quarta-feira, 29 de junho de 2011

Dilma: "A inclusão social tornou-se motor de nossas economias"

Dilma faz no Paraguai alerta sobre a situação econômica mundial
29/6/2011 15:45, Por Agência Brasil

Luciana Lima
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Ao discursar hoje (29), na abertura da 41 ª Reunião de Cúpula do Mercosul, em Assunção, a presidenta Dilma Rousseff fez um alerta sobre a situação econômica mundial e citou a difícil situação de países como os Estados Unidos, a Grécia, Portugal, a Irlanda e a Espanha.

“Os países em desenvolvimento da América Latina, nesse contexto, têm um desempenho muito mais dinâmico, mas muitos de nós têm sofrido as consequências do excesso de liquidez produzido pelos países ricos, que compromete nossa competitividade e tem sido o principal fator responsável pelas pressões inflacionárias existentes”, afirmou.

Segundo Dilma, é preciso assegurar que os mercados dos países em desenvolvimento sirvam de estímulo a seu crescimento, desenvolvendo e gerando emprego e renda para seus povos. “Precisamos avançar na agregação de valor para nossos produtos”, destacou. Para ela, os países do Mercosul fizeram bem em optar por um modelo de desenvolvimento como o adotado pelo Brasil, que classificou de “único no mundo”.

Neste modelo, disse a presidenta, o crescimento não é apenas a expansão numérica do Produto Interno Bruto (PIB). “É muito mais. É um processo de geração compartilhada de riqueza, preservando nossa cidadania, vinculada a uma visão de desenvolvimento que se quer socialmente justo e ambientalmente sustentável.”

Ao falar do modelo brasileiro, Dilma lembrou que a inclusão social não era vista por governantes e economistas como um fator de desenvolvimento. “Nosso modelo busca a prosperidade pela incorporação das grandes massas, historicamente excluídas. A inclusão social tornou-se motor de nossas economias, não o contrário, como insistiam e fracassaram no passado nossos governantes e economistas, desvinculados de nossas realidades nacionais.”

Para ela, este modelo representou uma maneira de enfrentar a crise financeira mundial. “Enquanto países mais prósperos e desenvolvidos desmontam mecanismos de bem estar social, os países do Mercosul investem cada vez mais em programas de proteção social”, afirmou.

Dilma defendeu maior integração das cadeias produtivas dos países que integram o bloco econômico, além de mais estímulo ao intercâmbio entre as empresas, principalmente as de pequeno e médio porte dos países da região do Cone Sul. “Precisamos promover a integração de nossas cadeias produtivas estimulando parcerias entre as empresas da região, principalmente as de pequeno e médio porte. O empreendedorismo gera emprego, promove inovação e expande as oportunidades de negócios em um mercado ampliado como o nosso.”

Ela ressaltou também a necessidade de trocas mais intensas nas áreas de inovação tecnológica e, para isso, propôs a criação de um sistema de bolsas de estudos nos países do Mercosul. “É essencial multiplicar iniciativas de intercâmbio de estudantes, professores e pesquisadores. Urge criar um sistema acessível e operacional de bolsas de estudo entre nossos países.”

Dilma destacou ainda a questão da assimetria das condições sociais dos países do bloco. Nesse caso, a presidenta citou o Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem) como forma de agir em conjunto para amenizar as diferenças regionais. Temos de enfrentar também as assimetrias entre os sócios. O Focem, nesse contexto, é exemplo do que podemos construir juntos, realizando projetos de grande relevância.”

Dilma elogiou o elevado crescimento da economia paraguaia no ano passado, de mais de 15%. De acordo com a presidenta, feitos como esse aumentam o otimistmo em relação ao futuro tanto do Mercosul quanto dos demais países associados ao bloco. “O crescimento incrível do Paraguai em 2010 foi também acompanhado por avanços significativos do Uruguai, da Argentina, do Brasil e dos demais países associados”, acrescentou.

No discurso, a presidenta reforçou a importância da área de livre comércio e destacou o aumento das trocas comerciais entre os países do bloco nos últimos 20 anos. “O Mercosul tem sido a plataforma fundamental e, em 20 anos, criamos e consolidamos a união aduaneira. Ainda que imperfeita, o comércio interregional cresceu. De US$ 5 bilhões em 1991 para US$ 44,5 bilhões em 2010, cifra superior aos níveis pré-crise alcançados em 2008″, exemplificou.

“Experiências bem-sucedidas de transferência de renda, de criação de empregos e de elevação social difundem-se por nossa região. A prevalência da lógica do diálogo e da compreensão, em oposição à lógica da confrontação, em zona livre de armas nucleares e de conflitos étnicos distingue hoje o Mercosul e a nossa Unasul de outras áreas no mundo”, destacou Dilma.

De acordo com a presidenta, há motivos para comemorar, mas ainda há muito o que fazer. “Recentemente, lançamos o programa Brasil sem Miséria, pelo qual pretendemos resgatar 16 milhões de brasileiros que ainda vivem em condições de pobreza extrema. Nele, a pobreza não será apenas um número. Nós hoje conseguimos detectar nome, endereço e sobrenome de cada um dos mais pobres do país”, disse Dilma.

Edição: Nádia Franco

Telefone popular a R$ 13,80. Anatel, tá barato pra caramba!



Anatel aprova telefone popular a RS 13,80
Quinta-feira 2, junho 2011

O conselho diretor da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou nesta quinta-feira (2) a terceira revisão do PGMU (Plano Geral de Metas de Universalização), que reúne as diretrizes para expansão da telefonia fixa para até 2015.

