quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Irã nega critica à Dilma mas a Folha não volta atras. Ela só quer aparecer.


GOLFO PÉRSICO
26/01/2012 - 16h24 | João Novaes | Redação

Irã nega que porta-voz de Ahmadinejad tenha criticado governo Dilma
Chancelaria iraniana afirma que não há mudanças nas relações bilaterais
O porta-voz da Presidência do Irã, Ali Akbar Javankefr, negou ter criticado a presidente brasileira Dilma Rousseff em entrevista publicada na edição de segunda-feira (23/1) do jornal Folha de S.Paulo. Segundo o assessor iraniano, suas declarações, transcritas pelo jornal brasileiro na reportagem intitulada “Irã ataca diplomacia de Dilma e diz que Lula faz falta”, foram “distorcidas”.

A secretaria de redação da Folha de S.Paulo, por sua vez, afirmou à reportagem do Opera Mundi que "mantém as informações publicadas".

A negativa de que Javankefr teria criticado o governo Dilma foi publicada por duas agências de notícias iranianas na quarta-feira (25/01) e está sendo divulgada no Brasil pelo diretor de Relações Públicas da Embaixada do Irã, Ali Mohaghegh.

Segundo a nota da agência Irna (Agência de Notícias da República Islâmica), Javankefr teria dito, na ocasião da entrevista ao repórter Sami Adghirni, que “a presidente Dilma precisava de tempo para consolidar as relações entre Teerã e Brasília”. Segundo a reportagem, Javanfekr disse na entrevista ao jornal que o ex-presidente "Lula está fazendo muita falta". "A presidente brasileira golpeou tudo o que Lula havia feito. Ela destruiu anos de bom relacionamento", teria afirmado o porta-voz.

Ainda segundo a Irna, “Javanfekr afirmou ainda que havia elogiado o governo do Brasil e o seu povo pelo seu apoio à República Islâmica do Irã”. “Brasília insistiu no passado em manter um diálogo diplomático com Teerã sobre o programa nuclear da República Islâmica, uma política que havia começado com o antigo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que rejeitava qualquer uso da força fora do âmbito das Nações Unidas”, completou a agência.

A irritação do governo, segundo o jornal, viria desde março do ano passado. Enquanto membro provisório do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), o país votou a favor de uma investigação sobre a violação dos direitos humanos no país. Os iranianos também teriam se ressentido, segundo o jornal, de um suposto desinteresse do Brasil em desenvolver relações bilaterais, já que a recente viagem de Mahmoud Ahmadinejad pela América Latina não incluiu Brasília no itinerário.

Relações bilaterais
A segunda notícia que nega a fala de Javanfekr foi dada pela Isna (Agência de Notícias dos Estudantes do Irã) e republicada pelo site da embaixada iraniana no Brasil.

Nela, o porta-voz da chancelaria iraniana, Ramin Mehmanparast, afirma que “o Irã dispensa uma importância específica para suas relações com o Brasil, como o maior país da América Latina e uma das potências emergentes do mundo. Nesse sentido, sempre existiu um diálogo fluente e normal e não tem havido nenhuma mudança na visão de Teerã relativa ao Brasil”.

Mehmanparast disse ainda à Isna que “as relações entre os dois paises são históricas e de mais de 110 anos e, durante o longo dos anos, têm mantido sempre uma característica positiva. Esta relação, nos últimos anos e, em seguida às visitas presidenciais, tem crescido consideravelmente em todas as dimensões”.

Em seguida, o diplomata afirma que, “aparentemente, alguns meios de comunicação e de países terceiros”, que estariam “insatisfeitos e infelizes” com a relação existente entre os dois países, “voltaram-se para uma campanha midiática com o objetivo de minar esta relação”.

Javankefr também negou na matéria da Irna a notícia de que o Irã esteja começando a impôr restrições a produtos brasileiros. “As exportações do Brasil para o Irã aumentaram durante os meses seguintes” (à posse de Dilma), afirmou. “E o Irã superou a Rússia em 2011 como o maior mercado de exportação de carne brasileira”.

Na segunda-feira, o Itamaraty afirmou ao Opera Mundi que não se manifestaria sobre as supostas críticas do Irã ao governo Dilma e que as relações entre os dois países continuavam “corretas”.

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