quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Desmascarando os e-mails mentirosos.

28 de setembro de 2010 às 21:37

Seja Dita Verdade: A campanha de e-mails falsos

do Seja Dita Verdade
Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fiz uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Venezuela faz uma eleição exemplar

SERRA, NAFTALINA E GUERRA FRIA
Venezuela vai às urnas em clima de absoluta democracia. Observadores internacionais atestam a lisura do pleito. População comparece em massa aos locais de votação. Não há confrontos, não há incidentes políticos sérios. Chávez obtem maioria simples no Congresso; a oposição cresce; haverá mais negociação para se aprovar mudanças estratégicas na economia e na sociedade. É isso a 'ditadura chavista'? Um dia de voto e liberdade desmente centenas de páginas da mídia demotucana; capas e mais capas de VEJA derretem como picolé ao sol do Caribe. Sobretudo, porém, o pleito de ontem revela a esférica lente do anacronismo político com a qual Serra olha E interpreta a América Latina, a ponto de ter feito campanha contra o ingresso da Venezuela no Mercosul por discordar da liderança de Chávez. A oposição venezuelana, uma das mais extremadas da região, mostrou-se menos obtusa que o candidato do conservadorismo brasileiro; foi às urnas e renasceu como interlocutor político. Entre outras razões, é por isso que Serra sai da eleição menor do que entrou. Na questão externa, sai como um porta-voz dos editoriais do Estadão, encharcado de naftalina e guerra fria.
(Carta Maior, 27-09)

Dilma isentada dos problemas na Casa Civil

Serra recua e isenta Dilma de envolvimento com problemas na Casa civil

Em defesa apresentada ao TSE diante de pedido de direito de resposta, coligação dos tucanos reconhece que candidata governista não tem qualquer envolvimento no caso

Publicado em 24/09/2010, 16:21
Última atualização em 25/09/2010, 18:15

São Paulo - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) negou demanda do PT, que queria direito de resposta no horário de propaganda da campanha de José Serra, para rebater denúncias de que Dilma Rousseff estaria envolvida em irregularidades na Casa Civil 
A coligação de oposição "Brasil Pode Mais" isentou a candidata Dilma de envolvimento nos casos de lobby e tráfico de influência na Casa Civil, que levaram à demissão da ex-ministra Erenice Guerra. A posição está expressa na defesa apresentada pela chapa encabeçada por José Serra (PSDB) ao pedido de direito de resposta demandado pelos governistas. 
O processo originou-se no pedido da coligação "Para o Brasil Seguir Mudando" pelo uso, no programa eleitoral do PSDB no dia 18 de imagens da revista Veja com menções a denúncias sem comprovação e ainda em fase de investigação.  A análise dos partidários de Dilma é que se tratava de "propaganda eminentemente difamatória e negativa", voltada a "degradar a honra e a imagem da candidata".
Na defesa de Serra, a alegação foi de que se tratou apenas de "exercício do direito de crítica". "Não há, nem na revista, nem na propaganda a mais remota sugestão de que Dilma estivesse envolvida nos supostos ilícitos descritos".
Por isso, o ministro Henrique Neves, que julgou o pedido, descartou o direito de resposta. "As alegações e afirmações (...) não apontam fato determinado em relação à candidata Dilma Rousseff", concluiu. A deliberação foi tomada pelo relator e não pelo pleno do TSE, por causa do julgamento do da aplicabilidade da Lei da Ficha Limpa no Supremo Tribunal Federal (STF).

O ódio da elite paulista e do estadão

Por que a elite paulista e seus jornais têm tanto ódio de Lula?

Como o Estadão enxerga um mau exemplo num sujeito reeleito e com 80% de aprovação popular, que mal consegue andar, onde quer que vá? Por que tanta raiva? Qual a origem desse ódio? Por que o Estadão não alertou o Brasil, em 2002, que o projeto de governo tucano objetivava perpetuar-se no poder a fim de assegurar “o bem-estar da tucanagem”? 

por Marcelo da Silva Duarte, em seu blog La Vieja Bruja

Um editorial que poderia ter entrado para a história recente da democracia brasileira como exemplo de amadurecimento da liberdade de expressão, respeito ao processo eleitoral e à cidadania, acabou revelando todo o ódio de classe que a elite paulista nutre pelo projeto político petista para o Brasil.Todo partido político tem direito a um projeto de governo. O PSDB de José Serra e Fernando Henrique Cardoso planejava, em 20 anos, fazer com que o Brasil esquecesse a era Vargas. Escolheu, para viabilizá-lo, a despeito do substantivo composto “social-democracia” em sua sigla, mero embuste semântico, o pensamento neoliberal.

O conceito de modernização com o qual o PSDB trabalhava nos anos FHC passava, necessariamente, pelas teses enunciadas pelo Consenso de Washington. O projeto tucano de desenvolvimento traduziu tal aparente consenso pela (i) estabilização macroeconômica via superávit fiscal, à custa do sucateamento dos serviços públicos, pela (ii) tentativa de realização das ditas reformas estruturais, traduzidas pelas (a) privatizações – que entregaram à iniciativa privada, diga-se de passagem, a preço de banana, a Vale do Rio Doce, destino do qual se safou, por pouco, a hoje primeira maior empresa petrolífera do mundo em lucro sobre faturamento, a Petrobras –, pela (b) redução do papel e da atividade normativa do Estado na economia – dinossauro ao qual recorreram, na recente bancarrota mundial, 9 entre 10 economistas antes neoliberais – e desregulamentação do mercado financeiro, a fim de atrair, pela terceira maior taxa de juros da economia mundial, o que também freava o consumo e mantinha a inflação sob controle, o capital especulativo internacional – grande responsável pela referida bancarrota –, e, por fim, pela (iii) retomada do investimento via iniciativa privada, donde a concentração de renda e de capital na mão de setores empresariais e a tentativa, incompleta, de quebra da coluna vertebral do sindicalismo via flexibilização das leis trabalhistas, o que praticamente anularia seu poder de barganha pela formação de um exército de mão-de-obra de reserva, a chamada “taxa natural” de desemprego.

A mídia oligárquica brasileira, no entanto, não viu maiores problemas na tentativa de continuidade, com José Serra, em 2002, do referido projeto, que, ao fim e ao cabo, ressuscitava a mítica “mão invisível do mercado”. Não se falou, em nenhum momento, em “paixão pelo poder”, no risco de se deixar “a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só” e, muito menos, em “escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder”.