Uma das medidas do plano aprovado hoje está a oferta de plano básico de assinatura de telefonia fixa para baixa renda a RS 13,80. O público alvo é o universo de 13 milhões de beneficiários do Bolsa Família. As empresas também se comprometem a expandir a telefonia fixa na zona rural, em escolas e postos de saúde em todo o país.

O plano deveria ter entrado em vigor em janeiro deste ano, junto com a assinatura de novos contratos com as concessionárias de telefonia. Desentendimentos entre empresas e governo sobre metas de expansão de infraestrutura de banda larga, fontes de financiamento e telefonia rural atrasaram a negociação.

O texto aprovado hoje cede em alguns pontos para as empresas, que não queriam investir na construção de backhaul, que são como estradas por onde passa o tráfego de dados até as cidades. Na visão das empresas, elas já cumpriram suas metas de expansão de rede e não precisariam investir mais nesse ponto.

Em vez de construção de infraestrutura, as empresas deverão se comprometer com a venda de internet a 1 mbps por até R$ 35. Segundo o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, metas específicas serão definidas por decreto presidencial. A Anatel decidiu hoje também a abertura do mercado de TV a cabo para as teles.

sábado, 25 de junho de 2011

Mercado de trabalho bombando em emprego e renda.



Matéria da Editoria: Economia 23/06/2011

Emprego e renda estabilizam-se em nível recorde em maio, diz IBGE

Taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas continua em 6,4% na virada de abril para maio. Salário médio sobe 1,1% e atinge R$ 1,566 mil. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou os dados nesta quarta-feira (22/06), são os melhores resultados da história para o mês de maio. No ano, renda média cresceu 4%, apesar de desemprego ter subido quase um ponto.
Da redação

Data: 22/06/2011

BRASÍLIA – O mercado de trabalho nas seis maiores regiões metropolitanas brasileiras estabilizou-se na passagem de abril para maio em patamares recordes de emprego e renda. O desemprego continuou em 6,4%, e o salário médio subiu 1,1%, atingindo R$ 1,566 mil. Nos dois casos, são os melhores resultados já registrados num mês de maio pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que divulgou as informações nesta quarta-feira (22/06).

Na pesquisa, o IBGE apurou que havia, em maio, 22,4 milhões de pessoas em idade ativa trabalhando nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador. E que 1,5 milhão estava desocupada. São quase os mesmos números verificados em abril (22,3 milhões e 1,5 milhões, respectivamente).

Em relação a maio do ano passado, 552 mil novos trabalhadores entraram no mercado, alta de 2,5%. E 242 mil deixaram de procurar emprego, queda de 13,7%. Há doze meses, a taxa de desemprego era de 7,5%.

Das seis regiões metropolitanas, Belo Horizonte tomou o lugar de Porto Alegre como a capital com menor desemprego do país (4,7% e 5,1%, respectivamente). O pior desempenho continua sendo de Salvador (10,5%).

No caso dos salários, a renda média dos trabalhadores cresceu 4% de janeiro a maio, apesar de a taxa de desemprego ter passado de 5,3% em dezembro, a menor da história, para 6,4% agora.

O Rio de Janeiro voltou a ultrapassar São Paulo e lidera o quesito, com R$ 1,682 mil mensais, 7% acima do rendimento médio nacional. A menor renda é a de Recife, com R$ 1,077, 32% abaixo da média.

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Emprego com carteira assinada resiste à alta dos juros e segue intenso

Inflação esfria, mas geração de emprego e renda, não. Só pra contrariar... o PIG.

Os esforços do governo contra a inflação, com aumento de juros do Banco Central, encarecimento dos empréstimos e ações específicas para conter o preços dos combustíveis e dos alimentos, começam a dar resultados mais acentuados.

Na primeira prévia da inflação de junho, divulgada na última terça-feira (21/06), o aumento de preços perdia fôlego. Atingia 0,23%, um terço do que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) verificara um mês antes (0,70%).

A inflação fechada de maio já havia caído bem em relação a abril, e a equipe econômica apostava que, a partir de junho ou julho, desaceleraria ainda de modo mais firme, o que os dados iniciais estão a indicar.

Apesar destes números – que de certa forma sinalizam esfriamento da economia - o mercado de trabalho ainda não foi comprometido. A geração de emprego formal em maio foi a terceira maior da história para aquele mês. Já o salário médio nas seis principais regiões metropolitanas foi recorde.

Mas o tema “salário” também é motivo de desconforto para os brasileiros. Ao menos para os de renda menor. Uma pesquisa internacional mostrou mais uma vez o que muita gente já sabe. O Brasil alivia a mão, na hora de cobrar imposto dos mais ricos. Mas não maquiando taxa dos mais humildes.

Informações detalhadas sobre emprego, salário e impostos, o leitor confere neste boletim especial, que conta ainda como o governo Dilma aliou-se aos fundos de pensão para peitar os bancos e tentar rolar a dívida pública pagando juros menores; e como o Brasil vai seguir decisão da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e, enfim, discutir estender aos empregados domésticos os mesmos direitos constitucionais assegurados aos trabalhadores comuns.




Emprego com carteira assinada resiste à alta de juro e segue intenso
Em maio, foram criados 252 mil novos empregos com carteira assinada, terceiro melhor resultado da história no mês, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta segunda-feira (20/06). No ano, vagas novas somam 1,1 milhão, patamar inferior apenas a 2010. Segundo o ministro Carlos Lupi, investimentos estrangeiros estão sustentando ritmo do mercado de trabalho.
André Barrocal

BRASÍLIA – O ritmo de criação de empregos com carteira assinada continua intenso, apesar das tentativas do governo, sobretudo com aumento de juros, de esfriar a economia para conter a inflação. Em maio, as empresas contrataram como nunca, e fizeram o segundo maior corte de vagas também, e o resultado foi um saldo final de 252 mil novos postos de trabalho.

