, liderado por um negão implacável, está condenando poderosos pela primeira vez, e o responsável por mais essa “conquista” democrática é novamente Lula. A era lulista foi coroada com um STF vingador, bem a gosto do vulgo, o que serviu para fortalecer mais ainda o campo lulista. Quem nomeou Joaquim Barbosa? Enfim, o povo, como diria Pascal, tem opiniões sempre muito saudáveis…<br />
<br />
Quem é o analfabeto?: Segunda-feira, Ancelmo Gois publicou a seguinte nota em sua coluna:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1443-Oct.-31-15.21.jpg"><img height="233" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/10/ScreenHunter_1443-Oct.-31-15.21.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Na verdade, o analfabeto político aqui, com todo respeito, é Ancelmo Gois. O pedreiro demonstrou sabedoria, porque ele intuiu que seria melhor votar pensando em propostas do que influenciado pelo sensacionalismo da mídia em torno do mensalão. Ele entende que política é luta e os adversários de Haddad, nos partidos e na mídia, ainda são piores que os “mensaleiros”. Mas ele não votou em Haddad pensando que o prefeito irá roubar, e sim que a história do mensalão não tinha nada a ver com o pleito municipal. Assim como o eleitor de Serra não deixou de votar nele porque o presidente do PSDB, Eduardo Azeredo, é réu no processo do mensalão tucano, assim o pedreiro não deixou de votar em Haddad por causa de julgamento do mensalão petista.<br />
<br />
Merval e o sonho de Aécio: É impressionante a falta de moderação de Merval Pereira quando ventila a nova utopia dos tucanos da mídia. Uma aliança entre Eduardo Campos e Aécio Neves. Hoje, em sua <a href="http://oglobo.globo.com/pais/noblat/post.asp?cod_post=472875&ch=n">coluna</a>, Merval volta a sugeri-la:<br />
<br />
Uma aliança entre o PSB e o PSDB de Aécio Neves formaria chapa com força nas principais regiões, mas difícil será um dos dois abrir mão da cabeça de chapa.<br />
<br />
Uma aliança hipotética no segundo turno é previsível caso Campos decida investir mesmo na carreira solo em 2014. O senador Aécio Neves pretende concorrer mesmo que a presidente Dilma continue com sua popularidade alta como hoje, sem grande abalos econômicos a enfrentar. Estaria semeando uma colheita para quatro anos depois.<br />
<br />
Resta saber se o governador Eduardo Campos se resignará a disputar espaço com o PT e o PMDB por mais quatro anos, na esperança vã de vir a ser o candidato da coligação em 2018.<br />
<br />
Evidentemente, Campos, que não é bobo, vai cozinhar essa história o máximo possível, porque ela lhe rende louvaminhas na mídia. Provavelmente se deixará fotografar ao lado de Aécio, bebendo cerveja e rindo, e assim cultivará sua imagem junto à esta enorme e influente classe média que lê os grandes jornais.<br />
<br />
Nem direi que a aliança entre Campos e Aécio é algo impossível. Eu diria improvável, sobretudo porque seria uma estupidez inominável de Campos deixar um campo político vitorioso e ascendente para aliar-se a outro, derrotado e em declínio. Sem contar que o PSB, mesmo tentando se afirmar como uma esquerda não-petista, mais sofisticada, com uma estética mais classe média, sendo um partido de quadros e, portanto, mais autoritário, coeso e controlável, mesmo assim, o PSB está anos luz do PSDB, com seu programa privatista e conservador, com suas alianças preferenciais com DEM e PPS. Campos vai cozinhar a história, que lhe rende elogios, e lhe dá algum cacife para negociar melhor posicionamento do partido no governo de coalizão, mas seria incompetente se se aliasse a Aécio em 2014. Se o fizesse, aconteceria o seguinte: afundaria junto com os tucanos, porque mesmo que Aécio se aliasse a cinco Eduardo Campos, Dilma continuaria imbatível.<br />
<br />
CPI do Cachoeira: os governistas estão dispostos a <a href="http://www1.folha.uol.com.br/poder/1178255-governistas-enterram-cpi-do-cachoeira-e-oposicao-fala-em-pizza.shtml">prorrogar</a> os trabalhos por mais 45 dias, e a quebrar mais sigilos. A oposição quer prorrogar por mais 180 dias e quebrar mais 500 sigilos. Parece-me que a oposição quer fogos de artifício, e dispersar o foco, que é investigar o núcleo do esquema, e daí deixar o trabalho para a Polícia Federal e o Ministério Público. A Folha tenta pintar o quadro, como faz desde o início da CPI, como se fossem os governistas que quisessem “melar” a CPI, ou impor uma “pizza”. Ora, não foram os governistas que criaram a CPI? Nunca a manipulação da notícia foi tão doida como no caso da CPI. Uma ora, lemos que se trata de uma CPI governista, outra hora que os governistas querem “enterrá-la”. Na verdade, é uma CPI autêntica, realmente explosiva, que pode chamuscar todas as forças políticas, mas que para ser efetiva, tem de ser focada no núcleo do esquema, e não ser convertida numa outra espécie de CPI do fim do mundo.<br />
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-54740068801671647432012-10-31T19:11:00.000-02:002012-10-31T19:12:58.031-02:00O Lula maquiavélico e os rumos das eleições em São Paulo (análise de jun12).<div>
Do Cafezinho por Miguel do Rosário</div>
<div>
<br /></div>
<b><span style="font-size: x-large;">O maquiavelismo de Lula</span></b><br />
<div>
<br />
22/06/2012<br />
<br />
(Ilustração na capa de Basquiat e Andy Warhol).<br />
<br />
Ontem eu disse que faria as últimas considerações sobre o caso Erundina, mas foi uma promessa tola, então me dêem licença para voltar ao assunto. De qualquer forma, não abordarei o assunto segundo perspectivas ideológicas ou subjetivas. Já que a decisão do PT foi eminentemente pragmática e mesmo maquiavélica (na acepção mais brutal do termo), então façamos também uma análise friamente objetiva.<br />
<br />
Abaixo, vocês vêem a relação dos vereadores da cidade de São Paulo, extraída do <a href="http://www.camara.sp.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=331&Itemid=24">site da Câmara</a>. Observe que o PT é o partido mais forte, com 11 vereadores. O PSDB perdeu um bocado para o PSD, que agora tem 10 vereadores. Voltamos após o gráfico.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/06/ScreenHunter_683-Jun.-22-12.24.jpg"><img height="318" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/06/ScreenHunter_683-Jun.-22-12.24.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Esse quadro nos sugere algumas observações:</div>
<div>
<br />
A aliança do PSDB com o PSD foi fundamental para a candidatura Serra. Lula tinha razão (do ponto-de-vista do cálculo maquiavélico-eleitoral) para tentar acordo com Kassab e PSD.</div>
<div>
<br />
Serra está conseguindo fechar acordo com quase todos os partidos com boa presença na câmara: PSD, PR, PV, PPS, DEM.</div>
<div>
<br />
Se os tucanos conseguissem fechar com PP e PTB, formariam um bloco com muita força eleitoral. O PTB ainda está em disputa.</div>
<div>
<br />
Deve-se sempre ressaltar a grande vitória de Serra ao fechar acordo com o PR, legenda que tem cinco vereadores em São Paulo e conta com o campeão brasileiro de votos Tiririca.</div>
<div>
<br />
Vamos ver outros números. Abaixo a votação para prefeito em 2008:<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/06/ScreenHunter_685-Jun.-22-12.57.jpg"><img height="390" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/06/ScreenHunter_685-Jun.-22-12.57.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
A tabela acima merece ser examinada com atenção. De fato, não dá para desprezar Maluf. Ele ficou em quarto lugar no ranking dos mais votados. Para o PT, o quadro oferece uma série de problemas:</div>
<div>
<br />
Dos seis candidatos mais votados em 2008, cinco eram nomes de oposição ao PT, sendo quatro de direita e um de esquerda (PSOL).</div>
<div>
<br />
Trazendo Maluf para junto de Haddad, o PT diminui a pontuação inimiga nas eleições deste ano.</div>
<div>
<br />
Agora vamos analisar dados mais recentes da força eleitoral de Maluf, refletida na sua votação para deputado federal em 2010. Para efeito de comparação, trazemos abaixo também os números de Erundina. Comentamos em seguida.<br />