Ora, o Partido dos Trabalhadores tem tanto direito de escolher um projeto nacional quanto o PSDB. Esse projeto, ancorado, essencialmente, na (i) busca de uma política monetária capaz de equilibrar desenvolvimento e poder aquisitivo – nunca o Brasil cresceu e gerou tantos empregos formais quanto nos últimos oito anos, e nunca tantos cidadãos consumiram tanto -, na (ii) dignidade humana, através do resgate da cidadania via políticas públicas de inclusão social e distribuição de renda – nunca tantos cidadãos, antes condenados ao subemprego ou preteridos por raça, estudaram e prosperaram tanto, e nunca tantos cidadãos, antes condenados a viver abaixo da linha de pobreza, hoje possuem o básico para a conquista de sua autonomia –, na (iii) independência e no protagonismo de sua política externa e, sobretudo, no (iv) respeito ao Estado Democrático de Direito – nunca Imprensa, Legislativo, Polícia Federal e Judiciário, p. ex., foram tão respeitados quanto no governo Lula –, é tão legítimo quanto o tucano. E ele não só tem 80% de aprovação popular como, também, segundo as principais pesquisas, será reeleito, em primeiro turno, para um terceiro mandato.

Por que, então, tanta raiva? Qual a origem desse ódio, que vê na figura do Presidente “um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação”; que enxerga um chefe de Estado que, por supostamente “ignorar as instituições e atropelar as leis”, serve de mau exemplo à cidadania, este, por certo, se fosse o caso, um “mal a evitar”? Como o Estadão enxerga um mau exemplo num sujeito reeleito democraticamente e com 80% de aprovação popular, que mal consegue andar, onde quer que vá, mesmo em meio a uma dúzia de seguranças? Como um editorial pode ser tão estreito a ponto de sustentar que o objetivo maior do projeto político petista é assegurar “o bem-estar da companheirada”? Por que o Estadão não alertou o Brasil, em 2002, que o projeto de governo tucano objetivava perpetuar-se no poder a fim de assegurar “o bem-estar da tucanagem”?

A origem de tamanho rancor não pode ser, simplesmente, a falácia de que a democracia precisa ser oxigenada através da rotatividade no Poder. Se tal tese carregasse consigo alguma necessidade, não teríamos como livrar a humanidade da estupidez absoluta, uma vez que não haveria explicação para cada Estado Nacional não estampar, no primeiro artigo de sua Carta Máxima, a exigência de que nenhum partido político pudesse ocupar, por duas vezes seguidas, qualquer posição executiva, condão da prosperidade, da harmonia e do desenvolvimento. Sequer eleições seriam necessárias, uma vez que, nesse melhor dos mundos possíveis, bastaria, candidamente, estabelecer-se uma ordem sucessória entre os diversos postulantes aos cargos executivos. Tal como a “mão invisível do mercado” regula a economia e distribui, equitativamente, toda a riqueza produzida, assim agiria, na política, essa espécie de “democracia natural”.

Mesmo um analista político da Zero Hora é capaz de perceber, numa leitura superficial, que há qualquer coisa, no editorial do Estadão, mas menos uma defesa sistemática da candidatura de José Serra à Presidência da República. Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, os argumentos do Estado de São Paulo oscilam entre o nada – os supostos méritos do candidato José Serra -, coisa nenhuma – seu currículo exemplar de homem público – e o vazio absoluto – o que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos.

A verdadeira preocupação do Estadão, ao fim e ao cabo, reduz-se à bisonha e esotérica convicção “de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País”.

Sim, pois “o que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a “continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais”, já que isso – algo que, estranhamente, as elites brasileiras não foram capazes de fazer em 500 anos – “todos os candidatos têm condições de fazer”. O que o eleitor decidirá de mais importante, segundo o Estadão, não é a continuidade ou não do projeto petista de desenvolvimento, mas sim “se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção”.

A defesa da candidatura Serra, ensaiada em meio parágrafo, portanto, perde-se num mar de generalidades, e tanto quanto os tímidos elogios às políticas públicas implementadas pelo atual governo – todas elas, diga-se de passagem, relacionadas à era FHC, e não méritos petistas –, desaparece diante do ódio destilado contra a possibilidade de continuidade, com Dilma Rousseff, do projeto petista de desenvolvimento. A impressão que fica não pode ser outra senão a de que a defesa da candidatura oposicionista serve de mero pretexto para o ataque raivoso ao projeto situacionista. Não se trata de um editorial a favor da candidatura José Serra, mas sim contra Lula, o PT e tudo que seu projeto possa representar.

O Estado de São Paulo tem todo o direito – até o dever, alguns dirão – de posicionar-se a favor da candidatura Serra e mesmo contra a petista, desde que apresente bons argumentos em nome da primeira e razoáveis em relação à segunda, uma vez que é público e notório que o projeto petista não é imune a críticas. Só não pode supor que um bom argumento passa, necessariamente, pela desqualificação alheia gratuita.

Do contrário, ao invés de respeito, não conseguirá nada além de transmitir a impressão de que trata o interesse público e seu interesse empresarial como se fossem uma coisa só, submetendo a democracia aos interesses de sua facção. Um jornal que despreza a liturgia que sua investidura exige ao personalizar o debate público e se entrega, descontroladamente, ao desmando e à autoglorificação, não faz mais do que ignorar as instituições e atropelar as leis, deste modo servindo de mau exemplo à cidadania. O Estadão parece ter feito a escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder ao lado de nossos velhos conhecidos da mídia oligárquica, desse modo garantindo o bem-estar da companheirada.

Este é o mal a evitar.
 

Mídia intensifica ataques para tentar cava segundo turno

27/09/2010 - vermelho.org.br

Mídia dispara últimos cartuchos para evitar derrota no 1º turno

Na reta final da eleição, desesperada com a possibilidade de vitória definitiva de Dilma no próximo domingo, a mídia golpista “se comporta como um partido político”, conforme observou o presidente Lula, e recorre nesses dias aos últimos trunfos para evitar a derrota no primeiro turno. 
Por Umberto Martins


Os dois maiores jornais de São Paulo (Estadão e Folha) dedicaram seus principais editoriais do último domingo (26) à crítica ácida contra Lula e Dilma. O veículo da família Mesquita resolveu abrir o jogo e declarou apoio ao candidato tucano, José Serra, no texto intitulado “O mal a evitar”, enquanto o diário da família Frias permaneceu no armário aparentando “independência, pluralidade e apartidarismo editoriais” num texto em que alerta contra supostas ameaças à democracia provenientes do presidente (“Todo poder tem limite”).

Leia também
Forma e conteúdo

Apesar da diferença de estilo (a
Folha sempre foi mais dissimulada, desde a época da “ditabranda”, quando emprestava peruas para a repressão transportar presos políticos), os dois artigos coincidem no conteúdo e no caráter. Ambos são inspirados pela ideologia da velha direita brasileira, recheados de preconceitos, e recorrem a argumentos falsos para encobrir os verdadeiros interesses da classe que representam e defendem.

