sábado, 28 de agosto de 2010

O nafta para os Americanos (do norte)

Matéria da Editoria:
Internacional

17/08/2010

Aumenta desemprego e informalidade bate recorde no México
Em junho deste ano, cerca de 12,8 milhões de pessoas, o que equivale a 28,8% do total da população ocupada, estava trabalhando na economia informal no México. Desemprego, por sua vez, atinge 2,5 milhões de pessoas, quantidade que supera em 30% os 1,9 milhões que não tinham trabalho quando estourou a crise financeira, em fins de 2008. Além do trabalho informal, aumenta também o índice de empregos provisórios e precários.
Data: 14/08/2010

Pelo segundo trimestre consecutivo foi batido o recorde de mexicanos que trabalham na economia informal. Esse número chegou, em junho, a 12, 8 milhões de pessoas, o que equivale a 28,8% do total da população ocupada, informou sexta-feira (13) o Instituto Nacional de Estatística e Geografia (Inegi).

A cifra corresponde ao período abril-junho de 2010 e é a mais alta dos últimos seis anos, desde que o Instituto realiza trimestralmente a Pesquisa Nacional de Ocupação e Emprego (ENOE). Se se compara com os resultados do mesmo trimestre do ano passado, a população ocupada no setor informal aumentou em 660 mil pessoas.

Apesar da crise econômica, a população ocupada na economia informal não superou, em 2008, nem em 2009 a cifra de 28, 4% registrado em fins de 2005. É neste ano, quando as autoridades falam em recuperação da economia nacional, que os mexicanos que trabalham no setor somaram 28,6% no primeiro trimestre e depois 28,8% no segundo.

Uma cifra histórica. Se se leva em conta que o dito lapso da população total do país aumentou em 849 mil pessoas, pode se afirmar que o crescimento da informalidade representa 77,8% desse número, questão que já torna evidente que parte do motor da geração de emprego não está nas políticas do estado, mas na válvula de escape que a informalidade representa, apontou José Luis de la Cruz Gallegos, diretor do Centro de Investigação em Economia e Negócios dol Tecnológico de Monterrey.

E quanto ao desemprego, no meio do ano no México se chegou a 2,5 milhões de pessoas, quantidade que supera em 30% os 1,9 milhões que não tinham trabalho quando estourou a crise financeira, em fins de 2008. Quer dizer, na metade deste ano se contabilizaram 563 mil e 329 desocupados a mais do que havia antes da crise. Quase os mesmos que o governo do presidente Felipe Calderón assegura que foram criados no setor formal durante o primeiro semestre de 2010.

As estatísticas do Inergi demonstram que a taxa de desemprego se manteve em 5,3% nos últimos três trimestres. Há um ano era de 5,2%, de modo que, comparado com o período abril-junho de 2010, implica que há mais 121 mil desocupados.

As cifras de desemprego se mantém muito acima do que o crescimento econômico deveria implicar. Com uma taxa de desocupação de 5,3%, 2010 reflete uma realidade do mercado de trabalho muito distante das perspectivas que as autoridades econômicas do país têm apresentado, disse De la Cruz Gallegos.

A ENOE destaca que a população ocupada também aumentou em 1,3 milhões de pessoas, para somar 44,6 milhões, mas explica que a população economicamente ativa (PEA) cresceu em 1,4 milhões, devido ao crescimento populacional, já que as pessoas que desistiram de buscar trabalho no trimestre pesquisado mudou as expectativas sobre a possibilidade de encontrá-lo.

Assim, os empregos criados durante o último ano não foram suficientes para cobrir o crescimento da PEA e tampouco foram de qualidade, considerou o Grupo Financeiro Banamex.

A pesquisa trimestral detalha o tipo e a qualidade de empregos que predominam no país: às já mencionadas 12,8 milhões de pessoas que trabalham no setor informal se somam 13,7 milhões que carecem de previdência social e um número similar que não tem contratos de trabalho assinado, 10 milhões de trabalhadores independentes, 4 milhões de subempregados e 3 milhões que não têm renda.

Os indicadores da ENOE produzem uma leitura conjunta negativa sobre a qualidade do emprego: aumentam as taxas de ocupação provisória e a informalidade. O emprego gerado segue concentrado nos estratos salariais mais baixos e inclusive se destróem empregos nos estratos altos, observou o Banamex Citigroup.

De cada dez empregos criados nos últimos 12 meses, sete estão no comércio, dois no campo e só um na indústria. Em todos os casos, os micronegógicios e os pequenos estabelecimentos geraram mais postos de trabalho, enquanto os grandes diminuíram o pessoal. O Inegi considera 13 atividades econômicas distintas, das quais 5 apresentaram aumento no desemprego. Em primeiro lugar ficou a indústria extrativa e elétrica, seguida do setor de transporte a da construção.
Tradução: Katarina Peixoto

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