segunda-feira, 24 de maio de 2010

O jornalista Luis Nassif comprova que o PAC existe e critica a velha mídia que deixou de fazer jornalismo, sendo sempre pega no contra-pé

Por Luis Nassif

19/05/2010 - 08:03

O PAC e as prefeituras

Na entrevista que fiz com Dilma Rousseff (clique aqui), sobre o modelo de gestão do PAC, uma das questões relevantes era como se montava o modelo federativo – envolvendo governadores e prefeitos. Dilma explicou o modelo, a maneira como se estava preparando as prefeituras para montarem projetos consistentes e desafiou: “Perguntem aos prefeitos de o PAC existe”.
No encontro dos prefeitos, em Brasília, a Folha perguntou.
Esse é o problema maior da cobertura enviesada da velha mídia. Em vez da crítica consistente, preferiram ignorar o PAC completamente, tratá-lo como um rotundo fracasso, da mesma maneira como trataram o Bolsa Família. Depois, são apanhados no contrapé – mídia e oposição – quando os resultados começam a aparecer. E foram tantas críticas sem fundamento que perdem a condição de exercitar a crítica fundamentada.
Recentemente estive palestrando em Salvador. No coquetel, conversei com um ex-Secretário de Ilhéus, prefeitura do PSDB. A cidade tinha projetos antigos de urbanização e nunca conseguiu obter verbas do governo federal. Quando conseguia juntar certo número de emendas parlamentares, vinha o contingenciamento do Tesouro. Com o PAC, bastou apresentar o projeto – que era consistente – e receber os recursos, me disse o Secretário. É essa lógica de gestão pública que foi ignorada solenemente pela velha mídia, por razões políticas.

Da Folha

Presidente 40/Eleições 2010: PT reúne Dilma com prefeitos da oposição – 19/05/2010

Em encontro, líderes municipais de DEM e PSDB declararam voto na petista e disseram ser respeitados “pela primeira vez”
Pré-candidata afirma que os prefeitos são “estratégicos” e que serão importantes no “terceiro governo democrático popular”
RANIER BRAGON
GABRIELA GUERREIRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em um típico evento de campanha, o PT reuniu na noite de ontem em Brasília mais de mil prefeitos com sua pré-candidata à Presidência, Dilma Rousseff, e ressaltou a presença de prefeitos de PSDB, DEM e PPS, que nacionalmente estão com o tucano José Serra, e do PV, da pré-candidata Marina Silva.
Já na entrada, a lista de credenciamento mostrava a presença dos oposicionistas, a maioria de cidades pequenas.
A Folha falou com três deles. “Sou Dilma por causa das políticas do governo, capilares, com responsabilidade social”, disse a prefeita de Ibiaí (MG), Marinilza Soares Mota (PSDB).
“É importante a continuação da administração”, disse o prefeito de Iporanga (SP), Ariovaldo da Silva Pereira (DEM). O chefe do Executivo de Buritizal (SP), Agliberto Gonçalves (PSDB), reforçou: “Querendo ou não, o governo federal tem liberado muitos recursos”.
Na mesa do encontro, estavam Dilma, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda (PSB), entre outros.
Os prefeitos da oposição tiveram os nomes citados e, sob aplausos, foram aos microfones. “Pela primeira vez fomos respeitados como entes federativos e não como pontinhos no mapa. Nunca perguntaram, aqui em Brasília, qual era o meu partido”, discursou o prefeito de Itamonte (MG), Marcos Carvalho (PSDB).
Petistas procuraram dar tratamento especial ao PP, que se diz indeciso entre Dilma, Serra ou a neutralidade. Na mesa, estavam o governador do Amapá, Pedro Paulo, e o ministro Márcio Fortes (Cidades), ambos do PP. “Muita gente ficou em dúvida de que lado o PP ficará. A sua presença aqui [de Márcio Fortes] mostra que o PP não vai ter dúvida de que lado vai estar”, discursou Padilha.
Em sua fala, Dilma afirmou que os prefeitos são “estratégicos” e que eles serão importantes no “terceiro governo democrático popular deste país”.
Cerca de 4.000 prefeitos estão em Brasília para a 13ª marcha nacional da categoria, que reivindica pontos como o repasse de R$ 56 bilhões do FPM (Fundo de Participação dos Municípios) em 2010, contra os R$ 53,3 bilhões previstos.
O evento de ontem à noite de Dilma com os prefeitos ocorreu em um centro de eventos com os custos bancados pelo PT, que não revelou o valor.
Durante o dia, na marcha nacional, houve reunião de caráter era apartidário, mas que também acabou virando palanque para ministros do governo defenderem a gestão petista.
“Estamos nos acostumando a ser comandados por mulheres”, afirmou Padilha durante a tarde, completando: “Em 1998, na primeira marcha de municípios, os prefeitos tentaram fazer uma reunião com o presidente na época e foram recebidos por cachorros”. Dilma repetiu essa afirmação à noite.
Um dos coordenadores da campanha de Serra, o deputado Jutahy Magalhães (PSDB-BA) rebateu as críticas, afirmando que é impensável “não reconhecer que no governo FHC a democracia e o respeito ao cidadão, incluindo as entidades representativas dos prefeitos, foram ampliados”.
A marcha é custeada pela CNM, em parceria com o Sebrae. O custo é de cerca de R$ 700 mil. Não houve financiamento de estatais. Hoje, Dilma, Serra e Marina participam de debate com os prefeitos.
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