Foi o terceiro melhor desempenho de um mês de maio dos 19 anos de vida do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), segundo informações divulgadas pelo ministério do Trabalho nesta segunda-feira (20/06). Só perdeu para maio de 2004 e de 2010.

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, foi aberta 1,171 milhão de vagas com carteira assinada, patamar superado apenas pelo registrado no ano passado (1,383 milhão).

Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o ritmo de geração de empregos está sendo sustentado pelos investimentos estrangeiros. As oportunidades de lucro proporcionadas por um dos países que mais crescem no mundo, atualmente, atrairiam capitais que, investidos, compensariam um mercado interno menos intenso.

“O Brasil virou a meca dos investimentos”, afirmou Lupi, que disse ter sentido isso nas reuniões da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de que participou recentemente em Genebra. “Não tem desaceleração na geração de emprego, apenas acomodações setoriais”, declarou.

De abril para maio, a criação de vagas com carteira assinada foi 42 mil mais baixa. Desde 2002, foi a sétima vez que houve recuo na passagem entre estes dois meses.

Lupi mantém a aposta de que serão gerados 3 milhões de empregos em 2011. Para ele, a criação de vagas vai se acelerar por causa de investimentos públicos em habitação e nas obras da Copa de 2014, por exemplo. “O segundo semestre vai surpreender”, declarou.

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Dilma receberá até dezembro proposta de mais direitos para doméstica

Risco Brasil menor que o dos EUA. Afinal, isso é bom?



Matéria da Editoria: Economia 17/06/2011

Brasil festeja risco menor que EUA mas entrada de dólar deve subir


'Mercado' acha pela primeira vez na história que é mais provável um calote norte-americano do que um brasileiro no pagamento de dívidas financeiras. Presidenta Dilma Rousseff e ministro Guido Mantega (Fazenda) comemoram sinal de 'solidez', mas queda do risco-país pode atrair ainda mais dólares que buscam lucrar com juro do Banco Central. Controle de capitais 'tímido' mantém moeda norte-americana barata e produz desindustrialização. Comissão do Senado aprova fim do superávit primário.


André Barrocal

Data: 15/06/2011

BRASÍLIA – Pela primeira vez na história, o “mercado” acha que há mais chance de os Estados Unidos darem calote no pagamento de dívidas financeiras do que o Brasil. A informação foi dada à imprensa nesta quarta-feira (15/06) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que contou que a nota do “mercado” para a dívida brasileira negociada no exterior, o chamado risco-país, é menor do que a aos débitos norte-americanos.

A notícia foi comemorada por Guido e, segundo ele, pela presidenta Dilma Rousseff, como um sinal que refletiria “a solidez da economia brasileira e a confiança que temos do mercado". Este fato pode ajudar, por exemplo, na queda do juro do Banco Central (BC) no futuro, já que o risco-país é um elemento que entra na calibragem da taxa. Mas também pode acentuar um problema que o Brasil já enfrenta no curto prazo, a entrada maciça de dólares, que produz real caro e desindustrialização.

Para o coordenador do Grupo de Análise e Previsões do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Roberto Messemberg, quanto maior a percepção do “mercado” de que o país tem “solidez fiscal”, menor será o risco-país e, portanto, maior será a atração de dólares.

Messemberg acredita, por exemplo, que o corte de R$ 50 bilhões do orçamento, que o governo fez no início do ano para – segundo o governo – conter a inflação, já tinha alimentado a percepção de solidez pelo “mercado”. E, ao fazê-lo, tinha atrapalhado o próprio esforço de combater a inflação com medidas alternativas ao aumento de juro do BC. “O ajuste fiscal de certa forma sabota as medidas macroprudenciais”, afirmou.

O elevado ajuste fiscal deste ano tentava tirar dinheiro da economia brasileira, para esfriá-la e reduzir o espaço para reajuste de preços. Para Messemberg, contudo, a entrada de capital estrangeiro atua no sentido oposto, ao injetar dinheiro na praça.

A queda do risco-país pode reforçar a entrada de dólares sobretudo porque o juro do Banco Central continua “extremamente atraente”, na avaliação do economista Fernando Cardim de Carvalho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Para ele, a tentativa do Ministério da Fazenda de conter a entrada de dólares com mais tributação está sendo infrutífera, pois o nível escolhido para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) ainda não compensa o lucro gerado pelos juros do BC.

A enxurrada de dólares tem contribuído para que o dólar custe pouco e o real, muito, com impacto positivo nas importações (ajudam a conter a inflação) e negativo nas exportações (vendas, produção e geração de empregos menores).

Em 2001, segundo estudo recente do Ipea, a exportação de produtos agropecuários, pela primeira vez em muito tempo, já representa mais da metade das vendas brasileiras ao exterior. "Vivemos uma reprimarização brutal da pauta", afirma o economista Samuel Pessoa, da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Fim do superávit primário
No último dia 8 de junho, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado barrou a proposta do governo de pagar R$ 140 bilhões em juros da dívida no ano que vem. A proposta constava do texto original de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada pela equipe econômica ao Congresso em abril.

A proposta de acabar com o superávit primário foi apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e recebeu parecer favorárel do relator, senador Valdir Raupp (PMDB-RO), que é presidente nacional do PMDB.

