domingo, 29 de agosto de 2010

Delegados fazem campanha e denunciam baixo salários

20/08/2010


Tucanos tentam barrar anúncio de delegados de SP na mídia

A Associação dos Delegados de Polícia de São Paulo (Adpesp) recebeu, na última sexta-feira, notificação judicial para suspender a veiculação no Estado de uma campanha publicitária de protesto às condições de trabalho e salariais da categoria.

Segundo informações da Adpesp, o mandado de suspensão teria sido impetrado pelo PSDB estadual, sob a alegação de que a campanha é uma propaganda eleitoral negativa. Procurado pelo Estado, o PSDB-SP não se pronunciou sobre o assunto. Ontem (19), em evento da Associação Nacional de Jornais (ANJ), o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, deitou falação para defender a liberdade de imprensa e a liberdade de expressão. Mas parece que seu partido não gosta muito que os servidores públicos usufruam desta liberdade.


A assessoria de imprensa do candidato do PSDB ao governo, Geraldo Alckmin, informou que se tratava de uma ação partidária e não da campanha.


O tema segurança pública é considerado prioridade para todos os candidatos ao governo de São Paulo e também à Presidência. José Serra já anunciou inclusive a intenção de criar o Ministério da Segurança Pública, se eleito.


Em informe divulgado à imprensa ontem, a Adpesp critica declaração de Serra, na última sexta-feira, em que considera “bobagem” o argumento da entidade sindical sobre o fato de os salários da categoria no Estado serem os piores do país.

A presidente da Adpesp, Marilda Pansonato Pinheiro, nega qualquer intenção político-partidária na campanha publicitária institucional veiculada entre os dias 29 de julho e 1º de agosto. Segundo a associação, a campanha veiculada em mídia eletrônica e na internet teria atingido cerca de 49% do Estado, especialmente nos municípios do interior. Está prevista uma terceira fase da campanha, que seria veiculada exatamente no mês de setembro, às vésperas da eleição.

“A campanha foi feita para conscientizarmos a sociedade sobre a situação da segurança pública no Estado”, afirma Marilda Pinheiro. A presidente da associação afirma que há cerca de 3.200 delegados civis no Estado responsáveis por atender uma população de 42 milhões de pessoas. “Fizemos um acordo com o governo Serra que não foi cumprido”, diz a presidente.

A assessoria de imprensa do candidato José Serra também não respondeu às perguntas enviadas pelo Estado por e-mail.

Outro lado. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, por intermédio de sua assessoria de imprensa, diz que a incorporação do ALE (Adicional por Local de Exercício) aos salários foi um acordo com o atual governo e uma conquista da categoria.

A Adpesp não se convence com os argumentos do governo estadual. “A incorporação do adicional será feita ao longo de cinco anos. Nós recebemos o pior salário do país”, informa a presidente da associação.

“Somos apartidários e a nossa política é institucional. Eu não sou filiada a nenhum partido, nunca fui. Tentaram tirar nossa campanha do ar antes e não tiveram sucesso”, continuou Marilda Pinheiro. A Adpesp informou que seu departamento jurídico já prepara recurso para derrubar a suspensão da campanha.

Fonte: Ag. Estado


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