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/06/ScreenHunter_687-Jun.-22-13.40.jpg"><img height="346" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/06/ScreenHunter_687-Jun.-22-13.40.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
<div style="text-align: center;">
<a href="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/06/ScreenHunter_688-Jun.-22-15.42.jpg"><img height="321" src="http://www.ocafezinho.com/wp-content/uploads/2012/06/ScreenHunter_688-Jun.-22-15.42.jpg" width="400" /></a></div>
<br />
Maluf obteve 275 mil votos válidos para deputado federal na cidade de São Paulo, e 497 mil votos em todo o estado. São falsas, portanto, as afirmações de que Maluf estaria “morto” politicamente. Ele ainda tem voto pra cacilda, e provavelmente a maioria vem de pessoas simples, porque eu não quero acreditar que pessoas bem informadas (ou uma grande quantidade de pessoas bem informadas) votem nesse crápula.<br />
<br />
Erundina teve 178 mil votos na cidade e 214 mil votos no estado.<br />
<br />
Os eleitores de Erundina tendem a votar no Haddad, porque o seu partido PSB vai apoiar Haddad. Este vai usar imagens de Erundina em sua campanha, e ela deverá pedir votos para o petista na TV. Então estes são votos já garantidos.<br />
<br />
Os eleitores de Maluf devem se dividir. Os mais ideológicos tendem a votar em Serra. O eleitor mais humilde, que vota no Maluf por algum tipo de misteriosa afinidade, tenderá a votar em Haddad, porque o PP apoiará o petista; além disso, temos Lula, uma lenda viva entre os mais pobres.<br />
<br />
Analisando friamente as estratégias eleitorais dos dois principais adversários, Serra e Haddad, vemos que ambos não estão medindo esforços para ampliar seus respectivos exércitos. Serra continua favorito, pois é muito conhecido, conseguiu apoio de um bom leque de partidos e tem a grande mídia como sua grande aliada.<br />
<br />
Do ponto-de-vista eleitoral, portanto, Lula e o PT agiram de maneira rigorosamente correta ao se esforçarem para obter apoio do PP de Maluf.<br />
<br />
O timing da foto foi desastrado, embora se possa alegar que a confusão gerou um factóide político de enorme impacto midiático, ajudando a romper o anonimato de Haddad. Vários colunistas estão começando a engolir essa ficha. Eliane Cantanhede<a href="http://avaranda.blogspot.com.br/2012/06/limonada-eliane-cantanhede.html">admitiu hoje</a> que este é um argumento a favor de Lula:<br />
<br />
A novidade no “affair” Lula-Maluf é a versão de que tudo foi ótimo para a candidatura de Fernando Haddad, que ganha visibilidade inédita e gratuita, aparecendo em todas as TVs, rádios, páginas de jornais e bombando na internet. Mais ou menos na linha do “falem mal, mas falem de mim”.<br />
<br />
Trata-se da velha tática de Lula de transformar o negativo em positivo, a desvantagem em vantagem.<br />
<br />
A eleição em São Paulo oferece a Serra a oportunidade de disputar um terceiro turno contra o PT. E Lula parece entender o pleito paulistano como uma chance de preparar o terreno para ganhar o governo do estado em 2014.<br />
<br />
Uma defesa que se poderia fazer acerca do frio e até meio sujo pragmatismo da campanha petista em São Paulo, é que a realpolitik, a bem da verdade, nunca foi um jogo para inocentes. O idealismo juvenil, que é a maior vítima da foto idílica de Lula, Haddad e Maluf, só costuma fazer diferença em eleições quando tem apoio da mídia, e quando isto acontece temos frequentemente a manipulação da ingenuidade. Ou seja, o idealismo juvenil perde novamente.<br />
<br />
Entretanto, uma das características mais marcantes do lulismo foi justamente aniquilar o idealismo onírico juvenil, substituindo-o pelo idealismo de resultados. Os lulistas não fizeram campanha pela reeleição de Lula e depois por Dilma brandindo símbolos de uma revolução socialista. Ao contrário, tiveram que lutar contra acusações pesadíssimas de seus adversários e lidar com as imagens de Lula abraçando Collor e defendendo Sarney e Renan Calheiros. Fizeram a luta política com galhardia, e suas armas mais eficazes foram estatísticas que mostravam o notável desenvolvimento econômico e social do país. Um idealismo de resultados, repito. Esta é explicação para a foto de Lula, Maluf e Haddad. Lula quer ganhar as eleições, quer que o PT faça um bom governo, que agregue mais estatísticas e mais resultados positivos para dar substância às futuras campanhas de seu partido. Os militantes “decepcionados” não deixarão de votar no PT, e os resultados sociais concretos de uma administração popular despertarão as massas adormecidas de São Paulo, que enfim poderão se libertar do jugo conservador-midiático que as fazem votar contra seus próprios interesses.<br />
<br />
Além do mais, quem bancou Lula nunca foi a “militância”, que, ao contrário, mostrou-se sempre instável e reticente em seu apoio – tanto ao ex-presidente como à Dilma. Quem jamais traiu Lula, mesmo em seus momentos mais difíceis, e nas circunstâncias mais polêmicas e complexas, foi o povão. O povão não tem frescura ideológica. Ele quer resultados, ponto final. No que tange à ética, o povo quer ver rico indo em cana, e foi Lula, e só ele, quem botou Maluf na cadeia, dentre centenas de ricaços e poderosos que, pela primeira vez na história do Brasil, tiveram a experiência inesquecível de contemplar o nascer quadrado do sol.<br />
<br />
Não podemos esquecer que o principal partido conservador no Brasil é a mídia paulista, que é bancada financeiramente pelo governo de São Paulo. Se Lula conseguir apear o PSDB de São Paulo, com Maluf ou sem Maluf, será um golpe brutal contra o poder da mídia corporativa, que ataca candidatos populares e movimentos sociais em todo país. O julgamento da história, e só ele, sabe exatamente por quem os sinos tocam na política brasileira.</div>
<div>
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-78634437494736855102012-10-31T18:53:00.000-02:002012-10-31T18:55:29.775-02:00Os pitacos do Brickmann na cobertura jornalística recente.<a href="http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed718_onde_a_noticia_esta">Do Observatório da Imprensa </a><br />
<div>
<br /></div>
<div>
ARTE DA REPORTAGEM<br />
<div>
<br />
<span style="font-size: x-large;"><b>Onde a notícia está</b></span><br />
Por Carlos Brickmann em 29/10/2012 na edição 718<br />
<br />
Sabe os índios guaranis-caiuás que vivem na aldeia de Puelito Kue, e que iam se suicidar coletivamente para protestar contra a maldade do homem branco?<br />
<br />
Pois é, não é bem assim. Os guaranis-caiuás estão insatisfeitos com a decisão da Justiça, que determinou sua saída das terras que ocupam. Se tentarem desalojá-los à força, diz o chefe da aldeia, pretendem defender-se até a morte. Os fatos são esses; a história do suicídio coletivo, que provocou tamanha onda de solidariedade, simplesmente não existe.<br />
<br />
Como é que sabemos disso? Pela maneira mais simples: em vez de pegar o telefone e ouvir ativistas de ONGs internacionais, em vez de entrar no Facebook para acompanhar a reação dos internautas, em vez de ouvir professores e especialistas, o repórter Fernando Gabeira foi à aldeia ouvir os próprios índios. E eles lhe contaram a história – como contariam a outro repórter que fosse procurá-los para obter informações em primeira mão, em vez de ouvir apenas os ongueiros. Dá trabalho: Gabeira teve de percorrer 250 km em estrada de terra, atravessar a nado o rio Iowi (a empresa que disputava a propriedade com os índios, e ganhou na Justiça, bloqueou todas as pontes), dar um jeito de não molhar a câmera; depois, nadar de volta sem molhar a câmera e enfrentar 250 km de estrada de terra até Dourados, a cidade mais próxima. O pessoal que ouviu só os ongueiros nem saiu do ar condicionado das redações. Muito mais confortável, embora tenha rendido informações erradas a quem pagou caro por elas, julgando-as confiáveis.<br />
<br />