O
Estadão alega que existe uma diferença entre “tomar partido” e agir como partido político ao justificar o apoio à “candidatura de José Serra”, mas os fatos provam o contrário. Monopolizada por um pequeno grupo de famílias burguesas, a grande mídia não é mais nem menos que um instrumento a serviço da direita neoliberal, uma espécie de partido golpista, que manipula fatos, produz factóides, oculta denúncias e não poupa esforços para impedir a vitória das forças progressistas.

As ideias e interesses que orientam as manchetes desses veículos refletem o reacionarismo atávico de parte das classes dominantes brasileiras. Eles não toleram que um político originário da classe operária tenha chegado à Presidência da República, ancorado em forças sociais que sempre estiveram à esquerda do espectro político.
 


Retrocesso neoliberal

Eles também não se conformam com a postura altiva e soberana do Brasil na diplomacia internacional, que resultou na rejeição e derrota da Alca, no fortalecimento do Mercosul e na priorização das parcerias Sul-Sul em detrimento das relações subservientes com os países imperialistas (Estados Unidos, União Europeia e Japão).

Outros pontos de discórdia são a política de valorização do salário mínimo, o proveitoso diálogo que o governo Lula mantém com os movimentos sociais, o reforço do papel do Estado no desenvolvimento econômico e, mais recentemente, os senões em relação à própria mídia, que não admite críticas e se julga dona absoluta da verdade.

O que está em jogo, por trás do falso moralismo, dos factóides e da conduta do Partido da Imprensa Golpista (PIG), são os interesses de classe dos proprietários desses meios de comunicação, interesses que, em maior ou menor medida, foram ou se julgam contrariados pelo atual governo. 



Golpismo

O PIG não quer menos que a restauração do neoliberalismo no Brasil; o retorno à política de privatizações e à diplomacia dos pés descalços; a ressurreição da Alca; a submissão ao FMI; o arrocho fiscal e a redução dos salários; o aumento do desemprego e a repressão e criminalização dos movimentos sindicais.

Com um programa desta natureza, servido ao distinto público numa embalagem enganosa que aparenta a “defesa da democracia e das liberdades”, a campanha insidiosa da mídia hegemônica foi rejeitada e derrotada em 2002 e em 2006. A mensagem das urnas em 3 de outubro não será diferente, a não ser pelo fato de que os prejuízos e as baixas nas fileiras da direita neoliberal, representada na chapa demo-tucano, tendem a ser bem maiores com a definição da peleja já no primeiro turno.

Ao contrário do que alardeia, a mídia golpista não tem apreço pela democracia, muito pelo contrário. A história da posição pró-golpe assumida pelos grandes meios de comunicação em 1964 é amplamente conhecida. O apelo desesperado contra Lula e Dilma também não tem sentido democrático, mas o povo parece mais calejado e vacinado contra a ofensiva midiática. Apesar da credibilidade em baixa, o poder do PIG não deve ser subestimado.

Os últimos cartuchos usados no pleito de 2006 (factóides como imagens com dinheiro apreendidos pela PF) impediram a vitória de Lula no primeiro turno e levaram a disputa a segundo escrutínio, mas a diferença de votos entre Lula e Alckmin foi ampliada. É pouco provável que a história se repita, mas fica para as forças progressistas e para o povo mais uma preciosa uma lição sobre o verdadeiro caráter da grande mídia e o desafio de redobrar os esforços para restringir seu poder e avançar no sentido de uma efetiva democratização dos meios de comunicação no Brasil. 

Juristas divulgam carta aberta em defesa de Lula, e contra a denúncia da mídia de autoritarismo