A ideia tem poucas chances de prosperar até a votação definitiva da LDO por deputados e senadores no plenário do Congresso, mas mostra no mínimo que pode ser usada pelos parlamentares para tentar arrancar alguma concessão do governo em troca do restabelecimento do superávit primário na lei.

De janeiro a abril deste ano, a quantia de recursos que o governo federal arrecada com impostos de depois usa para pagar juros da dívida ao sistema financeiro foi de mais de R$ 40 bilhões, metade de tudo o que se autoimpôs como meta para o ano inteiro.

Em audiência pública na Comissão Mista de Orçamento do Congresso nesta quarta-feira (15/06), o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, também comemorou a “solidez”. "O cumprimento de meta acima do previsto é muito positivo", disse.

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Trabalhar nos EUA, só se for de graça!


Economia| 11/05/2011



Terror econômico: a dura vida dos trabalhadores nos EUA

A recuperação econômica sem criação de postos de trabalho nos EUA está se convertendo em uma recuperação sem trabalho e renda. Os salários se contraem, os postos de trabalho escasseiam, o auxílio desemprego acaba e o dólar despenca. Pode-se duvidar que os EUA estão em meio a uma depressão? Há 14 milhões de desempregados, 42 milhões dependendo dos cartões de alimentação, os sem teto não param de crescer, os despejos subiram para 2 milhões por ano. A notícia economicamente mais relevante deste primeiro semestre de 2011 é a da queda dos salários reais. A fim de manter os postos de trabalho, milhões de estadunidenses estão aceitando reduções salariais. O artigo é de Mike Whitney.

Mike Whitney

Na semana passada, o Gallup informava que “mais da metade dos estadunidenses diz que a economia está em recessão apesar dos dados oficiais, empenhados em mostrar uma recuperação moderada. A pesquisa Gallup de 20-23 de abril descobriu que só 27% diz que a economia cresce. Outros 29% dizem que a economia encontra-se em depressão, 26% que se trata de uma recessão, enquanto 16% acreditam que ela está em desaceleração”.

Assim, 55% dos estadunidenses acreditam que o país está em uma depressão ou em uma recessão, cinco anos depois do estouro da bolha imobiliária (2006) e três anos depois do colapso de Lehman Brothers (2008). Os resultados obtidos pelo Gallup batem com os de outras pesquisas que revelam um crescente desespero na opinião pública. Uma pesquisa Globescan, por exemplo, descobriu que uma boa quantidade de estadunidenses deixou totalmente de acreditar no capitalismo de livre mercado, enquanto que outras sondagens mostram uma confiança decrescente nas instituições governamentais, na Reserva Federal (FED), no Congresso, no sistema judiciário e nos meios de comunicação.

A propósito disso eis aqui o que foi dito no New York Times:

“De acordo com a última sondagem de opinião de New York Times/CBS News, os estadunidenses estão mais pessimistas do que em nenhum outro momento desde o segundo mês da presidência de Obama a respeito das perspectivas econômicas e dos rumos gerais da nação. Durante os primeiros meses de Obama, o país ainda estava imerso na Grande Recessão (...). Captando o que parece ser uma abrupta mudança de atitude, a pesquisa mostra que o número de estadunidenses que acreditando que a economia piorou saltou 13 pontos percentuais em apenas um mês”.

“A frustração a respeito dos rumos do crescimento econômico só tem aumentado: em outubro passado, 28% dos entrevistados dizia que a economia estava piorando; nesta última sondagem esse número saltou para 39%”. (Nation’s Mood at Lowest Level in Two Years, Poll Shows, New York Times).

Nem toda a propaganda produzida conseguiu alterar a opinião pública, que está convencida de que as coisas estão piorando. E as coisas estão, de fato, piorando, a não ser que você seja executivo de um fundo de investimentos ou pertença à nata de Goldman Sachs. Para estes, as coisas nunca foram melhores. A Reserva Federal inundou o mercado com o combustível supersônico das baixas taxas de juros e tudo vai bem no mundo da bolha de Wall Street. Mas se você for um dos 3 milhões de trabalhadores mais estropiados, o mais provável é que esteja cruzando os dedos no fim do mês à espera de que o crédito de seu cartão não tenha ultrapassado o limite na hora de pagar a mercearia, sob pena de sair envergonhado pela porta por onde entrou. Eis o que disse o Wall Street Journal, ao explicar os êxitos da FED:

“Desde o dia 27 de agosto do ano passado – dia em que Ben Bernanke lançou as bases de sua segunda “flexibilização quantitativa” – os investidores se lançaram a investimentos de maior risco. Desde o dia 26 de agosto, o índice Standard&Poor’s para 500 valores subiu 28%. Valores menores e geralmente de maior risco tiveram melhores resultados todavia com o índice Russell 2000 para pequenas empresas, produzindo lucros de 41% (...)”

“Os bônus das corporações empresariais dispararam e os preços das matérias primas também subiram espetacularmente. O ouro subiu 22% desde o dia 26 de agosto, e a prata 143%, batendo-se em ambos casos marcas nominais históricas. Até a demanda de títulos hipotecários subprime, tão injuriados como causadores da crise financeira, voltou a crescer” (“FED Searches for Next Step”, Wall Street Journal”).

Em alta, em alta e mais em alta. Tudo em alta. O índice S&P’s 28%; o índice Russell, 41%; e até se registra uma febril demanda de títulos hipotecariamente respaldados. Graças às alegres políticas monetárias de Bernanke, os mercados estão disparados, enquanto que os trabalhadores debilitam-se em um afundamento sem fim, capazes apenas de chegar ao fim do mês. A disparidade entre ricos e pobres é maior agora do que em nenhum outro momento desde a Era da Cobiça (a última terça parte do século XIX), e não há indícios de que essa situação será revertida. Os ricos se tornam mais ricos, e o resto segue despencando rumo à pauperização.

