terça-feira, 25 de maio de 2010

O êxito do acordo e a torcida contra

Publicado no Portal do Nassif

25/05/2010 - 09:59

O êxito do acordo e a torcida contra

Da Folha de São Paulo

O salto

por Jânio de Freitas*

A REAÇÃO inicial, por aqui, à oficialização do êxito brasileiro no acordo nuclear com Irã, ocorrida ontem com o documento iraniano entregue à Agência Internacional de Energia Atômica, da ONU, pareceu deliberadamente contida, mais de contrariedade que de regozijo. Nesse episódio, afinal, a impressão da “torcida contra”, a que Lula se refere tanto, ficou bastante clara.
Em vão. O êxito está aí.
O Brasil fez, no alto nível do jogo político internacional, uma incursão menos arriscada, porque mais preparada, do que aparentou. A incerteza, pode-se dizer, ficou nos limites do risco calculado.
A carta de Obama a Lula, em defesa da proposta a que Brasil e Turquia procurariam convencer o Irã, é uma evidência de articulações preparatórias importantes e subterrâneas. E a liberação para a agência Reuters de trechos da carta, imediatamente antes da data final de entrega do documento iraniano, só pode explicar-se pela finalidade de mostrar que o governo Obama, se aceitar o acordo como é esperável, não estará recuando: já adotava tal posição, originária da Agência Internacional de Energia Atômica.
O acordo, argumentam os opositores da iniciativa de Lula, nada garante em relação à ameaça representada pelo Irã. É certo. Porque assim são todos os acordos internacionais. Quem se lembre um pouco da história europeia do século passado tem o mais brutal exemplo da insuficiência dos acordos diplomáticos. Nem por isso os governos deixam de fazer acordos, dado que nem todos são traídos e, ainda que alguns venham a sê-lo, foram vistos ao menos como benefícios temporários.
No caso do acordo com o Irã, se levado à prática representará, no mínimo, uma trégua na delicada tensão em um ponto não controlável da vastidão incandescente que vai de Israel à Índia. E, logo depois, às Coreias.
O Brasil deu um salto. Nada, nenhum desagrado de política interna, nenhuma discordância com o acordo feito em Teerã, mudará tal fato. O provável é que tarde o desenvolvimento do salto inicial. E, ainda, que se conheça e compreenda o que o constituiu. Mas aí está ele, e negá-lo não ajuda a compreensão de coisa alguma.
Se esse salto é oportuno e proporciona perspectivas convenientes, ou se melhor seria estarmos ainda por um tempo só em nosso subcontinente, tão precisado de cuidados, isso sim, daria boa e útil controvérsia.
*é jornalista e membro do conselho editorial da Folha

Crise traz de volta ao país 400 mil "expatriados"

24/05/2010 - vermelho.org.br

Crise traz de volta ao país 400 mil "expatriados"

Imigrantes estão acostumados a viver na corda bamba. A milhares de quilômetros longe de casa num fluxo sem fim em busca de sonhos em terras alheias, eles são os primeiros a sofrer com as viradas da economia.
Na crise atual, que ainda afeta os Estados Unidos e ameaça se alastrar pela Europa, a população estrangeira nos países desenvolvidos se equilibra entre o aperto das políticas de imigração, desemprego em alta, salários em baixa e, ainda pior, o enfraquecimento do câmbio, que torna desvantajoso enviar dinheiro para ajudar familiares na terra natal ou simplesmente poupar.

13,5% já voltaram


A combinação desses problemas explica a queda de novos fluxos migratórios em 2008, de acordo com o Banco Mundial (Bird). Mas o retorno em massa não é uma regra, porque as condições de vida nos países fornecedores de imigrantes não mudou muito e há milhões deles já enraizados no exterior, com famílias e relações sociais firmemente estabelecidas. O Brasil, no entanto, pode ser um ponto fora da curva nessa regra. Atraídos pelo bom momento da economia, com recordes de criação de emprego e real valorizado frente ao dólar, ao euro e à libra, 13,5% dos mais de 3 milhões de brasileiros que viviam e trabalhavam fora do país voltaram para casa nos últimos anos.

"Há uma forte demanda [no mercado de trabalho brasileiro], estamos até importando trabalhadores. No setor naval, eu sei que estão importando 200 decasséguis [para atuar no estaleiro Atlântico Sul, em Pernambuco]. Estão voltando para o país vários brasileiros que tinham ido para fora, mais de 400 mil que tinham emigrado estão voltando para trabalhar no Brasil", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante seminário promovido pelo Valor neste mês, no Rio de Janeiro.

70% a 80% em situação irregular
Aloysio Gomide Filho, chefe da Divisão das Comunidades Brasileiras no Exterior do Itamaraty, corrobora o discurso de Mantega, mas não crava um número sobre a importação de trabalhadores. Ele prefere esperar a divulgação, nos próximos meses, de um documento, que está sendo elaborado por cinco ministérios (Relações Exteriores, Trabalho, Educação, Justiça e Previdência), para analisar os impactos da crise para os imigrantes brasileiros. "Concordamos com as avaliações de que o momento positivo ajuda no retorno, mas é importante salientar que ainda não temos números exatos. É difícil dizer se todo brasileiro que volta do exterior é imigrante ou não. Eles têm um perfil muito variado e entre 70% e 80% deles estão em situação irregular, principalmente nos EUA e na Europa, que abrigam mais de 2 milhões de brasileiros", diz Gomide Filho.

Ele acrescenta que, desde a crise, é possível ter certeza que 60 mil trabalhadores brasileiros no Japão retornaram. Cerca de 20 mil aproveitaram a ajuda do governo japonês, de US$ 3 mil, para decasséguis desempregados que escolhessem deixar o país. "No Japão, podemos afirmar que o movimento é de retorno, porque os trabalhadores estrangeiros têm visto de trabalho. A crise gerou demissão em massa ,principalmente na indústria japonesa de automóveis e eletroeletrônicos e nos estaleiros."

Crise do subprime e remessas


A socióloga Sueli Siqueira, professora da Universidade do Vale do Rio Doce e autora do livro "Sonhos, Sucesso e Frustrações na Emigração de Retorno - Brasil/EUA", que trata da emigração brasileira de Governador Valadares (MG), lembra que a crise mundial afetou profundamente o mercado imobiliário, cadeia que absorve grande parte da mão de obra estrangeira nos países ricos. "Quando a crise atinge a construção civil, o fluxo migratório imediatamente se transforma. Há uma redução inicial, porque sem trabalho o custo-benefício da migração deixa de ser positivo, atingindo principalmente o imigrante ilegal, sem documento. Mesmo assim, as pessoas continuam emigrando, porque existem o que chamamos de redes migratórias: pessoas que já estão lá oferecem apoio, como acomodação por um tempo e indicação de trabalho", explica ela.

Outra forma de apurar a variação do fluxo migratório global, diz Gomide Filho, é pelo volume de remessas e pelos dados de pesquisas de governos e instituições multilaterais. Análises recentes do Bird e da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o envio de dinheiro dos quase 215 milhões de imigrantes em todo o mundo para seus países de origem apresentam queda na passagem de 2008 para 2009, por causa da recessão.

