quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Miro, sem sutilezas, desmascara Marco Antonio Villa, o "historiador" da Globo.


O chilique do historiador tucano
Por Altamiro Borges

O historiador Marco Antonio Villa, que goza de generosos espaços na mídia (Globo, Cultura, Estadão e outros), nunca escondeu a sua rejeição ao chamado “lulopetismo” e as suas simpatias pelo tucanato. Nos últimos dias, porém, ele andou perdendo a compostura. O livro “A privataria tucana”, do jornalista Amaury Ribeiro, parece que deixou o rapaz enfezadinho, irritadiço.

Segundo o sítio Comunique-se, na edição desta segunda-feira (26) do “Jornal da Cultura”, Villa chegou a bater boca com o outro comentarista do programa, o advogado Airton Soares, ao tratar do salário dos magistrados paulistas. “Os ânimos no noticiário se exaltaram... ‘Aqui não é debate eleitoral’, disparou Maria Cristina [âncora do programa] antes de chamar o intervalo comercial”.

A mordaça da direita
Um dia depois, Villa publicou artigo raivoso contra o livro no jornal O Globo. Com o título “Querem impor a mordaça”, ele afirma que “o panfleto de Amaury Ribeiro é apenas um produto da máquina petista de triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto”. As contradições no texto são grotescas. Apresento trechos do artigo e, com colchetes e negritos, faço algumas indagações ao intrépido historiador:

“Não é novidade a forma de agir dos donos do poder. Nas três últimas eleições presidenciais, o PT e seus comparsas produziram dossiês, violaram sigilos fiscais e bancários, espalharam boatos, caluniaram seus opositores, montaram farsas”.

[Mas no foi o “fogo amigo”, segundo o próprio José Serra, que gerou a confecção de dossiês e a contratação de arapongas no interior do PSDB? Não foi a Verônica Serra, filha do ex-governador, que quebrou o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros? E a fama de Serra de espalhar boatos, caluniar opositores e montar farsas, como a da bolinha de papel? Villa conhece estes fatos?].
“A máquina petista virou uma Stasi tropical, tão truculenta como aquela que oprimiu os alemães-orientais durante 40 anos. A truculência é uma forma fascista de evitar o confronto de idéias. Para os fascistas, o debate é nocivo à sua forma de domínio, de controle absoluto da sociedade, pois pressupõe a existência do opositor”.

[Ao invés de vomitar conhecimento histórico, Villa não tem nada a dizer sobre os espiões, alguns egressos do SNI, contratados por José Serra, que têm seus nomes registrados no livro do Amaury? Sobre a truculência fascista, ele não fará nenhuma crítica ao seu amigo tucano, conhecido por pedir a cabeça de inúmeros jornalistas – inclusive de Heródoto Barbeiro, na TV Cultura?].
“Os petistas odeiam a política. Fizeram nos últimos anos um trabalho de despolitizar os confrontos ideológicos e infantilizaram as divergências (basta recordar a denominação "mãe do PAC")... Na verdade, os petistas odeiam ter de conviver com a democracia”.

[Mas não foi a mulher do José Serra, a Mônica, que disse na campanha eleitoral do ano passado que Dilma “matava criancinhas”? Isto não é infantilizar as divergências, não é pura baixaria? Não foi o presidenciável tucano que se aliou os generais de pijama do Clube Militar e aos fascistas do Opus Dei e da TFP? Quem é que odeia conviver com a democracia].
“Enxergam na Venezuela, no Equador e, mais recentemente, na Argentina exemplos para serem seguidos. Querem, como nestes três países, amordaçar os meios de comunicação e impor a ferro e fogo seu domínio sobre a sociedade. Mesmo com todo o poder de Estado, nunca conseguiram vencer, no primeiro turno, uma eleição presidencial”.

[Com sua mente colonizada, Villa prefere seguir os EUA e a Europa, com suas guerras expansionistas, seus campos de tortura e seus governos de banqueiros. Mesmo assim, vale lembrar ao nobre historiador que nos EUA e nos países europeus existem regras para os meios de comunicação. Quanto a vencer no primeiro turno, Villa ainda hoje não engoliu a terceira vitória de Lula].
“O panfleto de Amaury Ribeiro Junior é apenas um produto da máquina petista de triturar reputações. Foi produzido nos esgotos do Palácio do Planalto. E foi publicado, neste momento, justamente com a intenção de desviar a atenção nacional dos sucessivos escândalos de corrupção do governo federal... Sob o pretexto de criticar as privatizações, focou o seu panfleto em José Serra”.

[Sobre esgoto e máquinas de triturar reputações, Villa deve conhecer bem como funcionam as coisas no ninho tucano. Ninguém se entende. As bicadas são sangrentas e o jogo é sujo. Já no que se refere aos “escândalos” no governo Dilma, se vingar a CPI da privataria, o historiador terá volumoso material para escrever um livro sobre a maior roubalheira da história do Brasil?].
“O panfleto deveria ser ignorado. Porém, o Ministério da Verdade petista, digno de George Orwell, construiu um verdadeiro rolo compressor. Criou a farsa do livro invisível, isto quando recebeu ampla cobertura televisiva da rede onde o jornalista dá expediente. Junto às centenas de vozes de aluguel, Ribeiro quis transformar o texto difamatório em denúncia. Fracassou. O panfleto não para em pé e logo cairá no esquecimento”.

[Villa poderia aproveitar a sua boquinha na GloboNews para solicitar a famiglia Marinho que se fale algo sobre o livro. O silêncio da maior parte da mídia é vergonhoso e o historiador ainda tem a caradura de mencionar a “ampla cobertura”. Quanto ao fracasso do autor, não é o que afirmam as principais livrarias do país. Villa garante o livro “logo cairá no esquecimento. Certeza ou medo?].
“O PT não vai deixar o poder tão facilmente, como alguns ingênuos imaginam. Usará de todos os instrumentos de intimidação contra seus adversários, mesmo aqueles que hoje silenciam, acreditando que estão ‘pela covardia’ protegidos da fúria fascista... O panfleto é somente uma pequena peça da estrutura fascista do petismo”.

[O último parágrafo do artigo é quase uma bronca na oposição demotucana, uma orientação política. Villa exige que ela seja mais ativa e incisiva contra o “fascismo petista”. O historiador está preocupado, estressado. Precisa urgentemente de férias. Poderia pedir a Verônica Serra e ao seu marido Preciado para passar alguns dias na mansão em Trancoso, no belo litoral baiano].

A resistência da blogosfera no livro "Crime de Imprensa" de Palmério Dória.

QUARTA, 28 DE DEZEMBRO DE 2011, 

Palmério Dória: "Internet virou uma cadeia da legalidade"


Claudio Leal

A eleição presidencial de 2010, vencida pela petista Dilma Rousseff, começa a ganhar os primeiros relatos históricos. Um dos lançamentos editoriais sobre a campanha política, o livro "Crime de imprensa" (Plena Editorial), de Palmério Dória e Mylton Severiano, analisa o comportamento dos grandes grupos midiáticos durante a sucessão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Repórteres veteranos, Palmério e Severiano (o Myltainho) atuaram na imprensa alternativa e também em grupos como "Estado de S. Paulo", "Folha de S.Paulo", "Realidade", "Rede Globo" e "TV Record". No livro, provocantemente "prefaciado" pelo escritor Lima Barreto, os autores sustentam que a mídia nacional assumiu as bandeiras de partido político e apoiou a candidatura de José Serra (PSDB).

- A Dilma enfrentou, durante a campanha, uma espécie de túnel de trem fantasma. A cada curva, havia uma cilada, um sobressalto, uma chamada "bala de prata". Hoje a imprensa continua assim, apesar de ela ser uma das três mulheres mais poderosas do planeta - afirma Palmério Dória, autor do best-seller "Honoráveis Bandidos - Um retrato do Brasil na Era Sarney" (Geração Editorial), em entrevista a Terra Magazine.

Craque da reportagem e frasista veloz, sempre a denunciar uma rica formação literária, Palmério Dória recorre ao humor - essa escopeta às vezes subestimada - para confrontar os velhos fantasmas da Nova República. O livro sobre o senador José Sarney, que frequentou por meses a lista de mais vendidos, iniciou uma trilogia da vida política brasileira. A internet, pondera o jornalista, ajudou a balançar o previsível coreto.

- A Globo chegava a dominar 100% da audiência, nos anos 70 e 80. Ainda outro dia, a Globo dominava. Isso mudou. (...) Agora tem a força da blogosfera, que, de repente, se articula numa espécie de cadeia da legalidade, para citar o episódio do Brizola (em 1961)... Mas também tem os dois lados. Pode ser a internet do bem e do mal. A internet do mal procovocou aquela peste emocional que levou a eleição para o segundo turno, trazendo questões como o aborto, questões que eu achava que já tinham desaparecido - lamenta Palmério.

Confira a entrevista.

Terra Magazine - Você pôs um trecho de "Recordações do Escrivão Isaías Caminha, de Lima Barreto, como prefácio de "Crime de imprensa". Ele tinha uma visão bem ácida do jornalismo. De lá pra cá, a coisa tem piorado?
Palmério Dória - A situação é praticamente a mesma. Porque ele verifica as famílias e constata que o domínio dos "Grandes Irmãos" já prevalecia. Isso piorou porque há uma concentração maior do poder da mídia. A Globo chegava a dominar 100% da audiência, nos anos 70 e 80. Ainda outro dia, a Globo dominava. Isso mudou. Existe uma abertura maior. Agora tem a força da blogosfera, que, de repente, se articula numa espécie de cadeia da legalidade, para citar o episódio do Brizola (em 1961). Isso melhorou. Mas também tem os dois lados. Pode ser a internet do bem e do mal. A internet do mal procovocou aquela peste emocional que levou a eleição para o segundo turno, trazendo questões como o aborto, questões que eu achava que já tinham desaparecido.

