sábado, 25 de junho de 2011

Inflação esfria, mas geração de emprego e renda, não. Só pra contrariar... o PIG.

Os esforços do governo contra a inflação, com aumento de juros do Banco Central, encarecimento dos empréstimos e ações específicas para conter o preços dos combustíveis e dos alimentos, começam a dar resultados mais acentuados.

Na primeira prévia da inflação de junho, divulgada na última terça-feira (21/06), o aumento de preços perdia fôlego. Atingia 0,23%, um terço do que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) verificara um mês antes (0,70%).

A inflação fechada de maio já havia caído bem em relação a abril, e a equipe econômica apostava que, a partir de junho ou julho, desaceleraria ainda de modo mais firme, o que os dados iniciais estão a indicar.

Apesar destes números – que de certa forma sinalizam esfriamento da economia - o mercado de trabalho ainda não foi comprometido. A geração de emprego formal em maio foi a terceira maior da história para aquele mês. Já o salário médio nas seis principais regiões metropolitanas foi recorde.

Mas o tema “salário” também é motivo de desconforto para os brasileiros. Ao menos para os de renda menor. Uma pesquisa internacional mostrou mais uma vez o que muita gente já sabe. O Brasil alivia a mão, na hora de cobrar imposto dos mais ricos. Mas não maquiando taxa dos mais humildes.

Informações detalhadas sobre emprego, salário e impostos, o leitor confere neste boletim especial, que conta ainda como o governo Dilma aliou-se aos fundos de pensão para peitar os bancos e tentar rolar a dívida pública pagando juros menores; e como o Brasil vai seguir decisão da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e, enfim, discutir estender aos empregados domésticos os mesmos direitos constitucionais assegurados aos trabalhadores comuns.




Emprego com carteira assinada resiste à alta de juro e segue intenso
Em maio, foram criados 252 mil novos empregos com carteira assinada, terceiro melhor resultado da história no mês, segundo dados divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta segunda-feira (20/06). No ano, vagas novas somam 1,1 milhão, patamar inferior apenas a 2010. Segundo o ministro Carlos Lupi, investimentos estrangeiros estão sustentando ritmo do mercado de trabalho.
André Barrocal

BRASÍLIA – O ritmo de criação de empregos com carteira assinada continua intenso, apesar das tentativas do governo, sobretudo com aumento de juros, de esfriar a economia para conter a inflação. Em maio, as empresas contrataram como nunca, e fizeram o segundo maior corte de vagas também, e o resultado foi um saldo final de 252 mil novos postos de trabalho.

Foi o terceiro melhor desempenho de um mês de maio dos 19 anos de vida do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), segundo informações divulgadas pelo ministério do Trabalho nesta segunda-feira (20/06). Só perdeu para maio de 2004 e de 2010.

No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, foi aberta 1,171 milhão de vagas com carteira assinada, patamar superado apenas pelo registrado no ano passado (1,383 milhão).

Para o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, o ritmo de geração de empregos está sendo sustentado pelos investimentos estrangeiros. As oportunidades de lucro proporcionadas por um dos países que mais crescem no mundo, atualmente, atrairiam capitais que, investidos, compensariam um mercado interno menos intenso.

“O Brasil virou a meca dos investimentos”, afirmou Lupi, que disse ter sentido isso nas reuniões da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de que participou recentemente em Genebra. “Não tem desaceleração na geração de emprego, apenas acomodações setoriais”, declarou.

De abril para maio, a criação de vagas com carteira assinada foi 42 mil mais baixa. Desde 2002, foi a sétima vez que houve recuo na passagem entre estes dois meses.

Lupi mantém a aposta de que serão gerados 3 milhões de empregos em 2011. Para ele, a criação de vagas vai se acelerar por causa de investimentos públicos em habitação e nas obras da Copa de 2014, por exemplo. “O segundo semestre vai surpreender”, declarou.

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