Entretanto, o dólar segue caindo ladeira abaixo, erodindo o poder de compra dos consumidores e forçando à população trabalhadora a optar entre o depósito de gasolina ou o dentista da pequena Jenny. A maioria opta pela gasolina. Assim, ao menos, podem chegar à fábrica na segunda-feira para arrebentar-se em outra semana de trabalhos penosos. Mais um trecho do Wall Street Journal:

“O dólar caiu a um de seus menores valores em muitos anos frente às principais moedas, debilitado por um amálgama de políticas monetárias frouxas e desequilíbrios fiscais que deixaram os investidores com uma cédula verde destroçada (...) A política monetária da Reserva Federal foi primordialmente negativa para o dólar. Em um mercado em que os investidores gravitam em torno de ativos de maiores rendimentos, o dólar foi abandonado pelos vendedores de títulos que parecem se sentir mais confortáveis com os euros, ainda que a Europa se ache em luta aberta para conter uma crise da dívida que vem ficando mais forte nos dois últimos anos”.

“A força diretriz é a política monetária (estadunidense) e o pé de página a política fiscal. Sabemos que se aproxima um trem descarrilhado e isso nos inquieta”, disse Andrew Bush, estrategista para política global de divisas em BMO Capital Markets” (“Dollar Tumbles With US Monetary, Fiscal Policy in Focus”, Wall Street Journal”).

“Trem descarrilhado”: é uma boa metáfora. A enfraquecida cédula verde está causando sofrimento real em lares que se encontram agora menos capazes de poupar, ou de devolver dívidas que herdaram do estouro da bolha imobiliária, quando o valor de sua casa começou a cair para níveis inferiores ao de sua dívida hipotecária. Agora pagam preços mais altos no posto de gasolina ou na mercearia e ficam sem dinheiro para outros usos, incluindo aí as emergências de saúde. Se Sammy cai no ginásio da escola e machuca a clavícula, o gasto resultante se acumulará no cartão Visa, isso no melhor dos casos, ou seja, se o limite do cartão não tiver sido ultrapassado. Que felizardo!

Mas o problema real são os postos de trabalho. Eles simplesmente não existem e ninguém em Washington quer fazer nada a respeito. Em sua coluna da semana passada, Paul Krugman escreveu:

“No mês passado, mais de 14 milhões de estadunidenses estavam desempregados, de acordo com a definição oficial (...) Alguns outros milhões trabalhavam em tempo parcial porque não conseguiam encontrar empregos de turno integral. E não estamos falando de privações temporais. O desemprego de longo prazo, outrora uma raridade neste país, converteu-se em algo demasiadamente normal: mais de quatro milhões de estadunidenses estão fora do mercado de trabalho há um ano ou mais”.

“Pode-se dizer que tudo isso, somado, constitui um argumento claro para que se aja mais. No entanto, o senhor Bernanke acaba de dizer que já fez tudo o que poderia ser feito. Por quê? (“The Intimidated Fed”, Paul Krugman, New York Times).

Sim. Por quê? Se o programa de Bernanke de compra de títulos públicos foi um êxito tão manifesto, por que então ele não dá prosseguimento a ele e consegue com que as pessoas voltem a trabalhar? É perguntar demais? Há 14 milhões de desempregados, 42 milhões dependendo dos cartões de alimentação, os sem teto não param de crescer, os despejos subiram para 2 milhões por ano e a maioria das pessoas acredita que estamos em uma depressão. Não acha que poderia nos dar uma mão, Benny?

Você tem alguma ideia do mal que é realmente o desemprego? Passe os olhos nisso que aparece em Calculated Risk:

“Há hoje (março de 2011) nos Estados Unidos, 130.738 milhões de postos de trabalho assalariado. Em janeiro de 2000 havia 130.781 milhões. Assim, passados onze anos, não houve nenhum aumento do volume de postos de trabalho assalariado. E a renda familiar média em dólares era de 49.777 em 2009. Apenas um pouco acima dos 43.309 dólares de 1997 e abaixo dos 51.100 dólares de 1998 (...)”.

“Há atualmente 7.25 milhões de postos de trabalho assalariado menos que antes do começo da recessão em 2007. Agora, temos 13,5 milhões de estadunidenses no desemprego; outros 8,4 milhões estão trabalhando em tempo parcial por razões econômicas e cerca de 4 milhões de trabalhadores abandonaram a força de trabalho. Dos desempregados, 6,1 milhões estão sem emprego há seis meses ou mais”. (“More than a Lost Decade”, Calculated Risk)

Uma década inteira sem criar postos de trabalho. Ninguém é contratado, os salários estão congelados e o transbordante déficit em conta corrente atual fornece a cada ano 500 bilhões de dólares para a criação de novos postos de trabalho no estrangeiro. E tudo o que Obama pretende fazer é discursar sobre a necessidade de reduzir os déficits.

E o que acontece com os postos de trabalho que desapareceram? Não eram bons postos de trabalho? Quero dizer, ao menos permitiam a alguém colocar comida na mesa e pagar as contas, não?

Pois a resposta é não. Agora mesmo, cerca de 65 milhões dos 130 milhões de postos de trabalho existentes em nosso país pagam entre 55 mil e 60 mil dólares por ano. Em outras, proporcionam um “salário para viver”, que permite às famílias não cair em uma situação de pobreza abjeta. Os outros 65 milhões de trabalhadores se arrastam com trabalhos de tempo parcial ou com pequenos trabalhos mal pagos, que rendem uma receita entre 20 e 25 mil dólares ao ano.

