quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Henrique e o Tempo não param.
Segundos, minutos, horas, dias, meses, anos, décadas, século, milênios........ O tempo, o tempo meramente não para.
Que admirável seria para o homem se, por certo momento, o tempo pudesse parar para reflexões ou transformações de norte, ou melhor, que maravilha seria se ao avesso de parar o tempo ele pudesse retroceder. Não, ele não para, ele não retrocede.
Ele segue o fluxo natural involuntariamente dos eventos, da agonia, do desacerto, do acerto, do júbilo, da decepção, de qualquer sentido pleno ou circunscrito de sentimento e paixão.
O tempo é atroz, ele não para.
A experiência da humanidade nos evidencia que muitas vezes sua fortuna é decidida em fragmentos de segundos. Estes fragmentos de segundos determinam em determinados eventos toda uma trajetória, como também, caráter, afeição, desilusões, idéias, julgamentos, preconceitos, aborrecimentos, magoas, júbilo, amargura, emoções, euforias, desafios e finalmente retratam o que você é e o que você poderá ser.
Isto se dá, porque há homens ainda que são forjados com alma, com sangue devido à sua inclinação passional intensa, onde se vive à flor da pele na mais pura, porém, sincera emoção.
Seus triunfos são tão intensos quanto suas ruínas, ambos são experimentados com o mesmo sabor que se bebe até a última gota de cálice de um vinho tinto de sangue, uma vez que o triunfo e a ruína são obtidos por sangue para que se tenha a sua devida importância, mas mesmo assim, o tempo, o tempo não para.
O homem é a imagem mais fiel da sua alma, de suas emoções, de seu tempo, porém cada ser tem o seu tempo, o seu espírito, o seu retrato, e este homem não para assim como o seu tempo não para.
E não para porque o seu corpo, o seu cérebro, o seu pulsar são máquinas que só a fortuna é apta de controlar, pois ele o homem, é ineficaz para parar tal maquina nem que seja para uma sucinta reavaliação ou manutenção.
Ah, a máquina que move o homem não para, como o tempo, há este tempo, este tempo não para.
Bandido, herói, mocinho, algoz, deslumbrante, frustrante, vil, vazio, idealista, apaixonado, incorrigível, parvo, ingênuo, intenso, amargo, alegre, alucinado, engajado, não importa.. O tempo não muda personalidades, caráter, princípios; o tempo, o tempo não para.
Ah, se o tempo pudesse por alguns instantes parar, que maravilha seria o vindouro da humanidade, mas o tempo, ah, o tempo não para.
Ele segue muitas vezes machucando, curando, didaticamente doutrinando, aperfeiçoando, moldando, segue como um arquiteto, que delineia as curvas e retas que você vai seguindo em sua existência, respeitando o livre arbítrio intrínseco a cada ser, mas, independentemente de suas obras, o Tempo, esse não para jamais.
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