27 de setembro de 2010 às 23:02
Reproduzido do viomundo.com.br

A carta aberta de juristas em defesa de Lula

Reproduzo o que me foi sugerido por dois leitores:
Em uma democracia, todo poder emana do povo, que o exerce diretamente ou pela mediação de seus representantes eleitos por um processo eleitoral justo e representativo. Em uma democracia, a manifestação do pensamento é livre. Em uma democracia as decisões populares são preservadas por instituições republicanas e isentas como o Judiciário, o Ministério Público, a imprensa livre, os movimentos populares, as organizações da sociedade civil, os sindicatos, dentre outras.
Estes valores democráticos, consagrados na Constituição da República de 1988, foram preservados e consolidados pelo atual governo.
Governo que jamais transigiu com o autoritarismo. Governo que não se deixou seduzir pela popularidade a ponto de macular as instituições democráticas. Governo cujo Presidente deixa seu cargo com 80% de aprovação popular sem tentar alterar casuisticamente a Constituição para buscar um novo mandato. Governo que sempre escolheu para Chefe do Ministério Público Federal o primeiro de uma lista tríplice elaborada pela categoria e não alguém de seu convívio ou conveniência. Governo que estruturou a polícia federal, a Defensoria Pública, que apoiou a criação do Conselho Nacional de Justiça e a ampliação da democratização das instituições judiciais.
Nos últimos anos, com vigor, a liberdade de manifestação de idéias fluiu no País. Não houve um ato sequer do governo que limitasse a expressão do pensamento em sua plenitude.
Não se pode cunhar de autoritário um governo por fazer criticas a setores da imprensa ou a seus adversários, já que a própria crítica é direito de qualquer cidadão, inclusive do Presidente da República.
Estamos às vésperas das eleições para Presidente da República, dentre outros cargos. Eleições que concretizam os preceitos da democracia, sendo salutar que o processo eleitoral conte com a participação de todos.
Mas é lamentável que se queira negar ao Presidente da República o direito de, como cidadão, opinar, apoiar, manifestar-se sobre as próximas eleições. O direito de expressão é sagrado para todos imprensa, oposição, e qualquer cidadão. O Presidente da República, como qualquer cidadão, possui o direito de participar do processo político-eleitoral e, igualmente como qualquer cidadão, encontra-se submetido à jurisdição eleitoral. Não se vêem atentados à Constituição, tampouco às instituições, que exercem com liberdade a plenitude de suas atribuições.
Como disse Goffredo em sua célebre Carta: Ao povo é que compete tomar a decisão política fundamental, que irá determinar os lineamentos da paisagem jurídica que se deseja viver. Deixemos, pois, o povo tomar a decisão dentro de um processo eleitoral legítimo, dentro de um civilizado embate de idéias, sem desqualificações açodadas e superficiais, e com a participação de todos os brasileiros.
ADRIANO PILATTI - Professor da PUC-Rio
AIRTON SEELAENDER – Professor da UFSC
ALESSANDRO OCTAVIANI - Professor da USP
ALEXANDRE DA MAIA – Professor da UFPE
ALYSSON LEANDRO MASCARO – Professor da USP
ARTUR STAMFORD - Professor da UFPE
CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO – Professor Emérito da PUC-SP
CEZAR BRITTO – Advogado e ex-Presidente do Conselho Federal da OAB
CELSO SANCHEZ VILARDI – Advogado
CLÁUDIO PEREIRA DE SOUZA NETO – Advogado, Conselheiro Federal da OAB e Professor da UFF
DALMO DE ABREU DALLARI – Professor Emérito da USP
DAVI DE PAIVA COSTA TANGERINO – Professor da UFRJ
DIOGO R. COUTINHO – Professor da USP
ENZO BELLO – Professor da UFF
FÁBIO LEITE - Professor da PUC-Rio
FELIPE SANTA CRUZ – Advogado e Presidente da CAARJ
FERNANDO FACURY SCAFF – Professor da UFPA e da USP
FLÁVIO CROCCE CAETANO - Professor da PUC-SP
FRANCISCO GUIMARAENS – Professor da PUC-Rio
GILBERTO BERCOVICI – Professor Titular da USP
GISELE CITTADINO – Professora da PUC-Rio
GUSTAVO FERREIRA SANTOS – Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
GUSTAVO JUST – Professor da UFPE
HENRIQUE MAUES - Advogado e ex-Presidente do IAB
HOMERO JUNGER MAFRA – Advogado e Presidente da OAB-ES
IGOR TAMASAUSKAS - Advogado
JARBAS VASCONCELOS – Advogado e Presidente da OAB-PA
JAYME BENVENUTO - Professor e Diretor do Centro de Ciências Jurídicas da Universidade Católica de Pernambuco
JOÃO MAURÍCIO ADEODATO – Professor Titular da UFPE
JOÃO PAULO ALLAIN TEIXEIRA - Professor da UFPE e da Universidade Católica de Pernambuco
JOSÉ DIOGO BASTOS NETO – Advogado e ex-Presidente da Associação dos Advogados de São Paulo
JOSÉ FRANCISCO SIQUEIRA NETO - Professor Titular do Mackenzie
LENIO LUIZ STRECK - Professor Titular da UNISINOS
LUCIANA GRASSANO – Professora e Diretora da Faculdade de Direito da UFPE
LUÍS FERNANDO MASSONETTO - Professor da USP
LUÍS GUILHERME VIEIRA – Advogado
LUIZ ARMANDO BADIN – Advogado, Doutor pela USP e ex-Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça
LUIZ EDSON FACHIN - Professor Titular da UFPR
MARCELLO OLIVEIRA – Professor da PUC-Rio
MARCELO CATTONI – Professor da UFMG
MARCELO LABANCA – Professor da Universidade Católica de Pernambuco
MÁRCIA NINA BERNARDES – Professora da PUC-Rio
MARCIO THOMAZ BASTOS – Advogado
MARCIO VASCONCELLOS DINIZ – Professor e Vice-Diretor da Faculdade de Direito da UFC
MARCOS CHIAPARINI - Advogado
MARIO DE ANDRADE MACIEIRA – Advogado e Presidente da OAB-MA
MÁRIO G. SCHAPIRO - Mestre e Doutor pela USP e Professor Universitário
MARTONIO MONT’ALVERNE BARRETO LIMA - Procurador-Geral do Município de Fortaleza e Professor da UNIFOR
MILTON JORDÃO – Advogado e Conselheiro do Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária
NEWTON DE MENEZES ALBUQUERQUE - Professor da UFC e da UNIFOR
PAULO DE MENEZES ALBUQUERQUE – Professor da UFC e da UNIFOR
PIERPAOLO CRUZ BOTTINI - Professor da USP
RAYMUNDO JULIANO FEITOSA – Professor da UFPE
REGINA COELI SOARES - Professora da PUC-Rio
RICARDO MARCELO FONSECA – Professor e Diretor da Faculdade de Direito da UFPR
RICARDO PEREIRA LIRA – Professor Emérito da UERJ
ROBERTO CALDAS - Advogado
ROGÉRIO FAVRETO – ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
RONALDO CRAMER – Professor da PUC-Rio
SERGIO RENAULT – Advogado e ex-Secretário da Reforma do Judiciário do Ministério da Justiça
SÉRGIO SALOMÃO SHECAIRA - Professor Titular da USP
THULA RAFAELLA PIRES - Professora da PUC-Rio
WADIH NEMER DAMOUS FILHO – Advogado e Presidente da OAB-RJ
WALBER MOURA AGRA – Professor da Universidade Católica de Pernambuco

Serra teve 4 anos para mostrar serviço. E agora não adianta dizer quer vai fazer.

Nassif comenta debate da Rede Record
“Do Serra não tem mais o que falar porque teve 4 anos para fazer, para mostrar serviço. Em São Paulo é muito mais fácil..Se ele quisesse criar um modelo melhor do que o Lula criou em termos de Brasil, conseguiria. Em SP, as regiões pobres são poucas. Ele poderia revolucionar a educação, a saúde, e mobilizar.....” Do jornalista Luis Nassif, comentando o recente debate da Rede Record...I.”  
“O papel do político é mobilizar as forças da sociedade civil e...Cada um faz do seu jeito. O Lula, bom ele tem essa capacidade de mobilizar o Brasil inteiro. O Aécio junta os empresários mais importantes...Mas de qualquer modo, o político tem que ter essa articulação com as forças econômicas, sociais e políticas [atributo que faltaria a Serra].” Do jornalista Luis Nassif, comentando o recente debate da Rede Record...II.”  
“Se Serra, quisesse fazer uma revolução em termos de acabar com a miséria e montar políticas sociais inovadoras teria conseguido. Vc pega as secretarias sociais de São Paulo; têm funcionários muito dedicados que querem fazer coisas. Mas quando chega como decisão política é uma porcaria...” Do jornalista Luis Nassif, comentando o recente debate da Rede Record.III”  
“Fernando Henrique Cardoso diz que as bolsas já existiam no seu governo e o Lula só juntou. Não foi só isso que aconteceu. Lula deu dimensão política a elas. Lula transformou em prioridade. Lula deu escala às políticas sociais no seu governo.” Do jornalista Luis Nassif, comentando o debate da Rede Record.III” 

Dilma é elogiada por um dos jornais britânicos mais importante

Jornal inglês diz que Dilma é "uma líder extraordinária"


O jornal The Independent destacou neste domingo que o Brasil se prepara para eleger no próximo final de semana a "mulher mais poderosa do mundo" e "uma líder extraordinária". As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% - sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Jornal também afirma que candidata tem sofrido ataques em uma campanha impiedosa de degradação patrocinada pela mídia brasileira.
A mulher mais poderosa do mundo começará a andar com as próprias pernas no próximo fim de semana. Forte e vigorosa aos 63 anos, essa ex-líder da resistência a uma ditadura militar (que a torturou) se prepara para conquistar o seu lugar como Presidente do Brasil.

