sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Produção agrícola do Brasil bate novo recorde em 2010

efe.com, Atualizado: 6/1/2011 11:44

Rio de Janeiro, 6 jan (EFE).- A produção agrícola do Brasil alcançou em 2010 o número recorde de 149,5 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas, superando em 11,6% o percentual do ano anterior. 

Nesse ano, a produção será 2,5% inferior, com cerca de 145 milhões de toneladas, número similar ao registrado em 2008, que até agora havia sido a melhor colheita do país, conforme a previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado inédito consolida o Brasil como um dos principais celeiros do mundo, contrasta com a redução de 1,3% da área plantada, um claro indicativo do aumento da produtividade do conjunto dos cultivos.

A produção de soja, o principal grão colhido no Brasil, subiu 20,2%, para os 68,5 milhões de toneladas, puxado pelo aumento dos preços que estimularam a expansão do plantio associado às condições meteorológicas favoráveis, que melhoraram a produtividade.

Logo atrás, o milho, segundo grão do país, elevou a produção em 9,4%, para os 56,1 milhões de toneladas. Contou para o bom resultado a ajuda do tempo e a recuperação dos preços, levando mais agricultores optando pelo plantio do cereal.

O arroz registrou uma queda de produção de 10,1%, para os 11,3 milhões de toneladas, o que foi motivado pelo excessivo volume de chuvas registrado no estado do Rio Grande do Sul, onde fica a maior parte das lavouras dessa cultura.

O IBGE calculou que a produção de arroz deve se recuperar neste ano, uma vez que não se espera uma quantia de precipitações desmesurada no sul do país.

Registraram aumentos de produção outros importantes produtos em que o Brasil se destaca como maior exportador do mundo, como a cana-de-açúcar (5,7%), laranja (4,1%) e café (17,6%), grão que sempre alterna anos bons e ruins.

Brasília, 6 jan (EFE).- O Banco Central do Brasil anunciou nesta quinta-feira que aplicará um depósito compulsório equivalente a 60% das posições que os bancos mantêm em dólares, sempre que superem os US$ 3 bilhões e o valor patrimonial de referência da instituição.

Segundo o BC, a medida é dirigida a conter o forte processo de valorização da moeda nacional frente ao dólar, que nos últimos oito anos se desvalorizou 108% em sua relação com o real.

O diretor de política monetária do Banco Central, Aldo Mendes, explicou em entrevista coletiva que, em dezembro, as operações em moeda americana dos bancos que operam no país somaram US$ 16,8 bilhões, diante da expectativa de o processo de valorização do real se manter.

O depósito compulsório de 60% não será remunerado, será recolhido em dinheiro e os bancos terão prazo de 90 dias para adaptar-se à medida, disse Mendes, quem detalhou que a decisão tem como objetivo conter as posições "especulativas" das instituições financeiras.

No ano passado, o Banco Central chegou a comprar US$ 41 bilhões para conter a valorização do real, mas esse esforço monetário teve impacto mínimo no mercado.

Pelos dados do Banco Central, durante o ano 2010 o real ganhou 4,6% em sua relação com o dólar e acumula alta de 108% desde 2003, o que encarece as exportações do país e afeta diretamente a balança comercial.

O Governo considera o fator cambial como uma das causas da queda de 20% registrada em 2010 no superávit comercial do país, que foi de US$ 20,278 bilhões.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, admitiu nesta semana que a valorização do real é uma das maiores preocupações do Governo da presidente Dilma Rousseff.

Para Mantega, a nova presidente está decidida a evitar que "o dólar se derreta" no Brasil e "está pronto" para intervir, inclusive com medidas que favoreçam o setor exportador além do fator cambial.

Mantega anunciou que "haverá uma ação fiscal forte do Governo neste primeiro ano" que incluirá cortes orçamentários, o qual "terá impacto ainda a mudança, porque a redução de despesas significa que a demanda do Estado vai diminuir".

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