domingo, 3 de abril de 2011

A esquerda ainda busca identidade.

Os vícios da esquerda brasileira. 

A esquerda Brasileira muito tem avançado nos últimos anos, porém, carrega em si inúmeros vícios que a colocam como uma força política retrograda em vários aspectos.

Nossa esquerda tupiniquim é imensamente fracionada e cada fração traz para si a presunção de ser detentora da verdade absoluta.

Obviamente, cada uma das frações da pluralidade da esquerda brasileira tem sua importância histórica, mas nenhuma pode se auto-intitular dona da historia.

É muito comum dentro desta concepção meias verdades, ou meias historias. Muitos intelectuais “esquerdistas” sofrem de amnésia histórica, pois só conseguem ver a evolução de nossa sociedade do ângulo que lhe convém politicamente. Outro vicio que muitos “esquerdistas” trazem é a incoerência.

Nossa esquerda tem que romper definitivamente com a concepção totalitária e ditatorial que vários governos adotam.

Esse é um tabu complicado e que necessita ser quebrado.

O século XXI não pode mais admitir o cerceamento das liberdades individuais, seja no Brasil, seja no Egito, seja na Venezuela, seja nos EUA, ou seja, em Cuba.

O mundo mudou, a Guerra Fria acabou.

Não se pode mais consentir que pessoas sejam presas, torturadas ou simplesmente mortas por divergirem de regimes ou de opiniões.

A democracia embora não seja uma concepção terminada é ainda o melhor regime que se inventou. E democracia entende-se por divergência de opiniões, liberdades individuais e alternância de poder.

É profundamente incoerente condenar as ditaduras latino-americanas, entre elas a brasileira, e se aplaudir ainda hoje ditaduras ditas “socialistas”.

Vale ressaltar que o socialismo não pode ser concebido sob as regias de botas de tiranos.

Ditadura é ditadura tanto de direita quanto de esquerda. E o imperialismo é tão lesivo tanto na direita capitalista quanto na esquerda pseudo-socialista.

Outro vicio, é o patrulhamento ideológico. A esquerda não pode mais ver e analisar a política, as conjunturas... baseadas em dogmas e conceitos escritos há mais de um século.

É necessária uma nova visão de sociedade, de lutas e de avanços, isso não quer dizer que devamos abandonar princípios, uma vez que princípios não se abandonam e não se negociam, mas temos que sair de velhos e arcaicos chavões e ainda temos o dito pragmatismo que determinados “esquerdistas” usam.

Na verdade, o pragmatismo nada mais é do que o oportunismo, o carreirismo, a utilização da política como meio de vida.

Muitos ditos “pseudo-revolucionários” vendem seus partidos, seus grupos políticos para se auto beneficiarem e são a quinta coluna, discípulos do Cabo Anselmo; aliás, há partidos especializados em se servirem de quinta coluna.

Outro vicio e um dos mais graves é a visão do hegemonismo que muitos se utilizam.

Esse hegemonismo é baseado no aparelhamento e na luta por espaço em diversas administrações de forças progressistas.

Um fato lamentável é que a esquerda geralmente não confia nos seus parceiros da própria esquerda e para isso há incontáveis exemplos.

Esses são apenas alguns vícios que a esquerda brasileira carrega.

É necessário o amadurecimento e a mudança para podermos avançar mais na justiça social e para o progresso humano de nosso país.



Henrique Matthiesen

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