Desemprego em alta


A taxa de desemprego nas nações desenvolvidas, que passou de 5,8% antes da crise para os atuais 8,4%, conforme levantamento do Fundo Monetário Internacional (FMI), também é evidência importante para identificar um eventual fluxo de retorno. Segundo Jean-Philippe Chauzy, da Organização Internacional de Migração (IOM, da sigla em inglês), grupo não governamental que estrutura planos de auxílio para a volta voluntária de imigrantes a seus países de origem, os impactos são visíveis na América do Norte e na Europa, mas não podem ser generalizados.

"Ao contrário do que se pensa, não há retorno massivo de imigrantes, com exceção de algumas nacionalidades. Por exemplo: metade do 1,4 milhão de novos cidadãos da União Europeia dos países do Leste Europeu, que migraram para o Reino Unido entre 2004 e 2009, está de volta hoje. Também há pequena evidência de retorno em grande escala de imigrantes dos EUA para a América Latina", analisa Chauzy.

Um milhao abandonaram os EUA
Informações do governo americano demonstram que 850 mil imigrantes irregulares deixaram o país na passagem de 2008 para 2009. "Entre 2007 e 2009, deixaram o país um milhão de residentes ilegais, coincidindo com a recessão econômica", informa o boletim "Population Estimates", de janeiro deste ano, elaborado pelo Departamento de Segurança Interna. Em 2009, os EUA tinham 10,7 milhões de residentes nessas condições. Segundo o documento, os EUA têm a maior comunidade estrangeira do mundo, com 31,2 milhões de pessoas entre imigrantes legais e ilegais - 1,5 milhão de brasileiros.

No Reino Unido, cuja presença de estrangeiros corresponde a mais de 10% da população, os pedidos de permissão de trabalho registra redução de 15% desde setembro de 2008. Mas a entrada de estrangeiros supera a saída, embora haja dificuldade em medir isso por causa do enorme número de imigrantes ilegais no país. O consulado brasileiro, que cria uma estimativa a partir do atendimento que faz à comunidade, acredita na existência de 250 mil brasileiros vivendo apenas em Londres.

Negócios cancelados


O produtor cultural paulista Fernando Soares, mais conhecido como Tubarão, vivenciou o início da crise financeira internacional na condição de imigrante brasileiro em Londres. Em 13 anos de Inglaterra, vida na corda bamba nunca valeu como simples metáfora. Ele sempre levou a expressão ao pé da letra: ele fez muita faxina, morou de favor, recolheu copos em inferninhos londrinos, trabalhou como motoboy, foi preso e quase deportado por causa de documentação irregular, driblou a Justiça britânica a ponto de conseguir asilo político.

Em meio a esse turbilhão, ele estudou, se especializou no showbusiness e se tornou um empresário bem-sucedido da área cultural, promovendo eventos corporativos e shows com artistas como Seu Jorge, Simoninha e Jair Oliveira, além de organizar serviços de assessoria para craques brasileiros, seduzidos pelo bilionário futebol inglês, Robinho e Elano entre eles.

Mesmo com um currículo desses, enfrentar uma crise financeira não é tarefa fácil. Ainda em 2008, Tubarão viu praticamente todos os negócios de sua empresa instalada na capital inglesa, a Tuba Productions, serem cancelados. "Quando a situação aperta, entretenimento e cultura são cortados em primeiro lugar", lembra. Estimulado por amigos e consciente das chances de criar projetos no Brasil, Tubarão planejou sua volta, ainda em dezembro. "No começo vim para ficar cinco meses, era uma forma de fugir do inverno lá e aproveitar o verão aqui até que as coisas melhorassem na Europa."

Para sua surpresa, recebeu proposta de trabalho no segundo dia em São Paulo e está empolgado com as perspectivas que se desenham para ele. Os passos na corda bamba parecem ter ficado para trás. "Em termos de dinheiro, estou melhor agora do que estava em Londres. Não tinha ideia que poderia ganhar dinheiro com produção cultural no Brasil, uma profissão que não é reconhecida e tem pouca gente qualificada para atuar. Meus projetos com a Europa agora são pontuais", afirma.

Fonte: Luciano Máximo e Gustavo Faleiros, de São Paulo e Londres para o jornal Valor

DERRAMAMENTO DE ÓLEO - GOLFO DO MÉXICO


Em 20 de abril de 2010, a sonda de perfuração Deepwater Horizon offshore localizada no Golfo do México sofreu uma explosão, resultando em pelo menos 11 mortes e criando um derramamento de petróleo. O poço de petróleo continua a vazar entre 210 mil e 1,1 milhão de litros de petróleo por dia.
Nesta imagem o Delta do Mississipi é exibido no lado esquerdo e à direita o derramamento de óleo. As cores da imagem foram melhoradas para aumentar a visibilidade do derramamento de óleo. A vegetação aparece em verde, sedimentos carregados a partir do delta aparecem em azul, as nuvens são brancas, o Golfo do México é magenta, e o derramamento de petróleo é púrpura.
Esta imagem Landsat 7 foi composta utilizando bandas ETM+ 7, 4 e 2. Foi adquirida em 01 de maio de 2010.
REFERÊNCIA:
Wikipedia. Deepwater Horizon drilling rig explosion. Accessed May 1, 2010
FONTE:
NASA


Silvio Rodríguez: Cortina de manjericão

Carta Capital - Sexta-Feira, 21 de Maio de 2010
18/05/2010

Cortina de manjericão

Um grupo de artistas e escritores espanhóis, ao mesmo tempo em que o juiz Baltasar Garzón era suspenso de suas funções por tentar investigar os crimes do franquismo, concentrava sua atenção nos problemas de Cuba. O cantor e compositor cubano Silvio Rodríguez mandou este artigo para o jornal espanhol El País, que se recusou a publicá-lo. Nós o acolhemos no nosso blog para que todos possam conhecer as posições de um artista cubano, que a imprensa daqui também se nega a publicar:

Um grupo de artistas e escritores espanhóis lançou uma plataforma para democratizar Cuba. E quando um cubano diverge, decretam que seus argumentos são cortinas de fimaça da ditadura que sofre e compara com os franquistas. Mas os deuses parecem ter-lhes castigado. Porque precisamente por ter se atrevido a investigar os crimes do franquismo, o Conselho Geral do Poder Judicial acaba de suspender o juiz Baltasar Garzón da Audiência Nacional da Espanha. Este sentença é um golpe duríssimo para uma democracia que pretende julgar ou mandar julgar supostos defeitos alheios, mas se resguarda para que não toquem nos seus próprios defeitos.

O veto a Garzón, considerado como um herói, acontece no mesmo país que há poucos anos deu ao mundo uma verdadeira lição de democracia, ao votar contra o partido governante que os meteu numa guerra injusta, fazendo-se de surdo diante das imensas manifestações populares.

Pessoalmente não consigo entender como essas personalidades chegaram à conclusão de que a política para Cuba deve ser a do isolamento e do bloqueio. É como desconhecessem que há meio século essa mesma política não conseguiu mover nem um milímetro a determinação das maioria dos cubanos.

Por outro lado, nós, cubanos, também queremos mudanças, mas estabelecidas por consenso entre nós. Estas transformações acontecerão mais tarde ou mais cedo e a única política capaz de acelerá-las é o fim do bloqueio. Tudo o que nos seja feito com acosso e com pressões não podemos considerar como algo a nosso favor, mas como um insulto à nossa autodeterminação, uma ingerência inadmissível nas nossas vidas.