No livro, vocês sustentam que os principais grupos de comunicações do País apoiaram a candidatura de José Serra e se comportaram com parcialidade nas eleições. Essa postura tem se refletido na cobertura do governo Dilma ou houve uma mudança?
Essa postura não mudou. A Dilma enfrentou, durante a campanha, uma espécie de túnel de trem fantasma. A cada curva, havia uma cilada, um sobressalto, uma chamada "bala de prata". Hoje a imprensa continua assim, apesar de ela ser uma das três mulheres mais poderosas do planeta. Pra mim, é a segunda mais poderosa, porque Hillary Clinton (secretária de Estado dos EUA) é uma empregada. Apesar de ser presidente do maior país do hemisfério sul, Dilma é tratada como uma qualquer. A imprensa vai engolir. De maneira geral, não mudou a atitude. Ela não era um poste, não era e não é uma laranja, ela segurou a base política, a fisiologia, e de uma maneira geral os números estão comprovando que ela caiu até no gosto popular. Agora, descaradamente, só o "Estadão" assumiu que apoiava o Serra, através de um editoral. Os outros, não. A "Folha" gosta de parecer isenta, coisa que ela não é. Essa pluralidade é tão artificial quanto perna de pau.

Mas até que ponto assumir um candidato é positivo? Isso não pode influenciar, negativamente, o leitor ou os telespectador?
É positivo, sim. A Carta Capital também assumiu. É tocada por um grande jornalista (Mino Carta), que foi diretor da revista Quatro Rodas, da Veja, e que já foi um dos mais poderosos editores da imprensa. Não se pode dizer que a revista é pequena imprensa. A imprensa americana, que é nosso padrão, assume os candidatos. Isso é muito bom. O problema é dividir a notícia do editorial.

Discute-se muito o "silenciamento" da chamada grande mídia sobre temas que, em tese, desagradariam os grupos partidários com que os jornais e televisões mais simpatizam. Isso teria ocorrido, neste mês, com o livro "A privataria tucana". Para não cair numa teoria conspiratória, você acha que essas omissões ocorrem de forma inercial ou vertical, como uma determinação?
Esses "grandes irmãos" parecem que combinam entre si. É inexplicável. No caso do livro, o timing foi o mesmo. Eles mantiveram o silêncio total, que durou uma semana. É pendular. Eles saíram juntos do silêncio total: a imprensa e o partido atingido (o PSDB). E agora partiram para o berro, esquecendo que bom tucano não berra. Se eu fosse pauteiro de um jornal, e já fui, veria que saiu a Carta Capital (com capa sobre o livro de Amaury Ribeiro Jr.), falando de corrupções numa escala de bilhões. Sendo pauteiro, é natural que você diga: pega um repórter para apurar isso. Mas, não. Todo o exército da grande imprensa estava dedicado a perseguir (Fernando) Pimentel, o amigo da Dilma. Não estou discutindo a corrupção, a escala da grana, nem o caso do Pimentel. Mas o exército todo estava caçando Pimentel. São essas contradições que mostram que não há isenção. Há um acordo tácito.

Os repórteres não podem ousar mais? Não ocorre também aqueles casos em que os repórteres imaginam o que o patrão gostaria que ele fizesse?
Acredite, mas eu já fui moleque e até jovem repórter. Havia nas redações os repórteres que faziam o trabalho sujo. Nós até agradecíamos. O "Estadão" tinha seus homens que faziam esse trabalho, "vamos pegar fulano de tal", de interesse da empresa. A gente sabia quem fazia isso claramente. Hoje, pegam esses meninos "trainees" pra fazer capa da "Veja" demonizando o MST. Bem jovens, e já estão mandando brasa, mora. Trabalhei na imprensa alternativa e sei que nós éramos bois de piranha, fazíamos as matérias que a grande imprensa não poderia publicar, como a matéria do "EX" sobre a morte do Vlado (Herzog). Depois essa matéria, Ricardo Kotscho ampliou os limites da liberdade de imprensa, coordenando uma matéria sobre a mordomia (publicada em "O Estado de São Paulo"). Ele me disse: "Porra, aquela matéria do EX ampliou os nossos limites". Tanto que as duas disputaram o Prêmio Esso. Vendeu a da mordomia, mas ficamos com os votos de Castelinho (Carlos Castelo Branco) e de Cláudio Abramo. Cada repórter vai conquistando sua margem de liberdade. Mas, cada vez menos os repórteres dizem: "não, isso eu não faço".

Você falou rapidamente, no início da conversa, sobre a presença política da internet. De que forma ela alterou o debate público?
No livro, citamos o editor do "The Guardian". Ele falou que, hoje em dia, temos uma gráfica em casa. Quando há temas muito complexos, até para os padrões ingleses (poderes podres ou grandes poderes), ele vai jogando pitadas no Twitter dele. Isso num grande jornal, com um grande editor... Desde Gutenberg não vejo nada tão espetacular. Não dá ainda para medir. O buraco é muito embaixo.

Terra Magazine

Elio Gaspari não gosta de tablets nas escolas públicas. "Tabuletas" só para gentes do nível dele.


Vá em frente, Mercadante


Foto: DIVULGAÇÃO

NUM ARTIGO REACIONÁRIO, ELIO GASPARI ATACA, NA FOLHA, A COMPRA DE TABLETS PARA ALUNOS DA REDE PÚBLICA; ENTENDA POR QUE ELE ESTÁ ERRADO E POR QUE DILMA E O FUTURO MINISTRO DA EDUCAÇÃO, ALOIZIO MERCADANTE, DEVEM LEVAR A IDEIA ADIANTE

28 de Dezembro de 2011 às 10:18

247 – Jornalista respeitado, autor de uma série clássica de livros sobre a ditadura militar brasileira, Elio Gaspari pisou na bola nesta quarta-feira. Num artigo intitulado “A pedagogia da marquetagem”, Gaspari atacou a iniciativa do governo federal, e também de governos estaduais de comprar um tablet para cada aluno da rede pública de ensino.

No governo federal, o futuro ministro da Educação, Aloizio Mercadante, pretende comprar 300 mil tablets em 2012. Em Pernambuco, o governador Eduardo Campos abriu licitação para a aquisição de 170 mil equipamentos. E, na cidade do Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes, também está à frente de uma iniciativa pioneira para a compra de 25 mil tablets.

São iniciativas que deveriam ser elogiadas, mas Gaspari, que parece fazer parte do time de “fracassomaníacos”, prefere atacá-las, como se alunos e professores da rede pública fossem incapazes de incorporar as novas tecnologias.

Hoje, já é grande o fosso que separa alunos das redes pública e privada. Nas instituições particulares, a ideia de levar um tablet a cada aluno avança a passos largos. O empresário Chaim Zaher, do COC, já iniciou um projeto para entregar um tablet a cada um de seus 450 mil alunos e está transformando suas salas de aula em ambientes completamente digitais. Em Brasília, o Sigma, uma das escolas de maior prestígio, também dará um tablet a cada aluno do segundo grau em 2012. E se os governos não fizerem nada, o apartheid educacional será ainda maior nos próximos anos.



Ganhos pedagógicos
Diversas pesquisas comprovam que o uso da tecnologia na sala de aula, quando bem aplicada, melhora – e muito – o aprendizado. Um conteúdo interativo, com textos, áudios e vídeos, torna o ensino mais lúdico e reforça o interesse pelo estudo.

Embora Gaspari argumente que o uso do tablet em sala de aula seja coisa de países como Brasil e o Cazaquistão, do humorista Borat, o uso da tecnologia já é uma realidade em vários países em alto grau de desenvolvimento, como Austrália, Coréia do Sul e Japão.

Trazer essa experiência inovadora também para os alunos da rede pública no Brasil é uma das melhores ideias de 2012. E é estranho que a crítica tenha partido justamente de Gaspari, que tanto condena a divisão da sociedade brasileira em “andar de cima” e “andar de baixo”. Será que ele pretende condenar o andar de baixo à ignorância e à exclusão digital?

Leia, abaixo, o artigo de Elio Gaspari:

“A pedagogia da marquetagem”
Brasília quer comprar 300 mil tablets, e o Cazaquistão, terra de Borat, 83 mil, mas NY comprou só 2.000

A compra de 300 mil tabuletas (equipamento também conhecido como "tablet") para estudantes da rede de ensino público nacional poderá ser a última encrenca da gestão do ministro Fernando Haddad, ou a primeira de Aloizio Mercadante. O repórter Luciano Máximo informa que falta pouco para que o governo federal ponha na rua o edital de licitação para essa encomenda.

Governos que pagam mal aos professores, que não têm programas sérios de capacitação dos mestres, onde as escolas estão caindo aos pedaços, descobriram que a compra de equipamentos eletrônicos é um bálsamo da pedagogia da marquetagem. Cria-se a impressão de que se chegou ao futuro sem sair do passado.

O governo de Pernambuco licitou a compra de 170 mil tabuletas, num investimento global de R$ 17 milhões. A Prefeitura do Rio anunciou em outubro que tem um projeto para distribuir outras 25 mil. A de São Paulo contratou o aluguel de 10 mil ao preço de R$ 139 milhões. Felizmente, o negócio foi abatido em voo.

A rede pública de Nova York, com 1,1 milhão de estudantes, investiu apenas US$ 1,3 milhão, numa experiência que colocou 2.000 iPads nas mãos de professores e de alunos de algumas escolas. Já a cidade mineira de Itabira (12 mil jovens na rede pública) comprou 3.000 laptops, num investimento de US$ 573 mil.

Na Índia, onde se fabricam tabuletas simples por US$ 35, existe um projeto piloto para 100 mil alunos num universo de 300 milhões de estudantes. Se tudo der certo, algum dia distribuirão 10 milhões de unidades. Na Coreia, o governo planeja colocar tabuletas nas mãos de todas as crianças do ensino fundamental. Lá, a garotada tem jornadas de estudo de 12 h diárias.

O projeto de Pindorama parece-se mais com o do Cazaquistão do companheiro Borat, onde se prevê a compra de 83 mil tabuletas até 2020.

Encomendas milionárias de computadores ou tabuletas para a rede pública são apenas compras milionárias, com tudo o que isso significa. Se a doutora Dilma quiser, pode pedir as avaliações técnicas que porventura existam do programa federal "Um Computador por Aluno".

Com quatro anos de existência, o UCA tem muitos padrinhos e fornecedores (150 mil máquinas entregues e 450 mil encomendadas por Estados e municípios). Nele, algumas coisas deram certo. Outras deram errado, ora por falta de treinamento dos professores, ora pela compra de equipamentos condenados à obsolescência.

Uma boa ideia não precisa desembocar em contratos megalomaníacos que terminam em escândalos. Se um cidadão que cuida do seu orçamento não sabe qual tabuleta deve comprar, o governo, que cuida da Bolsa da Viúva, deve ter a humildade de reconhecer que não se deve encomendar 300 mil tabuletas, atendendo a fabricantes que não conseguem produzir máquinas baratas como as indianas ou versáteis como as americanas, as japonesas e as coreanas.

