sábado, 2 de outubro de 2010

A direita dá espaço para Marina, como última esperança para Serra chegar no segundo turno - muito improvável

Ibope: Dilma 50% X Serra+ Marina, 40%
Sensus: Dilma 47,5% X Serra + Marina, 37,2%
Governo Lula: aprovação recorde de 79,4%
A ENDOGAMIA VERDE-LACERDISTA,
A QUATRO DIAS DA URNA

O arrastão do conservadorismo jogará todas as cartas nas próximas horas na tentativa de reverter a vantagem de Dilma, na prática ou no imaginário popular.Outros Datafolhas tentarão soprar a torcida pelo segundo turno, hipótese desautorizada nos últimos levantamentos da Sensus e do próprio Ibope. Objetivamente, o conservadorismo nativo não tem nenhuma proposta, nenhum projeto capaz de mobilizar uma virada estatísticamente colossal, que envolveria a migração oito milhões de votos [leia entrevista de Marcos Coimbra, do Vox Populi, no Viomundo]. Resta-lhe, porém, uma endogamia publicitária apoiada em duas frentes, cuja desfrute mútuo produz efeitos não subestimáveis; a saber: I) soterrar os avanços sociais e econômicos dos últimos oito anos num 'mar de lama' cenográfico, anabolizado pelo dispositivo midiático até o dia da votação; II) usar --o termo é tristemente esse-- 'usar' Marina Silva como glacê verde do udenismo lacerdista, emprestando-lhe um frescor de photoshop que a direita nunca teve neste país e Serra, naturalmente, foi incapaz de suprir. Sim, a aliança de forças pró-Dilma também inclui remanescentes da direita e centro direita abrigados em partidos aliados. A diferença na história é sempre quem detém a hegemonia do processo. Do lado de Dilma, em última instancia, são os sindicatos operários e os movimentos sociais que concentram uma capacidade de mobilização capaz de fazer a diferença no prato da balança política. Quando Serra e a mídia atacam o que denominam de 'aparelhismo' do Estado e vociferam contras as 77 conferência nacionais realizadas pelo governo Lula, que mobilizaram mais de cinco milhões de pessoas no país, esse é o seu alvo , ou alguém acredita que a pauta do 'mar de lama' reflete valores éticos do jornal O Globo? No caso de Marina Silva, cabe indagar para qual margem da disputa hegemônica estão sendo arrastados os votos dirigidos a uma suposta candidatura de 'terceira via', essa dissimulação ideológica que a crise mundial do capitalismo cuidou mais uma vez de desnudar. Objetivamente, acima de ressentimentos e divergencias superáveis, esse é o quadro sobre o qual o ambientalismo progressista e os democratas devem refletir, a quatro dias da urna.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente e ajude a construir um conteúdo mais rico e de mais qualidade.