Esta é, pois, a situação (de acordo com David Stockman): desde 2007, perdemos 6,5 milhões de postos de trabalho bem remunerados, sem que tenhamos sido capazes de criar nenhum. Todo o crescimento se deu entre os postos de trabalho com baixos salários. Stockmnan diz:

“Na última década, perdemos cerca de 10% da economia de receitas médias e, mesmo considerando a suposta recuperação de agora, não conseguimos recuperar um só dos 6,5 milhões de postos de trabalho de classe média perdidos (...) Nesta economia, a distribuição de renda se converteu em um grande problema, e a situação está piorando, não melhorando”. (David Stockman: Lack of Middle Class Jobs plus Low Growth equals “Alleged Reovery”, Yahoo Finance)

Um antigo adepto de Reagan falando de “distribuição de renda”? Agora é um tipo de que provoca escândalo.

Pano de fundo: os postos de trabalho bem remunerados são exportados para ultramar, empurrando ao abismo as classes médias trabalhadoras estadunidenses. E a situação piora porque agora mesmo inclusive os postos de trabalho com baixo salário estão cada vez mais difíceis de encontrar. Olhem só isso, procedente de Bloomberg:

“O McDonald’s e suas franquias contrataram 62 mil pessoas nos EUA logo depois de receber mais de um milhão de solicitações de emprego, disse hoje a companhia com sede em Oak Brooks, Illinois, em uma declaração divulgada por correio eletrônico...” (Bloomberg News)

Um milhão de solicitações para servir hamburguers! Isso diz tudo.

Assim, em resumo, até os postos de trabalho mais servis e degradantes estão escasseando, o que dá uma prova adicional de que nos encontramos em uma depressão. As cifras de desemprego começaram a crescer de novo, lançando mais sombras sobre a suposta recuperação. Os novos casos registrados de desemprego chegaram a 25 mil na terceira semana de abril.

As empresas estão cortando custos para enfrentar a alta dos preços das matérias primas, que estão minguando os lucros. Uma vez mais, as cifras do desemprego bateram o recorde com 400 mil em três semanas, indicando uma maior debilidade da economia. No Wall Street Journal pode-se ler:

“No ano passado, cerca de um milhão de estadunidenses foram incapazes de encontrar trabalho após esgotar a cobertura do seguro desemprego, segundo dados divulgados pelo Departamento de Trabalho (...)”.

“Cerca de 8,2 milhões de trabalhadores desempregados recebiam uma cobertura de desemprego ao terminar a semana de 9 de abril, disse o Departamento do Trabalho, em seu informe semanal sobre o desemprego. Pode-se comparar essa cifra com os cerca de 10,5 milhões de indivíduos que no ano passado, na mesma época, recebiam subsídios: 2,3 milhões a menos!” (“One Million exhausted jobless benefits in past year”, Wall Street Journal)

Essa é a navalhada mais cruel. E também a que causa mais confusão. Por um lado, as pessoas que, sem comê-lo nem bebê-lo, perderam o emprego e foram jogadas nas filas de desempregados, aproximando-se de um mundo de pobreza demolidora. Por outro lado, ao perder o auxílio desemprego contribuíram para rebaixar as cifras de desemprego, o que dá à política do “não faça nada” de Obama uma aparência de eficácia. Um mal duplo, portanto.

Para terminar, esta nota sobre os salários do antigo Secretário do Trabalho, no governo Clinton, Robert Reich:

“A notícia economicamente mais relevante deste primeiro semestre de 2011 é a da queda dos salários reais (...) A fim de manter os postos de trabalho, milhões de estadunidenses estão aceitando reduções salariais. E se já foram despedidos a única maneira de encontrar um novo trabalho é aceitar salários ainda mais baixos”.

“A contração salarial está colocando as famílias estadunidenses em uma situação esquizoide de duplo vínculo. Antes da recessão eram capazes de pagar as faturas porque dispunham de dois salários. Agora, o mais provável é que disponham de um e meio, ou de somente um e em processo de contração (...)”.

“A recuperação econômica sem criação de postos de trabalho que os EUA estão experimentando está se convertendo em uma recuperação sem salários. O que aponta para uma probabilidade de nova recessão muito maior que o risco de inflação”. (“The Wageless recovery”, blog de Robert Reich)

Quem falou de “duplo mergulho na crise”?

Os salários se contraem, os postos de trabalho escasseiam, o auxílio desemprego acaba e o dólar despenca. Pode-se duvidar que estamos em meio a uma depressão?

(*) Mike Whitney é um analista político independente que vive no estado de Washington e colabora regularmente com a revista CounterPunch.

(**) Tradução de Katarina Peixoto a partir da versão em língua espanhola publicada em Sin Permiso.

PSD um engodo

O Partido Social Democrata que está sendo construído pelo Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab é mais um engodo na política Brasileira.

O PSD nasce de um racha dos DEM e aglutina uma legião de políticos desprovidos de princípios reveláveis.

Ali, junta-se de tudo. É uma nova torre de Babel partidária, onde os interesses pessoais norteiam o partido.

PSD, assim como outros inúmeros outros partidos, não tem projeto nacional, não tem uma concepção de Estado e de sociedade definidos, e não tem uma identidade, assim como a maioria dos partidos brasileiros.

Essa falta de identidade é uma prática comum de nossos políticos e partidos, causa capital do descrédito que nossa política vive.

Hoje, é difícil identificar com clareza as diferenças entre os partidos, poucos preservam um conteúdo mais ideológico ou uma visão de Nação.