Lembra quando reportagem envolvia ir ao local, ver com os próprios olhos, ouvir os vários lados, pesquisar o assunto? Pois é – e isso é o que está faltando. Sem isso, uma declaração de um líder dos índios a respeito de sua disposição de resistir a eventuais ataques passa a ser interpretada como decisão de suicídio coletivo.<br />
<br />
Mas quem está preocupado com o consumidor de informação?<br />
<br />
<b>O bom jogo</b><br />
Na verdade, há quem esteja preocupado com o consumidor de informação. O repórter Fernando Gabeira, por exemplo; e Fernando Mitre, diretor de Jornalismo da Rede Bandeirantes, que garante a Gabeira condições para trabalhar.<br />
<br />
<b>Menos um</b><br />
Ethevaldo Siqueira, o excelente jornalista que inaugurou a cobertura de informática e telecomunicações no país, acaba de deixar O Estado de S. Paulo, depois de 45 anos de trabalho. Não, não se aposenta, nem poderia: continua sendo uma fonte essencial para que nós, leigos, saibamos o que está acontecendo no mundo da inovação eletrônica. Ethevaldo está em seu blog, está em todos os lugares onde estava, menos no Estadão. Fará falta.<br />
<br />
<b>Colírio</b><br />
<br />
Jornalista sempre protestou contra a impunidade de ricos e poderosos. A frase segundo a qual só são presos os pobres, pretos e prostitutas aparece pelo menos uma vez por dia nos meios de comunicação. Pois bem: o Supremo Tribunal Federal condenou algumas pessoas poderosas, incluindo uma banqueira, líderes partidários, ex-ministros, e aí cai o mundo, acusando os juízes nomeados pelo próprio governo de conspirar contra este mesmo governo.<br />
<br />
Estão os ministros certos ou errados? Este colunista não tem a menor ideia: não entende de Direito, não leu as 50 mil páginas do processo. E não viu nenhum órgão de imprensa investir pesadamente nisso, com juristas de peso analisando o processo e capacitando os repórteres a traduzir ao público o que estava acontecendo, de maneira a que o consumidor de informação tivesse condições de analisar o caso. Do jeito que foi feita a cobertura, só restou a torcida: os adeptos de um lado estavam dispostos a absolver todos os acusados de todas as acusações, os adeptos de outro não apenas queriam condenar a todos, por tudo, como impor-lhes sentenças fantasticamente altas, muito maiores que as de crimes como homicídio, e vê-los marchar algemados para trás das grades, se possível com uniforme de presidiários e cabeça raspada.<br />
<br />
Uma cobertura assim seria muito cara. Mas daria a quem a fizesse um gigantesco diferencial sobre os concorrentes.<br />
<br />
<b>Cronometristas</b><br />
O mais curioso é que boa parte dos que protestavam contra a impunidade dos poderosos reclama agora do tempo que a TV dá ao julgamento do mensalão, que julgam excessivo. Gente, um julgamento do Supremo que envolve ex-ministros, uma banqueira, um ex-presidente de partido, dois presidentes de partido, um ex-tesoureiro de partido, ao mesmo tempo em que ocorrem importantes disputas municipais, e que ainda por cima tem brigas constantes entre os meritíssimos, que é que queriam? Trinta segundos, como um comercial, sem prorrogação?<br />
<br />
<b>A cadeia como ela é</b><br />
Fala-se em mandar os condenados do mensalão para a prisão, cumprindo penas em regime fechado. Este colunista é contra (acha que cadeia, por uma série de fatores, inclusive econômicos, deveria ser reservada a criminosos violentos), mas lei é lei. Entretanto, mais uma vez, falta reportagem. Não é simples, não é isento de riscos, mas é preciso contar como é uma prisão por dentro – o que inclui o domínio absoluto dos estabelecimentos penais por facções criminosas organizadas, digam o que quiserem as autoridades.<br />
<br />
Pessoas confiáveis que conhecem prisões informam que a violência sexual, a “carne nova”, as “mulherzinhas”, isso já é coisa inocente. A brutalidade é muito maior; e é usada para fazer com que a família dos presos seja obrigada a obedecer às ordens dos chefes do crime. Isso vale desde a comida que é levada para os presídios pelos visitantes até produtos proibidos; e explica como é que os celulares funcionam nas celas sem necessidade de recarregar baterias.<br />
<br />
Verdade ou lenda? Tudo leva este colunista a crer que seja verdade. Mas é uma dúvida que só poderá ser esclarecida quando a imprensa investir no assunto. Ouvir autoridades é perder tempo – pois não foram as autoridades da época que desmentiram formalmente as informações de que o crime se organizava nos presídios?<br />
<br />
Sabendo-se direitinho como é um presídio por dentro, a opinião pública terá condições muito melhores de definir se a lei deve continuar como está – ou seja, mantendo a pena de prisão como a principal punição dos criminosos condenados – ou deve mudar.<br />
<br />
<b>Posição correta</b><br />
Não confunda preso político com político preso.<br />
<br />
<b>A primeira batalha</b><br />
A Associação Nacional dos Jornais (ANJ), que reúne, entre outros, os maiores jornais do país, rompeu com o Google News: não permite mais que suas manchetes e as linhas iniciais de seus textos sejam ali publicadas sem pagamento.<br />
<br />
O Google News alega que não é justo pagar pelo uso das manchetes, já que com isso leva mais público aos jornais – em sua linguagem, “envia a seus sites um grande número de usuários”. Para a ANJ, o Google News não tem grande impacto no número de leitores dos sites – ao contrário, pode fazer com que muitos internautas se satisfaçam com as manchetes e as primeiras linhas dos textos e desistam de procurar a fonte.<br />
<br />
É uma iniciativa pioneira: os jornais brasileiros estão entre os primeiros do mundo a se afastar do Google News. Para o público, é ruim: reduz a facilidade de buscar informação. Pode ser o início de uma nova fase da internet, de colaboração entre produtores e buscadores de conteúdo. E pode também marcar uma nova fase da batalha para tornar a internet grátis uma coisa do passado.<br />
<br />
<b>Brincadeira celular</b><br />
Toda a imprensa divulgou: quem ligasse para um certo número, conforme a operadora de seu telefone celular, e pedisse por SMS para não receber mais mensagens de propaganda da operadora, teria de ser obrigatoriamente atendido.<br />
<br />
Ninguém na imprensa divulgou: as operadoras receberam o pedido e continuaram a mandar aquela propaganda que o cliente não quer receber. Este colunista, por exemplo, mandou o torpedo para o número previsto e mesmo assim recebeu da TIM um anúncio a respeito de um tal plano Liberty, seja lá o que for. E, seja lá o que for, não interessa.<br />
<br />
Alô, Anatel! Vai ficar por isso mesmo? Vai ficar que nem essas empresas como Walmart, Groupon, Daffiti e outras que recebem dezenas de pedidos para suspender suas ofertas de produtos indesejados e continuam a mandá-las para quem expressamente declarou que não se interessa por elas?<br />
<br />
<b>Coisas da web</b><br />
Este colunista pensou que já tinha visto o pior de tudo quando, após a notícia do falecimento da mãe de um amigo, alguém teclou no Facebook a tecla “curtir”. Mas pode haver coisas piores. Num grande portal noticioso, há a seguinte notícia: “Rod Stewart fez uso de cocaína pelo ânus. Veja isso na seção entretenimento&variedades”.<br />
<br />
O conceito de entretenimento parece ter-se tornado bem mais elástico.<br />
<br />
<b>Inculta e bela</b><br />
Não é tão difícil: mesmo que seja preciso fazer uma análise da frase, não é nada complicado. E, se alguém lê um bom livro de vez em quando, passa a escrever automaticamente de maneira correta. Pode não se lembrar das regras de regência, mas sabe quando a frase está certa ou errada.<br />
<br />
Quem não sabe é quem não lê um bom livro de vez em quando. E quem não lê um bom livro de vez em quando não deveria ser jornalista. Não combina. Onde é que vai buscar um pouco de cultura, para ancorar as informações dispersas que recebe sem parar?<br />
<br />