Tantas agressões e ameaças nos ensinaram que a sobrevivência passa por uma sociedade orgânica, íntegra, indivisível. Assim nós saímos airosos de embater artificiais e naturais. Mas sabemos que somos o resultado de uma reação, por vivermos acossados. Não acreditamos em um governo centralizado para sempre. Mas costumamos vê-lo como um conceito de emergência, um mal necessário que o caminho da emancipação nacional nos impôs para sobreviver. O fim do bloqueio nos aliviará profundamente, criando condições para que avancemos também no conceito democrático.

Eu sublinho que não quero dizer que sem o bloqueio seremos mais democráticos, mas que estou seguro de que assim nós o conseguiremos mais rápido.

A recente plataforma se propõe isolar ainda mais a Cuba e agravar nossa já precária economia. Pretende convencer ao mundo de que a asfixia resolverá nossos problemas. Seu hipotético sucesso significaria muito mais sofrimentos para nosso povo, que leva meio século enfrentando todo tipo de dificuldades. Nossa longa experiência em “propostas” externas nos diz que esta ação é apenas um novo meio para nos obrigar a fazer o que outros consideram que deveríamos fazer. Partindo de que se trata de pessoas bem intencionadas, não sei como entendem a ofensa de pretender que nos tornemos como eles, com as reservas que despertam essas democracias de banqueiros ladrões e de exércitos de ocupação. E além de tudo, quando respondemos que não estamos de acordo, pretendem negar-nos o direito a que sejamos escutados, porque todos os que não pensem como eles – dizem – vem contaminado de ditadura.

Capitaneados por um grande escritor peruano com uma longa trajetória reacionária, certos intelectuais espanhóis decidiram gastas mais horas elocubrando sobre como causamos dano do que investigando até que ponto vivem em uma democracia. Alguns parecem mais preocupados por Orlando Zapata – um homem que teve o valor de escolher sua própria morte e de enfrentá-la – que os mais de cem mil espanhóis assassinados na era de Franco. É triste ver quão pouco lhes interessa aprofundar-se sobre a realidade cubana, quando suas conclusões são as mesmas que as dos piores inimigos da nossa dignidade. Por isso termino admitindo que esta página é realmente uma cortina, não de fumaça, mas sim de manjericão, contra a podridão da sua pretensa salvação.


Tradução: Emir Sader

Os eleitores lulistas de Serra

No portal do Nassif

24/05/2010 - 23:20

Os eleitores lulistas de Serra

Por Neves

E agora?
“Parte do eleitorado de Serra é também ‘lulista’
Quase um quarto dos simpatizantes de Serra afirma que votará ‘com certeza’ no candidato apoiado pelo presidente, segundo pesquisa Datafolha”

http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,parte-do-eleitorado-de-serra-e-tambem-lulista,556131,0.htm

Se um quarto dos eleitores que declaram voto em Serra debandarem para no “candidato” do Lula, Dilma abre dezoito pontos em relação a Serra na pesquisa Data folha(46 X 28), está eleita no primeiro turno.

Como ainda não fechou a decisão das convenções, está de pé a tese de que Serra perde por W.O.

Do Estadão

Parte do eleitorado de Serra é também ‘lulista’ – politica – Estadao.com.br

Parte do eleitorado de Serra é também ‘lulista’
Quase um quarto dos simpatizantes de Serra afirma que votará ‘com certeza’ no candidato apoiado pelo presidente, segundo pesquisa Datafolha
24 de maio de 2010 | 20h 42
Daniel Bramatti / SÃO PAULO – O Estado de S.Paulo
Quase um quarto dos eleitores de José Serra (PSDB) manifestou um comportamento dúbio e paradoxal na última pesquisa Datafolha: eles também afirmaram que votarão “com certeza” no candidato apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Veja a evolução dos candidatos nas pesquisas
Nesse contingente há brasileiros que dizem ignorar a opção eleitoral de Lula, mas também os que estão convictos de que o presidente apoia Serra. Quase um décimo dos eleitores do tucano pensa assim.
Menos da metade dos serristas afirma que não votaria em um candidato apoiado por Lula. Outros 26% dizem que talvez o façam, e 23% anunciam que seguirão “com certeza” a opção de voto do presidente.
Os eleitores com “duas caras” são cerca de 11,5 milhões. Até a eleição, eles terão de se posicionar de maneira coerente: ou abandonarão o barco lulista ou votarão na pessoa efetivamente apoiada pelo presidente, conforme sua intenção declarada.
O eleitorado de Dilma é menos heterogêneo: 76% dele afirma que votará no candidato de Lula e 17% diz que “talvez” o faça. Mas no grupo dilmista o paradoxo também se manifesta: 5% de seus simpatizantes afirmam que não votariam em um candidato apoiado pelo presidente.
Esses dados mostram que os resultados das pesquisas ainda podem oscilar muito até a campanha eleitoral avançar e entrar no cotidiano da população, com a consequente queda da desinformação sobre os candidatos.
Essa desinformação se distribui de forma desigual no eleitorado. É maior entre as mulheres, entre os mais pobres e entre os moradores do Nordeste. Na região, 59% dos eleitores dizem que pretendem votar no candidato de Lula, mas 41% ignoram que Dilma ocupa esse papel.
Televisão. Na semana passada, o PT aproveitou a propaganda partidária a que tinha direito para fazer campanha para Dilma. Em inserções de 30 segundos e em dez minutos de programa em rede nacional, o partido associou a pré-candidata a Lula e a programas sociais do governo.
A ofensiva propagandística fez efeito, como demonstrou a ascensão da petista no Datafolha – de uma desvantagem de 12 pontos porcentuais em abril, ela passou para uma situação de empate com Serra, ambos com 37% das intenções de voto. O programa, porém, foi menos assistido justamente nos bolsões em que há mais desinformação sobre a relação entre Lula e Dilma.
No Nordeste, por exemplo, 67% dos moradores negaram ter visto propaganda de Dilma nos 30 dias anteriores à pesquisa. Nas demais regiões, esse índice variou entre 60% e 62%.
Entre os eleitores com renda de até dois salários mínimos – dos quais 37% não sabem quem é o candidato de Lula –, apenas 33% assistiram à propaganda de Dilma. Entre os que ganham mais de dez salários mínimos, 61% viram a candidata na TV.
No grupo que viu a propaganda. Dilma tem 45% das intenções de voto, contra 33% para Serra. Na parcela do eleitorado que não assistiu ao programa petista, é o tucano quem lidera, por 38% a 33%.
Clique aqui para ir à matéria

Por Alexandre Leite

Essa matéria tem um erro:
“Na região, 59% dos eleitores dizem que pretendem votar no candidato de Lula, mas 41% ignoram que Dilma ocupa esse papel.”
na verdade é:
Na região, 59% dos eleitores dizem que pretendem votar no candidato de Lula, mas 31% ignoram que Dilma ocupa esse papel.

