quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Num pais onde até o painel do Senado é violado, onde a corrupção atinge as esferas dos três poderes, por que confiar numa urna onde seu voto não e materializado

O Brizola tinha razão. 
Uma das últimas batalhas da vida de Leonel Brizola foi sua desconfiança com a lisura das urnas eletrônicas do Brasil.

Brizola que já fora vitima de uma fraude eleitoral, onde se uniram os últimos remanescentes do governo militar Brasileiro, juntamente com Roberto Marinho e as organizações Globo e a empresa Pró Consult.

Naquela ocasião tentaram fraudar a escolha soberana do povo do Rio de Janeiro em 1982 quando Brizola ganhara pela primeira vez aquele governo de Estado.

As urnas davam a vitória a Brizola e as forças golpistas davam a vitória ao Moreira Franco num sofisticado sistema de contabilização dos votos que estava adulterado para derrotar Brizola.

Entretanto, esse golpe fora descoberto a tempo de se evitar tamanha fraude e Brizola foi declarado vencedor daquele pleito eleitoral respeitando a escolha soberana do povo do Estado do Rio de Janeiro.

Porém, Brizola jamais confiou no sistema eleitoral brasileiro como as afamadas urnas eletrônicas. Para Brizola não há meio de se recontar os votos, ou seja, não há materialidade objetiva do voto; nosso voto hoje é abstrato não há mecanismo nenhum de sua materialização para uma conferência que visa à lisura indispensável a qualquer eleição.

De fato é no mínimo incômodo que somente o Brasil tenha adotado essa modalidade de eleição, e nenhuma nação do mundo adotou esse sistema, nem mesmo países bem mais avançados tecnologicamente do que nós aprovaram as urnas eletrônicas.

Por que será que um sistema que segundo nossas autoridades é o mais eficiente e seguro do mundo não tenha sido adotado por nenhum outro país?

Em recente reportagem assinada pelo jornalista Claudio Dantas Sequeira da revista Istoé esse sistema é questionado.

Descobriu-se que um grupo de especialistas em informática apontou graves falhas na proteção do Software utilizado nas urnas eletrônicas.

A ação destes “hackers” fez parte de um teste público realizado no TSE. Essa equipe de especialistas conseguiu violar as urnas eletrônicas, onde apontou as falhas de segurança do programa desenvolvido.

Ou seja, a vontade soberana do povo nas eleições podem não serem os resultados que as urnas eletrônicas apresentam.

Outros especialistas como o renomado engenheiro Almicar Brunazo Filho, especialista em segurança de dados, criador e moderador do Fórum voto eletrônico, é categórico em apontar que as urnas eletrônicas não são seguras, e que passiveis de manipulação e fraude.

Segundo esses especialistas as fraudes começam bem antes do dia das eleições, pois começam com pesquisas eleitorais que vão difundindo em meio à população os resultados eleitorais que através de manipulação dos sistemas são confirmados nas votações eletrônicas.

Essa e apenas uma das modalidades de fraude eleitoral.

De fato, Brizola tinha razão. Num pais onde até o painel do Senado é violado, onde a corrupção atinge as esferas dos três poderes, por que confiar numa urna onde seu voto não e materializado.

E só o Brasil adota esse sistema.


Henrique Matthiesen

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