Uma frase: “A decisão ainda cabe recurso no Superior Tribunal de Justiça”. Não tem sentido: a gente até interpreta, mas já não é leitura fluente, é preciso decifrar o que se lê. Algo como “baixou hospital”, ou “fez exame de corpo delito”, ou “vou lhe encontrar para o agradecer”.<br />
<br />
<b>Outra frase do mesmo tipo:</b><br />
** “(...) deixa de responder jornalista por desconhecer veículo”.<br />
<br />
Quem responde, neste tipo de frase, responde a alguém.<br />
<br />
Depois os jornais falam mal do livro do “os menino pega os peixe”.<br />
<br />
<b>Notícias estranhas</b><br />
** “ACM Neto faz minicomício em Pau de Lima, em Salvador”.<br />
<br />
E é muita maldade falar em minicomício quando o astro é ACM Neto.<br />
<br />
<b>Outra</b>:<br />
<br />
** “Despedaçado, catamarã high-tech de US$ 8 volta à base”<br />
<br />
Se custa só US$ 8, este colunista também quer. Mesmo quebrado deve render mais do que isso.<br />
<br />
Como...<br />
<br />
<b>De um grande portal noticioso da internet:</b><br />
No título: “Sobe para 14 o nº de mortos em acidente com ônibus no RJ”<br />
<br />
No texto: “Empresa havia informado anteriormente que eram 15 mortos”.<br />
<br />
Como diriam os economistas do governo, trata-se de crescimento negativo.<br />
<br />
...é...<br />
<br />
<b>De um grande jornal impresso:</b><br />
** “Segundo o último levantamento do Ibope, (...) tem 60% dos votos válidos, ante 40% de 40% de (...)”.<br />
<br />
...mesmo?<br />
<br />
Num grande portal da internet, há uma foto do ator Marcelo Novaes, com o seguinte título:<br />
<br />
** “Descanço merecido”.<br />
<br />
Tudo bem, tudo bem. Depois do suceço estrondoso na novela, o ator mereçe ficar socegado e descançar.<br />
<br />
<b>E eu com isso?</b><br />
O julgamento do mensalão é importante, mas é difícil encontrar coisa mais chata e mais longa. A leitura do noticiário do mensalão seria ótima se não se dedicasse a ensinar aos ministros como votar e publicasse menos fofocas da Corte.<br />
<br />
<b>Fofoca por fofoca, truco! Vamos direto às fofocas divertidas.</b><br />
** “Penélope Cruz brinca com o filho em aeroporto”<br />
<br />
** “Sabrina Sato escurece os cabelos”<br />
<br />
** “Jennifer Lopez passeia com o namorado em Londres”<br />
<br />
** “Gêmeas do nado caminham na orla da Barra da Tijuca”<br />
<br />
** “Victoria Beckham é fotografada passeando com a filha caçula”<br />
<br />
** “Débora Falabella e Benício são flagrados em restaurante de SP”<br />
<br />
** “Pai de Justin Bieber aparece nu em fotos”<br />
<br />
** “Eduardo Costa se diz um bom churrasqueiro”<br />
<br />
** “Taylor Lautner janta em restaurante no Rio”<br />
<br />
** “Preta Gil, Mariana Ximenes e Cleo Pires se encontram em evento”<br />
<br />
** “Separado, Maradona viaja à Índia”<br />
<br />
<b>O grande título</b><br />
Há exemplares bem interessantes. Podemos começar com um título daqueles que, como não cabiam no espaço, entraram depois de muita pancada:<br />
<br />
** “Kanye West propôs a Kim Kardashian e já deu anel de diamantes de dez quilates à noiva”<br />
<br />
E que é que ele propôs a Kim Kardashian? Pode ter sido casamento. Mas, do jeito que andam as coisas, talvez não seja: aquele japonês, por exemplo, prometeu um presente considerável à moça, mas não tinha nada de casamento, não.<br />
<br />
Há também aquele título que errado não está, mas exige leitura atenta para ser decifrado:<br />
<br />
** “Ministro de Dilma nega ser estranho subir no palanque de ex-rival de CPI”<br />
<br />
Há um título com uma comparação que, no mínimo, merece ser explicada:<br />
<br />
** “Mulher de Slash diz que Axl mostrou afinidade com hambúrguer”<br />
<br />
E temos um título fantástico, sobre um projeto de mapeamento da Via Láctea:<br />
<br />
** “Meta é fazer censo das bilhares de estrelas no espaço”<br />
<br />
Bilhares. Será algo novo, referente a bilhões de milhares?<br />
<br />
***<br />
<br />
[Carlos Brickmann é jornalista e diretor da Brickmann&Associados]</div>
</div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-10807054309161225782012-10-12T16:33:00.000-03:002012-10-12T17:14:25.100-03:00Barbara Gancia se diz assustada com o “sangue nos olhos” dos que pregam punição exemplar aos réus da Ação Penal 470<span style="font-size: large;">Barbara Gancia chuta o pau da barraca</span><br />
<br />
<img height="141" src="http://www.brasil247.com/images/cache/1000x357/crop_0_12_1280_469/images%7Ccms-image-000289505.jpg" width="400" /><br />
<br />
Colunista da Folha diz que Lula venceu as eleições, que Veja distorce a realidade ao vender Joaquim Barbosa como novo herói nacional, que José Genoino não merece o que está vivendo e condena a análise maniqueísta dos que analisam o julgamento do mensalão com sangue nos olhos<br />
<br />
12 de Outubro de 2012 às 09:45<br />
<br />
247 – Colunista da Folha, Barbara Gancia se diz assustada com o “sangue nos olhos” dos que pregam punição exemplar aos réus da Ação Penal 470 e afirma que Lula foi o grande vencedor das eleições municipais de 2012. Leia:<br />
<br />
<span style="font-size: x-large;"><strong>Bem x Mal</strong></span><br />
<br />
Barbara Gancia<br />
<br />
Seria uma lição de democracia se do julgamento do STF constassem não só PT, mas Democratas, PSDB etc.<br />
<br />
Está tudo muito bom, está tudo muito bem. E o "New York Times", o "Financial Times" e o "Times" de Londres podem estar certos de que o julgamento do mensalão representa um avanço brutal para a democracia tapuia, como bem notou o nosso monumental Clóvis Rossi em sua coluna de ontem, mas esta "bastian contraria" (a expressão é piemontesa) que vos fala veio posar na sua sopa para discordar.<br />
<br />
É claro que quem tem culpa que pague o que deve. E eu também, como todo o resto do Ocidente (excluindo talvez o Suriname, Cuba e a Cristina Kirchner -que deve sentir coisas por ele), não vou com os cornos do Zé Dirceu. O homem escondeu a própria identidade da mulher, vive de amassos com os Castro, não é exatamente exemplo de democrata e blá-blá-blá-blá-blá.<br />
<br />
Acontece que não consigo dissociar a imagem de Joaquim Barbosa de Torquemada e o julgamento do mensalão da Inquisição. Estamos assistindo a um massacre e há muito ainda a considerar.<br />
<br />
Diziam que o julgamento seria parcial porque Lula havia escolhido os juízes. Não aconteceu. Aliás, essa desconfiança preconceituosa me faz lembrar o terceiro mandato de Lula, que não houve.<br />
<br />
Enunciavam também que o mensalão ia dar a vitória a Russomanno em primeiro turno. Não aconteceu. Por sinal, a economia nem vai tão bem e Haddad lidera as pesquisas.<br />
<br />
E Lula, ora, Lula foi o grande vencedor do primeiro turno (tadinha da Martoca) e vai levar São Paulo de enxurrada, né não? Fica claro também que a classe média alta que se diz informada, mas que raramente acaba obtendo colocação profissional fora do âmbito familiar, quer ver o PT ser varrido do mapa. Essa é a turma que torce como nunca no Fla-Flu do julgamento do STF.<br />
<br />
Nos últimos tempos, até a Dilma eles têm tratado com um desdém que antes não havia ali. Já para o zé povinho, tanto faz. Para a perifa, obviamente não só despida de preconceito contra o Lula como identificada com ele até a alma e beneficiada pelas mudanças sociais, escândalo de compra de votos da reeleição, anões do Congresso, Sivam, Zé Dirceu, Collor... é tudo a mesma lasanha.<br />
<br />
Eu até concordo que a gente queira ver canalhas ricos o bastante para contratar advogados top na cadeia. Mas, vem cá: o Genoino, gente? Todo mundo conhece o Genoino, sabe que ele não vive no luxo. E não merece o que está acontecendo.<br />
<br />
Nesta semana vi gente com sangue nos olhos dizendo que queria vê-lo atrás das grades. Isso não pode ser sede de justiça. É outra coisa. É preconceito puro. E olha que o Muro de Berlim já caiu há mais de 20 anos!<br />
<br />
É uma deturpação das mais danosas ao país colocar na capa da maior revista semanal tapuia uma criança negra e pobre que subiu na vida pelo próprio esforço como se ela fosse o novo Pelé.<br />
<br />