Le Monde não economiza elogios ao presidente Lula

Melhor jornal francês elogia Lula.
E diz o que o FHC queria que dissesse dele

Publicado em 24/05/2010

Nem em francês ele ganha do Lula
Amigo navegante Luis sugere a leitura de editorial de hoje do Le Monde, o principal jornal francês.
É o jornal que o FHC lia todas as manhãs, quando morou em Paris.
(Ele fala francês.)
E gostaria que dissesse dele, FHC, o que disse do Lula:
O Brasil de Lula em todas as partes, diz o titulo do Monde.
Lula por aqui, o Brasil por lá.
O Brasil não é apenas a expressão do carisma do Lula.
Lula encarna um Brasil em plena forma.
Depois de driblar a crise econômica, o Brasil se equipara à China e à Índia em crescimento econômico.
O Brasil é brilhantemente representado por seu Ministro do Exterior, Celso Amorim.
(Aí, assistiremos a cerimônia macabra múltipla: FHC e os embaixadores de pijama vão cortar os pulsos, juntos, no estúdio da GloboNews. PHA)
O eixo econômico do mundo se deslocou para o Sul, diz o Monde.
O Brasil tem todo o direito de reclamar uma representação maior no Banco Mundial, no FMI e no Conselho de Segurança da ONU.
Além de reforçar o papel do G-20.
Lula pode apresentar a candidatura a Secretario-Geral da ONU em 2012.
(Tudo o que a ONU ofereceu ao Farol, quando ele deixou o Governo, foi o cargo de “Observador de Grandes Rios” – PHA.)
 Paulo Henrique Amorim
 Clique aqui para ir ao editorial do Le Monde

Por um pedido de Obama

Publicado no conversaafiada.com.br

Acordo com o Irã:Obama foi quem pediu a Lula

Publicado em 24/05/2010
Os embaixadores de pijama não sabem de nada

  Saiu na Agência Brasil:
Amorim reforça necessidade de solução pacífica para impasse com Irã
Brasília – Quanto menores forem as ameaças ao Irã, maiores serão as chances de obter uma solução pacífica para a questão nuclear iraniana, disse hoje (240 o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. O acordo que Teerã fechou com o Brasil e a Turquia, destacou o chanceler brasileiro, mostra que é possível sentar à mesa e negociar.
“Quanto menos ameaças houver agora, maior e melhor é a perspectiva de haver negociação. As desconfianças vão se desfazendo. Primeiro, achavam que o Irã não queria fazer acordo nenhum e chegaram a um acordo”, disse Amorim.
Ao comentar a carta enviada pelo presidente norte-americano, Barack Obama, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Amorim disse que o Brasil não iria se envolver na negociação com o Irã sem o respaldo da comunidade internacional, principalmente dos Estados Unidos.
“Naturalmente, não íamos entrar numa coisa desse tipo, ao contrário do que alguns pensam, levianamente. Então, sempre tivemos em conta opiniões dadas e as preocupações de vários países, sobretudo dos Estados Unidos, porque foi o presidente Obama quem primeiro pediu ao presidente Lula para se interessar sobre a questão”, disse Amorim.
Segundo ele, o Brasil está tentando manter aberto o canal de diálogo com o Irã antes que sejam aplicadas sanções ou retaliações ao país. “Estamos fazendo força para criar esse espaço [de negociação com o Irã]. Você já viu aquela pessoa que coloca o pé na porta quando ela vai bater, se machuca, mas, mesmo assim, a mantém aberta e depois vai forçando? Somos nós”, comparou o ministro.

Clique aqui para ler a matéria de Ivan Richard na Agência Brasil

Os pecados jornalísticos de Veja

Publicado no site amalgama

Veja: Da mentira como método

16–05–2010
por Leonardo de Souza * – Vão dizer que é implicância de minha parte, que estou exagerando. Mas vamos lá. A “Carta ao leitor” da Veja desta semana, intitulada “A riqueza sem culpa” (acima), começa com uma afirmação: “ ‘É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus’, escreveu o evangelista Marcos”.
Na imagem que ilustra o editorial, um retrato sacro de São Marcos (o evangelista, não o goleiro), com os seguintes dizeres: “São Marcos, evangelista, e a condenação dos ricos: na estagnação, enriquecer é pecado; no crescimento, é virtude”.
Ora, a famosa advertência (“é mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus”) não é de São Marcos. Trata-se, sabemos todos, de uma reflexão cujo autor é Jesus Cristo e que foi registrada por Marcos no seu evangelho (10:25). Um leitor que desconhecesse completamente que o livro de Marcos é um registro da vida e dos sermões de Jesus, e que não soubesse que a frase  foi também registrada pelos evangelistas Mateus (19:24) e Lucas (18:24), naturalmente suporia que sua autoria é de Marcos, e não do Cristo. Atribuir a assertiva a Marcos seria como se eu tivesse escrito, digamos,  uma biografia de Vinícius de Moraes, e mais tarde a Veja publicasse: “Leonardo escreveu: as feias que me desculpem, mas beleza é fundamental”.
Sim, claro, Leonardo não é São Marcos, nem Vinícius é Jesus Cristo, mas o meu ponto é o seguinte: se a Veja não é exata nem quando cita Jesus Cristo, como esperar que o seja quando faz referência a um simples mortal? Se a Veja não prima pelo rigor nem quando menciona um texto acessível como o Evangelho, como é que podemos confiar quando cita artigos acadêmicos de antropologia?
Se, no editorial desta semana, a revista atribui a Marcos uma frase que não é dele, na reportagem “A farra da antropologia oportunista”, Veja fez exatamente o mesmo, mas com Eduardo Viveiros de Castro: atribui-lhe uma declaração, colocando-a entre aspas, como se a mesma tivesse sido afirmada diretamente aos repórteres da Abril:
“Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente de cultura indígena original”, diz o antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, do Museu Nacional, no Rio de Janeiro.
Eduardo Viveiros de Castro é um dos maiores antropólogos brasileiros (senão o maior). Goza de enorme prestígio internacional: lecionou em renomadas universidades estrangeiras, foi diretor de pesquisas no CNRS (Conseil National de la Recherche Scientifique) e presta consulta ao magnífico museu parisiense de artes primitivas, no Quai Branly.
Viveiros de Castro não deu entrevista aos jornalistas da Veja, nem jamais escreveu coisa semelhante ao publicado na revista, como reiterou em carta enviada à Abril e divulgada amplamente na internet (aqui, via NPTO):
A matéria de Veja cita, entre aspas, duas frases que formam um argumento único, o qual jamais foi enunciado por mim. Cito, para memória, a atribuição imaginária: “Não basta dizer que é índio para se transformar em um deles. Só é índio quem nasce, cresce e vive num ambiente cultural original”. Com isso, a revista induz maliciosamente o leitor a pensar que (1) a declaração foi dada de viva voz aos repórteres; (2) ela reproduz literalmente algo que disse. Duas grosseiras inverdades.
Veja sequer publicou a contestação do antropólogo na seção de cartas dos leitores. Não pediu desculpas. Não reparou o erro. Não o fez porque, além de não querer, ela não consegue.
Não consegue porque dentro da Veja não há ninguém – ninguém – capaz de manter um debate sério sobre antropologia com Viveiros de Castro.
Não consegue porque a mentira é um método dessa publicação. Porque o diálogo é raso e, se alguém contesta o que publicam, logo aparece o Tio Rei para chamar de petralha e para acusar o interlocutor de delinqüência moral – é o que lhes sobra fazer: se não podem refutar o argumento, denigrem o argumentador.
O crime que a Veja cometeu não é discordar das posições antropológicas de Viveiros de Castro. É algo muito mais sério do que isso: é afirmar que ele disse uma coisa que ele jamais disse. Isso é mentira. Qualquer um pode discordar das teses de Viveiros de Castro, mas deturpar seu argumento é desonestidade intelectual da pior espécie.
O que está em discussão não é a visão que a revista tem das questões agrária e indigenista. É evidente que há muitos abusos na distribuição de terras a indígenas. Tampouco me simpatizo com as ações do MST, nem satanizo o agronegócio. Mas a Veja tem a obrigação de defender sua posição com dados consistentes, não com afirmações distorcidas. E não deveria usar o menosprezo nervosinho (típico do Tio Rei) como método de diálogo com quem dela discorda, como se fosse detentora de uma verdade inquestionável.
Na França, há três grandes jornais: o Libération (esquerda), o Monde (centro-esquerda) e o Figaro (direita). Em questões sensíveis (como a imigração), esses jornais são absolutamente discordantes. Mas a divergência se dá em argumentos, não em desonestidade; não se troca o justificar pelo rotular o interlocutor com etiquetas cheias de desprezo boçal. Um leitor do Figaro não diz que os jornalistas do Libé são analfabetos e delinqüentes morais, nem o assinante do Monde esperneia dizendo que o Figaro publica mentiras: os leitores discordam veementemente da perspectiva político-econômica, mas não colocam em xeque a idoneidade editorial do jornal de que discordam. É isso que enriquece o debate político-cultural. Isso é democracia. A Veja não está preparada, nem contribui, para esse tipo de jornalismo. Um cara como Reinaldo Azevedo só sobrevive em um ambiente em que não há uma revista semanal que tenha força editorial para fazer contraponto ideológico à Veja. Apenas em um país em que o debate político é rasteiro um livro como O país dos petralhas pode ser best-seller. Fosse na França, ou nos EUA, o melhor trabalho que restaria ao Tio Rei seria redigir o folhetinho da paróquia que ele freqüenta.
O NPTO lançou um repto: “Nenhum acadêmico brasileiro, de nenhuma área, tem direito de dar entrevista para a Veja, ou colaborar com a revista de que forma seja, enquanto não houver um pedido de desculpas a Eduardo Viveiros de Castro”. NPTO tem razão. Que haja adesão imediata e irrestrita. Pena que a Regininha Poltergeist, em entrevista à Veja desta semana, tenha furado o pacto. Mas convenhamos: para o nível jornalístico da revista, uma intelectual do porte da Regininha está mais do que apropriado.
* Leonardo de Souza é médico formado pela UFMG. Especialista em Neurologia, trabalha desde 2005 no Centro de Doenças Cognitivo-Comportamentais do Hospital da Pitié-Salpétriêre, em Paris. É doutorando em neurociências na Université Paris VI. Blog: aterceiramargemdosena.opsblog.org.