Como chefe de estado, a Presidente Dilma Rousseff irá se tornar mais poderosa que a Chanceler da Alemanha, Angela Merkel e que a Secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton: seu país enorme de 200 milhões de pessoas está comemorando seu novo tesouro petrolífero. A taxa de crescimento do Brasil, rivalizando com a China, é algo que a Europa e Washington podem apenas invejar.

Sua ampla vitória prevista para a próxima eleição presidencial será comemorada com encantamento por milhões. Marca a demolição final do “estado de segurança nacional”, um arranjo que os governos conservadores, nos EUA e na Europa uma vez tomaram como seu melhor artifício para limitar a democracia e a reforma. Ele sustenta um status quo corrompido que mantém a imensa maioria na pobreza na América Latina, enquanto favorece seus amigos ricos.

A senhora Rousseff, a filha de um imigrante búlgaro no Brasil e de sua esposa, professora primária, foi beneficiada por ser, de fato, a primeira ministra do imensamente popular Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ex-líder sindical. Mas com uma história de determinação e sucesso (que inclui ter se curado de um câncer linfático), essa companheira, mãe e avó será mulher por si mesma. As pesquisas mostram que ela construiu uma posição inexpugnável – de mais de 50%, comparado com menos de 30% - sobre o seu rival mais próximo, homem enfadonho de centro, chamado José Serra. Há pouca dúvida de que ela estará instalada no Palácio Presidencial Alvorada de Brasília, em janeiro.

Assim como o Presidente Jose Mujica do Uruguai, vizinho do Brasil, a senhora Rousseff não se constrange com um passado numa guerrilha urbana, que incluiu o combate a generais e um tempo na cadeia como prisioneira política.

Quando menina, na provinciana cidade de Belo Horizonte, ela diz que sonhava respectivamente em se tornar bailarina, bombeira e uma artista de trapézio. As freiras de sua escola levavam suas turmas para as áreas pobres para mostrá-las a grande desigualdade entre a minoria de classe média e a vasta maioria de pobres. Ela lembra que quando um menino pobre de olhos tristes chegou à porta da casa de sua família ela rasgou uma nota de dinheiro pela metade e dividiu com ele, sem saber que metade de uma nota não tinha valor.

Seu pai, Pedro, morreu quando ela tinha 14 anos, mas a essas alturas ele já tinha apresentado a Dilma os romances de Zola e Dostoiévski. Depois disso, ela e seus irmãos tiveram de batalhar duro com sua mãe para alcançar seus objetivos. Aos 16 anos ela estava na POLOP (Política Operária), um grupo organizado por fora do tradicional Partido Comunista Brasileiro que buscava trazer o socialismo para quem pouco sabia a seu respeito.

Os generais tomaram o poder em 1964 e instauraram um reino de terror para defender o que chamaram “segurança nacional”. Ela se juntou aos grupos radicais secretos que não viam nada de errado em pegar em armas para combater um regime militar ilegítimo. Além de agradarem aos ricos e esmagar sindicatos e classes baixas, os generais censuraram a imprensa, proibindo editores de deixarem espaços vazios nos jornais para mostrar onde as notícias tinham sido suprimidas.

A senhora Rousseff terminou na clandestina VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares). Nos anos 60 e 70, os membros dessas organizações sequestravam diplomatas estrangeiros para resgatar prisioneiros: um embaixador dos EUA foi trocado por uma dúzia de prisioneiros políticos; um embaixador alemão foi trocado por 40 militantes; um representante suíço, trocado por 70. Eles também balearam torturadores especialistas estrangeiros enviados para treinar os esquadrões da morte dos generais. Embora diga que nunca usou armas, ela chegou a ser capturada e torturada pela polícia secreta na equivalente brasileira de Abu Ghraib, o presídio Tiradentes, em São Paulo. Ela recebeu uma sentença de 25 meses por “subversão” e foi libertada depois de três anos. Hoje ela confessa abertamente ter “querido mudar o mundo”.

Em 1973 ela se mudou para o próspero estado do sul, o Rio Grande do Sul, onde seu segundo marido, um advogado, estava terminando de cumprir sua pena como prisioneiro político (seu primeiro casamento com um jovem militante de esquerda, Claudio Galeno, não sobreviveu às tensões de duas pessoas na correria, em cidades diferentes). Ela voltou à universidade, começou a trabalhar para o governo do estado em 1975, e teve uma filha, Paula.

Em 1986 ela foi nomeada secretária de finanças da cidade de Porto Alegre, a capital do estado, onde seus talentos políticos começaram a florescer. Os anos 1990 foram anos de bons ventos para ela. Em 1993 ela foi nomeada secretária de minas e energia do estado, e impulsionou amplamente o aumento da produção de energia, assegurando que o estado enfrentasse o racionamento de energia de que o resto do país padeceu.

Ela tinha mil quilômetros de novas linhas de energia elétrica, novas barragens e estações de energia térmica construídas, enquanto persuadia os cidadãos a desligarem as luzes sempre que pudessem. Sua estrela política começou a brilhar muito. Mas em 1994, depois de 24 anos juntos, ela se separou do Senhor Araújo, aparentemente de maneira amigável. Ao mesmo tempo ela se voltou à vida acadêmica e política, mas sua tentativa de concluir o doutorado em ciências sociais fracassou em 1998.

Em 2000 ela adquiriu seu espaço com Lula e seu Partido dos Trabalhadores, que se volta sucessivamente para a combinação de crescimento econômico com o ataque à pobreza. Os dois se deram bem imediatamente e ela se tornou sua primeira ministra de energia em 2003. Dois anos depois ele a tornou chefe da casa civil e desde então passou a apostar nela para a sua sucessão. Ela estava ao lado de Lula quando o Brasil encontrou uma vasta camada de petróleo, ajudando o líder que muitos da mídia européia e estadunidense denunciaram uma década atrás como um militante da extrema esquerda a retirar 24 milhões de brasileiros da pobreza. Lula estava com ela em abril do ano passado quando foi diagnosticada com um câncer linfático, uma condição declarada sob controle há um ano. Denúncias recentes de irregularidades financeiras entre membros de sua equipe quando estava no governo não parecem ter abalado a popularidade da candidata.

A Senhora Rousseff provavelmente convidará o Presidente Mujica do Uruguai para sua posse no Ano Novo. O Presidente Evo Morales, da Bolívia, o Presidente Hugo Chávez, da Venezuela e o Presidente Lugo, do Paraguai – outros líderes bem sucedidos da América do Sul que, como ela, têm sofrido ataques de campanhas impiedosas de degradação na mídia ocidental – certamente também estarão lá. Será uma celebração da decência política – e do feminismo.
Tradução: Katarina Peixoto

Dilma precisa de SP, com eleição de Mercadante. Possibilidade de 2o turno, é uma luz no final do túnel.