É como se a classe dominante dissesse: "Os nossos pretos pobres são melhores do que os deles". Os negros pobres do Lula precisam do Bolsa Família e de cotas para chegar lá. Joaquim Barbosa (que, note, se declara eleitor do PT) venceu sozinho, não precisou de "política assistencialista", não é mesmo? Pessoal ainda não entendeu que não é muleta, mas reparação por séculos de apartheid social.<br />
<br />
Seria lição de democracia se do julgamento do STF constassem não só PT, mas PSDB, DEM etc. Julgar ignorando garantias, sem direito a recurso e partindo da certeza de que quanto menos provas, maior o poder do réu e, portanto, hipoteticamente, maior sua culpa, é inverter a lógica. Isso não pode ser coisa boa, viu, "Times" de Londres?Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-36014191256863915672012-10-12T16:08:00.000-03:002012-10-12T16:08:01.739-03:00Assim como o STF, Generais também já se acharam melhores que os políticos. <span style="font-size: large;">Marcos Coimbra: STF invade atribuições dos demais Poderes</span><br /><br />publicado em 11 de outubro de 2012 às 22:24<br /><br /><span style="font-size: x-large;"><strong>A Democracia em Risco</strong></span><br /><br /><a href="http://www.cartacapital.com.br/edicao-da-semana/?edicao=Edi%C3%A7%C3%A3o%20719">Por Marcos Coimbra, na CartaCapital</a><br /><br />Enquanto a democracia brasileira dá mais uma mostra de saúde, com as belas eleições do domingo 7, uma tempestade se arma contra ela. É bom estarmos prevenidos, pois seus efeitos podem ser graves.<br /><br />Faz tempo que uma doença atinge nossas instituições. Os especialistas a chama de judicialização.<br /><br />A palavra não existia até há pouco. Mas teve de ser criada, pois um fenômeno novo e relevante surgiu e precisava ser batizado.<br /><br />Designa a hipertrofia do judiciário e sua invasão das atribuições dos demais Poderes. A judicialização acontece quando esse poder submete, ou quer submeter, o Legislativo e o Executivo.<br /><br />No mundo de hoje, é mais comum que o Executivo seja a ameaça. As queixas são generalizadas contra a perda de funções do Legislativo, subtraídas por seu crescimento desmesurado. Administrações cada vez mais complexas e burocratizadas, que atuam como se estivessem em campo oposto aos parlamentos, são regra e não exceção.<br /><br />O que estamos presenciando é outro fenômeno. A “judicialização” nada tem a ver com as tensões tradicionais e necessárias que existem entre os Poderes.<br /><br />Na democracia, a fonte da legitimidade do Executivo e do Legislativo é a mesma: o voto popular. O primeiro reflete a maioria, o segundo, a diversidade, pois nele todas as minorias relevantes podem se expressar.<br /><br />O Judiciário é diferente, por ser o único poder cujos integrantes são profissionais de carreira e não representam ninguém. E é especialmente grave o risco de que invada a esfera dos outros. De que queira subordiná-los ao que seus titulares eventuais, na ausência de um mandato popular autêntico, supõem ser o interesse coletivo.<br /><br />O julgamento do “mensalão” tem sido o mais agudo exemplo da judicialização que acomete nossas instituições.<br /><br />Já tínhamos tido outros, um de consequências nefastas nas questões de fundo suscitadas pelo episódio do mensalão. A ploriferação artificial de partidos, encorajada por uma legislação que há muito precisa ser revista, foi limitada por lei emanada do<br /><br />Congresso Nacional, que a Presidência da República sancionou. Mas o Supremo Tribunal Federal (STF) a restaurou.<br /><br />Em nome de um “democratismo”, manteve normas que complicam o voto para o eleitor e dificultam a formação de maiorias parlamentares menos voláteis, problema que todos os presidentes enfrentaram e enfrentam.<br /><br />Isso é, porém, café pequeno perante o que estamos vendo desde o início do julgamento.<br /><br />Sem que tenha recebido da sociedade mandato legítimo, o STF resolveu fazer, à sua maneira, o que entende ser o “saneamento” da política brasileira. Ao julgar o mensalão, pretende fixar o que o sistema político pode fazer e como.<br /><br />Imbuído da missão autoatribuída, faz o que quer com as leis. Umas ignora, em outras inova. Alarga-lhes ou encurta o alcance conforme a situação. Parece achar que os fins a que se propõe são tão nobres que qualquer meio é válido.<br /><br />O problema desse projeto é o de todos que não obedecem ao princípio da representação. É o que esses ministros querem.<br /><br />São 11 cidadãos (agora dez) com certeza capazes em sua área de atuação. Mas isso não os qualifica a desempenhar o papel que assumem.<br /><br />Pelo que revelam em seus votos e entrevistas, conhecem mal a matéria. Falta-lhes informação histórica e têm pouca familiaridade com ela. Pensam a política com as noções de senso comum, com preconceitos e generalizações indevidas.<br /><br />Acreditam que a democracia deve ser tutelada, pois o povo precisaria da “proteção”de uma elite de “homens de bem”.<br /><br />Acham-se a expressão mais alta da moralidade, que vão “limpar” a política e dela expulsar os “sujos”. Estão errados.<br /><br />Mas não é isso o que mais preocupa. Ainda que fossem dez ministros com notável conhecimento, ótimas idéias e nenhuma pretensão, que delegação teriam?<br /><br />Na democracia, quem quer falar pelo povo tem um caminho: apresentar-se, defender o que pensa e obter um mandato.<br /><br />Fora disso, não há regras. Generais já se acharam melhores que os políticos, mais “puros”. Como os juízes de hoje, os generais estavam preparados e eram patriotas. Desconfiavam dos políticos. Viam-se como expressão da sociedade. Liam na grande mídia que “precisavam responder aos anseios do País” e moralizar a política. Tinham um deles para pôr no poder.<br /><br />O final daquele filme é conhecido. E o de agora?<br />
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-60646704970813548562012-10-11T01:11:00.001-03:002012-10-11T01:11:38.007-03:00Genoino: "Não me envergonho de nada"<span style="font-size: x-large;">José Genoíno: Carta aberta ao Brasil</span><br /><a href="http://novobloglimpinhoecheiroso.wordpress.com/2012/10/10/jose-genoino-carta-aberta-ao-brasil/genoino04/"><img height="266" src="http://novobloglimpinhoecheiroso.files.wordpress.com/2012/10/genoino04.jpg?w=450&h=300" width="400" /></a><br /><br />Dizem, no Brasil, que as decisões do Supremo Tribunal Federal não se discutem, apenas são cumpridas. Devem ser assumidas, portanto, como verdades irrefutáveis. Discordo. Reservo-me o direito de discutir, aberta e democraticamente com todos os cidadãos do meu país, a sentença que me foi imposta e que serei obrigado a cumprir.<br /><br />José Genoíno Neto, via <a href="http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=196056&id_secao=1">Vermelho</a><br /><br />Estou indignado. Uma injustiça monumental foi cometida!<br /><br />A Corte errou. A Corte foi, sobretudo, injusta. Condenou um inocente. Condenou-me sem provas. Com efeito, baseada na teoria do domínio funcional do fato, que, nessas paragens de teorias mal digeridas, se transformou na tirania da hipótese preestabelecida, construiu-se uma acusação escabrosa que pôde prescindir de evidências, testemunhas e provas.<br /><br />Sem provas para me condenar, basearam-se na circunstância de eu ter sido presidente do PT. Isso é o suficiente? É o suficiente para fazerem tabula rasa de todo uma vida dedicada, com grande sacrifício pessoal, à causa da democracia e a um projeto político que vem libertando o Brasil da desigualdade e da injustiça.<br /><br />Pouco importa se não houve compra de votos. A tirania da hipótese preestabelecida se encarrega de “provar” o que não houve. Pouco importa se eu não cuidava das questões financeiras do partido. A tirania da hipótese preestabelecida se encarrega de afirmar o contrário. Pouco importa se, após mais de 40 anos de política, o meu patrimônio pessoal continua o de um modesto cidadão de classe média. Esta tirania afirma, contra todas as evidências, que não posso ser probo.