A grita improdutiva da grande mídia corporativa, que perdeu o seu mínimo de dignidade , e se atola na falta cada vez maior de credibilidade

"O mundo está ficando difícil para ser humano"
A imprensa brasileira - seus jornais, rádios e tevês – já não sabem bem o que são, embora saibam muito bem o que fazem. São a gripe suína do pensamento nacional. Ficaram histéricos, mas não se dão conta, nem ouvem a estridência de seus gritos. E, na verdade, já não se sabe pelo que gritam, nesses dias espetaculares, se pelos resultados da política internacional de Lula, se pelo avanço e ultrapassagem de Dilma em relação a Serra, ou se porque seus ataques, cada vez mais intensos, produzem cada vez menos efeito. O artigo é de Flávio Koutzii.
Mesmo assim, estes dias têm sido espetaculares: a ação do presidente do Brasil. A iniciativa da diplomacia brasileira. O atrevimento de arriscar um caminho, que talvez possa evitar a guerra. A altivez de ter independência na política externa, servindo ao Brasil e também ao mundo é uma página extraordinária da nossa história.

A dimensão fica mais nítida pela trágica e grotesca reação da grande imprensa brasileira: não apóiam, não exaltam, não valorizam, não contextualizam, desde uma perspectiva brasileira, só olham do ponto de vista da América do Norte, da Hillary, dos novos falcões americanos – uma nova transgenia democrata-republicana. É o “dark side of the moon” de Obama.

Para todos que acham que não houve golpe militar em Honduras, é natural achar que o Brasil não deve “atrapalhar” a preparação da nova invasão, desta vez no Irã, e muito menos podem aceitar uma iniciativa, que vejam só, pode ajudar a paz. E dificultar a diplomacia de guerra cada vez mais acelerada dos EUA.

A imprensa brasileira - seus jornais, rádios e tevês – já não sabem bem o que são, embora saibam muito bem o que fazem. São a gripe suína do pensamento nacional. Ficaram histéricos, mas não se dão conta, nem ouvem a estridência de seus gritos. E, na verdade, já não se sabe pelo que gritam, nesses dias espetaculares, se pelos resultados da política internacional de Lula, se pelo avanço e ultrapassagem de Dilma em relação a Serra, ou se porque seus ataques, cada vez mais intensos, produzem cada vez menos efeito.

Vale a pena observar algumas manifestações desta imprensa:

No dia 19 de maio, no Jornal da Noite, William Wack recorre a uma retrospectiva histórica, onde relembra com apoio de fotos e filmes, Nasser, Nehru, Tito como experiências de independência terceiro-mundista, que já aconteceram e não deram certo, para explicar que essa é a descendência, em 2010, da política de Lula. Ou, trocando em miúdos, toda busca de autonomia, independência nacional, construção de nação que aqueles episódios testemunharam são congenitamente equivocados. O único DNA “bom” é o DNA da obediência, do colonizado, do obediente, e toda revolta deve ser condenada.

Outro exemplo é a pergunta interativa feita no tradicional programa de debates Conversas Cruzadas, da RBS TV, sobre o tema: se o Irã iria cumprir o acordo. É uma pergunta legítima, mas típica do enfoque preferencial da produção desse programa; nem em sonhos, cogitam de fazer uma pergunta que começasse, não examinando as consequências futuras, mas os significados do gesto recente: o novo peso do Brasil na política internacional.

Perderam a noção, o sentido da grandeza, a percepção da história, o significado do gesto, o valor e o peso do Brasil, a noção da Pátria, os interesses do Mundo e da Paz.

Se fazem amnésicos, não lembram nem da história recente: as invasões das “cruzadas Bush”, dos movimentos evidentes do conservadorismo americano para invadir o Irã.

E também não se lembram do passado, pois querem eternizar as condições que fizeram das grandes nações coloniais e dos grandes países industrias do século XX os dominadores e senhores da Terra. Aliás, no mesmo jornal da Noite citado, há uma passagem que claramente indica como insensato atrevimento querer alterar a “ordem natural” das coisas. Quem tem riqueza, armas, poder, tecnologia, terá cada vez mais. Quem não tem, obedecerá cada vez mais.

É disto que se trata e é isto que Lula e o Brasil enfrentam com sensibilidade e realismo, tentando romper estes limites protegendo ao mesmo tempo a possibilidade do entendimento e da Paz. Não é para qualquer um.

(*) Sociólogo, foi deputado estadual (PT-RS) e Chefe da Casa Civil do Governo Olívio Dutra.

