sábado, 31 de julho de 2010

Marcas e valores de mercado

A riqueza das nações e o valor de suas marcas

26/07/2010 12:14
Por: Gerson L. Gantzel

A riqueza de nações e de empresas tem relação direta com o valor de suas marcas. O Brasil não tem nenhuma marca entre as 200 mais valiosas do mundo, mas está avançando.

Há milhares de anos, o ser humano se pergunta sobre qual ou quais seriam os fatores que determinariam o sucesso, o poder, a riqueza de nações, empresas e pessoas. Além de provavelmente não existir uma resposta única ou uma “fórmula do bolo”, o poder tem sido controlado de diferentes formas ao longo do tempo e da evolução.
Ao longo dos milhares de anos de nossa história, assistimos a períodos em que o poder era concentrado por países que detinham os melhores e maiores exércitos (período em que reinaram os gregos, persas, romanos e tantos outros povos); os melhores armamentos (uso de elefantes e tanques de guerra); as maiores colônias (espanhóis, portugueses, ingleses etc.) ou a maior quantidade de metais (metalismo).
Mais recentemente, o poder pertenceu aos países e empresas com maior industrialização, fenômeno que já não justifica ou explica o maior poder ou riqueza.
Nos EUA, o país mais rico do mundo, a composição do PIB envolve 78% de serviços, 21% de indústria e apenas 1% de agropecuária. No Brasil, a composição do PIB apresenta serviços com 65%, indústria com 29% e serviços com 6%.


Atualmente, os países mais ricos e poderosos do mundo, em função do produto interno bruto, são:


País e valor do PIB (em bilhões de USD – 2009)
1. Estados Unidos, US$ 14,266 bilhões
2.
Japão, 5,048
3.
China, 4,757
4. Alemanha, 3,235
5. França, 2,634
6. Reino Unido, 2,198
7. Itália, 2,089
8. Brasil, 1,481
9. Espanha, 1,438

União Européia: 16,905
Mundo: 54,584

Fonte: FMI


O que salta aos olhos é que os países e empresas mais ricos são justamente aqueles que detêm as melhores e maiores marcas do mundo. O imenso e inédito poderio norte americano facilmente comprova esta tese na medida em que mais da metade das maiores marcas do mundo são daquele país. Também há uma correlação direta entre a riqueza dos países e de suas marcas.


Na imagem a lista das 10 maiores marcas em 2009, em bilhões de dólares. E a comparação entre Europa e resto do mundo. Fonte: Interbrand & Business Week


O valor da marca tem uma relação direta com o desempenho e com a percepção que as pessoas têm sobre as empresas. Reestruturada, a IBM só faz seu valor de marca crescer, fenômeno similar ao verificado com o Google e outras novas empresas, cujas marcas chegam a valorizar incríveis 40% ao ano.
E enquanto todos os maiores países do mundo por PIB são os detentores das maiores marcas, o Brasil ainda conta com empresas com atuação restrita ao continente sul americano ou com marcas que não são conhecidas em todo o mundo.
E não há nenhuma marca brasileira entre as 200 mais valiosas do mundo, fenômeno que ainda não está em vias de mudar na medida em que, por exemplo, registramos apenas 600 patentes ao ano – contra 10.000 nos EUA.
A boa notícia é que começamos a criar marcas conhecidas em todo o mundo, tentando nos aproximar das fenomenais Coréia do Sul (Hyunday, LG, Sansung, ASIA, etc.), Espanha (Telefônica, Santander, Zara, etc.) e outras pinups no mundo das marcas.
O ranking das marcas nacionais demonstra o quanto ainda há que se fazer para sua valorização.


Rank, marca e valor da marca em milhões de reais


1. Itaú – R$ 20.651 milhões
2. Bradesco – 12.381
3. Petrobras – 10.805
4. Banco do Brasil – 10.497
5. Skol – 6.593
6. Natura – 4.652
7. Brahma – 3.607
8. Antarctica – 1.753
9. Vivo (*) – 1.468
10. Renner – 780
11. Embratel – 730
12. Banrisul – 645
13. Lojas Americanas – 601
14. Cyrela – 545
15. Oi (*) – 472
16. Brasken – 449
17. TAM – 347
18. NET – 294
19. Marisa – 196
20. Hering – 144
21. Gafisa – 129
22. Havaianas – 113
23. GOL – 108
24. Positivo – 103
25. Lopes – 87

(*) Empresa controlada por multinacional.
Fonte: Interbrand & Business Week



Comprovada a relação direta entre a riqueza das nações e de empresas com o valor de suas marcas, não se pode deixar de lado o mesmo conceito aplicado à vida das pessoas. E efetivamente, nosso nome (marca pessoal) pode e deve usar os mesmos princípios de construção de marcas utilizados por empresas. Afinal, alguém já viu Einsten ou Bill Gates serem chamados, respectivamente, de Einstensinho e Bilzinho? [Webinsider]
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Sobre o Autor

Gerson L. Gantzel é consultor e professor da ESIC Business & Marketing School.
Url original: http://webinsider.uol.com.br/2010/07/26/a-riqueza-das-nacoes-e-o-valor-de-suas-marcas/
    Publicada em:
26/07/2010 12:14
    Impresso em:
30/07/2010
[editor] vtardin@webinsider.com.br

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