Insueto na política Brasileira o partido que tem projeto Nacional; comum é projeto de poder pelo poder.

O PSD tem em suas adesões o DNA da política fisiológica, desprovido de um conceito ético que deveriam nortear nossa política.

Em outro aspecto, o PSD de Gilberto Kassab também serve aos interesses pessoais e maquiavélicos de José Serra como bote salva-vidas de sua trajetória rumo ao conservadorismo e à direita.

Isso se dá devido às disputas internas do PSDB - em especial no diretório estadual de São Paulo - onde Serra trava uma disputa feroz contra Geraldo Alkmin.

O PSD serviria como sobrevida ao Jose Serra e sua ambição desmedida em chegar à presidência da república.

Serra é um dos idealizadores tanto de Kassab como do PSD de agora, como também ressuscitou o velho discurso da raivosa UDN.

Contudo, o PSD quer fazer parte da base governista de Dilma. Um verdadeiro contra senso, uma vez que ali se acomodam inúmeros políticos rancorosos do avanço das forças progressistas brasileiras.

É neste conceito que abrolha o PSD sem pé e nem cabeça, sem linha politica, um apêndice dos interesses políticos de José Serra, liderado por um prefeito que tem em seu histórico político o conservadorismo e um monte de políticos fisiológicos sedentos para negociatas e para satisfazerem seus interesses pessoais. Esse é o PSD

Mais um partido brasileiro desconstituído de razão e de serventia para nossa sociedade.






Henrique Matthiesen

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Propinagem Tucana anda de Metrô.

Um dos maiores escândalos de corrupção no Brasil é quase que totalmente ignorado pela grande impressa brasileira – “paladinas da ética e da moral” - no cenário nacional.

Trata-se dos contratos do metrô de São Paulo e o governo do PSDB paulista.

No centro desse esquema sujo estão as multinacionais Alstom e Siemens e ainda figuras proeminentes das fileiras tucana de São Paulo.

Segundo Contrato da Siemens com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CTPM tinha 30% a mais em propinas para tucanos paulistas.

A linha 5 do metrô de São Paulo teve licitação combinada em reuniões realizadas em bordel.

As reuniões com a Alstom para tratar das propinas e assuntos que não poderiam constar em atas eram feitas em casas noturnas como o Bahamas (boate e bordel de luxo famoso de São Paulo).

Esse esquema também é objeto de investigação na Justiça Suíça onde se calcula a soma de US$ 430 milhões para o esquema de corrupção dos tucanos.

Diferentemente do que apregoam os Tucanos em Brasília, em São Paulo esse esquema é abafado.

Trata-se de um esquema internacional de corrupção e má versão do dinheiro público, onde as provas encaminhas à Justiça Brasileira colhidas pela justiça Suíça são robustas.

Entretanto, a Assembleia Legislativa de São Paulo controlada com mão de ferro pelo Palácio dos Bandeirantes a mando do governador Geraldo Alkmin não consegue investigar tamanha bandalheira.

A bancada tucana na Assembleia, juntamente com seus aliados, barraram sistematicamente uma CPI que investigaria esse esquema.

Isso tudo demostra que o discurso puritano falso moralista do PSDB é uma grande enganação para a sociedade brasileira.

Enquanto a bancada Tucana em Brasília sem discurso e sem projeto, bate sistematicamente no governo Federal para apurar qualquer coisa, em São Paulo abafam o caso.

Os governos do PSDB de São Paulo devem explicações à Justiça, à Assembleia Legislativa e à Sociedade de São Paulo. Tanto Jose Serra ex-governador e Geraldo Alkimin atual Governador são responsáveis diretos por esclarecer e punir os responsáveis por esse esquema.

Não cabe mais se esconderem atrás da hipocrisia Samaritana; há algo de muito podre no ninho tucano Paulista.

Cadê a transparência tanto pedida em Brasília, enquanto no Governo Paulista se esconde e se esquiva para ocultar a sujeirada do metrô.

Com a palavra Governador.



Henrique Matthiesen

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Globo e Classe C, tudo a ver?



FORMAÇÃO DE OPINIÃO
Cai a ficha da grande mídia
Por Venício A. de Lima em 03/06/2011 na edição 644

Raras vezes a realidade fala mais alto e revela ter mais poder do que alguns atores tradicionais da grande mídia brasileira.

Um artigo de Soraya Aggege, sob o título “O poder da maioria”, recentemente publicado na CartaCapital (n. 644, de 4/5/2011), fez um interessante resumo de informações que têm circulado há algum tempo sobre a impressionante ascensão que a classe C teve em nosso país, nos últimos anos. A revista se utiliza, sobretudo, de dados do instituto Data Popular, especializado em pesquisar esse segmento da população que, em 2014, será majoritário e concentrará 54% do eleitorado.

Nada de novo. Apenas algumas confirmações e, mais importante, algumas conseqüências.

“Deslocando” a formação da opinião
A matéria afirma que “no atual contexto, dizem os especialistas, o eixo da formação de opinião deslocou-se dos pais, ou de velhas lideranças locais, como padres e representantes comunitários, para os filhos”. E prossegue: “Os dados revelam que, nesse segmento, o que mais vale não é o que diz a televisão. Nada menos que 79% deles confiam mais nas recomendações dos parentes que na propaganda de tevê. Para se ter uma ideia, no Nordeste, onde se deu a maior expansão desse estrato social, 74% preferem se informar pelo boca a boca”.