Os descaminhos do acordo com o Irã

Irã: os dilemas da aplicação das sanções
Se admitirmos que os efeitos das prováveis sanções serão mínimos, qual o sentido da tentativa do governo Obama sabotar o esforço diplomático do Brasil e da Turquia? Trata-se, ao que tudo indica, de uma resposta às crescentes críticas na sociedade norte-americana - provavelmente devido às eleições no Congresso norte-americano em novembro -, de que os EUA estão aceitando o seu declínio, ao permitir que países emergentes estejam preenchendo o vácuo de poder na política mundial. Talvez o custo dessa irresponsabilidade seja alto demais. A análise é de Reginaldo Nasser.
Dois dias depois do anúncio do acordo alcançado pelo Brasil e Turquia celebrado no Irã, a secretária de Estado dos EUA, em audiência no Senado, anunciou de forma triunfal que os membros permanentes do Conselho de Segurança entraram em acordo sobre um novo projeto de resolução prevendo sanções “mais duras” às pretensões nucleares do Irã. A rapidez do desenrolar dos acontecimentos surpreendeu a todos e fez com que muitos analistas brasileiros e estrangeiros, críticos da política externa do governo Lula, se regozijassem com aquela ação que reafirmava o “poder das grandes potências e colocava os países emergentes em seu devido lugar”. A nova estratégia da Casa Branca em suas relações com a China e Moscou poderia estar começando a dar frutos, uma mudança que o mais otimista dos norte-americanos poderia sequer ter imaginado. Se aprovada a resolução, estaria aberto um caminho para os países intensificarem a imposição de restrições financeiras, bloqueando o acesso ao financiamento para as empresas ou indivíduos envolvidos em negócios que de alguma forma poderiam contribuir para a proliferação nuclear no Irã.

De um lado China e Rússia mostraram que não querem, pelo menos no momento, confrontar as prioridades da política externa do governo Obama. Entretanto, as declarações dos seus diplomatas, na seqüência do anúncio, anunciavam o dilema em que estão inseridos, pois embora reconhecendo que o acordo de troca de material nuclear seja insuficiente para impedir o Irã de enriquecer urânio, advertiam que a nova resolução não poderá fechar a portas do diálogo e das negociações, e muito menos prejudicar a população e a economia iraniana.

Mas se observados no detalhe nota-se que os aspectos financeiros da resolução são limitados e apenas solicita aos bancos e às companhias de seguros não realizarem negócios com instituições financeiras iranianas que, de alguma forma, estejam vinculadas à proliferação nuclear. Da mesma forma os países também são apenas "chamados" a adotarem medidas restritivas a financiamentos, o que pode dificultar o levantamento de fundos de investimento da China, por exemplo. Mas o papel econômico da China no Irã, com investimentos em torno 200 bilhões de dólares, poderá até crescer se as companhias ocidentais deixarem o Irã tal como já aconteceu anos atrás quando a China National Petroleum substituiu uma grande empresa francesa. Com a produção declinante de petróleo e a demanda crescente, a China vem importando mais petróleo de países como o Irã (terceiro maior fornecedor depois da Arábia Saudita e Angola).

Apesar da linguagem belicosa, as proposta de sanções são bastante modestas e já foram diluídas em seus efeitos práticos. Tal como está o pacote de sanções prevê punição para importação por parte do Irã de armas convencionais, coloca restrições relacionadas à importação de mísseis balísticos, congela os bens dos membros-chave da guarda Revolução Islâmica, e estabelece inspeções de cargas em portos e em águas internacionais, mas a maioria dessas sanções não é obrigatória e fica ao critério de cada país adotar ou não as ações preconizadas.

Certamente, as relações entre Medvedev e Obama têm demonstrado uma aproximação que merece atenção. Após o recuo dos EUA em relação à implantação de um sistema de defesa antimísseis na Europa e assinatura um novo tratado de redução de armas nucleares, agora seria a vez da retribuição da Rússia apoiando as sanções contra o Irã. No entanto, a grande questão que permanece é se a posição diante do Irã reflete, verdadeiramente, uma mudança da política externa russa.

O aparecimento de um documento do Ministério das Relações Exteriores da Rússia revelado pela revista Newsweek, no início do mês de maio, revela que as relações da Rússia com o Ocidente estão mudando, mas mais devido a uma flexibilização tática do que devido a uma nova estratégia. Uma das principais avaliações que constam no documento é que se deve aproveitar o momento proporcionado pela crise financeira internacional e reforçar as alianças políticas e econômicas com o Ocidente, mas continua rejeitando os objetivos de basear as suas relações sobre a idéia de valores comuns. O documento inclui ainda uma lista de países prioritários para os "interesses nacionais" russos, que espera receber benefícios econômicos concretos em troca do apoio de Estados submetidos à pressão internacional como o Irã.

Putin declarou recentemente que a Rússia planeja iniciar as operações na usina nuclear de Bushehr e nega que tenha qualquer ligação com o programa militar de Teerã. Além disso, continua a controvérsia a respeito da venda dos poderosos mísseis S – 300 como parte de um contrato de US$ 800 milhões entre Rússia e Irã.

Se admitirmos que os efeitos das prováveis sanções serão mínimos, qual o sentido da tentativa do governo Obama sabotar o esforço diplomático do Brasil e da Turquia? Trata-se, ao que tudo indica, de uma resposta às crescentes críticas na sociedade norte-americana - provavelmente devido às eleições no Congresso norte-americano em Novembro -, de que os EUA estão aceitando o seu declínio, ao permitir que paises emergentes estejam preenchendo o vácuo de poder na política mundial. Talvez o custo dessa irresponsabilidade seja alto demais.

(*) Professor de Relações Internacionais da PUC-SP

segunda-feira, 24 de maio de 2010

PiG(*) inventa que FHC salvou Lula do impeachment. Só faltava

PiG(*) inventa que FHC salvou Lula do impeachment. Só faltava essa 

Publicado em 23/05/2010 


Ele queria ver o Lula morto
O jornal Valor, deste fim de semana, publica longa reportagem para demonstrar que foi o notável estadista Farol de Alexandria quem salvou o pobre coitado do Lula da crise do mensalão (o do PT **).

Só faltava essa.
Trata-se de reportagem com fontes anônimas, esse jornalismo neo-investigativo de colocar aspas em declarações que o repórter não testemunhou.
Dessas contribuições do PiG (*) à Cultura Ocidental.
E lá está o sábio, o estadista, o onissapiente Fernando Henrique Cardoso, aquele que iluminava a Antiguidade e foi destruído num terremoto.
É ele quem impede a oposição de derrubar o Lula, depois que o Duda Mendonça confessou numa CPI que recebia em contra secreta.
Papo furado.
O Farol de Alexandria desautorizou a oposição a tentar o impeachment – se é que a oposição conseguiria realizá-lo – por mero cálculo político.
É a “teoria do sangramento”, a que o Conversa Afiada se referiu diversas vezes, depois de ouvir de interlocutor do Farol, desses que se hospedavam no Palácio do Alvorada para trocar receita de veneno, madrugada adentro.
A “teoria do sangramento” – que se tornará um legado mais consistente do que a “teoria de dependência” – consistia em deixar o Lula sangrar, sangrar, e fazê-lo chegar exangue à eleição.
Na dita eleição, com o metalúrgico, nordestino, “ignorante” do Caetano, exangue, ele, o Farol, se tri-elegeria nos braços do povo, como De Gaulle que re-emergisse de Colombey-les-deux-églises, triunfante.
Ao fundo, Gloria in excelsis deo.
Simples.
Cálculo político rasteiro, de botequim.
Nada de sobrenatural, genial.
A reportagem neo-investigativa tem outra informação interessante.
Transforma o banco português Espírito Santo num neo-vilão.
Os portugueses do Espírito Santo seriam o novo “ Banco Rural”, o Marcos Valério de bigodões, a encher a burra do PT de grana.
Interessante.
O Espírito Santo é um dos acionistas da empresa “Ongoing”, que edita no Brasil o jornal “Brasil Econômico, concorrente do Valor – êpa, êpa !
A “Ongoing” acaba de comprar o jornal O Dia, no Rio, no quintal do Globo, dos filhos do Roberto Marinho – eles não têm nome próprio.
O Valor é uma associação do Globo com a Folha (***).
Pano rápido.
Paulo Henrique Amorim

