quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Day after: um tipo de imprensa vai ser extinta

18 de setembro de 2010 às 15:52

Lula: “Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos”

por Luiz Carlos Azenha
Vi um pequeno trecho do discurso de Lula em Campinas, pela rede. Anotei: “Dono de jornal tem lado. Dono de TV tem lado. Dono da revista tem lado”, disse o presidente da República ao pool de repórteres que cobria o evento, pedindo a eles que também se decidissem.
Segue uma descrição feita pelo Estadão, mas me pareceu incompleta. Deixem nos comentários vídeos ou o texto completo do discurso, já que me parece que é a primeira vez que Lula explicita abertamente que os jornalões participam da campanha eleitoral, embora neguem:


‘Nós somos a opinião pública’, afirma Lula
Presidente critica imprensa e diz que não precisa de formadores de opinião
18 de setembro de 2010 | 15h 16 Rodrigo Alvares, do estadão.com.br


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a fazer críticas contundentes à imprensa e à oposição durante comício realizado na tarde deste sábado, em Campinas (SP).
“Tem dias em que alguns setores da imprensa são uma vergonha. Os donos de jornais deviam ter vergonha. Nós vamos derrotar alguns jornais e revistas que se comportam como partidos políticos. Nós não precisamos de formadores de opinião. Nós somos a opinião pública”, afirmou.
Também falou que os jornalistas precisam ter um “lado” porque também votam.Lula também atacou abertamente o PSDB: “Não tem nada que faça um tucano sofrer mais que ter um bico tão grande para falar e tão pequeno para fazer”.
Caminhando de um lado para o outro no palco, o presidente chegou a ironizar que Dilma Rousseff, Aloizio Mercadante e José Eduardo Dutra haviam pedido para ele “se conter”. “Tem algumas coisas que precisam ser ditas. Vocês sabem que tucano come até filhote no ninho. Quando o Mercadante se eleger governador, vou criar um Bolsa Família para os tucanos não passarem fome.
Pouco antes, Dilma falou que “em 2002, eles diziam que não tínhamos competência para governar. Hoje, podemos falar que um metalúrgico foi capaz de fazer mais escola técnica do que os doutores que vieram antes”.
A petista não comentou a saída de sua sucessora na Casa Civil, Erenice Guerra, ou as asdenúncias puclicadas nos últimos dias. Preferiu mobilizar a plateia até o dia 3 de outubro e se ateve às conquistas do governo Lula: “Daqui a 15 dias, vamos estar decidindo qual é o rumo deste País. Se queremos aquele País das desigualdades ou se queremos um País construído pelo presidente Lula.
A ex-ministra da Casa Civil disse que vai “honrar o legado desse governo sem miséria, onde podemos viver em paz”. “Mais que honrar, vou seguir um conselho do Lula: ‘O difícil não é governar, é governar com o coração. Você tem de saber de que lado está. Nós estamos do lado de 190 milhões de brasileiros”.


PS do Viomundo: É óbvio que o presidente da República, ser político que é, nesta questão mata três coelhos de uma vez: polariza a eleição (para reduzir a abstenção), blinda sua candidata de acusações da mídia (mesmo as que porventura forem procedentes e não partirem do maníaco do parque) e radicaliza o tucanato midiático (quanto mais falarem mal de um presidente com quase 80% de popularidade, mais votos ele conquista para Dilma).

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