<br /><br />Nesse julgamento, transformaram ficção em realidade. Quanto maior a posição do sujeito na estrutura do poder, maior sua culpa. Se o indivíduo tinha uma posição de destaque, ele tinha de ter conhecimento do suposto crime e condições de encobrir evidências e provas. Portanto, quanto menos provas e evidências contra ele, maior é a determinação de condená-lo. Trata-se de uma brutal inversão dos valores básicos da Justiça e de uma criminalização da política.<br /><br />Esse julgamento ocorre em meio a uma diuturna e sistemática campanha de ódio contra o meu partido e contra um projeto político exitoso, que incomoda setores reacionários incrustados em parcelas dos meios de comunicação, do sistema de justiça e das forças políticas que nunca aceitaram a nossa vitória. Nessas condições, como ter um julgamento justo e isento? Como esperar um julgamento sereno, no momento em que juízes são pautados por comentaristas políticos?<br /><br />Além de fazer coincidir matematicamente o julgamento com as eleições.<br /><br />Mas não se enganem. Na realidade, a minha condenação é a tentativa de condenar todo um partido, todo um projeto político que vem mudando, para melhor, o Brasil. Sobretudo para os que mais precisam.<br /><br />Mas eles fracassarão. O julgamento da população sempre nos favorecerá, pois ela sabe reconhecer quem trabalha por seus justos interesses. Ela também sabe reconhecer a hipocrisia dos moralistas de ocasião.<br /><br />Retiro-me do governo com a consciência dos inocentes. Não me envergonho de nada. Continuarei a lutar com todas as minhas forças por um Brasil melhor, mais justo e soberano, como sempre fiz.<br /><br />Essa é a história dos apaixonados pelo Brasil que decidiram, em plena ditadura, fundar um partido que se propôs a mudar o país, vencendo o medo. E conseguiram. E, para desgosto de alguns, conseguirão. Sempre.<br /><br />São Paulo, 10 de outubro de 2012<br /><br />José Genoíno NetoClipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-29885578156142749062012-10-11T00:55:00.004-03:002012-10-11T00:55:50.243-03:00O escândalo do escândalo é a falta de provas.<a href="http://colunas.revistaepoca.globo.com/paulomoreiraleite/2012/10/10/sem-dominio-sem-fatos/"><span style="font-size: x-large;">Sem domínio, sem fatos</span></a><div>
<br />20:55, 10/10/2012 Paulo Moreira Leite<br /><br />Talvez seja a idade, quem sabe as lembranças ainda vivas de quem atravessou a adolescência e o início da idade adulta em plena ditadura. Mas não consigo conviver com a ideia de que cidadãos como José Genoíno e José Dirceu possam ser condenados por corrupção ativa sem que sejam oferecidas provas consistentes e claras. A Justiça é um direito de todos. Mas não estamos falando de personagens banais.<br /><br />Sei que os mandantes de atos considerados criminosos não assinam papéis, não falam ao telefone nem deixam impressão digital. Isso não me leva a acreditar que toda pessoa que não assina papel, não fala ao telefone nem deixa impressão digital seja chefe de uma quadrilha.<br /><br />Sei que existe a teoria do domínio do fato. Mas ela não é assim, um absoluto. Tanto que, recentemente, o célebre Taradão, apontado, por essa visão, como mandante do assassinato de irmá Dorothy, conseguiu sentença para sair da prisão. Contra Taradão havia confissões, testemunhas variadas, uma soma impressionante de indícios que não vi no mensalão. Mesmo assim, ele foi solto.<br /><br />Não estamos no universo do crime comum. Estamos no mundo cinzento da política brasileira, como disse o professor José Arthur Gianotti, pensador do país e, para efeitos de raciocínio, tucano dos tempos em que a geração dele e de Fernando Henrique lia O Capital.<br /><br />O país político funciona neste universo cinzento para todos os partidos. Eu e acho, de saída, que é inacreditável que dois esquemas tão parecidos, que movimentaram quantias igualmente espantosas, tenham recebido tratamentos diferentes – no mesmo tempo e lugar.<br /><br />O centro desse universo é uma grande falsidade. O mensalão dos petistas, que condenou Dirceu e Genoíno, foi julgado pelo Supremo em clima de maior escândalo da história, definição que, por si só, já pedia, proporcionalmente, a maior condenação da história.<br /><br />Já o mensalão do PSDB-MG escapou pela porta dos fundos. Ninguém sabe quando será julgado, ninguém saberá quando algum nome mais importante for absolvido em instancias inferiores, ninguém terá ideia do destino de todos. Bobagem ficar de plantão a espera do resultado final. Esse barco não vai chegar.<br /><br />O caminho foi diferente, a defesa terá mais chances e oportunidades. Não dá para corrigir.<br /><br />O PSDB-MG passará, no mínimo, por duas instâncias. Quem sabe, algum condenado ainda poderá bater às portas do STF – daqui a alguns anos. Bons advogados conseguem tanta coisa, nós sabemos…<br /><br />Não há reparação possível. São rios que seguiram cursos diferentes, para nunca mais se encontrar.<br /><br />Partindo desse julgamento desigual, eu fico espantado que Dirceu tenha sido condenado quando os dois principais casos concretos – ou provas – contra ele se mostraram muito fracas.<br /><br />Ponto alto da denúncia de Roberto Jefferson contra Dirceu, a acusação de que Marcos Valério fez uma viagem a Portugal para arrumar dinheiro para o PTB e o PT se mostrou uma história errada. Lobista de múltiplas atividades, Valério viajou a serviço de outro cliente, aquele banqueiro da privatização tucana que ficou de fora do julgamento. Ricardo Lewandoswski explicou isso e não foi contestado.<br /><br />Outra grande acusação, destinada a sustentar que Dirceu operava o esquema como se fosse o dono de uma rede de fantoches, revelou-se muito mais complicada do que parecia. Estou falando da denúncia de que, num jantar em Belo Horizonte, Dirceu teria se aliado a Katia Rebelo, a dona do Banco Rural, para lhe dar a “vantagem indevida” pelos serviços prestados no mensalão.<br /><br />A tese é que Dirceu entrou em ação para ajudar a banqueira a ganhar uma bolada – no início falava-se em bilhões – com o levantamento da intervenção do Banco Central no Banco Mercantil de Pernambuco. O primeiro problema é que nenhuma testemunha presente ao encontro diz que eles sequer tocaram no assunto.<br /><br />Mas é claro que você não precisa acreditar nisso. Pode achar que eles combinaram tudo para mentir junto. Por que não?<br /><br />Mas a sequencia da história não ajuda. Valério foi 17 vezes ao BC e ouviu 17 recusas. A intervenção no Banco Mercantil só foi levantada dez anos depois, quando todos estavam longe do governo. Rendeu uma ninharia em comparação com o que foi anunciado.<br /><br />De duas uma: ou a denuncia de que Dirceu trabalhava para ajudar o Banco Rural a recuperar o Mercantil era falsa. Ou a denuncia é verdadeira e ele não tinha o controle total sobre as coisas.<br /><br />Ou não havia domínio. Ou não havia fato.<br /><br />Aonde estão os super poderes de Dirceu?<br /><br />Estão na “conversa”, dizem. Estão no “eu sabia”, no “só pode ser”, no “não é crível” e assim por diante. Dirceu conversava e encontrava todo mundo, asseguram os juízes. Mas como seria possível coordenar um governo sem falar nem conversar? Sem sentar-se com cada um daqueles personagens, articular, sugerir, dirigir. Conversar seria prova de alguma coisa?<br /><br />Posso até imaginar coisas. Posso “ter certeza.” Posso até rir de quem sustenta o contrário e achar que está zombando da minha inteligência.<br /><br />Mas para condenar, diz a professora Margarida Lacombe, na GloboNews, é preciso de provas robustas, consistentes. Ainda vivemos no tempo em que a acusação deve apresentar provas de culpa.<br /><br />Estamos privando a liberdade das pessoas, o seu direito de andar na rua, ver os amigos, e, acima de tudo, dizer o que pensa e lutar pelas próprias ideias.<br /><br />Estamos sob um regime democrático, onde a liberdade – convém não esquecer – é um valor supremo. Podemos dispor dela, assim, a partir do razoável?