sábado, 11 de setembro de 2010

O jogo por trás do tabuleiro político e eleitoral

7 de setembro de 2010 às 17:20

O silêncio obsequioso de “O Estado de Minas”

por Luiz Carlos Azenha
www.viomundo.com.br
O Estado de Minas é visto como jornal porta-voz do ex-governador mineiro Aécio Neves.
O repórter Amaury Ribeiro Jr., autor do livro Os Porões da Privataria, trabalhou naquele jornal.
Em artigo de Leandro Fortes, publicado na CartaCapital, o papel de Amaury no jornal mineiro foi descrito assim:
Em uma entrevista que será usada como peça de divulgação do livro e à qual CartaCapital teve acesso, Ribeiro Jr. afirma que a investigação que desaguou no livro começou há dois anos. À época, explica, havia uma movimentação, atribuída ao deputado Marcelo Itagiba (PSDB-RJ), visceralmente ligado a Serra, para usar arapongas e investigar a vida do governador tucano Aécio Neves, de Minas Gerais. Justamente quando Aécio disputava a indicação como candidato à Presidência pelos tucanos. “O interesse suposto seria o de flagrar o adversário de Serra em situações escabrosas ou escândalos para tirá-lo do páreo”, diz o jornalista. “Entrei em campo, pelo outro lado, para averiguar o lado mais sombrio das privatizações, propinas, lavagem de dinheiro e sumiço de dinheiro público.”
O texto completo do Leandro está aqui.
O lançamento do livro, anunciado inicialmente para depois da Copa do Mundo da África do Sul, acabou adiado para 2011.
Mas a introdução do livro foi publicada por Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada, e reproduzida aqui.
Portanto, é apenas natural que a Polícia Federal, ao investigar o episódio da quebra de sigilo fiscal, ouça não só o repórter, como investigue também se foi durante a passagem dele por O Estado de Minas que, em nome de Aécio Neves ou de outro político, alguma ilegalidade foi cometida, por petistas, tucanos ou quem quer que seja.
O curioso é que O Estado de Minas não deu destaque, até agora, às notícias sobre a quebra de sigilo fiscal de tucanos ou da filha do ex-governador José Serra.
Hoje o blogueiro Daniel Florencio, que é de Minas, sustentou que neste caso todos os caminhos levam a Minas Gerais. Ele reproduziu um texto que escreveu para o blog do Noblat mas que, curiosamente, o Noblat resolveu não publicar. Está aqui.
Não devemos subestimar o mau humor existente entre José Serra e Aécio Neves, nos bastidores do PSDB, em 2009, quando aconteceram as violações de sigilo . Foi uma guerra pública, travada por terceiros em nome dos governadores tucanos.
A coisa chegou a tal ponto que, no início de 2009, uma pessoa ligada a Serra escreveu, em O Estado de S. Paulo, o famoso artigo Pó Pará Governador?, que o Viomundo reproduziu na época.
O Viomundo também reproduziu o editorial de O Estado de Minas, de 03.02.2010, intitulado Minas a reboque, não!
Como o jornal mineiro é visto, repito, como porta-voz de Aécio Neves, o editorial teria sido a resposta final de Aécio a José Serra: Não, ele não seria o candidato a vice-presidente na chapa encabeçada por José Serra.
No dia seguinte à publicação do editorial, o site Uai, ligado aos Diários Associados (O Estado mineiro é um deles), repercutiu o assunto, aqui.
Portanto, é apenas natural que a Polícia Federal ouça o repórter Amaury Ribeiro Jr. e, num segundo momento, se achar necessário diante do que ele disser, ouça também o diretor do jornal Josemar Gimenez e quem sabe até mesmo o presidente dos Diários Associados, Álvaro Teixeira da Costa.
O importante, neste caso, como já escrevi anteriormente, é que a PF não deixe pedra sobre pedra.


7 de setembro de 2010 às 15:11

Stanley Burburinho e o livro do Amaury

por Stanley Burburinho (em comentário no Viomundo)
1 – O Amaury tinha prometido lançar o livro logo depois da Copa;
2 – Acontece que ele foi contratado pela Record há duas ou três semanas;
3 – Foi feito um acordo entre a Record e o Amaury para ele adiar a publicação do livro até 2011 para não configurar motivação eleitoral e ele sendo funcionário da Record. A Globo faria a festa;
4 – De saco cheio das acusações do Serra, o PT (Lula) resolveu pedir para que a PF ouvisse também o Amaury. Isso significa que a PF terá acesso ao conteúdo do Amaury antes de 2011. Como as partes envolvidas poderão ter acesso ao conteúdo, é muito provável que tudo vaze. Foi a forma encontrada para publicar o livro antes de 2011 e sem complicar a vida da Record;
5 – Logo depois do anúncio do pedido do PT para que o Amaury fosse ouvido também pela PF, o Serra reduziu o tom das acusações dizendo que a quebra de sigilo não tinha motivação eleitoral, mas política;
6 – Agora mais do que nunca o Serra e aliados ficarão na defensiva e o Serra botou o Aith para conversar com o Amaury;
7 – Mas, na minha opinião, o mais interessado em conversar com o Amaury através do Aith é o Dantas e não o Serra. O Serra já sabe que a eleição está perdida. Ele quer se livrar da confusão que virá depois que o conteúdo do livro se tornar público porque ele estará sem foro privilegiado;
8 – O motivo do interesse do Dantas em conversar com o Amaury via Aith é que o Dantas já foi condenado pelo De Sanctis a dez anos de cadeia. Ele não é mais réu primario. Se ocorrer qualquer outra condenação ele terá que ser preso e o livro do Amaury pode complicar a vida dele.
9 – O Serra deu tiro no próprio pé e complicou a vida de muita gente. Até o FHC se complicará.

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