(*)Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista
(**)O mensalão dos tucanos de Minas agora se enrolou. O ex-presidente do PSDB, o senador Eduardo Azeredo se tornou réu no processo. De resto, como diz o Mino Carta, ainda está por provar-se que tenha existido um “mensalão”. Ou se foi a Caixa Dois de campanha, velha de guerra.
(***)Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso, Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que ele achou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o manto de “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que avacalha o Presidente Lula por causa de um comercial de TV; que publica artigo sórdido de ex-militante do PT; e que é o que é, porque o dono é o que é ; nos anos militares, a Folha emprestava carros de reportagem aos torturadores.

Serra vai partir para a baixaria oficial, por falta de opção

domingo, 23 de maio de 2010

É só questão de tempo: Campanha de Serra vai partir para a baixaria oficial, por falta de opção

A campanha de José Serra está sem opção. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.

A tentativa de se "camuflar" como pós-Lula não funcionou.

A tentativa de isolar Dilma de Lula, afastando o presidente da disputa eleitoral, também não funcionou.

A tentativa de comparar biografias não lhe favoreceu.

A tese do mais "preparado" não convenceu, principalmente pelo desempenho pífio de Serra em entrevistas, e a grosseria com que trata repórteres que perguntam sobre assuntos que lhe desagradam.

A campanha paralela, subreptícia, de baixaria na internet e na imprensa não está trazendo resultados esperados. Pelo contrário, está trazendo desconfiança da população ao candidato demo-tucano. Afinal ele diz uma coisa em público, e seu partido e a turma toda que sai na foto com ele, diz outra, fazendo oposição raivosa anti-Lula pelas costas.

O uso do PIG (imprensa) para desconstruir Dilma está se mostrando improdutivo. O PIG já não tem o mesmo poder de fogo que tinha antes. O povo está mais imunizado contra a manipulação jornalística.

Se Serra elogia Lula, acaba pedindo votos para Dilma, indiretamente.

Se faz oposição frontal, cai mais ainda nas pesquisas e aumenta a própria rejeição. Também perderá palanques estaduais de quem não quer se apresentar ao eleitor como anti-Lula.

Serra está ficando sem alternativas. Mais cedo ou mais tarde, ele partirá para o tudo ou nada, e lançará mão de baixarias, trazendo para o centro da campanha oficial, o submundo dos dossiês e fichas falsas da ditadura, que circulam nas campanhas rasteiras pela internet e em matérias plantadas na imprensa (como fez o jornal Folha de São Paulo).

A última pesquisa do Datafolha já incluiu perguntas para medir a receptividade e impacto que as baixarias provocariam.

Só não se sabe quando recorrerão à baixaria. Se lançarem muito cedo, dará tempo de desmentir. Será um tiro no pé, assim como aconteceu com o senador José Agripino Maia (DEMos/RN) no senado, quando tentou enaltecer a tortura como instrumento de "libertação" da verdade.

Se lançarem a campanha de baixaria muito tarde, Dilma pode crescer demais, e mesmo que boatos plantados afete um pouco, pode ser insuficiente para impedir a vitória. Portanto parece que é a evolução das pesquisas que vai determinar quando Serra partirá para o tudo ou nada.

Dilma cresce em todas as regiões e faixas de eleitores, aponta Datafolha

folha.com - 23/05/2010 - 08h24
Dilma cresce em todas as regiões e faixas de eleitores, aponta Datafolha

FERNANDO RODRIGUES
DE BRASÍLIA
O crescimento que levou Dilma Rousseff (PT) a empatar com José Serra (PSDB) em 37% na pesquisa Datafolha se deu em quase todos os grupos de eleitores e em todas as regiões do país em pouco mais de 30 dias.
Há uma outra novidade na pesquisa. Agora, Dilma abriu larga vantagem sobre Serra quando se trata de disputar voto entre os eleitores que aprovam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em março, quando o presidente tinha 76% de aprovação no Datafolha, Dilma e Serra registravam 36% de intenção de voto cada um entre esses eleitores pró-Lula.
No levantamento deste mês, a história é outra. Lula repetiu os 76% de aprovação de março, mas Dilma passou a ter 45% entre esses eleitores --nove pontos a mais do que tinha em março.
Já Serra recuou para 32% nesse grupo --ficando 13 pontos atrás da petista. A pré-candidata Marina Silva (PV) tem 10% de intenção de voto no universo pró-Lula.
Outro fato relevante que sustenta a alta de Dilma na pesquisa realizada nos dias 20 e 21 deste mês é ela ter melhorado seu desempenho em todas as regiões do país.
A postulante do PT ao Planalto elevou suas taxas de intenção de voto de 7 a 9 pontos, dependendo da região.
No Sudeste, onde estão 44% dos eleitores brasileiros, Dilma está com 33% e perde para Serra, cuja taxa é de 40%. Mas no mês passado, o tucano vencia por 45% a 26% --a diferença encolheu de 19 para 7 pontos.
Em todas as outras regiões, Dilma está à frente ou empatada com Serra. No Sul, a petista subiu nove pontos e foi a 35% das intenções.
O tucano caiu dez pontos desde abril e está com 38%. Como a margem de erro é de dois pontos percentuais, eles estão empatados.
No Nordeste, onde Lula é aprovado por 85%, Dilma registrou 44% das intenções de voto -alta de sete pontos.
Essa foi a única região do país na qual Serra não perdeu votos: manteve seus 33%. Uma explicação possível são as viagens que o tucano fez a Estados como Bahia e Ceará nas últimas semanas.
No Norte e no Centro-Oeste, regiões agrupadas pelo Datafolha, Dilma registra 40% das intenções de voto (mais nove pontos) contra 34% de Serra (menos oito).
No universo de eleitores mais pobres, com renda familiar mensal de até dois salários mínimos (R$ 1.020), Dilma teve uma alta de sete pontos percentuais, saindo de 29% em abril para os 37%. No mesmo período,Serra desceu de 42% para 37%.
Esse grupo de eleitores de renda mais baixa representa 51% do universo total dos que votam no país. É também onde estão os de mais baixa escolaridade e com menos informação --inclusive sobre o processo eleitoral.
Dilma sempre perdeu para Serra nesse segmento. Agora, pela primeira vez, eles aparecem empatados.
A candidata do PT ainda perde para Serra entre as mulheres, o eleitorado em que tem mais rejeição. Nesse segmento, o tucano tem 38%, e ela, 33%. Entre os homens, Dilma lidera, por 42% a 36%.
Conhecimento
Outra novidade do novo Datafolha é que a taxa de conhecimento de Marina Silva subiu dez pontos em um mês. O período coincidiu com o lançamento da pré-candidatura da senadora e do anúncio de Guilherme Leal como seu vice.
Em abril, o índice dos que diziam conhecer Marina era de 63%, e saltou para 73%. 

Amorim denuncia sacanagem dos Estados Unidos.

