Ipea também reforça estratégia de Dilma
Ligado ao Planalto, órgão diz que propostas podem ajudar a reduzir desigualdades no País
13 de agosto de 2010 | 0h 00
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou ontem estudo em que defende a ampliação de programas do governo Lula, incluídos nas propostas de campanha de Dilma Rousseff (PT), como solução para reduzir desigualdades regionais. Ligado à Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência, o órgão afirma que empresas estatais e bancos públicos poderiam ter "função estratégica" na diminuição da concentração de renda.
O trabalho, feito para avaliar a participação dos municípios na formação do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro entre 1920 e 2007, funciona como uma espécie de cartilha de apoio ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das plataformas da campanha da petista.
O estudo evidencia que o grau de concentração de riqueza e desigualdade dos municípios está praticamente inalterado desde a década de 1970. A solução para o problema seria a adoção de políticas públicas de desconcentração produtiva e descentralização dos gastos e investimentos.
"A descentralização do gasto público iniciada pela Constituição Federal de 1988 deveria avançar ainda mais, bem como o fortalecimento da desconcentração dos investimentos em infraestrutura produtiva promovido por políticas como o PAC 1 e 2", afirmam os autores do trabalho.
O tom adotado pelo Ipea coincide com outros trabalhos produzidos por órgãos federais. No início da semana, o Ministério da Fazenda divulgou boletim de estatísticas sobre a economia brasileira que inflavam as realizações da gestão petista na Presidência. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou que os dados tinham como objetivo favorecer a campanha de Dilma. Mantega reconheceu a existência de um erro e desafiou "qualquer matemático" a provar que os demais dado estavam errados.
O Ipea também cometeu um erro. O dado induzia à leitura de que a concentração de riqueza entre municípios teria caído em 2007, no governo Lula, depois de longo período inalterado - "em plena fase de estabilidade monetária" -, coincidentemente na gestão do ex-presidente Fernando Henrique. Questionado pelo Estado, o instituto colocou nova versão em seu site, sem mencionar a correção. / COLABOROU ANNE WARTH
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