quinta-feira, 28 de abril de 2011

Reforma política, sim. Malandragem, não.

Os riscos da reforma política.

Não há dúvida de que o Brasil necessita a muitos anos de uma profunda reforma política, pois nosso sistema está carcomido.

Hoje, no Brasil, existe um fosso profundo que separa a política do cidadão de bem.

A política brasileira é sinônimo de bandalheira, corrupção, clientelismo, e de mais de uma centena de adjetivos pejorativos que nela cabe.

A questão, porém, mais do que uma reforma estrutural que poderia amenizar tal estagio de nossa classe política é mais profunda. A grande mudança necessária é cultural. No Brasil a política tem se transformado em meio de vida ou em meio de enriquecimento.

Nossa política não é pautada pelas idéias, e sim pelo pragmatismo sem vergonha, pelo toma lá da cá.

A virtude é exceção, a desonra é a regra.

Não há grandes debates, grandes projetos, grandes políticos.

A reforma política necessária no Brasil deve ser pautada para corrigir as distorções e para apontar novas perspectivas de uma nova prática política brasileira.

Uma das questões chaves é a questão partidária; é preciso compreender para que serve um partido político e suas funções num estado democrático.

O partido representa parte de um todo, ou seja, um partido representa o conjunto de idéias que uma parcela da sociedade tem sobre o Estado.

A função do partido político é chegar ao poder para aplicar suas idéias na sociedade.

Um partido que não é constituído deste princípio, serve apenas para disputar o poder, e fazer do poder um meio indigno da política.

Aqui no Brasil temos dezenas de partidos, porém, são raros os partidos que tem programas e idéias de concepção de uma nação.

Nossos partidos se reinventam a cada dois anos, para disputar eleições e são desprovidos de lastros e de identidade com a sociedade.

Na concepção plena podemos afirmar que não há partido político no Brasil nacionalmente.

O que há em algumas agremiações partidárias são apenas escassas linhas gerais.

É habitual verificar que os interesses são diferentes em inúmeros temas de nosso país.

Outro fato é a prática coronelista nos partidos, principalmente nas instâncias municipais, onde os partidos na maioria dos municípios têm dono.

A democracia não existe e os interesses, na maioria das vezes espúrios de seu dono no município, é regra.

É por isso que o sistema de lista fechada proposta na reforma política em Brasília é uma violência à sociedade brasileira. Vamos elencar o por que:

1º - Porque fere a democracia, uma vez que, não votaremos naquele que melhor identifica nossas idéias.

2º - Deve-se ao fato de não termos partidos políticos em sua concepção plena em nosso sistema político.

3º - Devido à nossa cultura política corruptiva, não será novidade a compra de vaga nestas listas.

4º - Esse sistema de lista fechada perpetuará essa mesma classe política que gera repulsa ao cidadão de bem na política nacional.

Sim, precisamos de reforma política e não golpe para a manutenção dos mesmos no poder.



Henrique Matthiesen

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