<br /><br />Genoíno também foi condenado pelo que não é crível, pelo não pode ser, pelo nós não somos bobos. Ainda ouviu uma espécie de sermão. Disseram que foi um grande cara na luta contra a ditadura mas agora teve um problema no meio da estrada, um desvio, logo isso passa.<br /><br />Julgaram a pessoa, seu comportamento. E ouviu a sentença de que seu caráter apresentou falhas.<br /><br />Na falta de provas, as garantias individuais, a presunção da inocência, foram diminuídas, em favor da teoria que permite condenar com base no que é “plausível”, no que é “crível” e outras palavras carregadas de subjetividade, de visão<br /><br />Não custa lembrar – só para não fazer o papel de bobo — que se deixou de lado o empresário das privatizações tucanas que foi um dos primeiros a contribuir para o esquema, um dos últimos a aparecer e, mais uma vez, um dos primeiros a sair.<br /><br />Já perdemos a conta de casos arquivados no Supremo por falta de provas, ou por violação de direitos individuais, ou lá o que for, numa sequência de impunidades que – involuntariamente — ajudou a formar o clima do “vai ou racha” que levou muitos cidadãos honestos e indignados a aprovar o que se passou no julgamento, de olhos fechados.<br /><br />Juizes do STF tiveram uma postura muito estranha quando emparedaram o governo Lula, ainda no exercício do cargo, em função de uma denuncia – absurdamente falsa – de que um de seus ministros fora grampeado, em conversa com o notável senador Demóstenes Torres, aquele campeão da moralidade que tinha o celular do bicheiro, presentes do bicheiro, avião do bicheiro…o mesmo bicheiro que ajudou a fazer várias denuncias contra o governo Lula, inclusive o vídeo dos Correios que é visto como o começo do mensalão.<br /><br />A condenação contra José Genoíno e José Dirceu sustenta-se, na verdade, pelo julgamento de caráter dos envolvidos. Achamos que eles erraram. Não há fatos, não há provas. Mas cometeram “desvios”.<br /><br />Aí, nesse terreno de alta subjetividade, é que a condenação passa a fazer sentido. Os poucos fatos se juntam a uma concepção anterior e formam uma culpa.<br /><br />A base deste raciocínio é a visão criminalizada de determinada política e determinados políticos.<br /><br />(Sim. De uma vez por todas: não são todos os políticos. O mensalão PSDB-MG lembra, mais uma vez, que se fez uma distinção entre uns e outros.)<br /><br />Os ministros se convenceram de que “sabem” que o governo “comprava apoio” no Congresso. Não contestam sequer a visão do procurador geral, que chega a falar em sistema de “suborno”, palavra tão forte, tão crua, que se evita empregar por revelar o absurdo de toda teoria.<br /><br />Suborno, mesmo, sabemos de poucos e não envolvem o mensalão. Foram cometidos em 1998, na compra de votos para a reeleição. Mas pode ter havido, sim, casos de suborno.<br /><br />Mas é preciso demonstrar, mesmo que não seja preciso uma conversa grampeada, como Fernando Rodrigues revelou em 1998.<br /><br />Nesta visão, confunde-se compensações naturais da política universal com atitudes criminosas, como crimes comuns. Quer-se mostrar aos políticos como fazer politica – adequadamente.<br /><br />Chega-se ao absurdo. Deputados do PT, que nada fariam para prejudicar um governo que só conseguiu chegar ao Planalto na quarta tentativa, são acusados de terem vendido seu apoio em troca de dinheiro. Não há debate, não há convencimento, não há avaliação de conjuntura. Não há política. Não há democracia – onde as pessoas fazem alianças, mudam de ideia, modificam prioridades. Como certas decisões de governo, como a reforma da Previdência, não pudessem ser modificadas, por motivos corretos ou errados, em nome do esforço para atravessar aquele ano terrível de 2003, sem crescimento, desemprego alto, pressão de todo lado.<br /><br />A formula é tudo por dinheiro é nome de programa de TV, não de partido político.<br /><br />Imagino se, por hipótese, a Carta ao Povo Brasileiro, que contrariou todos os programas que o PT já possuiu desde o encontro de fundação, no Colégio Sion, tivesse de ser aprovada pelo Congresso.<br /><br />Tenho outra dúvida. Se este é um esquema criminoso, sem relação com a política, alguém poderia nos apresentar – entre os deputados, senadores, assessores incriminados – um caso de enriquecimento. Pelo menos um, por favor. Porque a diferença, elementar, para mim, é essa.<br /><br />Dinheiro da política vai para a eleição, para a campanha, para pagar dívidas. Coisas, aliás, que a denuncia de Antônio Fernando de Souza, o primeiro procurador do caso, reconhece.<br /><br />Decepção. Não há este caso. Nenhum político ficou rico com o mensalão. Se ficou, o que é possível, não se provou.<br /><br />Claro que o Delúbio, deslumbrado, fumava charutos cubanos. Claro que Silvinho Pereira ganhou um Land Rover. A ex-mulher de Zé Dirceu, separada há anos, levou um apartamento e conseguiu um emprego.<br /><br />Mas é disso que estamos falando? É este o “maior escândalo da história”?<br /><br />Os desvios de dinheiro público, comprovados, são uma denúncia séria e grave. Deve ser apurada e os responsáveis, punidos.<br /><br />Mas não sabemos sequer quanto o mensalão movimentou. Dois ministros conversaram sobre isso, ontem, e um deles concluiu que era coisa de R$ 150 milhões. Queria entender por que se chegou a este número.<br /><br />Conforme a CPMI dos Correios, é muito mais. Só a Telemig – daquele empresário que ficou esquecido – compareceu com maravilhosos R$ 122 milhões, sendo razoável imaginar que, pelo estado de origem, seu destino tenha sido o modelo PSDB-MG. Mas o Visanet entregou R$ 92,1 milhões, diz a CPMI. A Usiminas – olha como é grande o braço mineiro – mandou R$ 32 milhões para as agências de Marcos Valério. Mas é bom advertir: isso está na CPMI, não é prova, não é condenação.<br /><br />A principal testemunha, Roberto Jefferson, acusou, voltou atrás, acusou de novo… Fez o jogo que podia e que lhe convinha a cada momento. Disse até que o mensalão era uma criação mensal. (Está lá, no depoimento à Polícia Federal).<br /><br />Eu posso pinçar a frase que quiser e construir uma teoria. Você pode pinçar outra frase e construir outra teoria. Jefferson foi uma grande “obra aberta” do caso.<br /><br />O nome disso é falta de provas.</div>
<div>
<br /></div>
Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-87985892918398011602012-10-10T19:04:00.000-03:002012-10-10T19:04:51.381-03:00Hugo Chávez X O Globo. Isso você não viu na TV.O vídeo, a seguir, é uma peça que corrobora para uma leitura mais limpa e sem ruídos, de como a holigarquia manipula mídia e governos, em seu favor, pouco se importanto com as tragédias humanas produzidas a partir das suas ações. <br />
<br />
Para montar as suas farsas, a imprensa golpista se vale de assassinatos de ativistas, manipulação da realidade e distorção da verdade para atingir a reputação daqueles a quem se opõem.<br />
<br />
Valeria a pena comparar o vídeo com a matéria produzida pelo global (se é que ela foi produzida).<br />
<br />
Se alguém a encontrar, mande pra gente!<br />
<br />