Se esses equipamentos só desembarcarem em cidades e escolas onde houver banda larga e professores devidamente capacitados, tudo bem. Se o que se busca é propaganda, basta comprar vinte tabuletas, chamar a equipe de marqueteiros que faz filmes para as campanhas eleitorais e rodar o video. Consegue-se o efeito e economiza-se uma montanha de dinheiro.

Willian Waack vai falar. Tirem as crianças da sala!

Do osamigosdopresidentelula.blogspot.com

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Willian Waack, da TV Globo, aplica conto do vigário no telespectador

Clique nas imagens para ampliar


Dados do FMI: http://goo.gl/C6RVL

Definitivamente, os pais que quiserem dar uma boa educação para os filhos devem orientá-los para ficarem longe dos telejornais da TV Globo, pois além do péssimo jornalismo, faz mal até para o aprendizado na escola. As crianças e jovens que assistem aprendem errado fatos da História do Brasil.

O Brasil cresceu mais rápido do que os países ricos e se tornou a 6ª economia do mundo, ultrapassando o Reino Unido (Inglaterra + Escócia + Irlanda do Norte + País de Gales, juntos).

Isso aconteceu, incontestavelmente, no governo Lula e no governo Dilma, segundodados do próprio FMI.

Só no dia 26/12/2011, dez dias depois de nosso blog noticiar, o Jornal da Globo resolveu dar a notícia. Ancorado pelo informante da embaixada estadunidense (segundo o wikileaks), Mr. Bill Waack (William Waack) quis contrabandear o FHC para dentro desta história, dizendo que "...desde os anos 1990, com a implantação do Plano Real e o controle da inflação, isso já era previsto...".

Uma ova! Isso é querer aplicar o conto do vigário no telespectador. É um estelionato noticioso. É falsear a história. O Brasil é o "país do futuro" há décadas, mas desde que FHC quebrou o Brasil de vez para se reeleger em 1998, ninguém apostava que iria ultrapassar o Reino Unido tão cedo, como em 2011. Havia previsões lá para 2030, quando criaram a sigla BRICS em 2001.

O que a TV Globo fez é como dizer que a seleção brasileira de Felipão foi campeã do mundo em 2002 graças ao técnico Lazaroni (que perdeu a copa de 1990 na segunda fase).

Vamos recontar essa história, restabelecendo a verdade dos fatos, para impedir que as crianças e os jovens aprendam coisas erradas da história do Brasil por culpa da partidarização da TV Globo.

O Plano Real foi o entreguismo ao consenso de Washington, sob uma reforma monetária, nem tão boa assim, pois o mérito de fato foi estabilizar a inflação, mas em contrapartida implantou-se de vez uma dependência da ditadura dos bancos privados e do capital estrangeiro, que saquearam as riquezas nacionais e suor dos trabalhadores durante a roubalheira da Privataria Tucana, seja através da venda de patrimônio público, seja através da especulação com a dívida pública.

Além de promover o entreguismo, sucateou o Brasil, entregando todas as nossas riquezas e planejamento para a "mão invisível do mercado", que levou à coisas absurdas como o apagão elétrico de meses de racionamento, e entregou o próprio mercado interno para exploração pura e simples por estrangeiros sem compromisso de gerar empregos e riquezas aqui.

Crescimento econômico consistente só veio a acontecer de novo no governo Lula, com investimentos estatais, tais como na Petrobrás e na infra-estrutura, com política industrial, com o consequente aumento do emprego. Outra causa desse crescimento foi a distribuição de renda e inclusão social, além da expansão do crédito, expandindo o mercado interno.

Em 1994, Itamar Franco (o verdadeiro comandante do Plano Real) entregou o país na 7ª posição (segundo o FMI). É verdade que a moeda brasileira (o Real) sobrevalorizado, valendo mais do que o dólar estadunidense, inflava um pouco o PIB (Produto Interno Bruto) computado em dólar, a ponto de colocar o Brasil à frente da China. Mas mesmo se a moeda não estivesse com um valor artificialmente forçado é provável que o país fosse a 8ª ou 9ª economia naquela época.

FHC recebeu o país nessas circuntâncias favoráveis, e não soube aproveitar a oportunidade. Em seus 8 anos de desgoverno demo-tucano, o Brasil só desceu ladeira abaixo, sendo ultrapassado não só pela China (o que era esperado e natural), mas também por países como México, Espanha, Coreia do Sul, Canadá e Índia. Há estudos em que o PIB da Austrália e da Holanda superou o brasileiro em algum trimestre, durante o governo demo-tucano.

O PIB caiu por culpa direta das decisões e escolhas do governo demo-tucano, pouco tendo a ver com conjunturas desfavoráveis.

Quando a Privataria Tucana entregou a Telebras e a Embratel para espanhóis, portugueses e mexicanos, foi o PIB daqueles países que cresceram.

Quando a Petrobrás encomendava plataformas em Singapura e outros países, era o PIB de lá que crescia.

Quando o populismo cambial era usado para reeleger FHC, até coca-cola em lata era importada do México e dos EUA, e era o PIB de lá que crescia, enquanto aqui afundava e gerava desemprego.

Em 2002, FHC entregou o país à Lula rebaixado para a 13ª economia do mundo.

Lula recebeu a herança maldita de FHC, na 13ª posição, quebrado, e entregou para Dilma em 2010 na 7ª posição, com uma economia saneada e sólida, ultrapassando de novo México, Espanha, Coreia do Sul, Canadá, Índia e, pela primeira vez na história, ultrapassou a Itália.

Agora Dilma recebeu a herança bendita de Lula, e também está sabendo conduzir o país, levando-o para a inédita posição de 6ª economia do mundo, em plena crise internacional

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Resposta de Verônica Serra não se sustenta e Nassif detona.

Sobre a resposta de Verônica Serra

Enviado por luisnassif, ter, 27/12/2011 - 17:39
Autor: Luis Nassif

leia aqui "Resposta de Verônica Serra ao Privataria Tucana"

Em sua "Resposta" Verônica Serra sustenta que deixou a Decidir.com em 2001.

De acordo com o livro de Amaury Ribeiro Jr., Verônica Serra contou apenas parte da história. Seria importante - para esclarecimento final da questão - que apresentasse explicações para os pontos efetivamente centrais do livro e não apenas para o que parece ser a parte mais desimportante da história.

Até 2001 existia, de fato, uma Decidir.com registrada no Departamento de Comércio da Flórida (p. 186). Nesse ano, essa Decidir.com fecha o registro. Essa é a parte que Verônica conta. O que não conta, segundo o que está no livro: ultaneamente, foi aberta uma nova Decidir.com, desta vez em Ilhas Virgens, no escritório da Citco (que abriga contas de várias pessoas do esquema Ricardo Sérgio-Serra). Nesse mesmo ano de 2001, Verônica adquire a casa em que José Serra vive desde os tempos em que era Secretário do Planejamento de Montoro.

Em 2006 a Decidir.com das Ilhas Virgens injeta R$ 10 milhões na Decidir do Brasil, uma empresa que tem como sede o escritório de Verônica Serra na rua Renato Paes de Barros. Além do escritório, a própria Verônica aparece como vice-presidente da Decidir brasileira. Depois de receber o dinheiro, já no primeiro ano a empresa registra um prejuízo de R$ 1 milhão.

A chave da questão é a entrada da Equifax - empresa de análise de crédito - no capital da Decidir brasileira.

Esse mesmo esquema, segundo o livro, foi adotado pelo marido de Verônica, Alexandre Burgeois, para trazer R$ 7 milhões do Caribe entre 2000 e 2002 através de transações entre a iConexa das Ilhas Virgens e a iConexa do Brasil – que também funciona no mesmo escritório de Verônica Serra. Burgeois sai de cena depois de alvo de uma ação da Secretaria da Receita Federal por não pagamento de impostos.

Na página 189, o livro mostra que, às vésperas de Serra se candidatar a presidente, Burgeois monta o Fundo de Investimento Orb, com sede em Trancoso e no Rio de Janeiro – a administração é do fundo Mellon Brascan DTVM. Logo em seguida o fundo é transferido para o controle da João Fortes Engenharia – cujo herdeiro Márcio Fortes foi Secretário do governo Serra e um dos levantadores de fundo para sua campanha.

Imagens: 



Este pessoal da FOX-CBN perdeu mesmo a vergonha.

CBN e o código de conduta jornalístico

Enviado por luisnassif, ter, 20/12/2011 - 17:15

Por ricardo l l berbara

Pensei que nesta altura, o Merval em sua intervenção das 12:30hs na CBN, já estivesse na rede. Basicamente, repete seu texto do O Globo, com o papel cada vez mais lamentável do Sardenberg. Conclui-se que não tem nada de mais ter contas em paraísos fiscais, onde Sardenberg meio cretinamente, mistura e coloca a Holanda e Petrobras no meio; ademais, que bandidos têm mais credibilidade que não bandidos; e que já foi tudo investigado e nada provado; que hoje a Dilma faz também suas privatizações; que são ilações de um assalariado do PT e vai por ai. Este pessoal da FOX-CBN perdeu mesmo a vergonha.



Comentário

Observações sobre a entrevista:

1. Sardenberg está visivelmente constrangido.

2. Petrobras tem empresa em paraíso fiscal para operações de leasing ou de tomada de financiamento.

3. Qual a explicação para o offshore da Verônica Serra? Basta Merval perguntar a Serra qual a operação lícita que exigiu de Verônica uma empresa em paraíso fiscal e permitiu a transferência de recursos. Se, no seu próprio comentário, Merval admite que na ponta externa existiam, de fato, empresas offshore, e na ponta interna, empresas registradas em cartório, falta apenas ser um pouco repórter e explicar a razão de existirem as duas pontas. Não é assim que procedem os repórteres?

4. Diz que todo mundo que registra empresas em cartórios não está registrando trambique. Uma tolice de Merval, aceita pelo Sardenberg. A legalização de dinheiro - denominada de "esquentamento" - pressupõe trazer dinheiro sujo, sem origem comprovada e internizá-lo em empresas formais, registradas em cartórios, através do expediente de aumento de capital social. Senão não seria esquentamento: o dinheiro continuaria clandestino.

