A crise Tucana.
Já não é de hoje que o ninho tucano vive uma profunda crise.
A hegemonia paulista é uma das razões que escancara a disputa política em meio ao ninho. A novidade agora é que os próprios Tucanos Paulistas já não falam a mesma língua.
Os tucanos paulistas sempre foram os donos do partido e da razão, sempre viram os outros Estados como apêndice de seus desígnios eleitorais. Jamais o PSDB teve um candidato à presidência que não fosse do ninho paulista.
Agora, os tucanos de São Paulo demonstram o que há muito tempo já é sabido na politica: os projetos pessoais, a ganancia pelo poder são agora expostos para todo o país.
José Serra, que não suporta Geraldo Alkmim, que ignoram FHC,que por conseguinte não confia em nenhum dos dois. Este é o enredo dos tucanos em São Paulo e que arrasta todo o Partido.
Outro fato que se coloca na crise tucana é a falta de um projeto para o Brasi; aliás vale ressaltar que eles nunca tiveram um projeto nacional.
Os Tucanos surgiram com o ideário da “moderna” social democracia europeia, tendo como base as ideias de Miterrand da França.
Sem dúvida uma plataforma interessante para os rebeldes do PMDB que construíram o PSDB, e na sua essência sempre foram adeptos do sistema Parlamentarista, proposta esta derrota em plebiscito no Brasil.
Com o advento do Plano Real, formulado e implementado no Governo de Itamar Franco, os tucanos obtiveram vitória na sucessão presidencial com FHC.
Mas, as ideias da social democracia europeia não subiram a rampa junto com os tucanos.
Entretanto, o governo de FHC se caracterizou por um governo de um projeto de neoliberalismo, numa ação agressiva de enxugamento do papel do Estado Brasileiro, cunhada numa aliança com o PFL que se caracterizou por um governo de direita e de submissão aos interesses nacionais.
Mais do que isso, o Governo FHC foi uma era de pouco crescimento e desenvolvimento econômico e social, sem citar as questões éticas da era FHC.
Tal desempenho cuminou com a eleição de Lula para presidente, derrotando o candidato de FHC, José Serra que dizia ser a continuidade sem continuísmo.
Daí em diante, o PSDB nunca mais se achou e sua crise começou a germinar de forma inequívoca, transformando o partido num aparelho de ambições nada republicanas.
Fora do poder central do Brasil, a disputa tucana mudou-se para São Paulo onde os caciques começaram uma disputa fraticida.
Disputa essa que se acirrou com a derrota de José Serra na última eleição presidencial, e que se desenvolve até a convenção nacional do partido, com a perspectiva de terminar no poder judiciário.
Do outro lado, temos os diretórios tucanos que pleiteiam um lugar ao ninho, como Aécio Neves de Minas Gerais.
Entretanto, a grande questão dos tucanos continua sendo a sua falta de projeto para o país, a falta de identidade com os grandes temas nacionais e a falta de sensibilidade com o fazer politica.
Hoje os tucanos vislumbram uma fusão com seus antigos aliados - DEM ex-PFL e PPS - colocando de vez o rótulo de partido de direita ao PSDB.
Talvez seja essa saída, assumir de vez seu o abandono da social democracia, e se render a direita neoliberal dos Demos.
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