27/09/2010 - vermelho.org.br

Crescem as chances de 2º turno entre Mercadante e Alckmin em SP

Até três semanas atrás, as eleições para o governo paulista tinham um favorito absoluto – o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), líder em todas as pesquisas de intenções de voto para o Palácio dos Bandeirantes. O favoritismo persiste, mas a campanha Alckmin admite cada vez mais com a possibilidade de amargar um segundo turno, contra Aloizio Mercadante (PT), no maior colégio eleitoral do país.
Por André Cintra
Para vencer a eleição num turno só, Alckmin precisa ter mais de 50% dos votos válidos – índice que não leva em conta os votos brancos, nulos e indecisos. Essa probabilidade parecia inevitável até o começo de setembro, conforme as principais pesquisas eleitorais. Ao longo do mês, no entanto, o cenário se alterou. Segundo levantamento Ibope/Globo/Estadão, o índice de votos válidos no candidato do PSDB despencou de 62% para 55%.

“Em 20 dias, Alckmin perdeu sete pontos nos válidos. Para haver 2º turno, precisa perder mais cinco”, contabiliza Jose Roberto de Toledo, no blog Vox Publica. Ao mesmo tempo, Mercadante – que começou o mês com 25% de votos válidos – está agora com 30%. Os demais candidatos somam 15% – Celso Russomanno (PP, 9%), Paulo Skaf (PSB, 4%), Fabio Feldmann (PV, 1%) e Paulo Bufalo (PSOL, 1%).

“Em 2006, Mercadante teve 31,7% dos votos válidos, mas não houve segundo turno. José Serra (PSDB) foi eleito governador com 57,9% dos válidos. A diferença em relação a esta eleição é que os outros candidatos estão mais fortes do que os adversários que petistas e tucanos enfrentaram há quatro anos”, afirma Toledo.

Os números do Vox Populi são ainda mais dramáticos para Alckmin e já preveem segundo turno. De acordo com levantamento do instituto divulgado na sexta-feira (24), o tucano caiu para 40% dos votos totais, enquanto os demais candidatos, juntos, têm 42%. Em pouco mais de um mês, Mercadante cresceu 11 pontos porcentuais.

De posse dos números, um deputado estadual do PSDB afirma que Alckmin está “pagando por sua lealdade”. Segundo ele, o êxito no primeiro turno já estaria garantido se o tucano não tivesse de “carregar nas costas” a fragilizada campanha presidencial de Serra.

“O que ocorreu em 2006 e 2008? Alckmin era candidato, e Serra – que estava em alta – apenas fingiu fazer campanha para ele. Agora, mesmo sem ter dívida moral nenhuma, o Alckmin se sujeita a perder só para salvar a pele do Serra, que não ganha nem em São Paulo”, dispara o parlamentar.

Trunfos

Além do fogo amigo no PSDB e da tradição da arrancada do PT na reta final das disputas, Mercadante tem mais três trunfos. O primeiro deles é o apoio dos candidatos que lideram no estado a corrida à Presidência, Dilma Rousseff (PT), e ao Senado – Netinho de Paula (PCdoB) e Marta Suplicy (PT).

Nas pesquisas, todos eles têm aparecido com, no mínimo, 35% de intenções de votos em São Paulo – índice razoavelmente superior aos obtidos por Mercadante. Dilma, Marta e Netinho se tornam, dessa forma, ótimos puxadores de votos para o candidato petista na reta final da eleição.

O segundo trunfo é o debate entre os candidatos a governo, a ser promovido pela TV Globo, na noite desta terça-feira (28). Com o desgaste acumulado após quatro gestões seguidas do PSDB no Palácio dos Bandeirantes, ninguém será mais cobrado nos cinco blocos de perguntas e respostas do que Alckmin – alvo predileto de Mercante, Russomano e Skaf. Acredita-se que o debate possa ter 20 pontos de audiência (cada ponto equivale a 56 mil domicílios na Grande São Paulo).

Por fim, nesta última semana de disputa, também pesará a favor de Mercadante a presença maior do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na campanha em São Paulo. Lula já definiu a disputa ao governo paulista como sua “prioridade zero” e tem acompanhado diariamente as pesquisas internas do PT.

Nesta segunda-feira, ao lado de Mercadante e Dilma, ele será o protagonista do “Comício da Vitória”, no Sambódromo do Anhembi. Na quinta – enquanto Dilma estará a caminho do debate entre os candidatos à Presidência na TV Globo –, Lula e Mercadante farão comício em São Bernardo. O ânimo de Lula tem razão de ser: Mercadante voltou ao páreo – e dá, sim, para chegar lá.

Vem a segunda onda da crise mundial? A coisa parece que está feia na Europa.

26 de setembro de 2010 às 12:47
Do viomundo.com.br

Europa, China e Brasil: A crise inevitável e a saída da crise

Da Caros Amigos:
José Arbex Jr. (Nota do Viomundo: cujo único defeito é ter nascido em Marília, na Grande Bauru): 


Do ponto de vista objetivo, você tem no país, onde um dos principais agentes financeiros é o Banco Santander, que é um banco espanhol, e ele e a Espanha estão no limiar de uma crise, que tá sendo anunciada pela Economist faz tempo, muito tempo, temendo que a crise grega atinja a Espanha. E vai atingir. Atualmente, 40% da população jovem da Espanha está desempregada, 40% dos jovens espanhóis estão desempregados. É a quarta economia da União Europeia e tem um PIB de 1 trilhão e 400 bilhões de dólares e 40% da juventude tá desempregada no país e não tem nenhum sinal de recuperação econômica. Ao contrário, a Zona do Euro ameaça implodir. Se você pegar a situação da Alemanha e da França, que são os dois maiores credores da Grécia. Se a Grécia não pagar… (risos) os compromissos com os bancos alemães e franceses… Essa porra vai pro espaço!  Acontece que a Grécia, hoje, tem regiões inteiras onde 40% do comércio tá parado. A Grécia é um país paralisado! Por isso que tem um monte de grandes teóricos, inclusive aquele que escreve no New York Times, o Krugman, falando abertamente na possibilidade da falência da Zona do Euro. Como é que vai ficar o Brasil? A Telefônica é espanhola, o Santander é espanhol, um monte de indústrias portuguesas, o colchão de dólares que o governo Lula alardeia que ele tem… Se essa porra explode, a fuga de dólares para a Europa vai transformar esse colchão de dólares em pó num prazo de semanas. Então, o negócio é o seguinte: subjetivamente eu não estou vendo nenhum sinal, agora objetivamente estou dizendo que está se avizinhando uma crise que é inevitável. A menos que aconteça alguma coisa extraordinária que não consigo imaginar qual seja… a crise vem! E aí, quando estourar… quando começar a ter desemprego em massa, quando cessarem os créditos fáceis e começar a cobrança desses financiamentos em até 70 meses, que se faz hoje para comprar um carro, uma televisão e a classe média não tiver dinheiro pra pagar… Aí eu quero ver como vai ficar…