5. Continua repetindo a sentença do juiz sobre a privatização da Telebrás, dizendo que a intenção da montagem de grupos foi melhorar o preço na privatização e não beneficiar ninguém. Ora, de que maneira foram escolhidos os grupos vitoriosos, por licitação, sorteio? Foi pela vontade individual dos promotores da privatização, dos quais o principal responsável era o Serra. Porque o Opportunity e não a Votorantim, o grupo Ultra, a Odebrecht, a Gerdau?

6. É ridícula a tentativa de Merval e Sardenberg de transformar o episódio em luta ideológica. É uma questão policial que está em jogo.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Você dá importância para o que a grande (?) mídia publica? Você não sabe de nada, mesmo.

FOLHA É FLAGRADA DISTORCENDO NOTÍCIA.



Este insosso escriba já disse algumas vezes neste mesmo espaço, das estratégias da mídia para destruir uma informação que ela não pode esconder.

Hoje olhando no twitter, me deparo com um exemplo flagrante.

Em entrevista, Guido Mantega diz que o Brasil terá padrão europeu em vinte anos. Isso por sí, é uma grande notícia, considerando que há 9 anos o país estava totalmente vendido aos especuladores estrangeiros e ninguém pagaria uma pataca por um papel por nós emitido.

Em 8 anos Lula trouxe o país da 15° posição no ranking das mairoes economias, para a 6°. Dilma já trouxe para a 5°. A prova maior do que isso significa, é que quando a tucanagem assumiu, ele estava em oitavo. Conseguiram jogar 7 posições no lixo.

Bem, sobre as palavras de Mantega, a Folha, sempre alerta aos ideais tucanos, estampa em sua tuitagem: "Brasil vai demorar até 20 anos para ter padrão europeu", como se fosse por pura incompetência do Governo que isso ainda não ocorreu.

Duas postagens abaixo estava a mesma manchete postada pelo PT: "Brasil terá padrão de vida europeu em 20 anos". Obviamente em tom de comemoração, já que isso é mesmo, uma grande conquista.

A mídia, através de suas palavras distorcidas, de suas dialéticas, quando não consegue evitar uma notícia, quando não consegue esconder, trata de desqualificá-la. As vezes são pegos no flagrante delito e deixam patente como são patéticos estes senhores.

Espertalhões latino-americanos e suas farras com o patrimônio público.

Os maiores vendedores latino-americanos.

Na década de 90 a América Latina passou por inúmeras transformações, como apêndice dos interesses de Washington e da nova ordem mundial.

A América Latina mergulhou fundo na cartilha política neoliberal. A ordem era vender as empresas pátrias, ou seja, o patrimônio do povo e criar os estados mínimos.

Um dos primeiros presidentes a comprometer-se com esta política foi Carlos Salinas na época, presidente do México, e conforme os ditames estabelecidos Salinas vendeu o que pode.

Na verdade, Salinas transferiu o patrimônio mexicano para Carlos Slim Helu que é hoje, segundo a Forbes, o homem mais rico do mundo com uma fortuna acumulada em 20,5 bilhões de dólares.

Entretanto, o México hoje vive atolado com os problemas da disputa do narcotráfico e com a incapacidade de seu governo.

Carlos Salinas por sua vez teve que fugir para Irlanda devido ao seu envolvimento em volumosos esquemas de propina e corrupção, e hoje se encontra em um bunker na cidade do México, no ostracismo da historia respondendo a inúmeros processos.

Na Bolívia o ex-presidente Gonzalo Sanches de Lozada, da mesma forma aplicou de forma selvagem a politica neoliberal em seu país, vendendo inclusive reservas naturais do povo boliviano. Fugiu correndo para Miami nos Estados Unidos, sob a fúria de seu povo, deixando para traz um rastro de miséria.

Outro integrante deste grupo de vendilhões é o ex-presidente do Peru Alberto Kenya Fugimori, que também entregou o patrimônio público aos grupos privados, e depois de um tempo em fuga, hoje está na cadeia preso por corrupção.

Contudo, o mais aplicado chefe de Estado submisso à politica neoliberal, foi Carlos Saúl Menem Akil, que só não vendeu a casa Rosada por que não deu tempo, e vive escorado em um mandato arranjado de senador para não ir para cadeia.

Menem certa vez disse que o que é bom para os americanos é excelente para os argentinos. A crise econômica que o sucedeu que o diga.

Aqui no Brasil também tivemos nosso grande corretor, que diferentemente de seus amigos vendilhões de patrimônio público, é exaltado por nossa elite. Trata-se do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Este vendeu muito. Entre as empresas temos a Vale do Rio Doce, a Embraer, as empresas de telefonia entre outras.

FHC também criou um novo bilionário, Daniel Dantas, figura conhecido em nosso judiciário e amigo íntimo do Ministro Gilmar Mendes e José Serra.

FHC só não vendeu a Petrobras devido à luta de nosso povo, mas aos poucos, a verdade vai aparecendo e demonstrando o que foi a selvageria de nossas privatizações.

A quem de fato serviu e enriqueceu o espólio do povo brasileiro?




Henrique Matthiesen

Boni confirma: A Globo manipula você.

A confissão de José Bonifácio de Oliveira Sobrinho.

A história oficial do Brasil, em muitos casos, é contada de forma mentirosa e muitas vezes somos vítimas de manipulações criminosas em nome de interesses inconfessáveis.

Para compreendermos a verdadeira historia temos que analisarmos as entrelinhas.

No epicentro de um dos episódios mais nefasto e imoral do Brasil encontramos como personagem José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, ou simplesmente Boni.

Boni foi vice-presidente de operações das Organizações Globo, competente sem dúvida, revolucionou a televisão brasileira.

Todavia, Boni também foi fiel aos interesses obscuros e amorais do jornalista Roberto Marinho, que através da bajulação aos militares de plantão ganhou a concessão da TV Globo.

Contudo, com a abertura política brasileira e com a proximidade das primeiras eleições presidenciais depois de mais de 20 anos, Roberto Marinho temendo a contestação de seu império e de seus interesses começou uma perseguição a uma das maiores lideranças política brasileira da época, Leonel Brizola.

Temia Roberto Marinho que Brizola chegasse à presidência, uma vez que o velho caudilho representava o reencontro do país às politicas sociais do trabalhismo de Vargas e Jango, odiados por nossa elite.

A falta de escrúpulos de Roberto Marinho chegou ao ponto de ele juntamente com a Proconsult, tentarem fraudar as eleições ao governo do Estado do Rio de Janeiro em 1982.

A fraude consistia em transferir os votos brancos e nulos para o candidato oficial Moreira Franco, que depois foi o exterminador dos CIEPS no Rio de Janeiro.

Descoberta a fraude, a Rede Globo assim como os generais tiveram que se curvar a vontade do povo do Rio de Janeiro que elegeu Brizola governador.

Paralelamente, em 1988 a Rede Globo produziu um Globo Repórter apresentando ao Brasil, o seu candidato oficial - o caçador de marajás de Alagoas, Fernando Collor.

Entretanto, era preciso derrotar Brizola e preparar um candidato bom para perder para Collor no 2ª turno.

Embora nada provado, não tenho muita dúvida de que houve fraude nesta eleição impedindo Brizola de chegar ao segundo turno.

Mas, para espanto geral da Rede Globo e de nossas elites Lula crescia muito, e ameaçava estragar os planos de Roberto Marinho e seus comparsas.

A campanha se deu da forma mais selvagem de nossa história, onde acusações de toda espécie e baixarias diária, dentre outras coisas, um verdadeiro espetáculo de horrores.

Contudo, no último debate televisivo era preciso consolidar a vitória de Collor, e aí entra mais uma vez para fazer o serviço sujo, o Boni.

Admitiu ele, Boni, que ajudou Collor no último debate entre Fernando Collor de Mello e Luís Inácio Lula da Silva, dizendo que tudo foi produzido, até mesmo o suor do político alagoano. “Conseguimos tirar a gravata do Collor, colocar um pouco de suor com glicerinazinha, e colocar as pastas todas que estavam ali, com supostas denúncias contra o Lula, essas pastas estavam inteiramente vazias, com papéis em branco. Foi uma maneira de melhorar a postura do Collor junto ao espectador, pra ficar em pé de igualdade com a popularidade do Lula”,

Mais do que isso, a pedido direto de Roberto Marinho, manipularam toda a edição do Jornal Nacional para beneficiar Collor.

Assim foi feita a eleição de Collor, o candidato produzido no padrão Globo. O resto o Brasil conhece do que foi a era Collor.

Por isso cuidado, Globo manipula você.




Henrique Matthiesen

Merval é a síntese do pensamento conservador e falso moralista da mídia (oposicionista) brasileira.

Merval Pereira a voz oficial da grande mídia.

O lançamento e a repercussão do livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr, “A Privataria Tucana”, tem provocado a ira indisfarçável dos articulistas da grande mídia brasileira.

“A Privataria Tucana” se transformou em um grande fenômeno editorial, vendendo em sua estreia mais de 15 mil exemplares, sendo hoje o livro mais discutido em todo o país.

Sucesso este que desafia a grande mídia, uma vez que, as grandes empresas de comunicação do Brasil tentam esconder e ignorar tal publicação devido ao que nele ali está contido.

Amaury Ribeiro Jr, jornalista experiente e ganhador de inúmeros prêmios, desvenda de forma inconteste, o lamaçal de corrupção e crimes que foi os governos de FHC e do PSDB.

Neste livro revelador, José Serra é apontado como um dos maiores beneficiados do processo de privatização que o Brasil passou.

Serra é favorecido com milhões de reais desviados dos cofres públicos brasileiro em esquemas sofisticados de lavagem de dinheiro.

Entretanto, há um silencio ensurdecedor da grande mídia, adepta e “sócia” destes desmandos e desta agenda de venda do patrimônio público brasileiro.

Acuada em seu falso moralismo, a cúpula Tucana contou mais uma vez com a complacência de um dos mais aplicados funcionários das Organizações Globo, da família Marinho, para atacar e tentar desqualificar o livro, nada mais nada menos do que Merval Pereira.

Merval Pereira vem ao longo dos anos, se especializando em voz oficial dos interesses Tucanos e “midiáticos”.

Rancoroso e ácido em suas analises através da CBN, é portador dos ideários neoliberais. Merval é a síntese do pensamento conservador e falso moralista de determinado pensamento político brasileiro, como o PSDB, em especial o PSDB Paulista.