<iframe allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/JUsVSargH-Y" width="420"></iframe><br />Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-4965937241432594216.post-14248293315502645002012-10-09T19:07:00.000-03:002012-10-09T19:07:52.348-03:00A bala de prata, que deveria matar Lula e o PT, pode ferir de morte o Estado de Direito.<br /><span style="font-size: x-large;"><b>STF e o “mensalão”: Decisão perigosa sem precedentes para a segurança do indivíduo</b></span><br /><br /><a href="http://novobloglimpinhoecheiroso.wordpress.com/2012/10/09/stf-e-o-mensalao-decisao-perigosa-sem-precedentes-para-a-seguranca-do-individuo/print-54/"><img height="269" src="http://novobloglimpinhoecheiroso.files.wordpress.com/2012/10/justica14.jpg?w=450" width="400" /></a><br /><br />No Brasil, uma Justiça que se baseia em conjecturas e condena por presunção.<br /><br />Gilberto de Souza, via <a href="http://correiodobrasil.com.br/stf-e-o-mensalao-decisao-perigosa-sem-precedentes-para-a-seguranca-do-individuo/526017/#.UHLnKpjA8fw">Correio do Brasil</a><br /><br />O julgamento da Ação Penal (AP) 470, no Supremo Tribunal Federal (STF), sob os holofotes de setores da mídia comprometidos com os mesmos interesses que mantiveram de pé uma das piores ditaduras já vividas na América Latina, vai muito além das cores fortes com as quais o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo conhecido como “mensalão”, tenta tingir a realidade ao contar uma história crível até, verossímil como os grandes romances, mas afastada das provas contidas nos autos. Se a compra de votos de parlamentares transitar em julgado na mais alta Corte de Justiça do País, com base nos votos consignados por guardiões da Constituição brasileira para que consigam dormir à noite, amparados na experiência de vida de cada um, ou ainda por não ser possível não se saber de algo que não foi dito, nem provado, nas investigações ao longo de quase uma década, a possível prisão do ex-ministro José Dirceu será a menor das consequências. A maior delas estará no risco em que viveremos, todos, diante de uma Justiça que se baseia em conjecturas e condena por presunção.<br /><br />A repercussão será devastadora se o Supremo materializar sem uma prova sequer, como constatou o revisor da AP 470, ministro Ricardo Lewandowski, os piores fantasmas da imaginária conspiração comunista mais barburda de que já se teve notícia, para perpetuar no poder o grupo liderado por aquele líder sindicalista, Luiz Inácio Lula da Silva, ligado aos ex-guerrilheiros Daniel e Luiza. É aí que começam as incongruências. Em primeiro lugar, os livros de História do Brasil precisarão contar que a tentativa do suposto esquema de financiamento da esquerda radical teve seu Joaquim Silvério dos Reis no ex-deputado de extrema-direita Roberto Jefferson. Depois, que todas as votações na Câmara dos Deputados e no Senado, durante o período de vigência do esquema do “mensalão”, tiveram de ser anuladas por vício de origem, o que desmoralizará de forma indelével o Poder Legislativo nacional. E por último, embora não menos importante, nenhuma prova foi exigida no corpo do processo para que os réus seguissem às galés. O mais grave, porém, estará à frente, com o estabelecimento da jurisprudência.<br /><br />A partir de então, lá no futuro, qualquer juiz de primeira instância, diante de uma denúncia na paróquia, transformada em processo com base naquela fofoca da D. Candinha que ganhou as manchetes da Folha de Mato Dentro, considerada muito plausível segundo a experiência de vida da comunidade conservadora local, o magistrado condenará o acusado que, por coincidência, era desafeto do dono do jornal e da revista que ora lhe conferem superpoderes de herói na pequena, aprazível e imaginária Gotham City. Ainda assim, sem um pingo de culpa por rasgar séculos de lutas e conquistas do indivíduo, colocará a cabeça no travesseiro para uma boa noite de sono. Ao miserável, ainda bem, será possível recorrer da sentença à Corte imediatamente superior, expediente negado aos réus desta ação no STF. Mas, se tal situação hipotética soa como absurdo, o pior na realidade é a sensação que passará a reinar no país, a de que o impensável integra o cotidiano. Ao abandonar o marco de segurança mínima dos direitos individuais, que é a exigência das provas contidas nos autos para que alguém seja condenado à pena privativa de liberdade, alguns integrantes do Tribunal mais importante do país poderão viver no sossego de suas consciências, mas terão transformado em pesadelo a vida de toda uma nação.<br /><br />Uma vez aceso o estopim da bomba armada por Carlos Augusto Ramos, o contraventor Carlinhos Cachoeira, que explodiu no bolso daquele funcionário dos Correios, junto com o pacotinho de R$3 mil, nada mais seguro para o alvo primário das investigações do que se misturar à multidão e acusar o maior número possível de pares na Câmara dos Deputados de se vender ao esquema urdido por comunistas sanguinários instalados no poder. A Igreja se arrepia. A Casa Grande desfia o relho. As condições para um novo golpe de Estado no Brasil se apresentam. Mas a tentativa falha porque o presidente da República detinha, à época, os maiores índices de aprovação jamais vistos na história desse país. Paciência. Teriam nova oportunidade mais à frente, no julgamento do “mensalão”.<br /><br />Os autores da ópera bufa que criava a figura da compra de consciência dos parlamentares haviam plantado a semente transgênica no relatório da PGR. Pasmem. O esquema, disseram, visava a aprovação de duas reformas absurdamente importantes para a implantação do stalinismo no Brasil: da Previdência e a Lei de Falências. Como toda história mal contada, faltam os fundamentos mais pueris. Fossem os textos de ambas um avanço no campo socialista, capazes de abrir caminho para a implantação do comunismo na América do Sul, seria possível apontar o dedo longo dos conservadores na direção do Planalto. Mas, ao contrário, da dissidência do Partido dos Trabalhadores, acusado de manobrar alguns graus à direita, nasceu o Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL), integrado por parlamentares insatisfeitos, principalmente, com a alteração no regime previdenciário do País. Esse mesmo texto recebeu o apoio de partidos da oposição, pelas mesmas razões. Se alguém vendeu algo nesse episódio, não foi o voto.<br /><br />O veneno destilado pela Procuradoria Geral da República (PGR) não foi suficiente para inocular todo o processo. Com isso, parece que todos concordam. Ainda assim, engolido de um trago só pela relatoria, viu-se transformada em lenda a mais pura e simples bandalheira. Ainda que vultoso, trata-se do comezinho furto aos cofres públicos por uma fenda aberta pela quadrilha do então publicitário Marcos Valério, experimentado nessas lides desde o mensalão mineiro. Este transcorreu sem falhas, a ponto de nenhum tucano do bando ter experimentado, até hoje, o alpiste na gaiola. Mas, ao tornar a história um fato, sem que as provas contidas nos autos embasassem a argumentação fantasiosa e eletrizante, quase uma novela das 8, estão prestes a lançar o país em um abismo jurídico sem precedentes. Parecem desconhecer que tal jurisprudência será capaz de atingir, indistintamente, a todo e qualquer cidadão deste país.<br /><br />Ainda mais irresponsáveis são os donos dos jornais diários, revistas e redes de tevê que incensam um disparate de tal envergadura. Esses empresários viram no enredo outra chance de ouro para lustrar, com a língua, as botas do capital internacional que os sustentam. Ao tomar em vão o santo nome da liberdade de imprensa – sagrada e louvada por todo o sempre, salve, salve, amém – os grandes meios de comunicação aplicam seus poderes, imensos, de forma a encostar na parede, de um lado, o governo da presidenta Dilma Rousseff. Com isso, garantem recursos públicos bilionários em contratos de publicidade para seguir mais fortes no encabrestamento do Estado. E, de outro, o Poder Judiciário. Este último parece ser ainda mais simples de manobrar. Basta conceder algumas fotos nas capas, umas campanhas de marketing nas redes sociais e aplausos em aviões e restaurantes para acender o imenso braseiro do ego de alguns magistrados. Assim, conseguem sonhar com carneirinhos, acreditar em contos de fadas e dispensar as provas imprescindíveis para que um cidadão seja encarcerado.<br /><br />Em nome de seus próprios interesses, e apenas em nome deles, sem pensar nas consequências do ato prestes a ser praticado, parcela considerável da elite puxa o gatilho de uma arma carregada de ódios e mágoas na direção da própria têmpora. Uma vez disparada, a bala de prata que deveria matar o “sapo barbudo” e exterminar os “petralhas” estará pronta a ferir de morte o Estado de Direito e a segurança individual de todos os brasileiros.<br /><br />Gilberto de Souza é jornalista, editor-chefe do Correio do Brasil.Clipping do Máriohttp://www.blogger.com/profile/10468006095518981328noreply@blogger.com2