Do Retrato do Brasil:
Irlanda, o “tigre celta” era de papel


Vítima do crescimento especulativo, o país se prepara para o êxodo em massa da população
Os irlandeses foram os primeiros derrotados pela crise: entraram em recessão ainda em 2008, com uma queda de 7,5% no PIB. Os três maiores bancos do país tiveram que ser resgatados pelo governo. Também foram os primeiros a protestar: em fevereiro de 2009, cem mil pessoas saíram às ruas, na capital Dublin, na maior passeata do país desde os anos 1980. Mas não bastou. A pedido dos empresários — em nome do crescimento econômico –, o governo cancelou, logo depois, o pacto social que fora negociado com os sindicatos em 1987. A Confederação Irlandesa de Sindicatos ameaça novas mobilizações, mas as previsões não são boas. Segundo o Instituto Econômico e de Pesquisa Social irlandês, 120 mil trabalhadores até o fim de 2011 dem migrar por causa da recessão. Um êxodo bíblico: a população é de apenas 4,2 milhões. Como fonte de mão de obra barata para multinacionais americanas, segundo definição da revista inglesa New Statesman, a Irlanda cresceu muito até 2008 — e foi chamada de “tigre celta”. Mas o crescimento era essencialmente especulativo: quando a quebradeira começou, levou junto a ilusão.


De Luiz Carlos Azenha, no Viomundo:


Os conglomerados mundiais buscam, agora, as “novas fronteiras”, que combinam mão de obra barata e desorganizada (ou sujeita a controle estatal), espaços físicos férteis e riquezas minerais abundantes. Elas se localizam na África, na Ásia e na América Latina. Os planos de integração da América do Sul, por exemplo, privilegiam as obras que facilitam o escoamento. As estradas planejadas não visam prioritariamente a integração econômica mutuamente vantajosa, mas são portas de saída para os recursos minerais que vão abastecer este processo, cuja plataforma central, curiosamente, está localizada na China, mas se estende por toda a Ásia, do Vietnã à Malásia, da Índia à Indonésia. A integração do Brasil a esse processo passa pelas grandes obras que produzem energia na Amazônia para a mineração, estradas de ferro para o transporte de soja e minério de ferro e a transposição do rio São Francisco, cujo principal objetivo é fornecer água para o agronegócio avançar sobre áreas do Nordeste, próximas ao mercado europeu. A ênfase no “ensino técnico” e não no desenvolvimento de biotecnologia nacional sugere uma pista de como se pretende inserir o Brasil nessa nova etapa do capitalismo. Os países centrais se desfazem de suas indústrias eletrointensivas e poluentes e concentram sua economia nos produtos de alta tecnologia de alto valor agregado. O verdismo “periférico” de Marina Silva faz parte de um processo que visa criar demanda para essa tecnologia que sai dos laboratórios europeus, japoneses e estadunidenses. Sob a capa da “sustentabilidade”, ideologia disseminada em revistas de papel caro e tintas altamente poluentes, se esconde essa “transformação” baseada na subordinação intelectual. Produziremos morangos para o café da manhã dos europeus, exportando a água brasileira no produto e reciclando materiais com o uso de tecnologia europeia — tudo em nome do ecocapitalismo. Na África o mesmo processo está em andamento, com o avanço do agronegócio sobre terras comunitárias da Etiópia, por exemplo, para a produção e exportação de alimentos (e água, num país onde há carência de água doce) para os países da península arábica; com a exportação de matérias primas (petróleo, minério de ferro, etc.) para a China; com a produção de energia elétrica em países do norte da África para a exportação, por linhões, para países europeus. Ou seja, a África também vai exportar a água e a energia às quais a grande maioria de seus habitantes não tem acesso. O processo de pilhagem será maior ou menor dependendo do grau de organização dos estados nacionais.

Dilma deve ganhar em todos os estados, nos ricos e nos pobres, inclusive, em SP e RS

26 de setembro de 2010 às 18:03

Marcos Coimbra: O que pode acontecer de “última hora”?

A última hora
por Marcos Coimbra, no Correio Braziliense, via Vermelho


Neste domingo, a apenas uma semana da eleição presidencial, temos uma parte menor do sistema político, uma parte importante (mas minoritária) da sociedade e a maioria da “grande imprensa” em torcida animada para que a “última hora” faça com que os prognósticos a respeito de seu resultado não se confirmem.
É natural que todos os candidatos, salvo Dilma, queiram que alguma reviravolta aconteça. Os três partidos que dão apoio a Serra, o PV de Marina Silva, os pequenos partidos de esquerda, todos torcem pelo “fato novo”, a “bala de prata”, algo que a golpeie. Do outro lado, a ampla coligação que Lula montou para sustentar sua candidata (e que formará, ao que tudo indica, a maioria do próximo Congresso) espera que nada altere o quadro.
Hoje, Dilma lidera em todas as regiões do país, jogando por terra as análises que imaginavam que as eleições consagrariam um fosso entre o Brasil “moderno” e o “atrasado”. Era o que supunham aqueles que leram, sem maior profundidade, as pesquisas, e acreditavam que Serra sairia vitorioso no Sul e no Sudeste, ficando com Dilma o voto do Nordeste, do Norte e do Centro-Oeste. Não é isso que estamos vendo.
Ela deve vencer em todos os estados, em alguns com três vezes mais votos que a soma dos adversários. Vence na cidade de São Paulo, na sua região metropolitana e no interior do estado. Lidera o voto das capitais, das cidades médias e das pequenas. É a preferida dos eleitores que residem em áreas rurais.
As pesquisas dão a Dilma vantagem em todos os segmentos socioeconômicos relevantes. É a preferida de mulheres e homens (sepultando bobagens como as que ouvimos sobre as dificuldades que teria para conquistar o voto feminino), de jovens e velhos, de negros e brancos. Está na frente entre católicos, evangélicos, espíritas e praticantes de religiões afro-brasileiras.
Vence entre pobres, na classe média e entre os ricos (embora fique atrás de Serra entre os muito ricos). Lidera entre beneficiários do Bolsa Família e entre quem não recebe qualquer benefício do governo. Analfabetos e pessoas que estudaram, do primário à universidade, votam majoritariamente nela.
É claro que sua candidatura não é uma unanimidade. Existe uma parcela da sociedade que não gosta dela e de Lula, que nunca votou e que nunca votará em alguém do PT. São pessoas que até toleram o presidente, que podem achar que é esperto e espirituoso, que conseguem admirar aspectos de seu governo. Mas que querem que Dilma perca.
Se, então, Dilma reúne ampla maioria no eleitorado e apoios majoritários no sistema político, o que seria a “última hora”? O que falta acontecer, de hoje a domingo?
Formular a pergunta equivale a considerar que o eleitorado ainda não sabe o que vai fazer, que aguarda a véspera para se decidir. Que “tudo pode mudar”.
É curioso, mas quem mais acredita que os outros são volúveis são os mais cheios de certezas, os mais orgulhosos de suas convicções. Mas acham que o cidadão comum (o “povão”) é diferente, que é incapaz de chegar com calma a uma decisão pensada e madura.
É fato que sempre existe uma parcela do eleitorado que permanece indecisa até o final. Já vimos, em eleições anteriores, que ela pode oscilar, saindo de uma candidatura e indo para outras. Conforme o caso, sua movimentação pode provocar resultados inesperados, como ocorreu com o segundo turno em 2006.
Mas aquelas eleições também mostram como acontecem esses fenômenos de “última hora”. Nelas, a única coisa que um quase uníssono da “grande imprensa” contra a candidatura Lula conseguiu fazer foi assustar os eleitores mais frágeis, com baixa informação e baixo interesse por política. Os dados indicam que os eleitores mais informados e com alto e médio interesse em nada foram afetados pela artilharia da mídia (assim como os sem nenhum, que nem ficaram sabendo que havia “aloprados”).
Ou seja: aquela gritaria só fez com que as pessoas mais inseguras a respeito de suas escolhas ficassem confusas, ainda que apenas por alguns dias. Mal começou a campanha do segundo turno, Lula reassumiu as rédeas da eleição e avançou sem problemas até a consagração no final de outubro. É como o título daquela comédia: “Muito barulho por nada”.