Merval ataca “A Privataria Tucana” sem o menor constrangimento , cumprindo assim de forma submissa a tentativa de manipular a opinião pública, prática essa tão peculiar da família Marinho.

Diz Merval, que tal livro é produto de opositores dos tucanos e desconsidera ainda os inúmeros documentos oficiais que implicam gravemente a cúpula tucana.

Mais do que isso, Amaury revela as relações promíscuas, antirrepublicanas e corruptíveis que parte dos barões da mídia mantinha e mantém com os grãos-tucanos.

Porém, a ira de Merval pouco ajudou, pois foi protocolado na Câmara dos Deputados em Brasília, a CPI da Privataria.

Cabe agora aos tucanos de alta plumagem se explicarem à opinião pública brasileira e à justiça e mais do que isso, por na cadeia os bandidos que dilapidaram nosso patrimônio e roubaram o dinheiro público.




Henrique Matthiesen

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Nassif desmascara Merval: "Quem escreveu foi o Serra!"

Do Luis Nassif Online
A ficção de Merval Pereira e seu ghost writer

Enviado por luisnassif, dom, 18/12/2011 - 18:15
Autor: Luis Nassif

Em italico sublinhado, minhas observações

Política
A ficção do Amaury
Merval Pereira, O Globo

O livro “Privataria tucana”, da Geração Editorial, de autoria de Amaury Ribeiro Jr, é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação e dos blogueiros chapa-branca para criar um clima de mistério em torno de suas denúncias supostamente bombásticas, baseadas em “documentos, muitos documentos”, como definiu um desses blogueiros em uma entrevista com o autor do livro.

Disseminou-se a idéia de que a chamada “imprensa tradicional” não deu destaque ao livro, ao contrário do mundo da internet, para proteger o ex-candidato tucano à presidência José Serra, que é o centro das denúncias.

Estariam os “jornalões” usando dois pesos e duas medidas em relação a Amaury Jr, pois enquanto acatam denúncias de bandidos contra o governo petista, alegam que ele está sendo processado e, portanto, não teria credibilidade?

É justamente o contrário. A chamada “grande imprensa”, por ter mais responsabilidade que os blogueiros ditos independentes, mas que, na maioria, são sustentados pela verba oficial e fazem propaganda política, demorou mais a entrar no assunto, ou simplesmente não entrará, por que precisava analisar com tranqüilidade o livro para verificar se ele realmente acrescenta dados novos às denúncias sobre as privatizações, e se tem provas.

Como assim? Qual a responsabilidade na denúncia de que foram entregues centenas de milhares de dólares em um envelope no Palácio do Planalto? E a do "consultor" Ruben Quícoli, que dizia que com propina seria possível levantar R$ 10 bi no BNDES para uma fabriqueta? E a denúncia de que Dilma encomendaria dossiês para o Ministério da Justiça, ou a ficha falsa de Dilma? Merval deveria ter mais responsabilidade ao escrever, ainda mais criando para si esse papel de jornalista sério em veículo sério. Não é do estilo do Merval essas manifestações de indignação. Corto um dedo se o ghost writer dessa tertúlia não é o próprio Serra.

Outros livros, como "O Chefe", de Ivo Patarra, com acusações gravíssimas contra o governo de Lula, também não tiveram repercussão na "grande imprensa" e, por motivos óbvios, foram ignorados pela blogosfera chapa-branca.

Desde que Pedro Collor denunciou as falcatruas de seu irmão presidente, há um padrão no comportamento da “grande imprensa”: as denúncias dos que participaram das falcatruas, sejam elas quais forem, têm a credibilidade do relato por dentro do crime.

Quem disse que Pedro Collor participou de alguma coisa no governo do seu irmão? Sua bronca maior era de não estar dentro.


Deputado cassado e presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson desencadeou o escândalo do mensalão com o testemunho pessoal de quem esteve no centro das negociações, e transformou-se em um dos 38 réus do processo.

O ex-secretário de governo Durval Barbosa detonou a maior crise política da história de Brasília, com denúncias e gravações que culminaram com a prisão do então governador José Roberto Arruda e vários políticos.

Fantástico Merval! Seu brilhantismo consagrou uma nova máxima jurídica: criminoso tem credibilidade porque participou do crime; não criminoso não tem porque, por não ser criminoso, não conhece os escaninhos do crime.


E por aí vai. Já Amaury Ribeiro Jr. foi indiciado pela Polícia Federal por quatro crimes: violação de sigilo fiscal, corrupção ativa, uso de documentos falsos e oferta de vantagem a testemunha, tendo participado, como membro da equipe de campanha da candidata do PT, de atos contra o adversário tucano.

O livro, portanto, continua sendo parte da sua atividade como propagandista da campanha petista e, evidentemente, tem pouca credibilidade na origem.

Na sua versão no livro, Amaury jura que não havia intenção de fazer dossiês contra Serra, que foi contratado “apenas” para descobrir vazamentos internos e usou seus contatos policiais para a tarefa que, convenhamos, conforme descrita pelo próprio, não tem nada de jornalística.

Ele alega que a turma paulista de Rui Falcão (presidente do PT) e Palocci queria tirar os mineiros ligados a Fernando Pimentel da campanha, e acabou criando uma versão distorcida dos fatos.

No caso da quebra de sigilo de tucanos, na Receita de Mauá, Amaury diz que o despachante que o acusou de ter encomendado o serviço mentiu por pressão de policiais federais amigos de José Serra.

Enfim, Amaury Ribeiro Jr, tem que se explicar antes de denunciar outros, o que também enfraquece sua posição.

O criminoso não precisa explicar suas intenções: basta ter participado dos crimes. O Amaury tem que explicar. Merval ambiciona a imortalidade tornando-se membro da ABL. Jornalistas ambicionam a imortalidade escrevendo reportagens definitivas. Acho que Merval se esqueceu definitivamente do que é a emoção de construir uma grande reportagem.


Ele e seus apoiadores ressaltam sempre que 1/3 do livro é composto de documentos, para dar apoio às denúncias.

Mas se os documentos, como dizem, são todos oficiais e estão nos cartórios e juntas comerciais, imaginar que revelem crimes contra o patrimônio público é ingenuidade ou má-fé.

Documentos oficiais obtidos nas ilhas Virgens. Se eram tão inocentes assim, qual a razão de terem sido abafados na CPI do Banestado?


Que trapaceiro registra seus trambiques em cartórios?

Entre outros, quem pretende legalizar dinheiro sujo e também aquele que tem medo de ser enganado por testas de ferro e só confia na própria família. Aliás, outro fato que poderia ter sido explicado é a razão do casal Verônica Serra ter mudado o regime de bens do casamento pouco antes de começarem as transferências de recursos.


Há, a começar pela escolha do título – Privataria Tucana – uma tomada de posição política do autor contra as privatizações.

E a maneira como descreve as transações financeiras mostra que Amaury Ribeiro Jr. se alinha aos que consideram que ter uma conta em paraíso fiscal é crime, especialmente se for no Caribe, e que a legislação de remessa de dinheiro para o exterior feita pelo Banco Central à época do governo Fernando Henrique favorece a lavagem de dinheiro e a evasão de divisas.

Utilizam contas em paraísos fiscais empresas para planejamento tributário (como se financiar em leasing). Se quiser uma defesa eficiente, basta Serra/Merval explicar a razão de Verônica Serra precisar de conta em paraíso fiscal. Mais que isso: mostrar a origem dos recursos que enviou para o Brasil e que permitiram ao pai esquentar a casa em que morava desde fins dos anos 80. Se não foi propina, foram resultados de empresas no exterior. Que empresas foram essas, quais os resultados apresentados? Simples assim.


É um ponto de vista como outro qualquer e ele tenta por todas as maneiras mostrar isso, sem, no entanto, conseguir montar um quadro factual que comprove suas certezas.

Vários personagens, a maioria ligada a Serra, abrem e fecham empresas em paraísos fiscais, com o objetivo, segundo ilações do autor, de lavar dinheiro proveniente das privatizações e internalizá-lo legalmente no País.

Para quê é, então?


Acontece que passados 17 anos do primeiro governo de Fernando Henrique Cardoso, e estando o PT no poder há 9 anos, não houve um movimento para rever as privatizações.

O que isso tem a ver com suspeitas de pagamento de propina? É malandragem argumentativa primária, como se o simples fato de ter-se constatado a propina obrigasse à reversão da privatização.


E os julgamentos de processos contra os dirigentes da época das privatizações não dão sustentação às críticas e às acusações de “improbidade administrativa” na privatização da Telebrás.

A decisão nº 765/99 do Plenário do Tribunal de Contas da União concluiu que, além de não haver qualquer irregularidade no processo, os responsáveis “não visavam favorecer em particular o consórcio composto pelo Banco Opportunity e pela Itália Telecom, mas favorecer a competitividade do leilão da Tele Norte Leste S/A, objetivando um melhor resultado para o erário na desestatização dessa empresa”.

A escolha do Opportunity, por si, caracteriza um benefício. Na sequência, o Opportunity deposita US$ 5 milhões na conta da Verônica. Verônica transfere para o Brasil e "compra" a casa em que o pai mora. Por acaso o TCU analisou essa sequência de episódios? Claro que não: apenas a montagem do consórcio em si.


Também o Ministério Público de Brasília foi derrotado e, no recurso, o Tribunal Regional Federal do Distrito Federal decidiu, através do juiz Tourinho Neto, não apenas acatar a decisão do TCU mas afirmar que “não restaram provadas as nulidades levantadas no processo licitatório de privatização do Sistema Telebrás. Da mesma forma, não está demonstrada a má-fé, premissa do ato ilegal e ímprobo, para impor-se uma condenação aos réus.

Claro que não restaram. Na época não havia documentos, nem evidências de pagamento de propina. Agora, há.


Também não se vislumbrou ofensa aos princípios constitucionais da Administração Pública para configurar a improbidade administrativa.”.

O livro de Amaury Ribeiro Jr. está em sexto lugar na lista dos mais vendidos de “não-ficção”. Talvez tivesse mais sucesso ainda se estivesse na lista de “ficção”.

