Investigação no Butantã

Procuradoras federais e MP paulista investigam irregularidades no Butantã 

Por: Cida de Oliveira, Rede Brasil Atual

Publicado em 23/06/2010, 14:40

Última atualização em 24/06/2010, 18:54

Periquitamboia, uma das espécimes do Instituto do Butantan (Foto: Paulo Pepe)

São Paulo – O deputado estadual Fausto Figueira (PT) entregou, nesta terça-feira (22), representação ao Ministério Público Federal e Estadual pedindo que as suspeitas de irregularidades no Instituto Butantã sejam investigadas com profundidade.
A solicitação foi entregue ao promotor de Direitos Humanos e Saúde Pública Arthur Pinto Filho, do Ministério Público de São Paulo, e às procuradoras federais Rose Santa Rosa, Sonia Maria Curvello e Lisiane C. Braecher.
"Há indícios suficientes para a investigação, que deverá impedir que fatos como esses continuem acontecendo e punir os responsáveis na forma da lei", disse o parlamentar.
Os fatos a que ele se refere são a fábrica de vacina contra gripe comum e H1N1 que nunca funcionou, embora oficialmente inaugurada – e reinaugurada várias vezes, conforme noticiado pela imprensa –, o incêndio no prédio das coleções e o desvio de recursos.

Leia também:

» Dilma abre 5 pontos frente a Serra, diz Ibope/CNI

» As mazelas da saúde no governo Serra

» Instituto Butantã é alvo de investigação de desvio de R$ 35 milhões

» Inaugurada há um ano em SP, fábrica de genéricos não funciona

"Há denúncias de centenas de milhares de ovos de galinha fertilizados, os chamados ovos galados, que todo dia iam parar no lixo em vez de serem usados na fabricação de vacinas. Ao menos 160 mil ovos chegavam a ser entregues diariamente, causando grandes prejuízos para os cofres públicos", exemplifica Figueira.
Ele quer que sejam apuradas também denúncias de descarte de 14 milhões de doses da vacina H1N1. O motivo seria a contaminação durante o processo de envasamento. "Isso demonstra o descompromisso do estado de São Paulo com a instituição centenária, referência internacional no campo da saúde e da ciência", afirmou o parlamentar.
No último dia 15 de maio, um incêndio destruiu o Prédio das Coleções no Butantan, que abrigava um dos mais relevantes patrimônios científicos do país e da humanidade - uma das maiores coleções de serpentes do mundo, com 54 mil exemplares.
No final do ano passado, uma investigação do Ministério Público estadual descobriu desvios da ordem de 100 milhões de reais nas contas da Fundação Butantã.
Em 26 de maio passado, o deputado, que preside a Comissão de Saúde e Higiene da Assembleia Legislativa, esteve com o deputado Antonio Mentor (PT) no Butantã, para cobrar esclarecimentos do diretor, Otávio Azevedo Mercadante, justamente sobre esses acontecimentos. Até agora nada foi respondido.