A credibilidade da mídia chegou no pé

Grande mídia não emplacou "Setembro Negro"

Por Weden

O processo de escandalização do Setembro Negro de 2010 não encontrou nenhuma relevância nas mídias locais. Mas o que impressiona mesmo foi o pouco impacto nas mídias regionais, mesmo sabendo que as agências Globo, Estadão e Folha, são fornecedoras importantes de pautas, matérias e pontos de vista. E que o Jornal Nacional deu sua mãozinha.


O Brasil tem como que três escalões de mídia massiva. O  primeiro consegue, por serem produtos de grandes organizações, produzir impacto em nível nacional. O que acontece graças à reverberação que encontra em outros meios, regionais e locais, ou, no caso de três ou quatro emissoras de TV, por chegarem  com força, via repetidoras, aos lares da maior parte do país.
O segundo escalão é composto pelos jornais e as rádios em cadeia, que conseguem produzir impacto de alcance estadual ou pouco mais. Juntam-se a estes as emissoras de TV de âmbito nacional com menor audiência.
O terceiro escalão é composto por TVs com programação independente dos grandes grupos, jornais e revistas "de município" e a maioria das rádios, que produzem impacto local.
No Rio, por exemplo, nós temos O Globo, com alcance nacional, por meio de reverberação de suas notícias em outras mídias nacionais, regionais e locais, e o apoio sempre significativo da emissora de TV do grupo.
O Dia é um jornal do segundo escalão, visto que seu poder de impacto é razoável dentro do Estado. A Rádio Tupi também seria um exemplo importante do segundo escalão de mídia.
Jà o jornal O Fluminense, um dos mais tradicionais, e que circula em Niterói e região,  é o nosso melhor exemplo de mídia com impacto local.

O "Setembro Negro"
Isto posto, vamos ao que interessa mais diretamente: em 2005, na "crise do mensalão", o grau de reverberação do primeiro escalão se mostrou bastante significativo, mas de alguma forma, os efeitos foram menos duradouros que o esperado. Se por volta de maio e junho daquele ano, "toda a mídia" falava dos escândalos, no final do ano, jornais locais e imprensa regional já mostravam um certo distanciamento do tema.
O "Setembro Negro" promovido pela grande imprensa voltou a impactar os segundos e terceiros escalões, provocando o desgaste de Lula a ponto de as eleições serem levadas ao segundo turno (observando que, no entanto, o contexto político, como a aprovação do governo, e o econômico, com crescimento mediano, eram muito diverso).
De 2006 para cá, parece que muita coisa mudou. O grau de reverberação da grande mídia, se não fosse o Jornal Nacional, está definitivamente comprometido. Não se sabe ainda se pelo contexto socioeconômico, ou por mudanças na relação de forças entre os meios. Mas há indícios fortes de que se trata de uma conjugação das duas hipóteses.
O processo de escandalização do "Setembro Negro" de 2010 não encontrou nenhuma relevância nas mídias locais. Mas o que impressiona mesmo foi o pouco impacto nas mídias regionais, mesmo sabendo que as agências Globo, Estadão e Folha, são fornecedoras importantes de pautas, matérias e pontos de vista. E que o Jornal Nacional deu sua mãozinha.
Olhando as capas do Zero Hora, do Diário Catarinense (que pertencem ao mesmo grupo RBS), do Estado de Minas e do Correio Braziliense, por exemplo, percebemos espantados que não houve "Setembro Negro".
Mas evidentemente o poder desta imprensa nacional  ainda é superlativizada pela Rede Globo e seu principal telejornal: os efeitos pretendidos por Vejas, Folhas, Globos e Estadões, só são em parte conseguidos, se houver repercussão na bancada de William Bonner.
Mesmo assim, vemos que a "erosão" da intenção dos votos da Dilma é insignificante: pelo Ibope, em quase um mês de "Setembro Negro", Dilma oscilou negativamente um ponto apenas.
De alguma forma, Serra conseguiu conquistar votos entre os indecisos, e aí talvez se  vislumbre  o poder da grande mídia: quem está indeciso é mais suscetível de ser influenciado.


Autocrítica a blogosfera
A última pesquisa do Ibope mostra isso de maneira clara: a maioria não tem opinião formada sobre o "escândalo da Casa Civil", e mais de 25% simplesmente acham que "há um fundo de verdade" nos escândalos, mostrando cautela em concordar plenamente com o notíciário, e outros 6% simplesmente acham que as denúncias são falsas. Isso significa que o efeito de "evidência" da grande mídia se deu apenas sobre 22%, possivelmente os já convencidos.
Isso tudo sem contar a força da web e seu debate livre e crítico.
Ou seja, os principais blogs de crítica de mídia erram em dar tanta importância para Veja, Globo, Estadão e Folha, sem considerar pelo menos os que as pessoas lêem fora do eixo Rio-São Paulo, e, para piorar, erra até mesmo em desconhecer os outros veículos do próprio eixo.
O que representa um ironia: somos os mais críticos a estes veículos, mas damos a importância que eles gostariam de ter e que a população pelo jeito discorda. O que pode significar que não só a grande mídia está em descompasso com a realidade, mas de certa forma nós também.
Que tal uma visão mais plural de nossa mídia? Afinal, ignorar esta nova tessitura do contexto midático parece apenas reforçar, sem apoio na realidade, o narcisismo dos grandes meios.