Ao longo do texto alguns depoimentos colhidos de novos representantes da Classe C ratificam aquilo que as pesquisas revelam. Exemplo:

** “Aos 20 anos, [Vanessa Antonio] integra a porção jovem dos 31 milhões de brasileiros recém-instalados no meio da pirâmide social, com renda familiar mensal entre 1,5 mil e 5 mil reais. [Ela] e outros milhões de jovens das periferias começam a desempenhar o papel de principais formadores de opinião da chamada “nova classe média”. E mais: “Para os jovens como [Vanessa], três fatores aumentaram seu poder de opinião sobre a família e suas comunidades: emprego, estudos e o que eles chamam de “nova bomba do mundo”, a tecnologia. “Temos computadores e celulares. Nossas famílias agora têm mais acesso à informação. Agente vê as notícias, compara na internet e conta para eles.”

Esse extraordinário fenômeno de deslocamento do poder de construção da opinião pública de seus “formadores tradicionais” (pais, padres, professores e colunistas da velha mídia, dentre outros) para “líderes de opinião” das classes em ascensão social, com acesso direto e/ou indireto a fontes alternativas de informação, sobretudo à internet, já havia sido identificado faz tempo e deu mostras inequívocas de seu poder pelo menos desde as eleições de 2006 [cf. Venício A. de Lima, A Mídia nas Eleições de 2006, Perseu Abramo; 2007 e, neste Observatório , “A internet e os novos formadores de opinião”].

A grande mídia brasileira, no entanto, fazia de conta que não via o que estava acontecendo no país [ver, neste OI, “A velha mídia finge que o país não mudou”].

A entrevista de Florisbal
Por total coincidência, alguns dias depois da matéria da CartaCapital, sob o sugestivo título “Globo muda programação para atender a nova classe C”, o portal UOL divulga uma longa entrevista com Octavio Florisbal, diretor-geral da Globo. O que diz ele? Vale a pena ler a entrevista na sua totalidade, mas reproduzo abaixo alguns highlights:

Na introdução à entrevista Maurício Stycer escreve:

“A Rede Globo aprofundou um processo de modificações em sua programação para atender a uma nova clientela: a emergente classe C. As mudanças afetam as áreas de novelas, os programas de humor e o jornalismo. E objetivam deixar a programação mais popular. A nova classe C, na visão da emissora, quer se ver retratada nas telas.”

O diretor-geral da Globo afirma:

** “Em dramaturgia, se você voltar 20 anos, você tinha alguns estereótipos. A novela estava centrada nos Jardins, em São Paulo, ou na zona sul do Rio e tinha um núcleo, aquele núcleo alegre, de classe C, na periferia. Hoje, não. A gente começa a ver essas histórias trafegando mais na periferia.”

** “[A classe C] tem que estar mais bem representada e identificada na dramaturgia, no jornalismo. Antes, você fazia uma coisa mais geral. Hoje, não. A gente tem que ir, principalmente nos telejornais locais, ao encontro deles. Eles têm que ver a sua realidade retratada nos telejornais. (...) No jornalismo é a mesma coisa. (...) Tem a redação móvel, que vai nas periferias e faz de lá. Nos telejornais nacionais você também tem que cuidar bem para não colocar em excesso certos temas que não atendem tanto.”

Aaahhh... Então a classe C não estava sendo “retratada nas telas”, ausente no entretenimento e ausente no jornalismo? Uai... não era a exclusão de alguns setores da população da telinha – a ausência de pluralidade e diversidade na representação – exatamente o que críticos da mídia apontam há anos?

E continua o diretor-geral:

** “No passado, a classe C seguia muito os padrões das classes A e B. (...) Eram seguidores. (...) Houve uma mudança de comportamento e de valores para estas pessoas. Acabamos de fazer uma pesquisa muito interessante de classe C que mostra isso. (...) Aquela divisão de que 80% do público é das classes C, D e E continua, mas eles têm mais presença, mais opinião. Eles ascenderam. Têm um jeito próprio de ser. Você tem que atendê-los melhor.”

Aaahhh... quer dizer que a classe C não é mais seguidora, agora ela sabe o que quer. Talvez, quem sabe, tenha aprendido até mesmo a votar, não é mesmo?

Mudanças inevitáveis?
Ao que parece, alguns princípios consagrados na Constituição de 1988, esperando há mais de 22 anos para serem cumpridos, acabarão acontecendo por força das mudanças que ocorreram no país, independente até mesmo da regulamentação legal. Exemplo: a regionalização da produção cultural, artística e jornalística.

Da mesma forma, a sobrevivência no “mercado” talvez obrigue o jornalismo televisivo a operar mudanças não só aos níveis local e regional, mas também no nacional. Afinal, a classe C agora sabe o que quer, tem “mais presença, mais opinião” e é preciso atendê-la.

Há realmente momentos em que a realidade parece ser mais forte do que o status quo.

A ver.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

João Gilberto responde ao Lobão

Lobão cava mais um quinhãozinho de atenção, agora para um livro seu, criticando a MPB, João Gilberto e a esquerda. Para essa última, saiu-se com essa pérola:

"Hoje, dão indenização para quem sequestrou embaixadores e crucificam os torturadores que arrancaram umas unhazinhas"

Mais uma estratégia "lobônica" para "causar".

Fez fama com música e fecha o ciclo da sua carreira com uma biografia. Hoje, é funcionário da Abril, aquela da Veja. Se continuar escroto assim, Mainardi e companhia vão perder o emprego. Lobão, sozinho, dá conta do recado.

Mas João, que não tem nada de pato, nem de desafinado, responde com toda categoria. Veja o clip.

Eduardo Pinotti (@pituca_amiglo)