Revista VEJA – quem é quem?
Publicado em 23 janeiro 2012
Falamos no post anterior sobre a fundação da revista Veja. Vimos que um de seus fundadores, Mino Carta, não aguentou ter que se sucumbir aos descompromissos jornalísticos da revista e a acabou por se desligar. Hoje, conheceremos os “donos” de um dos maiores negócios editoriais do país, os Civitas, antipetistas declarados e a Nasper, um grupo racista.
Família Civita e o nepotismo da desinformação
De pai para filho. Victor Civita, fundador do Grupo Abril é pai de Roberto Civita, criador da revista Veja, atual editor chefe de publicação e presidente do grupo.
Roberto Civita não teve muito sucesso em sua vida de empresário. Viu a TVA ser vendida para a telefônica e a Brasil Online ser absorvida pela UOL. Em 2012, A família Civita adquiriu o Anglo- Grupo Educacional que também vende apostilas. Tudo indica que Roberto, muito desanimado com o futuro das publicações do Grupo Abril, estaria investindo o capital da família em outro negócio, já que num futuro breve, as publicações de papel serão convertidas em plataforma digital e hoje eles não possuem nenhum nome para dar sequência aos negócios da família.
“Não tem arrego, vou derrubar a Dilma”
A frase acima foi pronunciada por Roberto Civita ano passado (2011). Um emissário em nome do PT teria procurado o dono da revista, pedindo uma espécie de trégua. As publicações da revista estavam passando dos limites. Civita, disse que não tinha acordo e que derrubaria Dilma. A justificativa foi simples. Alegou estar cansado dos sucessivos governos do PT, que, nos últimos anos, teriam tirado da grande mídia milhões de dinheiro público. E é verdade. Desde o primeiro mandato de Lula como presidente, iniciado em 2003, o gasto oficial que o governo federal tem em comunicação, teve sua distribuição alterada. Se até a “Era FHC”, apenas 500 veículos recebiam repasses, hoje, no governo Dilma, o número passou para 3 mil. Ainda assim, nos últimos cinco anos, o grupo Abril recebeu do MEC o maior repasse de recursos públicos já feito, destinado à livros didáticos. Se não fossem os repasses feitos pelo governo federal, as revistas do grupo Abril, teriam ido à falência.
Nasper – líderes do Apartheid
E não bastou o empréstimo feito em 1976. O Grupo Abril apelou para outras fontes com o objetivo de sanear suas contas. As injeções de capital estrangeiro feitas na revista passaram a ser permitidas graças a uma emenda constitucional aprovada no ano de 2002 durante a gestão de FHC. Uma dessas injeções foi feita pela Nasper.
Conforme um artigo de Renato Pompeu, publicado pela revista Caros Amigos a Nasper é um grupo de uma empresa que surgiu em 1915, formado por sul-africanos de origem holandesa. É uma organização partidária que legalizou o regime do apartheid no pós-Segunda Guerra Mundial, e, que durante décadas editou revistas e livros vinculados ao Partido Nacional, agia como porta-voz oficiosa dos líderes do regime. Foi assim que se toraram um grande conglomerado da mídia impressa e eletrônica. De seus quadros saíram os três primeiros ministros do apartheid (H.F. Verwoerd, P.W. Botha e D.F. Malan ), responsáveis pelo lançamento legal das bases da segregação racial, consolidação do regime, massacre de Sharpeville, prolongação da condenação de Nelson Mandela dentre outras atrocidades. Em 1997, jornalistas do grupo, pediram desculpas em público pela atuação que tiveram perante o apartheid. Em 2004, a Nasper comprou 30% do capital do grupo Abril.
Racismo na capa
Na capa (Edição 16 de agosto de 2006), a manchete “Ela pode decidir as eleições” acompanhada pela foto de uma mulher negra com título de eleitor em mãos, descrita como nordestina, 27 anos, educação média e salário de R$450 por mês. A intenção era estimular o preconceito de classe contra o então presidente Lula, que tentava a reeleição, e mesmo assim acabou reeleito.
E os ataques feitos à Bancoop?
É notável o tom de repulsa à Lula nas publicações de Civita e o tom de reverência a FHC. Por este, pelos motivos acima já citados e por outros que futuramente iremos detalhar, a revista Veja se viu tão motivada em atacar à Bancoop, em especial no ano de 2010, numa tentativa de influenciar as eleições presidenciais em favor de José Serra e assim, tentar impedir que Lula (PT) elegesse sua candidata, a atual presidente Dilma Roussef (PT).
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