22/05/2010 - 07:14

O dia seguinte ao acordo do Irã

Por Nilson Fernandes

Não se pode querer confiança com ameaça. O prazo para que Ahmadinejad entregue o acordo proposto pela AIEA-ONU e com o aval de Brasil e Turquia termina na segunda-feria. Hillary e Obama estão colocando o carro na frete dois bois.

Da BBC

21/5/2010 21:21

Não se pode pedir confiança ao Irã com ameaças, diz Amorim

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse nesta sexta-feira, em entrevista à BBC Brasil, que as potências ocidentais não podem pedir confiança ao Irã e ao mesmo tempo “fazer ameaças”.
“Esse acordo foi idealizado por eles (potências) como forma de se criar confiança. Bom, você não pode tentar criar confiança e ao mesmo tempo fazer ameaças”, disse o chanceler, referindo-se à intensificação de um movimento a favor de sanções econômicas a Teerã.
Na entrevista, o chanceler se diz “desapontado” com a reação dos Estados Unidos e outros membros permanentes do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
O governo brasileiro tem argumentado que o acordo assinado na última segunda-feira com Irã e Turquia é o mesmo que foi apresentado em outubro passado pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), com o apoio das grandes potências.
Já o governo americano argumenta que a quantidade de urânio no Irã aumentou significativamente desde então, colocando em xeque a validade do acordo assinado em Teerã.
Segundo Amorim, essa preocupação não foi apresentada oficialmente ao governo brasileiro nos contatos com as principais potências antes da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Teerã.
“Na verdade, em algumas dessas comunicações, essas autoridades inclusive enfatizaram que o acordo seria uma oportunidade”, afirma o ministro.
“Você sempre poderá encontrar outros problemas, outros defeitos, para justificar que a situação mudou”, acrescenta.
Ceticismo
Na avaliação do ministro, o “ceticismo” das potências ocidentais acabou prejudicando as discussões sobre um acordo com o Irã.
Para Amorim, esses países “não acreditaram” que Brasil e Turquia conseguiriam chegar a um entendimento com o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
“Eles estavam provavelmente esperando que voltássemos do Irã de mãos vazias e que isso confirmaria que eles estavam certos, e que isso aumentaria a pressão pelas sanções”, diz o ministro.
“Eu acho que o ceticismo deles era tão grande com relação à possibilidade de a gente obter um acordo que nós não chegamos a esse ponto da discussão”, acrescenta.
Contatos
Amorim se diz “esperançoso” de que a resolução com as sanções econômicas ao Irã não chegue a ser votada na ONU, mas nega que o Brasil esteja “buscando votos” contrários à medida.
“Não estamos cabalando voto pra nada. Esse não é nosso papel. E eu espero que nem cheguemos ao ponto de votar as sanções”, afirma o ministro.
Nos últimos dias, Amorim conversou por telefone com ministros de países que estão no Conselho de Segurança e que, portanto, poderão votar a favor ou contra as sanções.
Segundo o ministro, o objetivo desses contatos é apenas o de “esclarecer” alguns pontos do acordo, e não de buscar aliados em uma possível votação, como chegou a ser cogitado.

O ajuste do Datafolha: de uma penada, Dilma tira a diferença

Publicado no Portal do Nassif

O ajuste do Datafolha: de uma penada, Dilma tira a diferença

Da Folha

Dilma sobe 7 pontos e empata com Serra, aponta Datafolha – 22/05/2010

Tucano cai 5 pontos desde levantamento de abril e ambos aparecem com 37%
Petista atinge melhor marca na série do instituto, lidera na espontânea e também registra empate no 2 turno; Marina se mantém com 12

Comentários

Por Nassif
A famosa pesquisa não programada do Datafolha, que saiu na data crucial de dois dias antes da convenção do PSDB que escolheu Serra, deu 10 pontos de vantagem para o candidato,  atropelando a tendência que de redução da diferença que se manifestava em todas as pesquisas dos demais institutos, inclusive a pesquisa anterior do Datafolha.
A explicação do Mauro Paulino foi que o fato novo era o fim das enchentes em São Paulo, que melhorara a performance do Serra… no Rio Grande do Sul.
Depois veio o lançamento da candidatura de Serra com todo alarde na TV, rádios e jornais, direito a espaço nobre no Jornal Nacional, com muito mais impacto do que qualquer horário gratuito. A pesquisa seguinte do Datafolha, uma semana depois, mostrou Serra estacionado em relação à pesquisa anterior.
Agora, Dilma tira de uma vez a diferença. A explicação é que tudo isso se deveu ao programa gratuito do PT que, de uma penada só tirou toda a diferença.
Enquanto isto, Sensus e Vox Populi mostravam o crescimento contínuo da candidatura de Dilma, como fruto de um processo natural de identificação dela como candidata de Lula. Sensus foi avo de uma campanha de destruição de reputação, por parte da Folha, que só cessou pelo trabalho de denúncia da blogosfera.
Agora, o Datafolha alcança tardiamente os resultados dos dois institutos mineiros. Ora, as duas pesquisas mineiras, feitas antes do horário gratuito (a do Vox pegando apenas o dia seguinte), mostravam empate técnico com Dilma na frente.
A iniciativa do Eduardo Guimarães, de exigir auditoria em pesquisas eleitorais, foi um marco da sociedade civil e certamente terá papel decisivo para o fim do uso das pesquisas para fins partidários.
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Por Rudá Ricci

O DATAFOLHA está evidentemente sob suspeição. A desculpa de Mauro Paulino é simplória: programa de TV do PT. Catapultou os marketeiros de gênio da raça. Queda de 5% de Serra e crescimento de 7% de Dilma? Dilma vence na espontânea? E Serra estoura em rejeição? Convenhamos que é uma virada e tanto, em um mês, em que a campanha de Dilma estava na parede, na defensiva, e a campanha de Serra (com grande imprensa, tendo O Globo à frente) criando fatos políticos e pautando os jornais. É algo assustador. O cidadão brasileiro não tem nem dados de pesquisa sem contaminação. São pesquisas eleitoreiras e não eleitorais. Como cientista político, fico indignado porque afeta minha profissão.
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Por Marcio

existe essa expressão “orgasmos da alma”? Se não existe, acabo e inventar.É incrível que essa gente chegou ao inimaginável. Todas as estratégfias deles fracassam por trapalhadas. Parece um desenho animado. Eles explodem, morrem e ressuscitam com outra trapalhada. O PIG vai entrar para a história das civilizações como um capítulo à parte.

Por Roberto G

Na real, acho que essa inflexão para o lado da Dilma chegou antes do momento em que todo mundo esperava. O tal “PIG” é uma entidade útil para cerrar fileiras, mas tb é uma abstração que não resiste a um cenário de derrota iminente do candidato em torno do qual toda essa “tradição” se encontra, qdo sente a possibilidade de vitória. Acho q o mais provável (e tb espero..) é que a unanimidade pró-Serra se desfaça diante da quase inevitabilidade da derrota. As maneiras de desembarcar é que serão interessantes. Vamos ficar sabendo de vários “ângulos positivos ainda não percebidos” de Dilma. Provavelmente, ela mesma vai se surpreender com as “qualidades” que vão lhe atribuir. E permitam a fruição – esses momentos serão muito engraçados – kkk
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Por LUIS AUGUSTO SIMON

FOI um belíssimo resultado fora de casa