Merval está na Academia Brasileira de Letras por apenas um livro que é coletânea de artigos. Merval até hoje se vangloria - e está em seu discurso de posse na ABL - por ter participado de uma grande reportagem que tinha Amaury como autor (ao lado de Ascânio e outros) e Merval apenas na condição de diretor da sucursal.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Kotscho e o suicídio coletivo da grande pequena imprensa

A PRIVATARIA TUCANA
O ano em que um livro desmascarou a imprensa

Por Ricardo Kotscho em 20/12/2011 na edição 673
Reproduzido do blog do autor, 190/12/2011

“Se a Gazeta Esportiva não deu, ninguém sabe o que aconteceu”. (Slogan de um antigo jornal de São Paulo, nos tempos pré-internet, que ainda inspira muitos jornalistas brasileiros).

Daqui a cem anos, quando os historiadores do futuro contarem a história da velha mídia brasileira, certamente vão reservar um capítulo especial para o que aconteceu em 2011.

Foi o ano em que um livro desmascarou o que ainda restava de importância e influência da chamada grande imprensa na formação da opinião pública brasileira.

O suicídio coletivo foi provocado pelo lançamento de um livro polêmico, A Privataria Tucana, do premiado repórter Amaury Ribeiro Júnior, com denúncias sobre o destino dado a bilhões de reais na época do processo de privatização promovido nos anos FHC.

Como envolve personagens do alto tucanato em nebulosas viagens de dinheiro pelo mundo, o livro foi primeiro ignorado pelos principais veículos do país, com exceção da revista CartaCapital e dos telejornais da Rede Record.

Nos dias seguintes, os poucos que se atreveram a tocar no assunto se limitaram a detonar o livro e o seu autor. Sem entrar no mérito da obra, o fato é que, em poucos dias, A Privataria Tucana alcançou o topo dos livros mais vendidos do país e invadiu as redes sociais, tornando-se tema dominante nas rodas de conversa do Brasil que tem acesso à internet.

No fim de semana, o fenômeno editorial apareceu nas listas de jornais e revistas, mas não mereceu qualquer resenha ou reportagem sobre o seu conteúdo.

Livro apagado
Em 47 anos de trabalho nas principais redações da imprensa brasileira, com exceção da revista Veja, nunca tinha visto nada igual, nem mesmo na época da ditadura militar, quando a gente não era proibido de escrever, apenas os censores não deixavam publicar.

Foi como se todos houvessem combinado que o livro simplesmente não existiria. Esqueceram-se que há alguns anos o mundo foi revolucionado por um negócio chamado internet, em que todos nos tornamos emissores e receptores de informações, tornando-se impossível esconder qualquer notícia.

O que mais me espantou foi o silêncio dos principais colunistas e blogueiros do país – falo dos profissionais considerados sérios –, muitos deles meus amigos e mestres no ofício, que sempre preservaram sua independência, mesmo quando discordavam da posição editorial da empresa onde estão trabalhando. Nenhum deles ousou escrever, nem bem nem mal, sobre A Privataria Tucana, com a honrosa exceção de José Simão.

Alguns ainda tentaram dar alguma desculpa esfarrapada, como falta de tempo para ler e investigar os documentos publicados no livro, mas a grande maioria simplesmente saiu por aí assobiando e mudando de assunto.

O que aconteceu? Faz algum tempo, as entidades representativas da velha mídia criaram o Instituto Millenium, uma instituição voltada à defesa dos seus interesses e negócios, o que é muito justo.

Sob a bandeira da “defesa da liberdade de expressão”, segundo eles sempre ameaçada por malfeitores do PT e de setores do governo federal, os barões da mídia promoveram vários saraus para denunciar os perigos que enfrentavam. O principal deles, claro, era “a volta da censura”.

Pois a censura voltou a imperar escandalosamente na semana passada, só que, desta vez, não promovida por órgãos do Estado, mas pelas próprias empresas jornalísticas abrigadas no Millenium, que decidiram apagar do mapa, não uma reportagem ou uma foto, mas um livro.

Briga com os fatos
O episódio certamente será um divisor de águas no relacionamento entre a grande imprensa e seus clientes. Por mais que cada vez menos gente acreditasse nessa conversa, seus porta-vozes sempre insistiam em garantir que a mídia grande era independente, apartidária, isenta, preocupada apenas em contar o que está acontecendo e denunciar os malfeitos do governo, em defesa do interesse nacional e da felicidade de todos.

Agora, caiu definitivamente a máscara. Neste fim de semana, ouvi de várias pessoas, em diferentes ambientes, que vão cancelar assinaturas de publicações em que não confiam mais.

Como jornalista ainda apaixonado pela profissão, fico triste com tudo isso, mas não posso brigar com os fatos. Foi vergonhoso ver o que aconteceu e não deu para esconder. Graças à internet, todo mundo ficou sabendo.

E agora? O que vão dizer aos seus ouvintes, leitores e telespectadores?

***

[Ricardo Kotscho é jornalista]

O caso Paribas ou como o Fernando Henricou.


Como Fernando Henrica

O CASO PARIBAS OU FRAUDE À FRANCESA DO PRÍNCIPE DOS OCIÓLOGOS

18 de Dezembro de 2011 às 08:30
Palmério Doria

Acho que Protógenes Queiroz nem sonhava com uma candidatura quando me falou pela primeira vez do Caso Paribas. Não apenas falou: de noite, no saguão do hotel em que se hospedava entre uma e outra operação em São Paulo, fez mapa minucioso da armação de tucanos de megabico para manipular a dívida externa em seu proveito.

A segunda vez foi em sua primeira entrevista à imprensa, na sede da revista Caros Amigos, que durou de 2 da tarde às 7 da noite. De tudo se tratou. Selecionei apenas o capítulo que trata do Caso Paribas, que pode levar à convocação de FHC e Armínio Fraga, entre outros, pelo Congresso.

Não por coincidência, depois da entrevista, a caixa d’água veio abaixo na vida de Protógenes.

PALMÉRIO DÓRIA - Você está falando do Fernando Henrique Cardoso?

Fernando Henrique Cardoso.

PALMÉRIO DÓRIA - Você está falando do Paribas, de como o presidente manipulou e ganhou com isso?

Exatamente. Nossa dívida externa é artificial e eu provei isso na investigação. Houve repulsa minha porque quando era estudante empunhei muita bandeira "Fora FMI", "Nós não devemos isso".

MYLTON SEVERIANO - "A dívida já está paga".

"A dívida já está paga". E foi muito jato d'água, muita cacetada, muito gás lacrimogêneo, "bando de doido, tem que tomar porrada, pau nesses garotos". Você cresce achando que era um idiota, não é? Chega um momento que pensa "a dívida foi criada no regime militar, mas a gente precisa pagar".

FERNANDO LAVIERI - Como você provou isso?

PALMÉRIO DÓRIA - O jogo começou a ser jogado no Ministério da Fazenda?

Sim. Querem essa história?

TODOS - Sim!

Vocês não vão dormir direito. Isso é para maiores de 50 anos. Estamos em 2002, me atravessa as mãos o expediente para um banco francês, "esse banco eu conheço, é sério". E a suspeita que investigo é fraude com títulos públicos brasileiros, negociados no mercado internacional, títulos da dívida externa. Negociados na década de 1980: o que chama atenção?

MYLTON SEVERIANO - Fim da ditadura.

E transição para o regime civil. José Sarney pega o país em frangalhos, devendo até a alma, sem dinheiro para financiar as contas públicas, muito menos honrar compromissos, a famigerada dívida com o FMI. Havia até o "decrete-se a moratória". Era o papo nosso, da esquerda, dos estudantes, "não vamos pagar, já levaram tudo". E o Sarney, o que faz? Bota a mão na manivela e nossos títulos da dívida externa valiam, no mercado internacional, no máximo 20% do valor de face, era negociado na bolsa de Nova York. No paralelo valiam 1%. O que significa? Não passa pela bolsa. Comprei, quero me livrar, então 1% do valor de face, título de um país "à beira de uma convulsão social, ninguém sabe o que vai acontecer com aquele país, um conjunto de raças da pior espécie": essa, a visão primeiro-mundista, o que representávamos para os banqueiros. Escória. E aqui estávamos, discutindo a reconstrução do país. Vamos dialogar, botar os partidos para funcionar, eleições, e o Sarney tendo que dar uma solução. Fecha a manivela e toca a jogar título no mercado de Nova York. Cada título que valia 10%, 15%, mandava dinheiro aqui para dentro. Seis anos depois, o mercado financeiro internacional detectou que no Brasil haveria desordem, até guerra civil, e eles não iam receber o que tinham colocado aqui com a compra dos papéis podres, queriam receber mesmo os 15%. E fazem uma regrinha de três e colocam para o Banco Central: “Você vai instituir uma norma, os títulos da dívida externa brasileira adquiridos no mercado financeiro internacional, no nacional poderão ser convertidos junto ao Banco Central pelo valor de face desde que esse dinheiro seja investido em empresas brasileiras." Bacana, não? Se funcionasse como ficou estabelecido, nosso país seria uma potência, não? Ainda que uma norma perfeita, acho um critério não normal, não é? Não é moralmente ético eu comprar um título por 15% e ter um lucro de 100%, em tão pouco tempo. Mas enquanto regra de mercado financeiro tenho de admitir que sou devedor. Se vendi a 15%, na bolsa, assumi o risco de, no futuro, o lucro ser maior para o credor. Tenho que pagar. Foi assim que foi feito? Não. Será que o grupo Votorantim recebeu algum dinheiro convertido? Alguma outra empresa nacional do porte recebeu? Não. O que o sistema montou? Uma grande operação em determinado período para sangrar as reservas do país, e ainda tinha as cartas de intenção, que diziam "se você não me pagar posso explorar o subsolo de 50 mil quilômetros da Amazônia".

WAGNER NABUCO - Era a fiança?

Sim. Então me deparo com um banco, o Paribas, hoje BNP-Paribas que se uniu ao National de Paris. Com três diretores, em São Paulo, e dois outros, mais um contador que foi assassinado e um laranja que se chamava Alberto. O banco adquire esses títulos, no valor de 20 milhões de dólares, não é? E converte no Banco Central e aplica em empresas brasileiras, empresas-laranja. Comprou no paralelo a 1%, eram 200 mil dólares, e converteu a 20 milhões de dólares aqui no Brasil e colocou nessa empresa-laranja...

MYLTON SEVERIANO - Empresa de quê?

