sábado, 15 de maio de 2010

Ataques raivosos do PSDB a Dilma irritam marqueteiro de Serra

14/05/2010 - vermelho.org.br

Ataques raivosos do PSDB a Dilma irritam marqueteiro de Serra

O episódio dos textos com ataques a Dilma Rousseff distribuídos a partir de gabinetes de parlamentares de oposição na Câmara causou intenso mal estar entre a cúpula do PSDB e o comando da campanha de José Serra.
Segundo o iG apurou, o episódio deixou o marqueteiro de Serra, Luiz Gonzalez, profundamente irritado. Gonzalez chegou a ser citado em uma coluna como responsável pelos papeis. Na verdade, de acordo com fontes da campanha de Serra, o autor é o jornalista Ruy Fabiano, que teria sido contratado pelo PSDB para redigir “papers” (textos) com o objetivo de orientar parlamentares do PSDB, DEM e PPS em entrevistas e discursos.

A um destes “papers” intitulado “Dilma Rousseff e suas vítimas fatais” foram anexadas fotos de militares que teriam sido “assassinados pelo grupo terrorista” da qual Dilma fez parte.

O texto diz que Dilma “teve amnésia e não se lembra dos assaltos a banco, sequestros, delação de colegas. Só lembra que foi torturada”. Dilma militou no Comando de Libertação Nacional (Colina), grupo de esquerda que defendia a luta armada contra a ditadura militar. Até hoje nunca foram apresentadas provas de que Dilma tenha participado de ações armadas. Ela nega.

Quando viu no fac símile publicado em um jornal que os papéis tinham timbre da “coordenação de comunicação da campanha de Serra”, Gonzalez ficou irritado ao ponto de telefonar para o gabinete do líder do DEM na Câmara, Paulo Bornhausen, para dizer que não tinha nada a ver com o texto.

A reportagem do iG diz que Gonzalez tem "orgulho de nunca ter apelado para baixarias e mentiras em 16 anos de campanhas para o PSDB". porém, durante as campanhas eleitorais que coordenou para Serra e Kassab contra a ex-prefeita Marta Suplicy, em São Paulo, Gonzalez jogou pesado contra a petista, colocando bonequinhos nos programas de TV para verbalizarem ataques de baixo nível contra a ex-prefeita. Agora, no caso dos papers contra Dilma, Gonzalez teme que as baixarias sejam atribuídas a Serra, o que poderia dar margem para os adversários rotularem o tucano de truculento, o que não seria nenhuma surpresa, já que Serra é conhecido nos bastidores como um político capaz de ataques virulentos contra seus adversários. Recentemente, o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE), que já foi vítima da truculência de Serra na campanha eleitoral de 2002, disse que o tucano é “mais feio na alma do que no rosto”. Ciro já tinha dito, numa sabatina na Folha, que Serra não tem escrúpulos. E que, se fosse preciso, passaria com um trator por cima da mãe.

O PSDB, por meio de sua assessoria de imprensa, confirmou a autoria dos “papers” distribuídos a seus parlamentares. Segundo o partido, os textos foram redigidos pelas “assessorias” da direção nacional.

Na quinta-feira à noite o iG ligou para a sede nacional do PSDB, em Brasília, para ouvir Ruy Fabiano. O assessor que atendeu a reportagem passou um número de telefone que seria do jornalista, informando que Fabiano fica em São Paulo. Todas as ligações caíram na caixa postal.

No dia seguinte, a assessoria de imprensa do PSDB comunicou que Fabiano não presta serviços ao partido nem à campanha. Ele teria sido apenas sondado pela direção tucana. O PSDB não desmentiu a informação de que Ruy Fabiano é o autor dos “papers”.

O iG falou com um alto integrante da campanha de Serra que esteve em pelo menos uma reunião da qual participaram Ruy Fabiano, o presidente do PSDB, Sérgio Guerra, parlamentares e dirigentes tucanos, em São Paulo, na qual foram discutidas as linhas mestras da estratégia de campanha de Serra.

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