De participações. Chamava-se Alberto Participações, com capital social de 10 mil reais. Já tem coisa errada. Como uma empresa com capital de 10 mil reais pode receber um investimento estrangeiro da ordem de 20 milhões? Cadê o patrimônio da empresa? Como é que o Banco Central aprova? Mando pegar o processo. Ela investiu, vamos ver aonde o dinheiro vai. Converteu os 20 milhões e ao longo de doze meses o dinheiro é sacado mensalmente na boca do caixa em uma conta e convertido no dólar paralelo e enviado para a matriz em Paris. Eu digo "Banco Central, me dá o processo do Paribas". Aí não consigo, quem consegue é o procurador que trabalhava comigo, Luiz Francisco. Consegue e remete pra mim em São Paulo. Vejo que no Banco Central houve uma briga interna pela conversão. Os técnicos se indignaram, e indeferiram. Ai houve uma gestão forte para que houvesse a conversão. De quem? Do ministro da fazenda. Que era quem?

MYLTON SEVERIANO - Fernando.

MARCOS ZIBORDI - Henrique.

MYLTON SEVERIANO - Cardoso.

Tento localizar os banqueiros. Todos fugiram. Os franceses todos. O contador, assassinado. O laranja Alberto morreu de morte natural, assim falam no Líbano, onde ele morreu. E me sobra a sócia dele, uma senhora chamada Célia. Morava na Avenida São Luís. Ah, é? Um foi embora, outro fugiu, outro morreu, outro foi assassinado: querem brincar com a Polícia Federal? Com a dívida externa do Brasil? Descubro essa sem-vergonhice, essa patranha, essa picaretagem de fundo de quintal que acontecia enquanto nós estudantes lutávamos, dizíamos que a dívida externa não existia, e, de fato, parte dela era artificial. A coisa é grave, vamos fazer uma continha, nós contribuintes, que cremos que existe uma ordem no país. Títulos que adquiri por 200 mil, converti no Brasil os 20 milhões de dólares, quanto tive de lucro? 19 milhões e 800 mil. Vamos fazer essa continha para vocês dormir direito hoje. Esses 19 milhões mandei para minha matriz, o papel está na minha mão ainda, porque dizia o seguinte a norma do Banco Central: ao converter esse título, invista em empresa brasileira, e ao final de doze anos "Brasil, mostre a sua cara e me pague aqui, você me deve, pois sou credor dessa nota promissória chamada título da dívida externa brasileira". Está na lei. Bota aí. Soma 20 milhões com 19 milhões e 800 mil: 39 milhões e 800 mil. Nós devemos isso aí? E mais, o que pedi? Que o juiz bloqueasse o título do Paribas, não pagasse, indiciei os diretores. Por quê? Porque estava se aproximando o final dos doze anos, o título estava vencendo e tínhamos que pagar. Pedi que o Banco Central enviasse cópia de todos os processos de conversão da dívida externa brasileira pra mim. Estou esperando até hoje. Sabe o que o Banco Central falou? "O departamento não existe, nunca existiu, era feito por uma seção aleatoriamente lá no Banco Central." Então nós não devemos esse montante de milhões que cobram.

RENATO POMPEU - Só não entendi o que o Fernando Henrique Cardoso ganhou com isso.

Calma, calma. Sobrou uma para contar a história. A Célia da Avenida São Luís. A mulher de verdade. Era companheira do Alberto, ex-embaixador do Brasil no Líbano. Quando estourou a guerra ele fugiu e viveu na França, estudando na Sorbonne. Quem ele conhece lá?

MYLTON SEVERIANO - Fernandinho.

Colegas de faculdade. A Célia, marquei depoimento numa quinta, véspera de feriado, às seis da tarde na superintendência da Polícia Federal. Uma morena bonita, quase 60 anos, me disse que tinha sido miss, modelo, era sócia nessa empresa, tinha tipo 1%. Furiosa, "que absurdo, véspera de feriado, perder meus negócios, engarrafamento". Já estava gritando no corredor. Dei um molho de uns trinta minutos até ela se acalmar. Pensei "essa mulher está furiosa e tem culpa no cartório". Falei "obrigado por ter vindo", e ela "obrigado nada, o senhor é indelicado, desumano, sou dona de uma indústria de sorvetes, e me chama numa hora importante porque tenho que distribuir sorvete, é feriado, o senhor não tem coração". No meio da esculhambação, digo "tenho que cumprir meu dever, sou funcionário público", e ela "aposto que é o caso daquele Paribas, não sei por que ficam me chamando, e tem mais, fui companheira do Alberto, e ele foi muito mais brasileiro que muita gente. Era digno, honesto, ficam manchando a alma dele. Eu ajudei ele até o fim da vida, inclusive sustentei parte da família dele". Percebi que não sabia a verdade, ela disse "ele morreu pobre, ficou esperando a conversão dessa dívida que nunca houve". Detalhe: na quebra de sigilo bancário encontrei um cheque do Alberto que ele recebeu, 64 milhões, na boca do caixa do banco Safra. E ele transfere as cotas para uma empresa criada pelo Paribas em nome dos diretores.

MYLTON SEVERIANO - No Brasil?

Já é um Paribas do Brasil. Transfere para a subsidiária, e os diretores começam a sacar. O primeiro que recebe é ele, valor equivalente a 5%. E ela disse "ele não recebeu a comissão dele que era de 5%". Bateu! Tranquei o gabinete, falei "vou mostrar um documento, mas se disser que mostrei, prendo a senhora", era a cópia do cheque, com assinatura e data. A mulher começou a chorar. "Desgraçado. Que o inferno o acolha!" Ela disse "tenho muito documento na minha casa". Se fizesse pedido de busca e apreensão chamaria atenção da Justiça, teria um indeferimento. Essa investigação estava sendo arrastada. Fiz uma busca e apreensão ao inverso, "a senhora permite que selecione o que quero?", ela disse "perfeito". Naquela véspera de feriado, peguei dois agentes, contrariando colegas que queriam ir embora...

MYLTON SEVERIANO - Qual o ano?

2002. Saímos de lá de madrugada, era um apartamento antigo, magnífico. Ela chorando, "desgraçado, até comida na boca eu dei". Ela me dá uma agenda, "aqui parecia o Banco Central, eu atendia o doutor Alberto, da área internacional". Encontrei documentos, agendas que vinculavam ele ao Armínio Fraga, ao Fernando Henrique, inclusive uma carta manuscrita, não vou falar de quem, depois confirmada, ela falou "levei esse presente, pessoalmente, até a casa do Fernando". Mandei documentos para perícia. Na época era eleição do Fernando Henrique.

RENATO POMPEU - Não, do Lula.

Isso. Lula venceu contra Serra. Fernando Henrique era presidente.

RENATO POMPEU - Ele recebeu dinheiro então?

Vamos pegar a linha do tempo. Ele sai de ministro da Fazenda e vira presidente. O gerente da área internacional que dá o parecer no processo, quem era? Armínio Fraga. Que presidiu o Banco Central. Essa investigação não sei que fim deu. Pedi ao Banco Central o bloqueio de todos os títulos da dívida externa brasileira que foram convertidos. E pedi cópia de todos os processos de conversão junto ao Banco Central para investigação.

RENATO POMPEU - Saiu na mídia?

Em parte, mas foi abafado. Quem conseguiu publicar foi, se não me engano, a Época.

PALMÉRIO DÓRIA - Citando Fernando Henrique?

Não, não citou. A reportagem era "Fraude à francesa". Essa investigação surge da denúncia de um advogado, Marcos Davi de Figueiredo. Ele sofre uma pressão implacável dentro do banco. A Célia passa a ser ameaçada, logo que presta depoimento entregando tudo. Inclusive os escritórios que deram suporte a essa operação, um do Pinheiro Neto, e ela diz que sofria ameaça do próprio Pinheiro Neto. O procurador foi o doutor Kleber Uemura.

Falta muito a dizer, como dizia o saudoso Aloysio Biondi.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Brasil já é a sexta maior potência, à frente do Reino Unido. #ChoraTucano.


Brasil é a 6ª potência mundial

Brasil ultrapassou o Reino Unido, avança a "Economist Intelligence Unit", empresa de consultadoria pertencente ao grupo da revista "The Economist".

Maria Luiza Rolim (www.expresso.pt), Agências, blogues e imprensa brasileiras e Economist Intelligent Unit
14:46 Terça feira, 13 de dezembro de 2011



Brasil ultrapassará a Alemanha em 2020
Getty

O Reino Unido já não é a 6ª maior potência económica do mundo, tendo sido ultrapassado pelo Brasil, que passou a ter este ano o sexto maior produto interno bruto (PIB) medido em dólares à taxa de câmbio corrente.

A informação é da empresa de consultadoria britânica Economist Intelligence Unit (EIU), confirmando assim, e antecipando, as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) para 2011.

Tanto o FMI como a EIU e o Business Monitor International (BMI) haviam previsto que o Brasil ultrapassaria até ao final do ano o Reino Unido, passando a ocupar o lugar de sexta maior economia mundial.

De acordo com as projeções da EIU, o Brasil perderá a 6ª posição para a Índia em 2013 mas voltará a recuperar o lugar no ranking em 2014, ano do Mundial de Futebol, ao ultrapassar a França.
PIB cresce acima dos países ricos

A diferença do PIB estimado para o Brasil até ao final do ano - 2,44 mil milhões de dólares (mesmo considerada a redução da projeção de crescimento de 3,5% para 3%) e o PIB do Reino Unido (2,41 mil milhões, com crescimento de 0,7%) é de 1,2%, diferença que poderá facilmente triplicar.

Segundo o jornal "Folha de São Paulo", a subida do Brasil no ranking das maiores economias do mundo deve-se à crise dos países desenvovlidos. De acordo com a agência Terra, a tendência de ascensão dos países emergentes era esperada por especialistas há anos, mas acentuou-se devido à crise global.

A EIU refere que o Brasil continuará a subir no ranking das grandes potências, de modo a que até ao fim da década - de acordo com as projeções - o PIB brasileiro será maior do que o de todos os países europeus.

Segundo o "The Word Economy", de Angus Maddison, em 1820 o PIB britânico, sem as colónias, era 12,4 vezes maior do que o do Brasil; em 1870 era 14,3 vezes superior; e em 1913, 11,7 vezes mais elevado.

Em 2009, o PIB do Brasil ultrapassou os do Canadá e Espanha, passando a ser o oitavo do mundo, e em 2010 ultrapassou o de Itália.

De acordo com a "Folha", o crescimento do PIB que coloca o Brasil em posição favorável en relação às maiores economias mundiais é influenciado também pelo aquecimento da economia em 2010, pautada por uma política monetária de estímulo ao consumo - com uma série de subsídios e isenções de impostos iniciada no pós-crise.

"Enquanto a maioria das economias desenvolvidas ainda gatinhava na recuperação, o Brasil registou no ano passado o maior crescimento desde 1986, chegando a 7,5%. Em 2009, no entanto, a variação da economia brasileira foi negativa."

O jornal ressalta, ainda, que houve uma desaceleração na relação trimestral este ano, influenciada pela contenção do crédito, da valorização do câmbio, de juros mais elevados e do consequente arrefecimento da indústria provocado por estes fatores.

Ler mais: http://aeiou.expresso.pt/brasil-e-a-6-potencia-mundial=f693998#ixzz1gjWRHbbo

Há 9 anos a Veja denunciava a #PrivatariaTucana. E agora Reinaldo Azevedo?

Do Amigos do Presidente Lula
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Coragem, Reinaldo Azevedo! A Veja já publicou a corrupção do Serra há 9 anos atrás!



Edição 1750 de 09/05/2002 - No racha demo-tucano de 2002, a revista ficou do lado do PFL por um momento, e publicou 10 páginas de fogo "amigo" denunciando propina na Privatização. Estão lá os mesmos nomes do livro de Amaury: Ricardo Sérgio e José Serra.






Nove anos depois, o livro de Amaury Ribeiro Jr. traz respostas para a pergunta que a revista Veja fez na edição 1751 de 15/05/2002. Gregorio Preciado também foi alvo da reportagem.




A revista Veja está numa sinuca de bico com o livro de Amaury Ribeiro Jr. sobre a maior ladroagem da história do Brasil: a privataria tucana comandada por José Serra no governo FHC.

A revista não tem como contestar o conteúdo do livro, pois além das provas documentais, o livro aprofunda reportagens da própria revista Veja, de maio de 2002, sobre propinas na Privatização da Vale e das teles, denunciadas pelo fogo amigo demo-tucano na época: o próprio comprador da Vale, Benjamin Steinbruch, os tucanos Paulo Renato de Souza e Mendonça de Barros (foram as fontes da reportagem, sem "off").

É preciso entender o contexto da época, que levou os Civita a publicar o fogo amigo contra Serra. Eles desenganavam as chances de Serra vencer a eleição de 2002, e em conluio com o PFL de ACM e Bornhausen, procuravam eleger outro candidato que consideravam com mais chances de vencer Lula.

A aliança PSDB-PFL havia rachado. Serra trocara o PFL pelo PMDB como principal parceiro. ACM já atirava contra Serra, e era uma fonte constante de denúncias sobre Ricardo Sérgio. Em maio de 2002, Serra patinava nas pesquisas, havia abatido Roseana Sarney, a então candidata do PFL, e não conseguia herdar nem as intenções de votos que Roseana perdera. Os caciques ACM e Jorge Bornhausen desembarcaram na candidatura de Ciro Gomes, que crescia nas pesquisas, tinha um discurso de oposição, mas não sofria o preconceito e medo da elite, como Lula.

Foi nesse contexto que a revista Veja publicou denúncias envolvendo Ricardo Sérgio e Gregório Preciado, os mesmos protagonistas do livro de Amaury Ribeiro, e com as mesmas denúncias, só que desta vez com provas documentais, e acrescida a participação da filha e genro de José Serra.

A Veja não tem como apagar essas reportagens. Não pode fazer como FHC e dizer "esqueçam o que escrevi", justamente quando as suspeitas de então aparecem agora acompanhadas de provas no livro de Amaury.

A única coisa que a Veja pode fazer para proteger a corrupção tucana é o que está fazendo: silêncio sobre o assunto e cortina de fumaça com outras "denúncias" para preencher a pauta. Mas é preciso lembrar que essa conivência, mesmo que na forma de silêncio, hoje revela cumplicidade na corrupção.

O fim de José Serra e do PSDB

Não vai dar para fazer silêncio para sempre, até porque o livro é só a ponta do iceberg. Imaginamos o quanto é doloroso para alguém com Reinaldo Azevedo ter que escrever o obituário político de José Serra, (cujo futuro é o mesmo de Maluf), e o fim do PSDB como alternativa de poder, justamente no momento em que o marqueteiro Antonio Lavareda tentava resgatar o que o tucanos acham que seja o legado de FHC. Com o livro de Amaury, o único legado de FHC que sobra é a maior roubalheira que uma grande nação já sofreu em seu patrimônio, pela rapinagem de politiqueiros embusteiros e traidores da pátria que venderam as riquezas da nação a preço de banana em troca de propinas. Pobre Aécio Neves (outro vendilhão). Sua estratégia de defender FHC e a privataria acabou de falir e precisa voltar para a prancheta dos marqueteiros para recauchutagem geral.

Há 9 anos, o mesmo trololó

Em 2010, toda vez que José Serra era perguntado sobre algum dos vários escândalos de corrupção que ele esteve envolvido, ele desdenhava chamando de tititi e trololó. Em 2002 ele fez a mesma coisa:


O que a Veja dizia em 2002

Clique nas imagens para ampliar



















Privatizações tucanas: a constrangedora vassalagem de alguns brasileiros.




DEBATE ABERTO

Hora de rever as privatizações
Se outros efeitos não causar à vida nacional o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., suas acusações reclamam o reexame profundo do processo de privatizações e suas razões. A presidente da República poderia fazer seu o lema de Tancredo: um governante só consegue fazer o que fizer junto com o seu povo.

Mauro Santayana
Se outros efeitos não causar à vida nacional o livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr., suas acusações reclamam o reexame profundo do processo de privatizações e suas razões. Ao decidir por aquele caminho, o governo Collor estava sendo coerente com sua essencial natureza, que era a de restabelecer o poder econômico e político das oligarquias nordestinas e, com elas, dominar o país. A estratégia era a de buscar aliança internacional, aceitando os novos postulados de um projetado governo mundial, estabelecido pela Comissão Trilateral e pelo Clube de Bielderbeg. Foi assim que Collor formou a sua equipe econômica, e escolheu o Sr. Eduardo Modiano para presidir ao BNDES - e, ali, cuidar das privatizações.

Primeiro, houve a necessidade de se estabelecer o Plano Nacional de Desestatização. Tendo em vista a reação da sociedade e as denúncias de corrupção contra o grupo do presidente, não foi possível fazê-lo da noite para o dia, e o tempo passou. O impeachment de Collor e a ascensão de Itamar representaram certo freio no processo, não obstante a pressão dos interessados.

Com a chegada de Fernando Henrique ao Ministério da Fazenda, as pressões se acentuaram, mas Itamar foi cozinhando as coisas em banho-maria. Fernando Henrique se entregou à causa do neoliberalismo e da globalização com entusiasmo. Ele repudiou a sua fé antiga no Estado, e saudou o domínio dos centros financeiros mundiais – com suas conseqüências, como as da exclusão do mundo econômico dos chamados “incapazes” – como um Novo Renascimento.

Ora, o Brasil era dos poucos países do mundo que podiam dizer não ao Consenso de Washington. Com todas as suas dificuldades, entre elas a de rolar a dívida externa, poderíamos, se fosse o caso, fechar as fronteiras e partir para uma economia autônoma, com a ampliação do mercado interno. Se assim agíssemos, é seguro que serviríamos de exemplo de resistência para numerosos países do Terceiro Mundo, entre eles os nossos vizinhos do continente.

Alguns dos mais importantes pensadores contemporâneos- entre eles Federico Mayor Zaragoza, em artigo publicado em El País há dias, e Joseph Stiglitz, Prêmio Nobel de Economia - constataram que o desmantelamento do Estado, a partir dos governos de Margareth Thatcher, na Grã Bretanha, e de Ronald Reagan, nos Estados Unidos, foi a maior estupidez política e econômica do fim do século 20. Além de concentrar o poder financeiro em duas ou três grandes instituições, entre elas, o Goldman Sachs, que é hoje o senhor da Europa, provocou o desemprego em massa; a erosão do sistema educacional, com o surgimento de escolas privadas que só servem para vender diplomas; a contaminação dos sistemas judiciários mundiais, a partir da Suprema Corte dos Estados Unidos – que, entre outras decisões, convalidou a fraude eleitoral da Flórida, dando a vitória a Bush, nas eleições de 2000 -; a acelerada degradação do meio-ambiente e, agora, desmonta a Comunidade Européia. No Brasil, como podemos nos lembrar, não só os pobres sofreram com a miséria e o desemprego: a classe média se empobreceu a ponto de engenheiros serem compelidos a vender sanduíches e limonadas nas praias.

É o momento para que a sociedade brasileira se articule e exija do governo a reversão do processo de privatizações. As corporações multinacionais já dominam grande parte da economia brasileira e é necessário que retomemos as atividades estratégicas, a fim de preservar a soberania nacional. É também urgente sustar a incontrolada remessa de lucros, obrigando as multinacionais a investi-los aqui e taxar a parte enviada às matrizes; aprovar legislação que obrigue as empresas a limpa e transparente escrituração contábil; regulamentar estritamente a atividade bancária e proibir as operações com paraísos fiscais. É imprescindível retomar o conceito de empresa nacional da Constituição de 1988 – sem o que o BNDES continuará a financiar as multinacionais com condições favorecidas.

A CPI que provavelmente será constituída, a pedido dos deputados Protógenes Queiroz e Brizola Neto, naturalmente não se perderá nos detalhes menores – e irá a fundo na análise das privatizações, a partir de 1990, para que se esclareça a constrangedora vassalagem de alguns brasileiros, diante das ordens emanadas de Washington. Mas para tanto é imprescindível a participação dos intelectuais, dos sindicatos de trabalhadores e de todas as entidades estudantis, da UNE, aos diretórios colegiais. Sem a mobilização da sociedade, por mais se esforcem os defensores do interesse nacional, continuaremos submetidos aos contratos do passado. A presidente da República poderia fazer seu o lema de Tancredo: um governante só consegue fazer o que fizer junto com o seu povo.

Mauro Santayana é colunista político do Jornal do Brasil, diário de que foi correspondente na Europa (1968 a 1973). Foi redator-secretário da Ultima Hora (1959), e trabalhou nos principais jornais brasileiros, entre eles, a Folha de S. Paulo (1976-82), de que foi colunista político e correspondente na Península Ibérica e na África do Norte.